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Cérebro Orgânico Turbinado
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E-book777 páginas7 horas

Cérebro Orgânico Turbinado

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Sobre este e-book

CÉREBRO Orgânico TURBINADO – ebook voltado para estudantes, vestibulandos, concursistas, treineiros, jovens executivos e (por que não!) idosos, com pesquisas e informações direcionadas a combater a diminuição da atuação de algum aspecto do processo cognitivo, como memória, concentração e raciocínio, por exemplo, e que aparecem na forma de sintomas como nervosismo, ansiedade, dificuldades de aprendizagem, descontrole da inteligência emocional, e demências como Alzheimer e Parkinson. Encontre dicas úteis que irão transformar a sua própria vida e/ou o possibilitará ajudar algum familiar ou amigo, e poderá te auxiliar a administrar emoções que se acumulam e impedem a vencer obstáculos diários, família e/ou filhos para lidar, escola, trabalho, metas e prazos para cumprir, reuniões para participar, decisões para tomar.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de jan. de 2021
Cérebro Orgânico Turbinado

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    Cérebro Orgânico Turbinado - Sérgio Carvalho

    CAPÍTULO 1

    PREPARADO PARA TURBINAR SUA CAPACIDADE CEREBRAL?

    O físico e crítico de arte Mário Schenberg já dizia que ‘temos vários cérebros, e não um só’, para explicar que nossos estágios evolutivos estão todos presentes em nosso cérebro, e assim temos elementos de nosso cérebro de réptil (sensorial e intuitivo), nosso cérebro de mamíferos e os elementos mais racionais do cérebro humano. Pensando nas analogias de Schenberg, é possível dar um salto e dizer que ali, no córtex pré-frontal (nosso juiz das decisões executivas), repousa o último estágio evolutivo de nosso cérebro, nossas estratégias e decisões, um elemento decisivo nos rumos que nossa vida tomará.²

    "Segundo a mitologia romana, mas também etrusca, Jano (do latim Janus ou Ianus) era o porteiro celestial, sendo representado com duas cabeças, simbolizando os términos e os começos, o passado e o futuro, o dualismo relativo de todas as coisas, sendo absoluto somente a Divindade.

    Figura 1: Jano, porteiro celestial

    Fonte: Gnosis On Line .org.³

    Em seu templo, as portas principais ficavam abertas em tempos de guerra e eram fechadas em tempos de paz. Jano preside tudo o que se abre, é o deus tutelar de todos os começos; rege ainda tudo aquilo que regressa ou que se fecha, sendo patrono de todos os finais.

    Jano foi a inspiração do nome do primeiro mês do ano (janeiro, do latim januarius), o qual foi acrescentado ao calendário por Numa Pompílio (715-672 a.C.), sucessor de Rômulo, personagem histórico-mítico que, segundo Plutarco, teria fundado Roma, na Itália.

    No entanto, será que este Ser Divino realmente foi somente o fruto da fértil imaginação dos mitólogos antigos ou é um personagem divino que verdadeiramente existe nas Dimensões Superiores da Natureza?"

    Para aclarar essa questão, Saúde Orgânica On Line lembra que a natureza é viva, porém mansa e implacável. Se mostra na avaliação universal das atitudes, das sensações e no entendimento de como as ações do Homem impactam o cotidiano e as relações com o planeta. Proporciona o livre arbítrio ao ser humano quando há a percepção de que os resultados foram negativos.

    Estes mesmos princípios são apurados em inúmeras teorias que dentro das neurociências e da psicologia tratam sobre o campo da inteligência humana, consequência do funcionamento e desafios do nosso cérebro.

    "Durante grande parte dos séculos 19 e 20, acreditou-se que a inteligência podia ser facilmente medida, determinada e comparada através de testes, como o famoso teste de QI, por exemplo, que determinava a inteligência da pessoa em números. No entanto, com o tempo, o teste de QI foi caindo em descrédito, pois pouco a pouco foi se notando que nem sempre as pessoas mais inteligentes e bem sucedidas obtinham os melhores resultados.

    Os psicólogos e pesquisadores começaram a notar que havia alguns casos de pessoas que obtinham resultados medíocres nos testes de QI, mas que se davam bem na vida, pois eram determinadas, disciplinadas, persistentes e carismáticas.

    Mas como pessoas consideradas ‘burras’ pelo teste de QI poderiam ter tanto sucesso?

    A resposta é simples: existem vários tipos de inteligência! Todas as pessoas têm um pouco de cada uma dentro de si. E que são estudadas em vários tipos de teorias. Dentre essas teorias podemos destacar: inteligência emocional, inteligência multifocal e inteligências múltiplas.

    Nossa abordagem é fazer você descobrir de que tipo é o seu cérebro?"

    Na Teoria da Inteligência Emocional, cujo "conceito em psicologia caracteriza o indivíduo capaz de identificar e avaliar suas próprias emoções, seus sentimentos, e os dos outros com mais facilidade, assim como a capacidade de lidar com eles. É possível lidar com as pessoas e suas emoções, assim como compreender os próprios sentimentos, por meio do desenvolvimento de habilidades.

    Diferentemente do quociente de inteligência (QI), a inteligência emocional (IE) não trata de conhecimentos de cunho intelectual, científico ou acadêmico, mas de saber reconhecer e lidar com sentimentos, emoções e crenças, visando ao desenvolvimento pessoal, social e profissional."

    "A inteligência emocional é um termo que apareceu em 1990, em um livro de autoria de Peter Salovey, psicólogo e professor da Universidade de Yale (EUA), e de John D. Mayer, um estudante de pós-doutorado à época. Eles pesquisaram juntos e publicaram vários artigos sobre o tema. Apesar disso, muita gente atribui o conceito ao seu melhor divulgador, o pesquisador Daniel Goleman. Ele popularizou a IE segundo Salovey e Mayer em 1996, após publicar um livro intitulado ‘Inteligência Emocional: por que ela pode ser mais importante do que o QI’. Segundo a definição que consta no primeiro livro desses autores, a inteligência emocional é a habilidade de processar informações sobre as próprias emoções e as dos outros. Além disso, também inclui a capacidade de usar essas informações como um guia para o pensamento e o comportamento.

    O conceito de IE é ligeiramente diferente para Salovey e Mayer do que é para Goleman. Devido a isso, ocorreram algumas confusões em relação a qual seria a teoria original.

    Para considerar que uma pessoa tem alta inteligência emocional, ambos autores falavam de quatro habilidades básicas: capacidade de perceber e expressar as próprias emoções e as alheias corretamente; habilidade para usar as emoções de uma maneira que facilite o pensamento; capacidade para entender emoções, linguagem emocional e sinais emocionais; e habilidade para lidar com emoções com o objetivo de alcançar metas."

    "Já para Goleman IE é composta por duas habilidades (ou competências), sendo a primeira a Intrapessoal (ou competência emocional-pessoal): é como eu percebo e gerencio as minhas próprias emoções; e a segunda habilidade – a Interpessoal (ou competência emocional-social): é como eu percebo e gerencio as emoções das outras pessoas. Para isso precisamos entender primeiramente o que são emoções e como podemos gerenciá-las.

    Se quisermos transformar nossas vidas, temos que entender que, as emoções geram o sentimento que nos levam a um determinado comportamento e estão sinalizando o tempo todo se estamos bem ou não, podendo predizer nossa saúde, sensação de bem-estar, sucesso, realização e motivação. Desta forma as emoções vão interferir em nossa performance, na capacidade de tomar decisão, na capacidade de criar e se relacionar com os demais.

    A inteligência emocional envolve entendermos melhor o nosso funcionamento interno. Sair da posição de vítima, para assumir a responsabilidade sobre o controle das nossas emoções."

    "Essas habilidades, que podem ser desenvolvidas ao longo de nossa existência, quando bem trabalhadas, favorecem o bom relacionamento entre as pessoas, permitindo um maior entendimento nas relações pessoais, e a melhor interação (e comunicação) no trabalho. Portanto, há vantagens nos dois setores.

    Indivíduos que conseguem desenvolver inteligência emocional são cada vez mais valorizados. Isso porque reconhecer suas próprias limitações e trabalhar para ser indulgente com as falhas dos outros são capacidades acessíveis apenas àqueles que estão em permanente estado de vigilância na busca pela excelência".

    Em 2016 o Fórum Econômico Mundial¹⁰, em Davos, Suíça,  divulgou um relatório apresentando as 10 competências que todo profissional de sucesso vai precisar até 2020. Esse trabalho baseou-se nas mudanças que vem ocorrendo no mercado de trabalho, o que está sendo chamada de Quarta Revolução Industrial, voltada para a era da robótica, automação e inteligência artificial. Essa nova era faz com que novas competências ganhem importância e uma das 10 principais habilidades que apareceu pela primeira vez na lista foi a inteligência emocional. No Capítulo 4: Ferramentas orgânicas para turbinar o cérebro, detalharemos como podemos desenvolver nossa IE.

    "Enquanto a Teoria da Inteligência Emocional aborda apenas sobre a emoção, a Teoria da Inteligência Multifocal estuda mais de 30 variáveis que participam da construção da inteligência humana, ou seja, o nascedouro das ideias e das cadeias de pensamentos, e tem por objeto a investigação do funcionamento da psique arquivada na memória e do papel histórico do nosso ‘eu interior’ como gestor do teatro da mente e autor da liderança da própria história.

    Desenvolvida pelo psiquiatra e autor Augusto Jorge Cury, considerado um dos escritores brasileiros mais lido da década, com mais de 20 milhões de exemplares vendidos somente no Brasil, tendo sido publicados em mais de 60 países, sendo desafiado até por Paulo Coelho, quem seria o campeão de vendas na literatura mundial. A inteligência multifocal traz uma abordagem muito mais ampla sobre a inteligência humana. Todos nós queremos saber como criamos tantas ideias, formulamos insights, soluções e conseguimos correlacionar tantos pensamentos e condensá-los em memórias.

    O autor explica que na realidade existe apenas uma mente, uma psique e, por isso, existe apenas uma inteligência. Nesta teoria, essa inteligência é chamada de multifocal, pois mostra que a construção dessa inteligência ocorre de maneira multifocal, ou seja, de diversas fontes. O foco da teoria é na forma como os pensamentos são construídos a partir de alguns processos que ocorrem na mente e os efeitos que isso tem no nosso bem-estar emocional. Busca, fundamentalmente, que aprendamos a gerenciar o pensamento para que ele se torne construtivo nas relações humanas, profissionais, nas artes, tecnologia e mais.

    Augusto Cury propõe diferentes ações para treinar a inteligência multifocal, que envolvem fazer uma pequena pausa e tomar consciência dos pensamentos que motivam as nossas ações. Isso é chamado de ‘gerenciamento’ ou ‘administração’ do pensamento. Nessa concepção, é possível analisar como alguns pensamentos aparecem derivados de outros em cadeia. O positivo é que poderíamos intervir sobre algum elo dessa cadeia, para depois gerar uma inércia.

    O que a teoria promove é questionar, desafiar e criticar todos os pensamentos perturbadores que vêm à nossa mente, pois esses sofrimentos antecipados precisam apenas de cinco segundos para gerar uma marca em nosso cérebro, ou seja, abrir uma ‘janela’ ou perspectiva destrutiva, na qual começaremos a antecipar uma série de situações negativas, moldando emoções angustiantes de forma paralela. Se enfrentarmos esse cenário com o pensamento racional, a teoria defende que seremos capazes de impedir que essa ‘janela’ se abra. Também antecipa que, com o tempo e a prática, alcançaremos habilidades suficientes para impedir o próprio pensamento negativo que seria a origem do restante."¹¹

    Já "o conceito de Inteligências Múltiplas, elaborado por Howard Gardner, vem se popularizando nos últimos anos e sendo utilizado como guia para práticas escolares, causando grande impacto nos meios pedagógicos. A tese consiste em não definir a capacidade intelectual dos indivíduos, principalmente nas faixas etárias de crianças e adolescentes de uma única maneira. Gardner é um psicólogo e cientista da área de neurologia da Universidade de Harvard (EUA) e sua teoria, cuja formulação iniciada com a publicação da obra ‘The Shattered Mind’ (A Mente Despedaçada, tradução livre do inglês) em 1975 e divulgação no início da década de 1980, está fundamentada no livro "Estruturas da Mente: a Teoria das Inteligências Múltiplas", publicado em 1994. Na obra, o psicólogo propõe a existência de 7 inteligências. Posteriormente, foi acrescentada a inteligência natural à lista original, resultando assim em 8 habilidades que podem ser desenvolvidas durante a educação. São elas: espacial, lógico-matemática, corporal-cinestésica, linguística, musical, intrapessoal, interpessoal, e a naturalista. Mais, recentemente Gardner sugeriu a inclusão da inteligência existencial ou espiritual, e o agrupamento da interpessoal e da intrapessoal numa só, mas sem uma definição científica e concreta para isso até o momento.

    Todas as pessoas possuem, em maior ou menor grau, as inteligências citadas por Gardner. O autor sustenta que as inteligências não são objetos que possam ser quantificados, e sim, potenciais para resolver problemas que poderão ser ou não ativados, dependendo dos valores de um contexto social e histórico específico, das oportunidades disponíveis nessa cultura e das decisões pessoais tomadas por indivíduos e/ou suas famílias, seus professores e outros. Segundo Gardner, não é possível compensar totalmente a desvantagem genética com um ambiente estimulador da habilidade correspondente, mas condições adequadas de aprendizado sempre suscitam alguma resposta positiva do aluno - desde que elas despertem o prazer do aprendizado. Assim, pais, mães e/ou responsáveis e, principalmente, a escola tem a responsabilidade de desenvolver os estudantes de maneira global e estar atenta a talentos que se destaquem nas mais variadas esferas do conhecimento.

    A teoria recebe reações mistas da comunidade científica. Muitos psicólogos consideram que existem diferenças entre os conceitos de inteligência, que não são suportados pela prova empírica. É criticada por alguns, como Perry D. Klein, por ser uma teoria não falseável. Já Linda Gottfredson, afirma que a teoria é bastante atrativa por sugerir que ‘todos podem ser inteligentes’ de alguma forma, o que pode enviesar o estudo do tema."¹²

    No Capítulo 4: A maneira orgânica de turbinar o cérebro, entraremos em mais detalhes de cada um dos tipos dessas teorias propostas até aqui para você turbinar seu cérebro, ocasião em que você poderá conhecer outras dicas fabulosas para conseguir potencializar as capacidades dessa incrível máquina humana e desenvolver na prática novos talentos e alcançar uma inteligência mais ampla.

    "Outra teoria, essa criada por Goleman é que nós, seres humanos, somos guiados por dois cérebros: o emocional e o pensante. O cérebro emocional é o primeiro a ser afetado pelos acontecimentos. Sendo assim, a pessoa que reage é aquela que se deixa levar inconscientemente pelo seu lado emocional e impulsivo.

    Estamos falando do mais puro efeito de ação e reação. Basta que alguma coisa aconteça para que o indivíduo sem muita inteligência emocional ou espiritual deixe essa parte de seu cérebro reagir instantaneamente, sabotando sua vida.

    Já o cérebro pensante é aquele responsável pelo ato de responder. Em vez de apenas agir por instinto, quem se deixa levar pelo cérebro pensante analisa toda a situação ao seu redor e decide qual é a melhor forma de se comportar naquele momento.

    Por isso, formule ‘resposta’ em vez de ‘reagir’. Não deixe seu corpo reagir no modo automático. Use seu cérebro pensante, seja mais racional, e alcance sucesso sustentável em todas as áreas de sua vida: pessoal, familiar, escolar, social e/ou profissional – o que desejar!"¹³

    Então, vimos que a "combinação extraordinária para compreendermos nosso cérebro, seu funcionamento e desafios é a relação entre Neurociências e Psicologia. Ela é estreita e complementar, uma vez que enquanto as Neurociências estudam o funcionamento do nosso cérebro sob a ótica do sistema nervoso e suas estruturas, a Psicologia faz uma análise detalhada da nossa mente e, consequentemente, da forma como processamos as informações e experiências que formam e determinam a essência dos nossos comportamentos.

    As duas abordagens ajudam a entender como construímos e processamos as informações, a compreender os níveis neurológicos, a formação dos modelos mentais de aprendizagem, como também as formas de o indivíduo interagir com seu meio e entender a si mesmo, sua luz e sombra, a formação dos comportamentos, impulsos, sentimentos, emoções e a influência dos estímulos externos em suas ações e reações.

    Ao ampliar os conhecimentos sobre ciências que estudam nosso cérebro e suas interferências, é possível ainda usar de forma mais consciente e efetiva a capacidade mental e intelectual do indivíduo a seu favor, compreender os comportamentos sabotadores e eliminá-los, identificar os pontos fortes e potenciá-los, desenvolver a inteligência emocional e social, como também os comportamentos enquanto profissional e ser humano.

    Podemos concluir, que quanto mais soubermos sobre o nosso cérebro e seu funcionamento, mais compreendemos nossos comportamentos e potencializamos nossos resultados, uma vez que a relação entre Neurociências e Psicologia é um excelente apoio neste processo." ¹⁴

    Como usar o cérebro pensante, ser racional com afetividade, como se ‘afastar’ da SiNUStrose¹⁵ e desenvolver as diversas formas de inteligência, propondo dicas surpreendentes para desintoxicar, nutrir (através da nutrição orgânica), resfriar, fortalecer (através da saúde orgânica), exercitar, desafiar o cérebro a diagnosticar novas perspectivas, favorecer a produção e o desenvolvimento de novas redes de neurotransmissores, bem como promover o fortalecimento e a melhoria no desempenho da memória, concentração, raciocínio lógico e reflexos dessa máquina complexa e poderosa, onde nossos pensamentos, conhecimentos, sensações e movimentos são processados, armazenados e, de forma central, reguladas as funções de vários outros órgãos do corpo e conduzidos todos os nossos comportamentos, ações e reações, são os objetivos da aprendizagem deste ebook.

    CAPÍTULO 2

    O CÉREBRO: FUNCIONAMENTO E DESAFIOS

    "Estamos 50 anos atrasados na compreensão de como o cérebro, sede de todos os nossos comportamentos, funciona em comparação com outros órgãos.

    Apesar da evolução tecnológica de testes e exames de visualização do interior do corpo humano e, principalmente, ao grande número de estudos desafiadores sobre o assunto, desenvolvidos a partir dos anos 1990 que ficaram conhecidos como a década do cérebro, que permitiram que víssemos não apenas a disposição de suas regiões, mas também como cada uma delas reagia a estímulos diversos, produzindo 100 trilhões de sinapses, que é como chamamos o local de contato entre neurônios, onde ocorre a transmissão de impulsos nervosos de uma célula para outra, e de mensagens para o corpo, a mente humana continua a ser um vasto território a explorar.

    Figura 2: Novos tempos para o seu cérebro 

    Imagem representando conectividade

    Fonte: Jornal o Tempo.¹⁶

    Entre as descobertas recentes que contrariam crenças antigas estão a de que o cérebro mantém o potencial de evolução durante toda a nossa vida e que funções de regiões lesionadas podem ser assumidas por outras, se estimuladas. As conclusões, como a maioria das que se referem ao funcionamento do cérebro, são eminentemente empíricas. A intensificação das pesquisas faz prever muitas novidades para os próximos anos.

    O cérebro humano, juntamente com o tronco cerebral e o cerebelo, faz parte do encéfalo que integra o sistema nervoso central. Ele recebe, organiza, distribui informações para orientar nossas ações e/ou arquiva informações importantes para o uso futuro. Divide-se em dois hemisférios: esquerdo e direito, que atuam em funções distintas como nosso centro da inteligência e do aprendizado de acordo com cada tipo de estimulo.

    Seu aspecto se assemelha ao miolo de uma noz pesando mais ou menos 1,3 Kg nos adultos, e representado por um tecido nervoso – o córtex (casca em latim) - composto por conjunto de 86 bilhões de neurônios e 85 bilhões de neuroglias (esses números acompanham as atualizações mais recentes das pesquisas do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro / 2020), células nervosas que se estendem por uma área de mais de 1 metro quadrado. Embora tenha apenas de 2 a 3% de toda massa corporal e composto por 75% de água, pode consumir cerca de 20% do nosso oxigênio e de 15 a 20% da glicose, receber aproximadamente 25% de todo o sangue bombeado pelo coração, produzir quando em repouso energia suficiente para acender uma lâmpada de 25 watts, e arquivar o equivalente a 1.000 terabytes de informações.

    O hemisfério esquerdo é dominante em 98% dos humanos, sendo responsável pelo lado racional do pensamento lógico, analítico, e competência comunicativa, nossa expressão verbal, a linguagem, escrita, ciências e matemática, habilidade com números, e controle da mão direita, por exemplo.

    Enquanto o hemisfério direito é responsável pelo lado intuitivo e emotivo do pensamento simbólico e criatividade, como a consciência artística, imaginação, insight, formas 3D, pensamento holístico, consciência musical e controle da mão esquerda.

    Figura 3: desafios do funcionamento cerebral

    https://1.bp.blogspot.com/-9Ctb4eRUtuE/VNjcce87msI/AAAAAAAAIQ4/cYL7FEBIEy0/s1600/hemisfc3a9rios-esquerdo_e_direito-do-cc3a9rebro-humano.jpg

    Fonte: Amavc.¹⁷

    Entretanto, pesquisas recentes contradizem isso, comprovando que existem partes do hemisfério direito destinadas à criatividade vice-versa. Nos canhotos as funções estão invertidas, pois nesses indivíduos o hemisfério dominante é o lado direito do cérebro. Cabe destacar que na maioria das pessoas, os hemisférios comandam lados opostos do corpo, ou seja, o lado esquerdo do cérebro, por exemplo, controla movimentos e sentidos do lado direito do corpo.

    O hemisfério esquerdo diz-se dominante, pois nele localiza-se duas áreas especializadas: a Área de Broca (B), o córtex responsável pela motricidade da fala, e a Área de Wernicke (W), o córtex responsável pela compreensão verbal. É nesta área que acontece a compreensão do que os outros dizem e que dá ao indivíduo a possibilidade de organizar as palavras sintaticamente corretas.

    As regiões mais importantes do ponto de vista do pensamento, da memória e linguagem são o córtex e o neocórtex, que consistem em mais de quarenta áreas funcionalmente distintas, cada qual responsável por uma função específica.

    O córtex cerebral é a parte do cérebro que nos torna mais humanos e consiste de substância cinzenta (formada principalmente dos corpos das células nervosas e gliais ou neuroglias), em contraste com o interior do encéfalo, constituído parcialmente de substância branca (constituído predominantemente dos processos ou fibras dessas células).

    O córtex de cada hemisfério cerebral está dividido arbitrariamente em quatro lobos: frontal, parietal, occipital e temporal. Os lobos frontais são o lugar em que nosso pensamento consciente é processado; é onde resolvemos problemas, pois funcionam como guias do cérebro, sincronizando a dinâmica neural. Já o lobo parietal corresponde à capacidade de abstração, à tradução de sensações e à orientação do corpo. Nele nossas informações nervosas ganham significado completo. O lobo occipital interpreta a visão, enquanto os lobos temporais trabalham registros de emoção e memória, fornecendo ao indivíduo a capacidade de identificar e interpretar objetos ao recuperar informações passadas.

    Já o neocórtex ou ‘córtex mais recente’ é a denominação que recebe todas as áreas mais desenvolvidas do córtex. Esse último estágio de evolução é exatamente o córtex pré-frontal, a região mais nova, evoluída ou a porção anatomicamente mais complexa do cérebro. Ele controla nossa impulsividade, pois é um mecanismo de julgamentos e raciocínio estratégico. Foi o córtex pré-frontal que permitiu que a humanidade desenvolvesse sua capacidade de raciocínio simbólico e, por consequência, a formação da cultura e o pensamento abstrato.

    PLASTICIDADE DO CÉREBRO

    Buscando iniciar uma nova abrangência do cérebro, passamos nos labirintos de uma das suas características essenciais: a plasticidade cerebral. Atualmente, contrário ao que se pensava, sabe-se que o cérebro adulto é dotado de grande plasticidade, desempenhando fundamental papel na aprendizagem e na formação da memória.

    Ela é nossa habilidade de aprender novos caminhos, estabelecer ligações diferentes de neurônios e criar roteiros de reação a partir de experiências e estímulos. E, apesar de serem conhecidas as funções de cada área do cérebro, cada pessoa cria sinapses de um jeito próprio.

    O cérebro pode permanecer produtivo e criativo durante toda uma vida devido a sua capacidade de renovação. A cada nova experiência, o ser humano pode aprender e reaprender, adaptar e modificar informações conforme as funções de regeneração das células nervosas e de suas inúmeras conexões entre os neurônios.

    Não existem cérebros com conexões idênticas, cada um de nós armazena o aprendizado ou a linguagem, por exemplo, em lugares diferentes e acessa diferentes caminhos para encontrá-los na hora de usá-los, e para cuidar de cada informação separamos neurônios e ligações específicas. O cérebro é tão sensível a estímulos externos que suas conexões físicas dependem da cultura em que vivemos, pois o aprendizado cria mudanças físicas no órgão e elas serão únicas para cada indivíduo, de acordo com as relações criadas entre os estímulos e a sedimentação de experiências.

    O pesquisador Eric Kandel, um dos agraciados com o prêmio Nobel de Medicina no ano 2000, revelou em seus estudos que até mesmo a aquisição de informações simples representa alterações nas estruturas físicas dos neurônios que participaram desse processo, considerando-se que, à medida que aprendem, nossos neurônios sofrem oscilações e divisões, formando conexões com outros vizinhos ou fortalecendo ligações elétricas já existentes – tornando-as assim mais rápidas.

    Figura 4: a plasticidade neural

    CÉREBRO HUMANO DE FRENTE BRILHANTE E AZUL COM FUNDO PRETO

    Fonte: ATIVI614.¹⁸

    Portanto, basicamente, a plasticidade é a capacidade de mudança do cérebro, ou seja, é a habilidade do sistema nervoso alterar o funcionamento do sistema motor e perceptivo baseado em mudanças no ambiente. Por esse ângulo, compreende-se que cérebro não é limitado, pois, nunca perde a capacidade de se transformar. 

    De acordo com Restak (apud 2005, p.17) os fatores determinantes da saúde do cérebro são os pensamentos, as emoções e os atos, e não as leis mecânicas.

    Pensando nisso, percebeu-se que o cérebro é um órgão dinâmico que se adapta a novas informações, portanto, necessita de estímulos através de exercícios, pois, os mesmos dirigem-se aos hemisférios direito e esquerdo e destaca a importância de explorar a intuição para garantir um cérebro jovem e atuante, independentemente da idade.

    Porém, este processo é gradual e dependendo do desenvolvimento do sistema nervoso, devem-se valorizar os progressos de cada dia, mesmo que sejam poucos. Conservar a juventude do cérebro requer estimulá-lo, pois, suas células nervosas quando excitadas produzem neutrofinas, moléculas que estimulam seu crescimento e reação. Toda nossa existência está nas mãos do cérebro. Estudos epistemológicos trazem à tona, questões essenciais ao nosso processo de aprendizagem e de desenvolvimento referentes ao sistema nervoso, aos neurônios, à memória, à visão, e ao pensar.

    Portanto, Relvas (apud 2005, p.43) argumenta sobre a importância da abordagem da plasticidade cerebral por ser, o ponto culminante da nossa existência, do desenvolvimento da aprendizagem e também da reabilitação das funções motoras e sensoriais.

    Logo, entende-se que o cérebro muda durante a vida, se remodela, melhora a memória e a capacidade de raciocínio. Quanto maior o ato de exercitar as células nervosas do cérebro, maiores serão as potencialidades do ser humano. Essa questão torna-se essencial no contexto pessoal, escolar, profissional e social, uma vez que, cabe a cada indivíduo quando adulto e aos pais, mães, responsáveis e/ou professores quando se tratar de criança e/ou adolescente buscar conhecer e estimular o cérebro em aprendizagem e atualização, pois cada um tem as suas próprias características.

    MEMÓRIA

    A memória é a base de todo o saber, ou seja, da nossa individualidade, da nossa história, das nossas experiências captadas pelo corpo por meio de movimentos e sentidos e, a capacidade de julgamento, planejamento, abstração e atenção.

    Figura 5: o papel da memória no cérebro

    https://2.bp.blogspot.com/-q0YRqEa8Glg/WD3js8SzHnI/AAAAAAAABMo/8bHtpMQ_bq8IhcEP9J9o5cuN4wgcwp-zACEw/s640/a-memoria-e-o-cerebro.jpg

    Fonte: Petra Terapeuta.¹⁹

    Diferentes partes do encéfalo envolvidas no armazenamento de determinados tipos de informações formam a memória (apud BEAR, 2006, p. 740). O hipocampo coordena o recebimento das informações sensoriais que vêm do córtex, organizando-as em memórias. Os circuitos do córtex e do hipocampo são projetados para formar vínculos (ou associações) entre diferentes representações sensoriais do mesmo objeto, evento ou comportamento. Aprendemos e lembramos muitas coisas, e é importante observar que, às vezes, esquecemos rapidamente algum fato, conteúdo, história. Portanto, determinado tipo de informação armazenado pode mudar com o tempo, de acordo com o tipo de memória.

    Os diversos neurônios, das diversas áreas cerebrais, se especializam em tarefas definidas. Assim, uns são especializados para o processamento de informação visual, outros para processamento de estímulos verbais, outros coordenam a motricidade, outros definem apetites, etc. Os processamentos cerebrais dependem de como esses neurônios podem ser associados. Isto é, dependem da eficácia da transmissão sináptica entre eles.

    O aprender, por exemplo, de uma resposta motora a uma informação verbal, depende de aumentar a eficácia da transmissão sináptica entre neurônios encarregados da análise do som verbal e aqueles encarregados de controlar a resposta motora. A memória e a aprendizagem dependem, portanto, do relacionamento entre neurônios, relacionamento este que é governado por moléculas.

    Têm-se notícias de que existem vários tipos de memória e que variam em complexidade, pois, são processadas de formas diferentes e em partes diferentes do cérebro. Conforme Capovilla e do Valle (apud 2004, p.429), ‘a memória humana está localizada em sistemas cerebrais conjugados’.

    Tipos principais de memória: 

    1) Memória Recente ou de Curta Duração: é aquela que retêm informação por um período curto, até que ela seja esquecida ou guardada, e pode ser comprometida em vários processos patológicos.

    A memória de curto prazo consiste nos ‘pedaços’ de informação que a mente retém por um período breve. Ela é composta da pequena quantidade de dados que conseguimos colocar no cérebro a qualquer momento. Às vezes, é chamada de ‘memória ativa’ porque precisamos manter esses dados ativos na mente para não os perder.

    A memória recente diz respeito a quanto uma pessoa consegue prestar atenção num dado momento. Ela é a sua ‘amplitude de atenção’, e apresenta alta velocidade de esquecimento. Esse esquecimento rápido pode ser combatido com a repetição.

    A memória de curto prazo pode ser categorizada em:

    & Memória imediata: retém a informação logo que é recebida. Um exemplo é quando somos apresentados ao nome de uma pessoa que acabamos de conhecer;

    & Memória de trabalho: embora muitos pesquisadores a identifiquem como sinônimo de ‘memória de curta duração’, este conceito é muito simplista. A memória de trabalho é um sistema de multicomponentes, com capacidade limitada, relacionada à manutenção temporária e processamento da informação durante a realização de tarefas diversas.

    Quer um exemplo prático de memória de trabalho?  Nós a utilizamos em cálculos mentais, por exemplo, quando executamos um conjunto de operações mentais simultaneamente. Ao fazer a multiplicação 73×73, para que possamos chegar ao resultado correto, devemos realizar várias manipulações com os números em ordem e ao mesmo tempo armazenar resultados parciais.

    Os benefícios da memória de curto prazo são:

    * Reduz o acervo. Ela serve como uma espécie de bloco de anotações. Tão logo você faz os cálculos, paga a conta, faz o pedido, entre outros exemplos, os dados saem de sua mente e o espaço fica livre para absorver mais informações;

    * Ela nos dá um instantâneo dos obstáculos e dos caminhos quando entramos num local desconhecido. Assim que saímos dele, as informações se perdem e o cérebro está pronto para a próxima tarefa;

    * Registra os planos momentâneos – ao manter os projetos e os objetivos na memória ativa, conseguimos executar com eficiência as tarefas diárias. Ao cumpri-las, passamos para os planos seguintes;

    * Ajuda a manter uma conversa – se um colega menciona o nome de um cliente e passa a chamá-lo de ‘ele’ ou ‘ela’, sabemos de quem está falando. O nome do cliente ainda está na memória ativa e podemos acompanhar a conversa.

    2) Memória Remota, de longo prazo ou Permanente: é aquela que retêm recordações de episódios e em que os fatos podem permanecer por anos. Ela é estável e mantém-se inalterada mesmo com a ocorrência de danos cerebrais graves. 

    Muitas pessoas confundem memória de longo prazo com fatos que aconteceram há muitos anos. Ela pode conter algumas informações aprendidas 10 anos atrás ou 30 minutos antes. Essa memória guarda itens tão variados quanto à data do seu aniversário, como era um parente falecido, qual chave serve em qual fechadura ou como ligar um aparelho eletroeletrônico, por exemplo.

    A memória permanente diz respeito a qualquer dado que não é mais consciente nem está na memória ativa de curto prazo, mas que está armazenado para futura recuperação ou recordação. É possível pensar na memória como um processo de apreender e armazenar informações de modo a recuperá-las no futuro.

    A memória de longo prazo pode ser categorizada em:

    & Memória Reflexiva (ou não-declarativa): é aquela inconsciente, que inclui hábitos e habilidades. São memórias que não podem ser contadas ou ensinadas oralmente. Nela se incluem todas as habilidades motoras, sensitivas e intelectuais, bem como toda forma de condicionamento. Um bom exemplo disso é aprender a dirigir. Apesar da teoria, você só vai aprender se experimentar até que consiga realizar a atividade de guiar um automóvel;

    & Memória Declarativa: é aquela que armazena e evoca lembranças ou informação de fatos e de dados levados ao nosso conhecimento através dos sentidos e de processos internos do cérebro que você consegue contar, como associação de dados, dedução e criação de ideias. O tipo que nos interessa mais particularmente é a memória de procedimentos, ou seja, memória para habilidades, hábitos e comportamentos. As perdas de memórias declarativas são comuns durante o envelhecimento e podem estar relacionadas ao fato de dar menos atenção aos fatos corriqueiros. Ao mesmo tempo, podem estar associadas a doenças como estresse crônico, depressão ou mesmo as temidas demências, como o Mal de Alzheimer;

    & Memória Semântica: diminui com a idade. Ela diz respeito ao conhecimento geral e ao material concreto que armazenamos no cérebro. Envolve os conhecimentos organizadores do mundo. As informações que utilizamos no trabalho e o conhecimento que nos serve para responder às perguntas dos programas de televisão e às palavras cruzadas, como dia que o Brasil foi descoberto e/ou quem o descobriu, são bons exemplos de memória semântica. Essa memória melhora na medida em que vivemos e adquirimos mais conhecimento geral sobre o mundo externo, mas só é conquistada pelas pessoas que mantêm a mente ativa. Por isso, leia mais;

    & Memória Episódica: parece diminuir com o tempo. É a memória autobiográfica e envolve os acontecimentos da vida de uma pessoa. Por exemplo: lembrar da sua formatura, do dia do casamento, da entrevista de emprego, do cardápio do almoço de ontem, do número de telefone do parente ou vizinho;

    & Memória Operacional ou implícita: não diminui com a idade e permanece mais ou menos constante. É aquela sustentada pela atividade elétrica dos neurônios do córtex pré-frontal. Trata-se de uma espécie de memória motora, ou sinestésica, que inclui habilidades como digitar, tocar piano, nadar, andar de bicicleta ou dirigir um carro. O equilíbrio e a coordenação que foram tão difíceis de conquistar aos oito anos de idade voltam com um pouco de treino. O corpo parece ‘lembrar’ como pedalar e nadar, por exemplo. Através dela pode-se determinar se uma dada informação é nova e convém guardá-la, ou se já deve ser evocada. 

    Resumindo, podemos perceber que uma determinada informação pode ser armazenada temporariamente como memória de curta duração, mas o armazenamento permanente como memória de longa duração precisa ser concretizada.

    Memória é base da aprendizagem cujo processo mental é complexo com várias facetas. Repassar esses informes é fundamental, pois, tem-se a oportunidade de mudar o nosso comportamento. Para que esse processo aconteça, o hipocampo é ativado e, todas as informações adquiridas são envolvidas entre os neurônios. A partir disso, o hipocampo descansa e, o lobo frontal, torna-se o responsável pela guarda das informações, dando origem ao raciocínio.

    Entretanto, a capacidade de informação dessas memórias está relacionada às condições psicofísico-afetivas do ser humano, pois, cada pessoa apresenta diferentes reações conforme a utilização de sua mente e da capacidade biológica de suas células.

    Relvas (apud 2005, p.53) tem um discurso que demonstra essa relação psicofísico-afetiva da informação ao mencionar que o fato de que a memória não está localizada em uma estrutura isolada do cérebro: ela é um fenômeno biológico e psicológico envolvendo uma aliança de sistemas cerebrais que funcionam juntos. Em verdade a contínua atividade intelectual como a leitura, exercícios com imagens, jogos e habilidades lógicas, espaciais e verbais auxiliam a manutenção da memória. Assim, um estudante ao assistir uma aula, recebe informações que se transformam em estímulos para o cérebro e circulam no córtex cerebral antes de serem arquivadas ou descartadas. Se o aluno não aprende um conteúdo é porque não encontrou nenhuma referência nos arquivos já formados para abrigar a nova informação.

    Ainda neste sentido, Relvas (apud 2005, p.59) elaborou algumas estratégias a serem aplicadas no contexto escolar que, embora sejam específicas para estudantes, podem valer para alcançar sucesso em qualquer atividade cujo interesse é a aprendizagem, tais como:

    * Criar em sala de aula (ou em casa ou no trabalho) um clima favorável para a aprendizagem, eliminando-se a insegurança do estudante (ou do interessado) em suas respostas ou perguntas;

    * Dividir a aula (ou estudos) em espaços curtos, onde se propõem atividades diversificadas. Uma breve exposição, seguida de arguições, sínteses ou algum jogo pedagógico operatório é sempre mais eficiente do que uma exposição prolongada. Além de dialogar com o conteúdo, estimula os sentidos e resgata a memória;

    * Habituar o estudante (ou o interessado como você leitor) a fazer da caneta ou lápis sua melhor memória, mostrando-lhe os usos consistentes de uma agenda, reforçando lembretes, cognitivos ou não;

    * Desenvolver hábitos estimuladores da memória de maneira lenta e progressiva;

    * Respeitar as particularidades de cada estudante (ou de cada interessado) e a maneira como sua memória melhor trabalha;

    * Reservar alguns minutos da aula (ou dos estudos) para conversar sobre o conteúdo estudado possibilita que o novo conhecimento percorra mais uma vez o caminho no cérebro do estudante (ou interessado). Assim, eles fazem uma releitura do que aprenderam;

    * Estabelecer relações entre novos conteúdos e aprendizados anteriores faz com que o caminho daquela informação seja percorrido novamente, tornando mais fácil seu reconhecimento.

    Portanto, o uso de outras conexões com abordagens diferentes, investigação de conhecimentos prévios e estabelecimento de relações entre novos conteúdos pode tornar mais fácil o aprender. Quanto mais conexões, mais memória.

    Técnicas de memorização:

    1) Repetição: a forma mais simples de decorar uma determinada informação é exatamente repeti-la um determinado número de vezes até que esteja totalmente apreendida;

    2) Rimas e jogos: o ensino pode às vezes, principalmente de crianças, passar muitas vezes por rimas e jogos, que se tornam fáceis instrumentos de memorização. Este tipo de método muitas vezes recorre a palavras que soam a outras e que têm um sentido caricato na frase, o que faz com que a memória os fixe mais facilmente, pois apela à sua componente afetiva;

    3) Técnica dos 3 R: é um método simples e surpreendente para ler e ‘guardar’ informações de textos longos e de matérias escolares e profissionais ‘chatas’. Criada para garantir que você preste atenção no que lê e pare de ficar pensando em outros assuntos intercorrentes que possa te distrair,

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