Conversa Com Uma Boneca De Pano
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Conversa Com Uma Boneca De Pano - Givaldo Zeferino
de Givaldo Zeferino
1ª edição
Olinda – PE
Givaldo Zeferino da Silva
2013
Prólogo
Vinha caminhando só. Vinha eu pensando só.
Eu vinha falando só, quando alguém surgiu e disse a outro
alguém: olha um cara falando sozinho!
Aí, eu pensei: puxa, estou falando a sós!
Mas depois eu ponderei: se falo, não falo a sós, falo comigo
mesmo; portanto, não estou pirado como poderão pensar.
Além do mais, tenho minha boneca Vitória para me escutar.
Ela será minha ouvinte e confidente, mesmo que passiva.
A ela revelarei meus segredos, sem qualquer receio.
Prezado Caio Vinicius,
Na época, alguém poderia pensar que eu fosse um cara retraído ou pirado ou que sofresse de algum distúrbio mental, só por que me viam conversando com uma boneca de brinquedo.
Quando eu era pequeno e me via sozinho sem ter com quem brincar, eu dava asas a minha imaginação, transportava-me para um mundo fictício onde materializava o que não era, criava personagens os mais diversos com os quais me divertia, conversava, ria e até esquecia a solidão. As paredes me olhavam espantadas como se comentassem entre si: Vejam as idiotices que faz esse idiota. Parece que não gira bem. Agora está falando e sorrindo à toa. Com quem ele fala e sorri? Não vejo ninguém junto dele.
Já crescido, descobri uma voz que brotava lá do meu íntimo. Essa voz insistia para que eu lhe desse ouvido e me acompanhava aguardando a ocasião propícia para iniciar o discurso, à medida que eu me entranhava apavorado no meio da multidão na tentativa de afugentá-la. Frequentemente me reunia com amigos, disposto a viver a vida de maneira desvairada sem medir as consequências dos meus atos insensatos, mas ela surgia quando eu menos esperava.
Na calada da noite, lá vinha ela alertar-me, chatear-me, comover-me, censurar-me; lá vinha ela dizer-me o que era certo, o que era errado, o que era bom, o que era ruim, lá vinha ela sugerir como eu deveria proceder, contudo eu me considerava o dono da verdade pensando que a dor não doía; fazia tudo o que me dava na telha, e ela se esgoelava agitada para chamar minha atenção.
A esta altura, você poderá estar se questionando: de quem fala o meu amigo? Quem será essa mulher de quem tanto reclama? Eu respondo antes de me interrogar: Essa mulher não existe. Trata-se da voz de Ego, minha consciência, um ser que não consigo vislumbrar, um ser que reside no meu interior, que sempre quis o melhor para mim e que está sempre a meu lado em quaisquer circunstâncias.
Com o propósito de dirimir as dúvidas que, porventura, possam invadir o seu ponto de vista, esclareço que não estou a reclamar de minha consciência; estou sim a me lamentar por ter depreciado a seriedade do contexto, por não ter dado a Ego a devida atenção.
Apesar de tudo, ainda hoje, ela permanece comigo; é ela que me alerta, me chateia, me comove, me culpa. Embora tardiamente, eu a escuto e, assim, consigo enxergar melhor as coisas belas da vida, a estupidez do comportamento humano, a imbecilidade dos incautos.
Desde essa época me conscientizei de que eu era muito importante no plano universal da criação, somente eu poderia alavancar meus ideais e tão somente eu detinha os mecanismos para tal. Eu era meu principal interlocutor. Comigo, eu planejava, analisava meu futuro e vivenciava minhas fantasias.
Mas eu falava sobre a conversa que mantinha com uma boneca de pano. Desculpe-me se me esquivei do assunto. Vamos lá!
Absorto em meus pensamentos, em uma de minhas andadas costumeiras de final de semana, defrontei-me com uma linda boneca de pano que fora abandonada sobre um banco de praça. Com olhar abobado, parei diante dela e fiquei a observar se alguém viria buscá-la; porém como ninguém apareceu, fui depressa até o local, segurei-a, um pouco sem jeito, e levei-a comigo para minha casa. No caminho, eu refletia: agora tenho com quem confabular; esta boneca será minha ouvinte e confidente, mesmo que passiva; a ela revelarei meus segredos sem qualquer receio.
Quando falava, eu a via como se fosse uma pessoa de carne e osso; sentava-me ao lado e falava, falava sem parar, descrevia minhas aventuras, desventuras, emoções; ela, por motivos óbvios, nunca falava; pelo menos, em minha imaginação, alguém escutava o que eu dizia, eu não ficava mais a falar com as paredes. Pensando bem, quem é que suporta sorrir ou chorar isoladamente seus sentimentos?
A bem da verdade, em certos estágios da vida, para romper a solidão, torna-se imperiosa a comunicabilidade.
Lembro-me bem do que presenciei certo dia: um homem andava um pouco apressado à minha dianteira, e a curiosidade me fez