Bonecas De Pano
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Bonecas De Pano - Warley Matias De Souza
A MENININHA DE VESTIDO AZUL
inevitável encontro com o destino
MAGNÓLIA ACORDA ASSUSTADA. Novamente, aquele pesadelo. A boneca de pano, ensanguentada, verte sangue por todos os poros do tecido e inunda o mato seco de algum lugar escuro e abandonado, enquanto o gemido de meninas plangentes, repetem, tristemente, a palavra mãe
. Mas, na nebulosidade do sonho, surge o rosto assustado de uma menininha de vestido azul, de sete anos, que grita:
— Paaaaaaaaiiiiiii!
Magnólia abre os olhos castanhos, grandes e assustados. Dentro de sua cabeça, reverbera o grito agudo da menina que chama pelo pai. A mulher vira-se na cama. Lá está o marido, Fernando, adormecido, num sono tranquilo, um ressonar que causa inveja à esposa. Ela senta-se na cama. O quarto é claro, tem paredes creme e cortinas brancas. O sol da manhã atravessa a fina cortina e inunda o quarto de luz. Magnólia olha em torno. Seus olhos apresentam profundas olheiras, resultado das noites maldormidas. Ela sente-se como um estranho no ninho. Aquele quarto não combina com ela. Toda aquela claridade, toda aquela brancura! A cada dia, ela é obrigada a se ver naquela aura de paz, que é o seu oposto, contrária aos seus sentimentos sombrios, à sua profunda infelicidade.
Preciso continuar
, ela pensa.
Aquele pensamento mostra sua resignação e também o seu desespero. Não há outra alternativa. Não há escolhas. Todo mundo diz que há escolhas. Porém ela sabe que isso é uma grande mentira, um grande embuste dos otimistas. Não há escolhas, há somente um caminho a seguir, um caminho imposto, quiçá pela vida, por Deus, pelos homens, pelo nada, pelo impulso animal, irracional, de continuar.
Magnólia levanta-se, caminha até o banheiro. Olha para o rosto pálido no espelho. Os cabelos castanhos, lisos, compridos e desgrenhados, as olheiras dominantes em contraste com sua pele branca. O cansaço, o desespero contido, a angústia. O espelho mostra a sua camisola branca, o volume dos seus seios sob o tecido leve, e isso provoca-lhe um ricto de asco. Ela abre a torneira da pia, abaixa-se para lavar o rosto. Levanta a cabeça, o rosto molhado, passa as mãos, molhadas, nos cabelos. Abre o armário, pega a escova e passa o creme dental. Então, como num clichê de filme de terror, quando ela fecha o armário, o espelho acusa a presença de outra pessoa. Magnólia se assusta, grita, deixa a escova cair no interior da pia amarela.
— Sou eu! — diz o marido e abraça-a.
Os dois, abraçados, vão abaixando-se, e, ajoelhados, no chão do banheiro, o marido tenta acalmar a mulher, que chora.
— Desculpa, meu amor. Eu não queria assustá-la. Agora está tudo bem. Desculpa. Você anda tão tensa! Preciso ter mais cuidado com você. Prometo que isso não se repetirá. Vou cuidar de você.
Magnólia, com olhos de louca, vê um monte de moscas varejeiras sobrevoando o banheiro. Fecha os olhos, aperta-os. Abre-os novamente. As moscas não estão mais lá.
Preciso tomar um banho
, pensa Magnólia.
Desvencilha-se dos braços do marido. Enxuga