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Dereck
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E-book104 páginas39 minutos

Dereck

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Sobre este e-book

Dereck conta a história de um sociopata norte-americano, orfão, desamparado, que chora suas angústias através de atos de extrema crueldade. Através de Alan, Dereck descobre nas doces notas do violino uma forma de chorar suas mágoas.Dereck encontra na música seu maior consolo, e passa a chorar suas dores através do violino. Para quem gosta de terror, música, e histórias de amizade, vale a pena saborear esta obra escrita com delicadeza e pensada nos mínimos detalhes.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento29 de out. de 2016
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    Dereck - Vinicius Macia

    Dereck

    Vinicius Macia

    Capítulo 1.

    Não, não é fácil escrever.Palavras são

    moles, tênues e leves, se esvaem

    facilmente, é quase impossível captura-

    las.Tudo o que acontece nessa vida não é

    facilmente lembrado.Talvez você se lembre

    daquela fútil briga com seus pais, mas será

    que se lembra do essencial, como a cor da

    sua blusa naquele dia? Não, não estou

    sendo irônico, como eu disse as palavras

    se esvaem como areia ao vento, e é dificil

    usa-las como elas realmente são.Pra

    começar devo escrever como tudo começa,

    sem me importar com a forma como tudo

    isso será sentida ou entendida, apenas

    usando desta arma tão perigosa:a palavra.

    Pois bem, era uma noite fria, uma

    2

    madrugada na verdade... o vento soprava de leve e docemente matava os moradores

    de rua e quem quer que seja que estivesse

    mal agasalhado.De longe se ouvia uma

    doce melodia de um violino, levando

    alegria a poucos lugares sem calor.Dereck

    passeava despreocupadamente pelas ruas,

    sem demonstrar sentimento por nada do

    que via.Não se pode culpá-lo, a vida se

    tornou muito escura depois que ele

    perdera o pai em um irônico e

    incompreensível suicídio, e isso o fazia

    refletir as mais infundadas e torpes

    filosofias.A vida para ele nada

    representava, ele nada tinha, nem mãe,

    nem pai.Sua alma estava machucada

    demais para pensar em coisas como certo

    3

    e errado, bem e mal, frio e calor, crime e punição.Seu interior havia se tornado um

    lugar frio, sombrio, sem vida.Ouvi falar

    uma vez sobre algo parecido, talvez de

    uma daquelas professoras inteligentes,

    coisa rara hoje em dia.Sociopata, ou como

    queira chamar,Dereck se mostrava ferido

    por seu próprio destino.Cada inspiração

    doía como uma espada transpassando o

    seu peito.Cada expiração o esvaziava e

    quase o fazia chorar, não fosse pela sua

    frieza interior, que o fazia inteiramente

    incapaz de chorar, mesmo que ele o

    tentasse fazer, coisa que jamais passara

    pela sua cabeça.Queria apenas se livrar

    daquela dor que não cessava jamais, um

    aperto que faria qualquer um de nós

    4

    cometer as piores maldades da história humana, uma dor que grita através de

    coisas como o assassinato e até mesmo

    uma atração fatal ao terrorismo.Sua alma

    quase o mandava se matar, mas por algum

    motivo ele reservava seu ódio pela vida

    aos outros.Desejava a morte a cada corpo

    que olhava, homem ou mulher, rico ou

    pobre, criança ou idoso.

    Não caro leitor, isso não é coisa que

    eu me orgulhe de escrever, mas num mar

    de palavras tão escuras e frias, talvez se

    encontre algum ponto de consolação, de

    misericórdia.Porém, contarei tudo o que

    aconteceu, sem esconder nada e sem

    diminuir os reais fatos, pois tudo o que

    aconteceu jamais poderá ser desfeito, e

    5

    cabe a mim apenas a tarefa de colocar as palavras em ordem, da maneira como tudo

    se sucedeu.

    Dereck andava pelas ruas frias,

    pisando em folhas secas e em poças de

    água, às vezes chovia, mas a chuva não o

    fazia mudar de rumo.A ele parecia

    indiferente a vida da morte, a luz da

    sombra, porém ele se atraia mais ao pior

    lado da moeda, à inclinação natural do

    homem: o mal, o pecado , a face fria do

    ser.Como quisesse ver o semblante de

    horror no ropsto das pessoas, naquela

    noite ele tinha um desejo em especial, uma

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