Dereck
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Dereck - Vinicius Macia
Dereck
Vinicius Macia
Capítulo 1.
Não, não é fácil escrever.Palavras são
moles, tênues e leves, se esvaem
facilmente, é quase impossível captura-
las.Tudo o que acontece nessa vida não é
facilmente lembrado.Talvez você se lembre
daquela fútil briga com seus pais, mas será
que se lembra do essencial, como a cor da
sua blusa naquele dia? Não, não estou
sendo irônico, como eu disse as palavras
se esvaem como areia ao vento, e é dificil
usa-las como elas realmente são.Pra
começar devo escrever como tudo começa,
sem me importar com a forma como tudo
isso será sentida ou entendida, apenas
usando desta arma tão perigosa:a palavra.
Pois bem, era uma noite fria, uma
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madrugada na verdade... o vento soprava de leve e docemente matava os moradores
de rua e quem quer que seja que estivesse
mal agasalhado.De longe se ouvia uma
doce melodia de um violino, levando
alegria a poucos lugares sem calor.Dereck
passeava despreocupadamente pelas ruas,
sem demonstrar sentimento por nada do
que via.Não se pode culpá-lo, a vida se
tornou muito escura depois que ele
perdera o pai em um irônico e
incompreensível suicídio, e isso o fazia
refletir as mais infundadas e torpes
filosofias.A vida para ele nada
representava, ele nada tinha, nem mãe,
nem pai.Sua alma estava machucada
demais para pensar em coisas como certo
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e errado, bem e mal, frio e calor, crime e punição.Seu interior havia se tornado um
lugar frio, sombrio, sem vida.Ouvi falar
uma vez sobre algo parecido, talvez de
uma daquelas professoras inteligentes,
coisa rara hoje em dia.Sociopata, ou como
queira chamar,Dereck se mostrava ferido
por seu próprio destino.Cada inspiração
doía como uma espada transpassando o
seu peito.Cada expiração o esvaziava e
quase o fazia chorar, não fosse pela sua
frieza interior, que o fazia inteiramente
incapaz de chorar, mesmo que ele o
tentasse fazer, coisa que jamais passara
pela sua cabeça.Queria apenas se livrar
daquela dor que não cessava jamais, um
aperto que faria qualquer um de nós
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cometer as piores maldades da história humana, uma dor que grita através de
coisas como o assassinato e até mesmo
uma atração fatal ao terrorismo.Sua alma
quase o mandava se matar, mas por algum
motivo ele reservava seu ódio pela vida
aos outros.Desejava a morte a cada corpo
que olhava, homem ou mulher, rico ou
pobre, criança ou idoso.
Não caro leitor, isso não é coisa que
eu me orgulhe de escrever, mas num mar
de palavras tão escuras e frias, talvez se
encontre algum ponto de consolação, de
misericórdia.Porém, contarei tudo o que
aconteceu, sem esconder nada e sem
diminuir os reais fatos, pois tudo o que
aconteceu jamais poderá ser desfeito, e
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cabe a mim apenas a tarefa de colocar as palavras em ordem, da maneira como tudo
se sucedeu.
Dereck andava pelas ruas frias,
pisando em folhas secas e em poças de
água, às vezes chovia, mas a chuva não o
fazia mudar de rumo.A ele parecia
indiferente a vida da morte, a luz da
sombra, porém ele se atraia mais ao pior
lado da moeda, à inclinação natural do
homem: o mal, o pecado , a face fria do
ser.Como quisesse ver o semblante de
horror no ropsto das pessoas, naquela
noite ele tinha um desejo em especial, uma