Antologia Cyberpunk O Abismo

De Varios autores

Em uma margem se ergue a bela Cidade. Na outra, o Distrito. Entre os dois mundos, a Ponte. E abaixo dela, o Abismo.   Num mundo onde a noite é quase eterna e os dias cinzentos e chuvosos, poderosos e subjugados estão sempre atentos, pois, um dia, do desfiladeiro que delimita as duas realidades, emergirão as tão temidas abominações que todos escolheram esquecer na escuridão.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 28 de jan. de 2021

Varios autores

<p>Aleksandr Pávlovich Ivanov (1876-1940) fue asesor científico del Museo Ruso de San Petersburgo y profesor del Instituto Superior de Bellas Artes de la Universidad de esa misma ciudad. <em>El estereoscopio</em> (1909) es el único texto suyo que se conoce, pero es al mismo tiempo uno de los clásicos del género.</p> <p>Ignati Nikoláievich Potápenko (1856-1929) fue amigo de Chéjov y al parecer éste se inspiró en él y sus amores para el personaje de Trijorin de <em>La gaviota</em>. Fue un escritor muy prolífico, y ya muy famoso desde 1890, fecha de la publicación de su novela <em>El auténtico servicio</em>. <p>Aleksandr Aleksándrovich Bogdánov (1873-1928) fue médico y autor de dos novelas utópicas, <is>La estrella roja</is> (1910) y <is>El ingeniero Menni</is> (1912). Creía que por medio de sucesivas transfusiones de sangre el organismo podía rejuvenecerse gradualmente; tuvo ocasión de poner en práctica esta idea, con el visto bueno de Stalin, al frente del llamado Instituto de Supervivencia, fundado en Moscú en 1926.</p> <p>Vivian Azárievich Itin (1894-1938) fue, además de escritor, un decidido activista político de origen judío. Funcionario del gobierno revolucionario, fue finalmente fusilado por Stalin, acusado de espiar para los japoneses.</p> <p>Alekséi Matviéievich ( o Mijaíl Vasílievich) Vólkov (?-?): de él apenas se sabe que murió en el frente ruso, en la Segunda Guerra Mundial. Sus relatos se publicaron en revistas y recrean peripecias de ovnis y extraterrestres.</p>

Pré-visualização do livro

O Abismo

Edição: Eriberto Henrique

Organização: Davi Busquet

Autor Convidado: Maurício Coelho Revisão: Davi Busquet / Julliane Santos Capa: Eriberto Henrique / Davi Busquet Diagramação: Eriberto Henrique

Título: Antologia Cyberpunk O Abismo Vários Autores

ISBN: 978-65-88883-05-1

Copyright © EHS EDIÇÕES, Jaboatão dos Guararapes-PE. 2021.

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Antologia Cyberpunk

Antologia Cyberpunk

1ª Edição 2021

Organizador Davi Busquet

EHS Edições

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O Abismo

Em uma margem se ergue a bela Cidade, avançada, vertical, rica e iluminada na eterna noite, com seus prédios de centenas de andares abrigando grandes empresários, altos-funcionários e gerentes das poderosas corporações. Na outra margem, o Distrito e suas indústrias, exalando fumaça e toxinas, garantindo o fluxo de produtos e bens, além dos lucros dos donos do mundo; também é lá que se encontram aqueles que operam o maquinário e trabalham às margens da tecnologia que move o planeta, residindo em vastas extensões do que sobrou da cidade antiga — uma profusão de conjuntos habitacionais, edifícios históricos em ruínas e praças e espaços abertos transformados em bairros precários e populosos.

Entre os dois mundos, a Ponte, por onde cruzam as poucas pessoas autorizadas, carros de luxo, trens de carga e caminhões autônomos; e abaixo dela, o Abismo, para onde vão todas as sobras: industriais, tecnológicas e humanas. Vez por outra algo emerge de lá — refugiados em busca de uma vida melhor, cyber-mercenários em missões secretas, guerreiros corporativos à mando dos senhores do mundo, ou, talvez, algo mais...

Num mundo onde a noite é quase eterna e os dias cinzentos e chuvosos, poderosos e subjugados estão sempre atentos, pois, um dia, do desfiladeiro que delimita as duas realidades, emergirão as tão temidas abominações que todos escolheram esquecer na escuridão do Abismo.

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Antologia Cyberpunk

Clara Formatti Pág. 07

Guilherme Giublin Pág. 14

Jean Pierre Chamouton Pág. 23

Karen Acosta Pág. 32

Marcos Brito Pág. 42

Pedro Prado Pág. 52

Tatiana Araújo Pág. 62

Tauã Lima Verdan Rangel Pág. 71

Maurício Coelho (Autor Convidado) Pág. 80

Davi Busquet (Organizador) Pág. 86

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Nasceu em São Paulo capital e sempre gostou de ler e se aventurar em universos fantásticos. Começou a escrever fanfics com 16

anos e deu início ao seu primeiro original aos 18. Se formou em Produção Audiovisual, porém abandonou a área para seguir carreira literária. Com 24 anos publicou seu primeiro livro de fantasia: Sussurros da Floresta: A última sacerdotisa.

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O Abismo

Por Clara Formatti

Enquanto a elite se levanta para jogar notas ao alto, a plebe se arrasta ao chão para pegar as migalhas.

Marie acordou com a sensação de que um caminhão havia passado em cima dela. Sua garganta estava seca e dolorida. Se levantou da cama e viu o quarto girar. Seus cabelos negros tamparam sua visão quando ela se apoiou no colchão, desse modo, ela só pôde olhar para o espelho a sua frente e ver o seu péssimo estado.

Seu pescoço estava cheio de hematomas, provavelmente

alguém

teria

começado

um

enforcamento enquanto seu corpo era usado como um objeto. O rosto estava inchado e os braços e pernas trincados com a meia calça vermelha rasgada. A jovem não queria saber o que havia acontecido. A sensação de nojo que se apossava do seu ser era tamanha, mesmo não se lembrando do que houve. Se abaixou novamente para pegar o vestido vermelho que estava no chão, mesmo com tudo se movendo.

O som da porta se abrindo automaticamente pôde ser ouvido, e um homem de cabelos negros curtos, raspados nas laterais, óculos escuros, calça jeans e 8

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jaqueta de couro entrou. Quase tudo nele era mecânico, atrás dos óculos haviam dois olhos cibernéticos, sua mão esquerda era feita de ouro, assim como o braço direito. Sua língua era prateada e ela brilhou quando ele abriu a boca nojenta para falar:

—Vai logo vagabunda, você tem que voltar para o seu chiqueiro logo. A doutora vai consertar você, te deixar com o rosto de uma boneca de novo — disse ele, segurando o cigarro que se acendeu automaticamente com o calor de sua mão sintética.

Marie o seguiu sem retrucar. A tontura já havia passado àquela altura.