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As Incríveis Aventuras Do Espetacular Homem Talvez
As Incríveis Aventuras Do Espetacular Homem Talvez
As Incríveis Aventuras Do Espetacular Homem Talvez
E-book124 páginas1 hora

As Incríveis Aventuras Do Espetacular Homem Talvez

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Sobre este e-book

Coletânea de contos dos mais variados gêneros desde o humor, a aventura, o terror até o mais reflexivo drama.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento26 de jul. de 2017
As Incríveis Aventuras Do Espetacular Homem Talvez

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    Pré-visualização do livro

    As Incríveis Aventuras Do Espetacular Homem Talvez - Sandro Bahiense

    As incríveis aventuras do espetacular Homem Talvez

    Sandro Bahiense

    Se me perguntarem se gosto ou não da vida não terei dúvida! Estufarei o peito, abrirei a boca bem grande, olharei no fundo dos olhos da pessoa e sem hesitar direi: Talvez!

    Prólogo

    Tragédias, corrupção, epidemias, tragédias de novo e, vá lá, de vez em quando – bem de vez em quando – um pouquinho de felicidade. Estas são (mas não deveriam ser) as nossas vidas.

    Então o que podemos fazer para melhora-la? Que tal um pouco de humor? ‘As incríveis aventuras do espetacular Homem Talvez’ tenta (e admitamos que tentar já é algo louvável) faze-lo. Nem sempre terá êxito, e isto é fato! Mas a vida não é a uma sucessão de tentativas que se perdem entre vitórias e derrotas? Então...

    Contudo este livro nem sempre irá brincar para (com) você. Falaremos sério também. Tentaremos te meter medo e, especialmente, tentaremos pô-los a pensar.

    Portanto além de um humor rasgado, encontraremos aqui uma pitada de ironia, outra de terror, algumas de aventura e um bocado de mistério. No final: sopa de entretenimento.

    Assopre este livro antes de lê-lo.

    E tenha na ponta da língua a palavra – talvez. Ela é libertadora!

    Índice

    5. A incrível aventura do Homem Talvez

    11. A melhor atriz de Station Falls

    15. A metamorfose por Francisco Everardo

    21. A rosa de Nina

    31. Carrasco de sangue

    34. Confronto

    40. Conversa

    47. Crepúsco

    60. Eu versus o improvável

    72. Flores mortas

    82. Garçom aqui nesta mesa de bar...

    87. Michael Douglas Day

    95. O dono da bola

    99. O homem que desafiou a morte

    106. O homem que só queria um amigo

    110. O mau humor de Papai Noel

    117. O monstro

    95. O perigo está dentro de casa

    123. Pais e filhos

    138. Sociedade dos nomes próprios

    148. Uma história de amor

    A INCRÍVEL AVENTURA DO HOMEM TALVEZ

    Era mais um dia normal no planeta XT65. As famílias seguiam sua rotina. Os jovens, apressados, iam de um lado para outro com seus transportes movidos a energia núcleo-biológica. Os adultos falavam em seus micro comunicadores enquanto seguiam de teletransportes de um ponto a outro da cidade. Velhos jogavam dados intergalácticos animadamente em praças flutuantes, enquanto crianças brincavam de triângulo de carbono multi iluminado, febre daquele verânico (uma espécie de estação entre a primavera e o verão).

    Ninive preparava um recipiente de elixir de flores de papoula roxa para Xis, seu bebê de 154 anos. O neném, por sua vez, tentava a todo custo alcançar o controle geral da casa (adorava ficar abrindo e fechando a garagem aérea da residência). A rotina, contudo, foi mudada pela entrada abrupta de Gorgyous, pai de Xis e marido de Nínive. O executivo adentrou a casa pedindo para falar com a esposa urgentemente.

    Havia tempos que extremistas religiosos alertavam sobre a possibilidade de Zys, uma espécie de grande inimigo daquele local (equivalente ao diabo aqui na Terra), retaliar o planeta que o baniu para as sombras de XT65, mesmo com os cientistas e as autoridades rechaçando veementemente esta hipótese. Pois os estudiosos estavam errados, e os zelosos religiosos, por sua vez, certos. Zys retornou àquela constelação e lançou sobre o planeta uma terrível punição. XT seria dizimada por bolas de fogo que queimariam a todos.

    Por sorte, Nínive e Gorgyous eram muito devotos e grandes amigos do Reverendo Crawl, figura importante da região. Foi o reverendo que sugeriu uma arriscada saída mediante ao iminente extermínio do planeta. Botar Xis numa capsula que a seita havia construído secretamente ao prever a volta de Zys e manda-lo a algum outro planeta receptivo para que contasse a todos sobre a ação de tão maléfico vilão, além de impedir a total extinção dos moradores daquela região. De fato Zys lançou bolas de fogo sobre o planeta e coube aos pais de Xis manda-lo a outro lugar distante dali. O lugar escolhido? O planeta Terra.

    Chegando aqui o bebê foi encontrado e, sem ninguém a reconhece-lo como filho, acabou em um orfanato. Por pouco tempo, porém. O garoto foi acolhido por um doce casal de velhinhos que o batizaram de Maybe. Os primeiros meses do neném foram tranquilos e sem grandes percalços. Entretanto tudo começou a ficar estranho durante o processo do início da fala de Maybe. Como em XT65 a misantropia ou o altruísmo eram proibidos, advérbios como sim ou não eram totalmente descartados. Quando postos em xeque, os xtpetianos respondiam um indefectível talvez, competindo ao contexto, então, se aquilo deveria ser entendido como positivo ou negativo. Mesmo sendo alfabetizado aqui na Terra, Maybe permanecia com esta característica vocabular tão marcante.

    Todos estranharam, por exemplo, quando a primeira palavra do neném foi talvez, enquanto a grande maioria fala mamãe ou papai. Mas foram nas respostas do garoto que vinham as grandes surpresas: Quer mamadeira neném? Gu-gu da-da, talvez. Fez coco? Talvez. Você ama a mamãe? Talvez!

    Contudo, com o passar do tempo, seus achegados acabaram por se acostumar com esse seu jeito. O problema foi com quem não o conhecia. "Você sabe a resposta do dever pequeno Maybezinho? Hum... talvez. Foi você que quebrou a minha vidraça com essa bola, moleque? Ixi... talvez..."

    Quando adolescente as coisas não melhoraram. "Você quer me beijar? Talvez (leva um tapa na cara); "Você passou a mão no meu peito? Éééé... hum... talvez (leva um tapa na cara); Ei, você deu em cima da minha namorada? Olha cara, talvez!" (leva outro tapa na cara)... 

    Ainda assim arrumou uma namorada, noivaram e foram se casar. Quase, porém, pôs tudo a perder "você aceita essa bela jovem como sua esposa? Talvez!" (a mãe da noiva desmaia)

    Certo dia quase perdeu a vida "perdeu! Passa o celular! Talvez!. Ficou mais tempo que o esperado internado, pois respondia todas as perguntas dos médicos com o mesmo adjunto: Seu sangue é o+? Dói aqui? Você é alérgico a analgésico? Posso espetar uma agulha no seu olho? Talvez, Talvez, Talvez, Talvez...."

    Felizmente se livrou da morte, mas não conseguia arrumar emprego "São dez mil reais, mais vale transporte, ticket e plano de saúde. Aceita o emprego? Talvez! Até que conseguiu uma vaga como professor. Às vezes os garotos lhe perguntam: Professor, posso ir ao banheiro? Professor, já corrigiu as provas? Professor, será que eu vou ficar reprovado? Talvez, ha, ha, ha!"

    Hoje o mundo é um lugar melhor graças à toda indefinição do Professor Maybe. Onde todo dia é dia de não responder nada

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