Fragmentos completos

De Maria Fernanda Vasconcelos de Almeida

Este não é um livro de estreia qualquer. Os Fragmentos completos de Maria Fernanda Vasconcelos de Almeida instigam desde o título – sonoro, irônico e paradoxal – e trazem uma nova surpresa a cada página, revelando uma poeta com um repertório variado de preciosos achados literários. Um título, um verso, um dístico, um brinde, súbito uma prosa – talvez este livro seja mesmo um romance que se fez poema, de tão depurada e certeira a escrita, nos levando pela alternância de ritmos para dentro de uma composição quase musical, que dialoga com Ana, com Hilda, com Mondrian e Matisse, que arquiteta algo que vai além da forma e do conteúdo, na conjunção de ambos, e que é pura arte. Do melhor quilate: que reúne e concentra todas as outras em literatura, que nos leva pela matéria viva da palavra a tantas descobertas, a tantas paisagens íntimas e múltiplas, e que podemos apreciar e desfrutar a cada nova leitura. No fragmento do discurso, na forma da letra, na colagem ou na métrica, no (des)encontro amoroso, na manobra elementar (sorte do rapaz que abandono / pontualmente às dez para dez // preciso de gole de conhaque / e do próximo que não me quer), no drible mortal, no divã ou no outro sim, a poesia de Maria Fernanda é daquelas que vem para ficar. De vez.

• Idioma: Português
• Editora: 7Letras
• Data de lançamento: 13 de out. de 2023
• ISBN: 9786559056781

Pré-visualização do livro

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Índice

inventário

iniciais no verso

luvas de pelica

curto circuito

impressão digital

homenagem a matisse

colagem manual

memento much more

varal geral

composição futurista

en passant

triplo iii

mergulho

eu portátil

cartão-postal

confessional

Penso no fragmento [...]

nove

poema para fim imediato

eu somente

anotações de viagem

querido capitão américa

drible mortal

poema protocolar

poema mondrian

edição especial

meu rosto fora de foco na foto [...]

aéreo

queen queer querelle e o que elle quer [...]

solúvel substancial

a bordo

quimera

de fato [...]

moviola

Nua e crua me escondo [...]

allegro agitato

daquele que dispara

anatomia

manobra elementar

programa gratuito

breve soneto: poema [...]

querida carolina

anatomia frontal

inconstante sempre fui assim [...]

arquivo público

Trago lírio branco na lapela [...]

queda livre

Empurro para longe [...]

no país das maravilhas

corretor automático

dois

souvenir origami

correspondência particular

Eu escuto ondas quebrando nos rochedos [...]

6&

sete

narciso branco

questionário

fio condutor

evangelho primeiro

evangelho segundo

sinceramente sua

verniz vocabular

pingente pungente

fetiche cubista

homenagem a godard

oito

pessoalmente

portrait aberto

etiqueta social

Querido diário, [...]

Aviso na entrada do salão: [...]

portanto

narciso simples

manifestante

madame x

rigor formal

lobo mau

cílios postiços

testamento

inferno interno

nominal id

ex libris

ecco xx

composição para o artista

inflamável

serei a

penso na etimologia da palavra [...]

no divã

balada do melodrama

circunspecto

Ela chegou quase uma hora atrasada [...]

era uma vez

versus

corte transversal

medida paliativa

Querido diário, [...]

martelo amarelo

fato é que no silêncio [...]

rito final

regra do jogo

revolt-e

outro sim

Querido diário, [...]

periódicas anotações

do que penso de penny

minuta poética

Tais circunstâncias geográficas [...]

nota lacaniana

Ao longo de doze anos [...]

Na sequência das notas [...]

Poucos dias depois do casamento [...]

doze apóstolos

oito de agosto

Quando eu nasci o sol existia [...]

posso pensar que não foi jules [...]

boom bela belga [...]

é o tempo que transforma [...]

Sobre o autor

Texto de orelha

Para John

Le Paradis n’est pas artificiel

but spezzato apparently

it exists only in fragments

ezra pound, Pisan Canto lxxiv

inventário

nas letras do prefácio

minha breve introdução

antes do final de abril

publico primeiro capítulo

daquilo que apresento

agora de antemão

iniciais no verso

meu rosto

na caligrafia

registro de iniciais

completas

no final da página

luvas de pelica

só dois aplausos

na hora da largada

início de percurso

na contramão

curto circuito

palavra em linha reta

forma

poema concreto

mas

cristina critica

impressão digital

em tipografia barroca

existe um verso único

sobre coisa pouca

escrito a posteriori

homenagem a matisse

minha identidade pública

minha página em branco

minha camisa xadrez

minha dose de Jerez

meus códigos