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Um Rápido Guia Para Entender O Alcorão
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Um Rápido Guia Para Entender O Alcorão
E-book244 páginas2 horas

Um Rápido Guia Para Entender O Alcorão

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Sobre este e-book

Este Guia não é dedicado a muçulmanos, pois só questionaria (inutilmente) sua fé. Pressupõe-se a idéia da crítica e a análise de um ponto de vista teoricamente neutro. Como sabemos ser impossível a perfeita neutralidade, assumimos, em última instância, uma perspectiva da cultura ocidental, ora cristã, ora anti-monoteísta mesmo. Desobrigamo-nos assim de moralismos vãos. Fragmentos do Alcorão comentado em Português por Samir El Hayek foram divididos por tema e destrinchados. Há duas seções principais, dedicadas à análise do Alcorão em si e à repercussão do livro na contemporaneidade. Há um apêndice à segunda parte para tratar da polêmica questão de Abraão, o sacrifício do filho e a eleição do Deus Único, central para o Islam. Recorremos a Temor e Tremor de Kierkegaard. Ao final do Guia, indicações de leitura para aprofundamento e poemas do autor Rafael Aguiar.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento2 de abr. de 2017
Um Rápido Guia Para Entender O Alcorão

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    Um Rápido Guia Para Entender O Alcorão - Rafael De Araújo Aguiar

    UM RÁPIDO GUIA PARA ENTENDER O

    ALCORÃO

    Aguiar, Rafael de Araújo.

    Um rápido guia para entender o Alcorão. – 2ª ed. –

    Brasília: Clube de Autores, 2017.

    226p.; 14,8x21 cm

    ISBN 978-85-9228-520-3

    1. Filosofia e teoria da religião 2. Aguiar, Rafael de Araújo.

    I. Título.

    UM RÁPIDO GUIA PARA ENTENDER O

    ALCORÃO

    Rafael de Araújo Aguiar

    2ª Edição

    ÍNDICE

    PREFÁCIO DO AUTOR

    XV

    PRÓLOGO DE SAMIR EL HAYEK (Passagens)

    XX

    O ALCORÃO LITERAL

    25

    ANTI-SEMITISMO

    27

    BÍBLIA & ALCORÃO I: Metalinguagem

    31

    CASAMENTO I

    33

    CONDIÇÃO HUMANA I

    36

    CONTROVÉRSIAS EM TORNO DE JESUS I

    41

    DONS DIVINOS I

    43

    FRAGMENTOS DIFÍCEIS DE INTERPRETAR I

    48

    JUÍZO FINAL & RESSURREIÇÃO DOS MORTAIS I

    51

    MULHERES & UM PROTO-FEMINISMO I

    54

    PARAÍSO & RECOMPENSA AOS FIÉIS I

    56

    POLITEÍSMO & MITOLOGIA PAGÃ I

    58

    PUNIÇÃO ETERNA

    60

    SEXO DOS ANJOS I

    64

    TABUÍSMO I

    66

    VIDA DE MAOMÉ I

    71

    OS COMENTÁRIOS SOBRE O ALCORÃO

    75

    BÍBLIA & ALCORÃO II

    77

    – APÊNDICE ESPECIAL:

    Abraão, Ismael, Isaac e o Salto da Fé –

    91

    BIOLOGIA

    126

    CALENDÁRIO

    130

    CASAMENTO II

    132

    CONDIÇÃO HUMANA II

    138

    CONTROVÉRSIAS EM TORNO DE JESUS II

    140

    CRISTÃOS, JUDEUS & MUÇULMANOS

    147

    DONS DIVINOS II

    151

    FRAGMENTOS DIFÍCEIS DE INTERPRETAR II

    152

    GEOGRAFIA

    154

    HISTÓRIA

    157

    JUÍZO FINAL & RESSURREIÇÃO DOS MORTAIS II

    163

    MULHERES & UM PROTO-FEMINISMO II

    166

    PARAÍSO & RECOMPENSA AOS FIÉIS II

    170

    PÉROLAS CIENTÍFICAS E MORAIS

    172

    POLITEÍSMO & MITOLOGIA PAGÃ II

    181

    QUESTÕES LINGÜÍSTICAS

    188

    SEXO DOS ANJOS II

    193

    TABUÍSMO II

    195

    VIDA DE MAOMÉ II

    199

    RECAPITULAÇÃO DAS INDICAÇÕES DE LEITURA

    209

    ANEXO

    POEMAS & AFORISMOS DO AUTOR INSPIRADOS

    PELO ALCORÃO (Seria um profeta?)

    217

    PREFÁCIO DO AUTOR

    Não preciso ter medo de ser bem direto neste

    prefácio, como sou no livro inteiro, tendo evitado o formato

    de um exaustivo ensaio que chegasse às mesmas conclusões

    que minhas curtas e ferinas notas (espero que o leitor não

    leve a mal). De qualquer forma, vê-se bem que o Guia não é

    dedicado a um muçulmano, pois só questionaria (inu-

    tilmente) sua fé. Pensei em adicionar a palavra Crítico ao

    título, no entanto concluí que seria redundante, já que um

    Guia, ainda que enxuto, elaborado para se entender um livro

    religioso, pressupõe-se, deve ser no mínimo reflexivo e

    independente, se desobrigando de fazer concessões e su-

    cumbir a moralismos.

    A maior – e inevitável – dificuldade que

    encontrei em meu trabalho foi em separar alguns fragmentos

    ecléticos por tema, abordagem escolhida não sem alguma

    hesitação. A maneira de resolver o dilema das "passagens

    multidimensionais" consistiu em dar prioridade contextual

    ou pelo menos arbitrária a um dos aspectos tratados.

    Tentou-se ao máximo replicar as mesmas categorias nas duas

    metades, por assim dizer, desta obra, i.e., a que condensa o

    Alcorão propriamente dito, tal qual veio ao mundo ou tal

    qual nos aparece hoje, e a outra, dedicada aos comentários

    XV

    do professor lusófono especialista na religião. Mas nem

    sempre foi possível a presença dos mesmos capítulos nas

    duas bandas, assimetria pela qual espero que me desculpem.

    E alguns capítulos demasiadamente pequenos numa parte

    ficaram extensos na outra, e vice-versa. Ilustração deste des-

    compasso se encontra nas freqüentes analogias e paralelos

    feitos pelo comentador Samir El Hayek entre os versos do

    Alcorão e os reinos animal e vegetal. Sem pesquisar muito

    sua vida pessoal, me arriscaria a dizer que El Hayek tem na

    Biologia sua principal ocupação mundana. Os escritos do

    profeta Maomé quase não contêm referências à Biologia,

    portanto seria deformar a realidade tentar espelhar este

    tópico no meu Guia. E, para dizer a verdade, a própria

    diferença no tamanho final das partes consideradas

    separadamente evidencia ao máximo a impossibilidade de

    resolver as coisas pela via das duplicatas: enquanto o

    Alcorão sagrado e suas citações e resumo ocupam cerca de

    20% das páginas, 40%, ou seja, o dobro, são tomados, de

    forma egoísta, pela jactância retórica e oratória do

    comentador El Hayek, um muçulmano-brasileiro a quem

    nem a Internet parece conhecer muito bem (o fato de ele ser

    autor da tradução mais disseminada em Português, entre-

    tanto, nos credencia a utilizá-lo aqui como "contraponto

    espiritual" e boa fonte de consulta sobre detalhes muito

    XVI

    herméticos do Islã). Isso sem levar em conta meus próprios

    comentários, ou seja, minha intervenção de verve semiótico-

    satírico-literária. Contudo, eu intervim por igual nas duas

    grandes seções do Guia, seja resenhando os versos

    maometanos diretamente ou tecendo observações quase

    sempre pouco lisonjeiras acerca dos dizeres de El Hayek

    (trocando em miúdos, comentários dos comentários,

    comentários ao quadrado ou comentários em "segundo

    grau", como preferir – um pagão aficionado por comparar

    religiões, no primeiro caso, e um praticamente ortodoxo,

    para o segundo tipo de comentarista). Há, em resumo, um

    triplo discurso no Guia: o autêntico, ou divinamente

    revelado; o do fiel respeitador (nosso contemporâneo); e o

    meu, completamente escrachado e herege, na comparação

    com os dois anteriores. Seria eu a síntese tão perversa quanto

    exata que estava faltando? Que sei eu, e que sabemos nós!...

    Por último, providenciei um anexo para alojar

    meus poemas inspirados pela leitura desta edição do Alcorão.

    Ou ao menos os versos estéticos que vieram à tona na época

    em que estava mais envolvido com a tarefa. Seria impossível

    arranjar um lugar para estes escritos em meio às seções

    anteriores, sob pena de comprometer o didatismo da obra.

    Além do mais, considero um ótimo bônus, a justificar o meu

    XVII

    nome na capa, e não simplesmente o de Maomé ou de El

    Hayek.

    Muita atenção também para o apêndice

    especial ao capítulo BÍBLIA & ALCORÃO II, onde utilizei

    Søren Kierkegaard e Theodor Adorno, por julgar que vinha

    muito a propósito.

    Se o meu Guia soar pretensioso, insuficiente,

    ridículo ou iconoclasta demais (qual será o limite aceitável

    do ataque às instituições milenares?), enfim, aquém das

    expectativas do meu querido apreciador de ocasião, alego,

    em minha defesa, que é natural que, como artista e

    irreligioso, eu falhasse na missão e não conseguisse pleno

    êxito em tarefa tão casta... Mas a ela fui impelido por uma

    insaciável fome intelectual e moral interior, quase uma

    compulsão, desenvolvida e sofrida muitos meses a fio. Sendo

    assim, só este esforço sistemático já é digno de respeito,

    não concorda?

    XVIII

    Linha do tempo do projeto

    Primeira leitura iniciada em 10 de Maio de 2015.

    Primeira leitura e anotações pessoais finalizadas em 26 de

    Abril de 2016.

    Esforços para a publicação do livro iniciados em 28 de Abril

    de 2016.

    Últimos retoques, diagramação e revisão final concluídos em

    1º de abril de 2017.

    Publicação da 1ª edição, versão preliminar sem a aquisição

    do International Standard Book Number, no site do Clube

    de Autores, em 2 de abril de 2017.

    Publicação da 2ª edição, com ISBN, em 11 de abril de 2017.

    Créditos

    Imagem (capa e contracapa): Deserto do Omã – retirada de

    thousandwonders.net/

    Foto do autor (orelha): Brenda Ribeiro Melo

    Design de capa e acabamento das imagens: Autor

    XIX

    PRÓLOGO DE SAMIR EL HAYEK (Passagens)

    "A ciência da exegese nasceu débil e cresceu

    paulatinamente até alcançar a maturidade, e seguir formi-

    davelmente neste diapasão que conhecemos hoje."

    "Os brâmanes, os budistas, os judeus, os masdeístas e os

    cristãos podem comparar o método empregado para a

    preservação dos ensinamentos básicos de suas respectivas

    religiões com o método dos muçulmanos. Quem lhes

    escreveu os livros? Quem lhos transmitiu de geração a

    geração? Será a transmissão provinda de textos originais ou

    apenas tradução? Não haveriam as guerras fratricidas

    causado dano às cópias dos textos? Não haverá contradições

    internas ou lacunas cujas referências são encontradas em

    outro lugar?"

    "Ele próprio [Maomé; Mahomet; Mohammed; ou ainda

    Mohammad] ditou certos textos a seus escribas, o que

    chamamos de Alcorão [Corão; Quran, etc.]; outros textos

    foram compilados por seus companheiros na maioria das

    vezes por iniciativa própria; e a esses escritos chamamos de

    Tradição."

    XX

    "É razoável acreditarmos que as primeiríssimas revelações

    recebidas pelo Profeta não foram imediatamente submetidas

    à escrita, pela simples razão de que não havia, ainda, compa-

    nheiro algum ou aderentes. Estas primeiras partes não eram

    nem longas, nem numerosas. Não havia risco de que o

    Profeta pudesse esquecê-las [não?], uma vez que ele as

    recitava freqüentemente em suas orações e em conversas

    proselíticas."

    "As revelações continuaram durante a inteira vida

    missionária de Mohammad, 13 anos em Makka [Meca] e 10

    em Madina [Medina]."

    "Todos os doutos afirmam, com autoridade, que o Profeta

    recitava todos os anos, no mês de Ramadan, perante o anjo

    Gabriel, a parte do Alcorão até então revelada, e que no

    último ano de sua vida Gabriel pediu-lhe que o recitasse

    inteiro duas vezes."

    "Esta prática [maratona de leitura], chamada de Tarawih,

    continua a ser observada com grande devoção até estes

    nossos dias."

    XXI

    "Havia então em Madina vários Huffaz (aqueles que sabiam

    todo o Alcorão de cor), e Zaid era um deles. Sob a direção

    do Califa, Zaid transcreveu o texto escrito em pergaminhos

    ou pedaços de couro, nas omoplatas das reses, nos ossos, nas

    pedras polidas e mesmo em pedaços de porcelana. A cópia

    condizente, assim preparada, foi chamada de Mushaf

    (encadernação)."

    "É concebível que as grandes conquistas militares dos

    primeiros muçulmanos induzissem alguns espíritos

    hipócritas a proclamarem sua impulsiva conversão ao Islam

    por motivos materiais, e para tentar danificá-lo de maneira

    clandestina. Eles fabricaram versões do Alcorão com

    interpolações. As < lágrimas de crocodilo >, que foram derra-

    madas pela destruição das cópias não-autenticadas do

    Alcorão, por ordem do Califa Otman, somente poderiam ter

    sido de tais hipócritas."

    "As cópias do Alcorão enviadas por Otman aos chefes das

    províncias gradualmente desapareceram nos séculos sub-

    seqüentes; apenas uma delas, que presentemente se encontra

    em Tashkent, chegou até nós [que milagre conveniente!]."

    XXII

    "há repetições, e mesmo mudanças nas formas de expressão.

    Deste modo, Deus fala às vezes na 1ª pessoa e às vezes na

    3ª." Mais detalhes na seção QUESTÕES LINGÜÍSTICAS.

    "Com o passar do tempo, o Alcorão tem, em virtude de sua

    reivindicação de origem divina, desafiado a todos a criarem,

    conjuntamente, mesmo uns poucos versículos iguais aos que

    ele contém. Tal desafio porém tem permanecido sem respos-

    ta até os nossos dias." Não se enganem: somente em matéria

    de escritos religiosos, eu apontaria o Velho Testamento e o

    Mahabharata como superiores, e olha que talvez sejam os

    únicos que conheço dentre as religiões principais. Mas se

    estendêssemos o desafio à Poesia Moderna, a Europa estaria

    ganhando por 7 a 1 já antes do Romantismo, mesmo se

    excluíssemos, para equilibrar a partida, os escribas

    teutônicos... Que dó!

    "2. Nos primitivos Livros Divinos os homens mesclaram

    suas palavras com as palavras de Deus, porém, no Alcorão

    encontra[m]-se tão-somente as palavras de Deus – em suas

    prístinas purezas. Isto é admitido, mesmo

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