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Shaman
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E-book101 páginas1 hora

Shaman

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Sobre este e-book

As vezes a vida segue um status quo natural. Ficamos presos a mesmice, ao esperado. E então, um dia tudo que sempre esperamos bate a nossa porta. Agora, mas cruzar ou não o batente, é uma decisão de cada um. Esta pronto? -Sabia que eu nunca me acostumei com essa sua ansiedade, ao menor sinal de algo fora do caminho você já começa a andar. Mas sobre a moça... Talvez você devesse ir atrás dela. -Ela não existe! – Gritou Jack exaltado -As vezes as coisas mais reais são aquelas que não existem – Disse o velhinho passando o dedo indicador sobre o gargalo da xícara
IdiomaPortuguês
Data de lançamento22 de fev. de 2016
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    Pré-visualização do livro

    Shaman - Leonardo G. Wild

    Prologo

    " Suando como achara ser impossível, eu corria por

    uma passagem escura, não dava para ver muito apenas as

    paredes que antes eram brancas agora consumidas pelas

    manchas de humidade e o chão forrado por um carpete

    imundo cheirava a carniça. Era como se a própria morte

    estivesse atrás de mim, tive a sensação de correr por quase

    uma hora naquela fila do abate, até que finalmente ver ao

    longe uma porta de incêndio vermelha, parecia tão longe,

    mas ao mesmo tempo logo no final do corredor. Corri ainda

    mais rápido, sendo tomado por todo o desespero do mundo

    e quando finalmente a alcancei, não me dei nem ao trabalho

    de olhar o que estava do outro lado, apenas cruzei seu

    batente sem excitar.

    "Meus olhos levaram algum tempo para se adaptar a

    luz, era tudo muito claro e barulhento. Só depois de alguns

    instantes eu notei que estava em um parque de diversões.

    Ainda que suando agora parecia poder descansar um pouco,

    e justamente enquanto eu olhava as crianças correndo ao

    redor dos brinquedos luminosos que cortavam a noite a

    porta de incêndio atrás de mim começou a fazer um barulho

    ensurdecedor, como se uma manada estivesse tentando

    atravessa-la. Não fiquei muito mais para ver o que estava

    prestes a ser libertado, apenas voltei a correr, desviando de

    todo obstáculo no caminho, atravessei o parque todo, em

    menos de cinco minutos já estava adentrando a enorme

    floresta que ficava a cerca de cem metros do parque.

    "Assim que entrei na floresta todo os sons e luzes

    do parque de diversão não me alcançavam mais, era como se

    não estivesse a poucos metros de mim e para ser franco

    parecia que nem estava no mesmo mundo. Com medo de

    voltar e encontrar aquilo que me perseguiu eu continuei

    andando pela floresta. Quanto mais fundo eu ia mais escuro

    o lugar ia se tornando. Devo ter andado por horas até que

    alcancei o que parecia ser o coração da floresta, uma arvore

    gigantesca, sua base quase tão grande como um campo de

    futebol se ramificava em milhares de raízes tão grossas como

    rios. Estava tudo conectado, a floresta toda era fruto daquela

    arvore que assim como um animal exalava vida e consciência,

    mas não pude observa-la por muito tempo, logo um riso

    vindo do alto me distraiu.

    " O riso do alto vinha de uma mulher sentada em um

    dos grandes galhos da arvore principal, ela era linda, cabelos

    longos e ruivos combinavam perfeitamente com suas sardas

    e também com seu enorme sorriso, e embora estivesse em

    um lugar tão inóspito ela usava um grande vestido branco

    que cobria até seus pés. Eu a chamei mas ela apenas deu

    outra risada, então decidi que seria melhor eu escalar até lá e

    conhece-la pessoalmente. Já me encontrava na metade do

    caminho quando escorreguei e cai... quando me levantei

    olhei para cima na esperança de ver que a moça ainda

    continuava lá, mas ela não estava. "

    "Me virei para olhar novamente a imensa floresta

    que ganhava vida das raízes da arvore, dei de cara com a

    moça, que pairou no ar, deu um grito tão alto que a própria

    arvore tremeu. Só lembro de ter acordado no meu flet.

    - Você acha que eu estou ficando louco? - Disse Jack,

    encarando o psicólogo que se recostava em uma grande

    poltrona a menos de um metro dele.

    - Não, Apenas está tendo o que nós psicólogos

    chamamos de estresse pós traumático - Disse o senhor - Veja

    bem, como seu psicólogo é meu dever te recomendar

    descanso e se possível até um afastamento do trabalho. Mas

    como seu amigo, digo que seria bom até mesmo você

    encontrar um hobbie. Va conhecer outros lugares ou apenas

    morar na praia por um mês, Não importa muito. O fato que

    você precisa encontrar uma maneira de relaxa, para o bem

    da sua saúde.

    - Eu venho sonhando com essa mulher quase que

    todas as noites no último ano, você realmente acha que uma

    viagem será capaz de fazer com que eu a esqueça? - Jack

    estava agitado, não mais deitado no divã, agora se

    encontrava dando voltas em torno do seu próprio eixo, em

    uma tentativa falha de acabar com a ansiedade que o tomava

    dos pés a cabeça

    - Justamente isso, a cerca de um ano você vem aqui

    todas as semanas e menciona sobre essa mulher e suas

    incríveis viagens. Talvez esteja na hora de você deixa-la ir,

    mesmo ela sendo fruto do seu subconsciente - O homem deu

    uma pausa, colocou uma das mãos em seu terno e de lá tirou

    um lindo relógio de prata ao qual olhou e disse - Mas tudo

    isso teremos que trabalhar melhor semana que vem, pois seu

    tempo acabou.

    Então a consulta acabou, Jack desceu as escadas do

    grande prédio de vidro no coração da paulista rumo a sua

    casa, inconformado com o fato do tempo passar tão rápido

    justamente nos momentos que nos são mais necessários, e

    também com a ideia de largar tudo e simplesmente viajar.

    Era um homem simples, sempre fora. Cabelos pretos lisos

    como seda que desciam até quase seu pescoço, pele clara

    muito bem acompanhada de olhos castanhos (não que

    alguém os visse, uma vez que Jack sempre estava usando um

    óculos escuro, desses modelos aviadores ao quais cobriam

    boa parte do seu rosto) porte atlético algum, era muito baixo

    e muito magro para a maioria dos esportes, porem quando

    mais novo todo final de semana ia praticar corrida no sitio do

    seu tio que ficava algumas horas de são Paulo.

    Quando finalmente terminou de descer os 32

    andares que o separavam do chão se arrependeu de não ter

    esperado mais pelo elevador, mas até ele sabia que o

    arrependimento jamais o garantira nada antes, ignorou e foi

    para o metro. O metro estava longe de ser o seu lugar

    preferido no mundo, ainda mais em horários de pico, porque

    mesmo gostando do contato humano, você nunca estará

    pronto para os metros e trens de São Paulo lotados. Não sei

    se foi o ar viciado ou a simples magia dos tuneis, mas Jack

    parou e ficou olhando em direção ao imenso vazio escuro de

    onde vem os vagões e ele ouviu como que ao pé do ouvido

    uma voz dizendo:

    -Venha comigo

    Ele se virou tão rápido quanto pálido, não conseguiu

    ver nada que fugisse do normal, que no caso seria pessoas

    com caras de cansadas e insatisfeitas por estarem mais um

    dia se amontoando para em poucas horas estarem voltando

    para o trabalho. Ele sabia que não adiantaria ele ficar à

    espera de algo ou alguém, seja lá o que fosse aquilo já havia

    ido embora, ou nem mesmo havia estado la. Entrou no vagão

    seguinte e durantes as nove longas estações que esperou até

    saltar, ficou pensando mais uma vez na floresta ao qual

    sonhara ter visitado; era realmente linda e foi como se algo o

    quisesse lá.

    Chegou em casa e como um zumbi soltou sua mala

    no chão, trancou a porta e se jogou no sofá e dormiu, mesmo

    ainda sendo apenas oito horas de uma sexta. - Seu

    apartamento

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