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Conversa Com Uma Boneca De Pano
Conversa Com Uma Boneca De Pano
Conversa Com Uma Boneca De Pano
E-book71 páginas55 minutos

Conversa Com Uma Boneca De Pano

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Sobre este e-book

Alguém poderá pensar que Tibério seja um homem reservado ou deprimido, ou um deficiente mental. Pelo contrário, ele é um cara normal, é alegre, romântico e sensível, mas, em determinada época, passara momentos nada agradáveis, acompanhado pela solidão. É quando, em tal circunstância, certo dia, em uma de suas caminhadas costumeiras de final de semana, Tibério se defronta com uma linda boneca de pano que alguém deixara sobre um banco de praça e, sem pensar duas vezes ele decide leva-la consigo. Daí em diante, começa uma reviravolta em sua personalidade, quando, sem ter com quem se comunicar, transforma a boneca em sua confidente e lhe revela muitas passagens de sua vida, tratando-a como se realmente fosse uma pessoa de carne e osso. Com ela, não há segredos. Descreve suas aventuras e desventuras, sentimentos... e ela, naturalmente, nunca diz nada. Mas, pelo menos, Tibério tem uma companhia. Em seus colóquios, ele faz vir à tona os tempos de adolescência, relembra a primeira namorada, o primeiro emprego, seu envolvimento com as mulheres e eventos que lhe deixaram marcas profundas nesse período de sua existência. Depois dos altos e baixos havidos na vida amorosa, Tibério conhece Aline com quem se casa e tudo muda radicalmente, levando-o a viver uma vida normal e feliz. Na verdade, cada um de nós é portador de um estilo que, via de regra, difere do comportamento padrão. Por isso, logo somos incluídos no rol dos desajustados, idiotas ou qualquer outra qualificação, quando nos desviamos da contextura geral. Em resumo: todos nós somos, particularmente, um desajustado em evidência. O importante é vivermos de acordo com nossas convicções.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento23 de nov. de 2013
Conversa Com Uma Boneca De Pano

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    Conversa Com Uma Boneca De Pano - Givaldo Zeferino

     de Givaldo Zeferino

    1ª edição

    Olinda – PE

    Givaldo Zeferino da Silva

    2013

    Prólogo

    Vinha caminhando só. Vinha eu pensando só.

    Eu vinha falando só, quando alguém surgiu e disse a outro

    alguém: olha um cara falando sozinho!

    Aí, eu pensei: puxa, estou falando a sós!

    Mas depois eu ponderei: se falo, não falo a sós, falo comigo

    mesmo; portanto, não estou pirado como poderão pensar.

    Além do mais, tenho minha boneca Vitória para me escutar.

    Ela será minha ouvinte e confidente, mesmo que passiva.

    A ela revelarei meus segredos, sem qualquer receio.

    Prezado Caio Vinicius,

    Na época, alguém poderia pensar que eu fosse um cara retraído ou pirado ou que sofresse de algum distúrbio mental, só por que me viam conversando com uma boneca de brinquedo.

    Quando eu era pequeno e me via sozinho sem ter com quem brincar, eu dava asas a minha imaginação, transportava-me para um mundo fictício onde materializava o que não era, criava personagens os mais diversos com os quais me divertia, conversava, ria e até esquecia a solidão. As paredes me olhavam espantadas como se comentassem entre si: Vejam as idiotices que faz esse idiota. Parece que não gira bem. Agora está falando e sorrindo à toa. Com quem ele fala e sorri? Não vejo ninguém junto dele.

    Já crescido, descobri uma voz que brotava lá do meu íntimo. Essa voz insistia para que eu lhe desse ouvido e me acompanhava aguardando a ocasião propícia para iniciar o discurso, à medida que eu me entranhava apavorado no meio da multidão na tentativa de afugentá-la. Frequentemente me reunia com amigos, disposto a viver a vida de maneira desvairada sem medir as consequências dos meus atos insensatos, mas ela surgia quando eu menos esperava.

    Na calada da noite, lá vinha ela alertar-me, chatear-me, comover-me, censurar-me; lá vinha ela dizer-me o que era certo, o que era errado, o que era bom, o que era ruim, lá vinha ela sugerir como eu deveria proceder, contudo eu me considerava o dono da verdade pensando que a dor não doía; fazia tudo o que me dava na telha, e ela se esgoelava agitada para chamar minha atenção.

    A esta altura, você poderá estar se questionando: de quem fala o meu amigo? Quem será essa mulher de quem tanto reclama? Eu respondo antes de me interrogar: Essa mulher não existe. Trata-se da voz de Ego, minha consciência, um ser que não consigo vislumbrar, um ser que reside no meu interior, que sempre quis o melhor para mim e que está sempre a meu lado em quaisquer circunstâncias.

    Com o propósito de dirimir as dúvidas que, porventura, possam invadir o seu ponto de vista, esclareço que não estou a reclamar de minha consciência; estou sim a me lamentar por ter depreciado a seriedade do contexto, por não ter dado a Ego a devida atenção.

    Apesar de tudo, ainda hoje, ela permanece comigo; é ela que me alerta, me chateia, me comove, me culpa. Embora tardiamente, eu a escuto e, assim, consigo enxergar melhor as coisas belas da vida, a estupidez do comportamento humano, a imbecilidade dos incautos.

    Desde essa época me conscientizei de que eu era muito importante no plano universal da criação, somente eu poderia alavancar meus ideais e tão somente eu detinha os mecanismos para tal. Eu era meu principal interlocutor. Comigo, eu planejava, analisava meu futuro e vivenciava minhas fantasias.

    Mas eu falava sobre a conversa que mantinha com uma boneca de pano. Desculpe-me se me esquivei do assunto. Vamos lá!

    Absorto em meus pensamentos, em uma de minhas andadas costumeiras de final de semana, defrontei-me com uma linda boneca de pano que fora abandonada sobre um banco de praça. Com olhar abobado, parei diante dela e fiquei a observar se alguém viria buscá-la; porém como ninguém apareceu, fui depressa até o local, segurei-a, um pouco sem jeito, e levei-a comigo para minha casa. No caminho, eu refletia: agora tenho com quem confabular; esta boneca será minha ouvinte e confidente, mesmo que passiva; a ela revelarei meus segredos sem qualquer receio.

    Quando falava, eu a via como se fosse uma pessoa de carne e osso; sentava-me ao lado e falava, falava sem parar, descrevia minhas aventuras, desventuras, emoções; ela, por motivos óbvios, nunca falava; pelo menos, em minha imaginação, alguém escutava o que eu dizia, eu não ficava mais a falar com as paredes. Pensando bem, quem é que suporta sorrir ou chorar isoladamente seus sentimentos?

    A bem da verdade, em certos estágios da vida, para romper a solidão, torna-se imperiosa a comunicabilidade.

    Lembro-me bem do que presenciei certo dia: um homem andava um pouco apressado à minha dianteira, e a curiosidade me fez

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