Micro-história

De Ertz Ramon Teixeira Campos

Este livro é o terceiro da série de textos escritos ao longo de dez anos, acabando por se tornar em “sobras literárias” dos dois primeiros, mas, todavia, sob a égide de um mesmo significado. Assim, como os outros dois primeiros livros, esta série dá-se em seu início com o mesmo texto “Para além do bem e do mal”, pois, eu o considero uma de minhas obras que mais primo, que, além de ser uma homenagem a Nietzsche, sendo este filólogo, filósofo, crítico cultural, poeta e compositor, a quem tanto eu admiro, tenha, também, ganhado certa relevância de alguns amigos leitores através da mídia, que o apontaram como um texto bom, em que Montes Claros, sendo o palco da maioria das minhas crônicas e contos, num dado momento, faço valer a minha subjetividade ao transformar o Parque Municipal da cidade em uma ágora, a ponto de encontrar um senhor com uma sanfona vermelha para se discutir precipuamente sobre a questão do amor e da alegria, dentro de uma retórica estoicista, totalmente adversa ao epicurismo, capaz de nos fazer entender o real significado da palavra Ágape, que, sendo de origem grega, implica, também no discurso cristão como amor que se doa, que se entrega incondicionalmente. Quanto à cidade de Montes Claros, faço valer todo o meu ufanismo, ao afirmar com orgulho, não haver lugar no mundo, em que eu me sinto mais feliz...

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 31 de mar. de 2016

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Prefácio a um terceiro livro

Este livro é o terceiro da série de textos escritos ao longo de dez anos, acabando por se tornar em sobras literárias dos dois primeiros, mas, todavia, sob a égide de um mesmo significado.

Assim, como os outros dois primeiros livros, esta série dá-se em seu início com o mesmo texto Para além do bem e do mal, pois, eu o considero uma de minhas obras que mais primo, que, além de ser uma homenagem a Nietzsche, sendo este filólogo, filósofo, crítico cultural, poeta e compositor, a quem tanto eu admiro, tenha, também, ganhado certa relevância de alguns amigos leitores através da mídia, que o apontaram como um texto bom, em que Montes Claros, sendo o palco da maioria das minhas crônicas e contos, num dado momento, faço valer a minha subjetividade ao transformar o Parque Municipal da cidade em uma ágora, a ponto de encontrar um senhor com uma sanfona vermelha para se discutir precipuamente sobre a questão do amor e da alegria, dentro de uma retórica estoicista, totalmente adversa ao epicurismo, capaz de nos fazer entender o real significado da palavra Ágape, que, sendo de origem grega, implica, também no discurso cristão como amor que se doa, que se entrega incondicionalmente.

Quanto à cidade de Montes Claros, faço valer todo o meu ufanismo, ao afirmar com orgulho, não haver lugar no mundo, em que eu me sinto mais feliz…

PARA ALÉM DO BEM E DO MAL¹

O Parque Municipal estava com um clima bastante agradável naquela tarde. Eu havia calçado meu tênis para uma corrida e rumado do bairro Morrinhos até o local, buscando, mais do que uma atividade física, a desenvolver a minha resistência e as habilidades, a fim de melhorar também o meu condicionamento físico para o teste bienal que eu era submetido na Polícia Militar. Eu queria fugir dos meus sentimentos. Após correr 2.400 metros em doze minutos, do lado de fora do parque, adentrei-o e fui caminhar em volta da lagoa, na tentativa de buscar respostas e falar um pouco sozinho. Sim, eu falo sozinho!

Ao avistar um senhor com uma sanfona vermelha, do outro lado da lagoa, eu, curioso, desloquei-me até onde ele se encontrava, caminhando um pouco mais depressa. Quanto mais próximo eu chegava, conseguia detectar que o senhor, de