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O Melhor Amigo Do Meu Irmão
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O Melhor Amigo Do Meu Irmão
E-book303 páginas7 horas

O Melhor Amigo Do Meu Irmão

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Sobre este e-book

Após uma traição e muitas decepções com aqueles do s.e.x.o masculino, Amanda assiste despertar novamente uma velha paixão de infância, a que sentia pelo melhor amigo de seu irmão. Nicolas sempre a viu como uma irmã caçula, mas tudo mudou quando voltou de viagem e a encontrou dois anos depois, quase que em apuros, sendo ele quem a ajudou. Amanda não era aquela garotinha de 8 anos, ao invés disso, era uma linda mulher. Em meio a muitos obstáculos, como Arthur o irmão mais velho de Amanda, e Rachel, a ex noiva possessiva que continua obcecada por Nicolas, os dois se vêem apaixonados, completamente perdidos em seu romance proibido.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento24 de mar. de 2022
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    O Melhor Amigo Do Meu Irmão - Raissa Quintas

    Capítulo 1

    10 anos antes

    - O que estão fazendo?- Pergunta a pequena Amanda de apenas 8 anos de idade, invadindo o quarto de seu irmão mais velho sem nem mesmo bater na porta.

    - Nada que seja da sua conta.- Responde Arthur, seu irmão mais velho, revirando os olhos para demonstrar sua paciência.

    - Estão jogando?-

    Os olhos castanhos da garota brilham ao olhar para a tela do notebook de Arthur, ainda que fosse estranho, pois eles sempre usavam controles para jogar, e nunca era no notebook.

    - Vai embora daqui!- Impaciente, Arthur fecha a tela e salta da cadeira, empurrando Amanda na direção do sofá que tinha em seu quarto.

    Nicolas, melhor amigo de Arthur, pisca aturdido, pois sabia muito bem o que vinha depois daquilo. O natural era que Amanda criasse o maior berreiro, fosse aos prantos contar para a sua mãe que Arthur a empurrou e que não a deixa jogar com eles.

    Verdade fosse dita, se a mãe de Arthur abrisse a tela do computador veria muito bem do que se tratava o conteúdo, e não tinha nada a ver com jogos.

    Pelo menos, não com os jogos

    convencionais.

    Agindo totalmente ao contrário do que Nicolas esperava, as bochechas da irmã caçula de seu amigo criaram um tom vermelho vivo tão ardente, que seria capaz de tocar fogo em mercúrio, o planeta mais próximo do sol.

    - Você é um... Um... Um...- Amanda aponta o seu dedo magrelo na direção de Arthur, enquanto pensava em um adjetivo adequado que denegrisse o próprio irmão.

    Ele revirou os olhos novamente e esperou pacientemente ( ou nem tanto) que ela concluísse sua frase.

    - Você é uma megera!- Por fim, berrou Amanda, acertando-lhe um chute no joelho que ele recém machucara jogando futebol.

    O mais velho praguejou todos os tipos de impropérios existentes e quase voou na própria irmã, se não fosse Nicolas a segura-lo.

    - Se encostar nela, seu pai acaba com você.-

    Disse Nicolas ao amigo.

    - Essa pirralha desgraçada!-

    Amanda deu de ombros.

    - Foi bem merecido, não se empurra uma dama.- Ela rebateu.

    - Uma dama? Uma dama não faz xixi na cama e sabe lavar a própria bunda!-

    Nicolas comprimiu os lábios para prender uma gargalhada. O mais engraçado era Arthur, com seus quatorze anos, discutindo com uma criança de oito.

    - Então isso significa que você é uma dama?

    Só porque sabe limpar a própria bunda? Pois saiba que você não lava direito, todo dia a casa fica fedendo por sua culpa!-

    Aquilo já era demais para Nicolas suportar.

    Seu corpo chacoalhou inteiro devido à gargalhada que escapou.

    - Saia do meu quarto! Não vamos jogar com você, você é uma pirralha burra que não sabe de nada!-

    - Quer brincar comigo, Nicolas?- Amanda ignorou as ofensas do irmão, dirigindo-se ao outro.

    - Ah...- Nicolas tentou falar que não, mas não queria magoar uma criança, ainda mais a irmã de seu melhor amigo.

    - O meu computador tem uma capa rosa, é mais bonito do que o dele.-

    - Acredito que seja-

    Foi tudo o que Nicolas conseguiu dizer, agora era Arthur quem estava rindo dele.

    - Mas podemos tomar chá com as minhas bonecas, hoje é aniversário da Clarice e mamãe está assando os biscoitos.- Amanda segurou uma das mãos de Nicolas e tentou puxa-lo.- Venha, vamos brincar com as minhas bonecas-

    - Vá, Nicolas, brinque com as bonecas dela.-

    Zombou Arthur, o que o deixou

    completamente vermelho.

    - Eu não vou brincar de bonecas, chame suas amigas.- Disse Nicolas, secamente.

    - Mas...- Amanda tentou argumentar.

    - Você está nos atrapalhando, por que não vai ajudar sua mãe a assar biscoitos?-

    Nicolas não quis ser tão grosseiro, mas a verdade é que sua masculinidade fora atingida, de uma forma ridícula, pelo comentário de Arthur, e ele acabou disferindo sua raiva na mais nova.

    - Quer saber? Não te convido mais para nenhum aniversário, nem para o meu! Eu odeio você!- Gritou Amanda, saindo do quarto às pressas.

    - Hum... Acho que a minha irmã foi a primeira garota que você magoou.- Arthur leva o indicador ao queixo, pensativo.

    - Vá para o inferno.- Resmunga Nicolas.

    - Se quiser voltar atrás, as bonecas estão esperando-o.-

    - Cale a boca e abra logo a maldita tela.-

    Nicolas revirou os olhos, já estava farto da brincadeira sem graça de Arthur.

    E Arthur fez o que o amigo pediu, achou melhor não provocá-lo mais.

    E os dois puderam voltar a assistir o que estavam assistindo, sem as interrupções de Amanda, ou qualquer outra pessoa.

    ...

    Março, 2019

    - Você é um maldito traidor!- Amanda grita, enfiando o indicador no tórax do Theo.

    Ambos estavam parados na frente do prédio da moça, e ela ainda se perguntava de quanta experiência precisava para entender que jamais entenderia os homens.

    - Foi só um beijo! Eu estava confuso e...- Ele percebeu que não adiantava tentar se explicar, nada justificava.- A culpa foi da Daphne, ela que me seduziu e...-

    - Quem tinha um relacionamento comigo era você, não ela.- Amanda cruzou os braços, olhando para aquele homem uma última vez antes de abrir a porta de vidro do prédio.

    - Espera... Você disse era? No passado?-

    Theo caminhou em sua direção, agarrando-a pelo cotovelo.- Mandy, não está sendo racional-Amanda puxou o braço bruscamente

    - Você faz parte do meu passado-

    - Não estou acreditando que vai terminar comigo por causa de um beijo, eu sou homem, Amanda, tenho as minhas fraquezas, mas é você que eu amo.- Theo diminuiu a distância que havia entre os dois gradativamente, praticamente encurralando a Amanda na segunda porta de vidro que ela teria que passar para adentrar o prédio.

    - Se afasta, ou eu não respondo por mim.-

    Disse ela, trincando os dentes.

    - E o que você pode fazer?-

    Como resposta, Amanda acertou uma forte joelhada em suas partes íntimas, fazendo-o cair ajoelhado no chão.

    - Sua vadia!- Bradou, com suas mãos ainda ali.

    - Foi bem certeiro.- Uma voz conhecida veio da entrada da primeira porta.

    - Nicolas?- Indagou surpresa.

    Obviamente era o Nicolas, que pergunta idiota. Eram aqueles mesmos olhos verdes, cabelos castanhos e sorriso malicioso.

    Ainda mais bonito, os anos lhe fizeram muito bem.

    Não que Amanda tivesse passado aqueles dez anos sem ver Nicolas, de forma alguma, ele e Arthur continuavam inseparáveis.

    - Esse aqui não é o seu namoradinho?- Ele perguntou com uma sobrancelha arqueada.

    Amanda apenas cruzou os braços, irritada.

    - Era o namorado dela, depois disso, não quero ver essa vadia nem pintada de ouro.-

    Antes que Amanda pudesse retrucar, Nicolas ergueu aquele homem pela gola da camisa, carregando-o porta a fora.

    - Acho bom aprender a tratar as mulheres com respeito, principalmente aquela dali, que é como se fosse minha irmã mais nova-Nicolas empurrou o Theo sobre o carro.

    - Eu não sei o que você fez com ela, mas a moça não quer falar com você, então vai embora-

    - Já entendi tudo com esse seu papo de "

    minha irmã mais nova", mas não tem problema, já fiz bom proveito, pode ficar com os meus restos para você-Em resposta, Nicolas acertou dois fortes golpes contra o rosto do Theo, e em sequência disferiu uma joelhada em suas partes íntimas.

    - Você vai retirar agora o que disse!- Ele voltou a agarrar o outro pela gola da camisa.-

    Vai pedir perdão a ela!- Apontou o indicador para Amanda, que estava novamente na calçada da rua, de frente para o prédio.

    - E-eu...- Foi tudo o que o agredido conseguiu dizer, antes de ter novamente o nariz esmagado por Nicolas.

    - Quantas vezes terei que soca-lo para pedir perdão a Amanda? Estou disposto a fazer isso o resto da tarde.- Ele trincou os dentes, cerrando o punho pela quarta ou quinta vez.

    - Perdão, Amanda, eu retiro tudo o que disse!-

    Theo grunhiu, era difícil assumir o próprio fracasso diante da ex namorada e do amigo do irmão mais velho dela.

    - Fale mais alto.- Rosnou Nicolas.

    - PERDÃO, AMANDA, EU RETIRO TUDO O

    QUE DISSE.- Dessa vez ele gritou, dane-se caso todo o quarteirão tenha escutado.

    - Agora você vai embora com o seu carro miserável e nunca mais vai se aproximar da Amanda novamente, você entendeu?-

    Theo engoliu em seco, e balançou a cabeça na mesma hora.

    - ENTENDEU?- Agora foi Nicolas quem gritou.

    - Entendi! Não chegarei mais perto dela!-

    Repetiu Theo, apressando-se em correr para dentro do carro quando Nicolas o soltou.

    Com certeza ele ficaria sumido, aqueles dois olhos roxos demorariam a normalizar.

    Nicolas encarou a irmã caçula de seu melhor amigo, ainda estava perplexa com o que acabara de acontecer, emudecera

    completamente.

    Nicolas caminhou até onde estava, envolveu um de seus braços ao redor do corpo da garota e conduziu-a para dentro do prédio.

    ...

    Eles permaneceram quietos durante todo o caminho para o apartamento e quando o elevador abriu, Amanda deparou-se com ela, aquela que um dia fora sua amiga de infância.

    - Daphne.- Disse mais para si mesma do que para a moça em questão.

    - Mandy.- A garota de cabelos loiros e olhos negros esperou até que Amanda saísse do elevador para abraçá-la.

    E a abraçou, ou melhor quase, mas tentou.

    Como se nada tivesse acontecido.

    Como se não tivesse beijado o Theo só para fazer a Amanda sofrer.

    Levada por uma raiva incontrolável, Amanda agarrou os braços da outra no ar, apertando o local até que seus dedos deixassem marcas vermelhas.

    - Não adianta bancar a falsa comigo, não somos amigas desde o primeiro ano do ensino

    médio e você deixou muito claro que minha amizade não te interessa.-

    Amanda foi afrouxando os dedos que ainda pressionavam a pele da garota.

    - Queria dizer que sinto muito pelo término, você sempre teve dificuldades em manter um relacionamento... Deve ter herdado isso de sua mãe.- Daphne quase deu de ombros.

    Quase.

    Antes que ela pudesse fazer isso, Amanda cerrou os dedos, girou o punho e o levou diretamente de encontro ao nariz da Daphne.

    Nicolas, que até então assistia quieto a interação das garotas, arregalou os olhos surpreso, agora teria que separar uma briga de duas mulheres furiosas.

    - Você é uma vadia, Amanda Delyon.- Bradou Daphne, segurando o nariz com uma das mãos, olhando para o sangue que escorria entre seus dedos.

    Daphne cerrou o punho da mão que estava livre e tentou revidar o golpe, mas Amanda a segurou com maestria, empurrando a outra garota contra o quadro que tinha no corredor.

    - Acho que isso já foi o suficiente.-

    Calmamente, Nicolas, com seus quase dois metros de altura, caminhou para o meio das duas garotas.

    - Saia da frente!- Gritou Daphne, com os olhos fuzilando fúria.

    - Quer apanhar mais?- Amanda cruzou os braços de uma forma afoita, esboçando um sorriso malicioso.

    - Eu disse para as duas que já chega!- O tom de voz de Nicolas foi um tanto ácido para o cara brincalhão que sempre foi.

    Daphne pisou duro até o outro elevador e Amanda respirou fundo, odiava esses tipos de discussões, mas foi a sua vizinha que se atreveu a mencionar o nome de sua mãe.

    - Será que podemos entrar?- Perguntou Nicolas.

    Amanda aquiesceu, tomando a iniciativa de abrir a porta de casa.

    - O Arthur não está aqui, com certeza ele...-

    - Deve estar no próprio apartamento, eu sei, não vim aqui para ver seu irmão.- Nicolas encostou-se na parede, com um sorriso de lado.

    - Não? Então o que veio fazer?-

    - É assim que recebe um convidado?-

    Amanda suspirou.

    Ele tinha razão, e graças a essa aparição que ela foi salva das garras de Theo.

    E nem lembrou de agradecê-lo.

    - Eu vim para o aniversário de sua avó, o Arthur chegará em poucos minutos.- Ele responde, cansando de torturar a Amanda.

    - Obrigada por me defender.-

    - Se meter com você, é como se meter com a minha irmã caçula, eu sempre vou te defender.- Ele bagunçou-lhe o cabelo, exatamente como fazia quando ela era criança.

    Mas Amanda não tinha mais oito anos.

    Capítulo 2

    - E como foi passar dois anos no Canadá?

    Não sentiu falta de casa?- Foi na primeira coisa que Amanda pensou para puxar conversa enquanto ambos esperavam

    sentados no sofá os demais chegarem em casa.

    Pouco original, pois é claro que todos perguntavam o mesmo.

    - Bom, ao menos eu tinha o Arthur de companhia, mas é claro que a saudade sempre é grande- Nicolas pigarreou, antes de olhar para o rosto de Amanda e perceber que ela também o olhava.- E como foi a vida durante esse tempo?-

    - Um pouco entediante sem ter vocês para atormentar.- Brincou, e deu aquele breve sorriso.

    O sorriso da Amanda.

    Não era demais e tampouco inexpressivo.

    - Bom... De acordo com as duas cenas que presenciei, acho que sua vida foi mais movimentada do que a minha.-

    Amanda não conseguiu reprimir a vontade de virar os olhos.

    - Theo é o meu ex namorado, me traiu com a Daphne, minha ex melhor amiga.-

    - Isso parece coisa de filme-

    - Um pouco... Daphne e eu não somos amigas desde o primeiro ano do ensino médio.-

    Ou seja, há três anos, quando Amanda e a outra tinham apenas quinze.

    - Ele é um idiota por não saber valorizar você, Mandy.- Nicolas leva sua mão a tocar a mão da garota, e ela acolhe o gesto.

    - Estou feliz que tenham voltado.- Ela sorriu novamente e ajeitou a posição que estava sentada na cadeira, ter Nicolas tão próximo à estava deixando desconfortável.- Me conte mais sobre seus dois últimos anos, veio para ficar? Está gostando do trabalho?-

    - Sim e sim, Arthur e eu estamos com um projeto para 2022, se sair como esperamos, deixaremos a empresa de seu pai e começaremos a nossa.-

    - E qual seria o projeto?-

    - Bom... É segredo.-

    Amanda ergueu a sobrancelha, odiava ficar curiosa.

    - Bom... De qualquer forma, desejo que tudo saia bem para vocês.-

    - Obrigado... Mas, e você? Começou a faculdade esse ano, não é?-

    Amanda não estava nada animada para falar da faculdade. O que sempre desejou foi ser escritora, mas é claro que os seus pais, como a maioria da sociedade, achavam que ela

    acabaria passando fome se cursasse letras e tentasse seguir os seus sonhos.

    - Direito.- Foi tudo o que disse, tentando demonstrar alegria.

    - Pensei que tinha me dito que queria ser escritora-

    - E quero! Na verdade, eu...- Amanda chacoalhou a cabeça, apesar de conhecer Nicolas quase a vida inteira, não tinham intimidade o suficiente para que ela confessasse que estava escrevendo um livro em segredo.- Deixa, não é nada-

    - Você não pode começar uma frase e não terminar.- Resmungou Nicolas, cruzando os braços.

    - Acabei de fazer.- Amanda deu de ombros.-

    Além do mais, você fez algo parecido ao não me contar do projeto-

    - Então quer dizer que você continua vingativa?-

    - Um pouco-

    - Então irei me comportar, não quero ser vítima da sua raiva, aquele cara com certeza vai passar uns dias sem andar-

    - E você não deixou nenhuma namorada com o coração partido no Canadá?-

    - Eu não, mas o seu irmão, sim-

    - Eu não acredito nisso! Vocês homens são uns imbecis-

    - Nem todos.- Nicolas ergueu o indicador.

    - Eu discordo, se não lembra, você fez o mesmo com a filha da minha madrasta-Nicolas estremeceu só em ouvir a Amanda falar da Rachel.

    - Eu já pretendia terminar com a Rachel muito antes de viajar para o Canadá-

    - Mas não terminou-

    - Achei mais sensível usar a viagem como desculpa do que criticar a personalidade fria dela-

    - Bom... Com certeza, agora que você está de volta, ela terá esperanças em reconquista-lo-

    - Não me diga que ela vem para o aniversário da sua avó-

    - Infelizmente, sim-

    Nicolas coçou as têmporas, aquela seria uma longa noite.

    - Ainda não entendo o porquê da família do seu pai vim para o aniversário da família da sua mãe.-

    - Eu também não, meus pais não são mais casados e aquela cretina da mulher dele não tem nada a ver conosco.-

    - Menos ainda a Rachel, nem filha do seu pai ela é.-

    De repente, um barulho de porta batendo tomou conta do local, atrapalhando a conversa dos dois que já estavam ali.

    - Ora, ora... Então quer dizer que trocou o Arthur pela Amanda?- Brinca Hugo, o irmão do meio.

    - Ao que parece o Arthur está atrasado...

    Assim como a mamãe e a vovó, ainda não voltaram do shopping?-

    - Está vendo as duas aqui?- Perguntou Hugo, grosseiramente.

    - Claro, elas devem estar enfiadas no seu...-

    Antes que Amanda pudesse completar o desaforo, Nicolas interveio.

    - Não vamos baixar o nível da conversa!-

    - Isso aconteceu a partir do momento que o Hugo entrou nela.- A moça aponta para o irmão, ainda encostado na parede.

    - Elas estão escolhendo um vestido para a vovó, acho que daqui a uma hora estarão de volta-

    - Você acha?- Amanda cruzou os braços.

    - Não tenho bola de cristal-

    - Não precisa ter bola de cristal quando se tem um celular e pode muito bem ligar e perguntar-

    - E por que você não fez isso? Já que você é a mais interessada-

    - Porque você é o mais desocupado-

    Nicolas apenas olhava de um irmão para o outro, brigas como aquela eram sempre comuns na casa de seu amigo, como ele não tinha irmãos, aproveitava a interação que existia entre os membros da família de Arthur.

    Estava se divertindo bastante.

    Estava foi a palavra perfeita para a ocasião, pois ao que parece, a mãe e a avó de Amanda decidiram atrapalhar o divertimento de Nicolas.

    - Demoramos muito? Temos uma hora para ficarmos prontos até os convidados chegarem!- Lúcia, mãe de Arthur, Hugo e Amanda, ergue as mãos para o alto.

    - Acho que uma hora é mais do que o suficiente.- Comenta Amanda.

    - Acho que os convidados chegaram mais cedo.- Dona Teresa, a avó dos meninos, coloca os óculos no rosto.- Ah, não é um convidado, é o Nicolas-

    - Mamãe!- Repreende Lúcia.- O Nicolas é nosso convidado.- A mulher caminha na direção do rapaz, envolvendo-lhe em um abraço carinhoso.- Fico feliz que tenha vindo, e cadê o Arthur?-

    - Ele perdeu o direito de ser chamado de convidado quando devorou toda a minha torta de pêssego!- Dona Teresa gira a bengala no ar, quase acertando a cabeça de Hugo, que se esquiva com maestria.

    Amanda pressionou os lábios para prender o sorriso.

    Nicolas fez o mesmo.

    - Mamãe, venha, vamos nos arrumar.- Lúcia segura sua mãe por um dos braços, guiando-a para o seu quarto que ficava no piso do térreo.

    - Eu já estou arrumada!- Resmungou a mais velha.

    - Não o suficiente.- Rebateu Lúcia.

    - Quando foi que você ficou tão insolente?-

    Novamente resmungou dona Teresa.

    - É... Pelo visto a noite vai ser longa-Comentou Hugo, só para não ficar sem dizer nada.

    ...

    Mais tarde, na hora do jantar, praticamente todos os convidados estavam na sala de estar da casa de Amanda, entre eles a temida Rachel, ex noiva de Nicolas.

    - A viagem para o Canadá lhe fez muito bem, Nic.- Rachel beberica um pouco de vinho.

    - Ah... Obrigado.- É tudo o que consegue dizer.

    Ele olha para o outro lado da sala a fim de pedir ajuda ao Arthur, mas o amigo apenas

    acena, estava muito ocupado conversando com alguma amiga da Amanda.

    Nicolas quase revirou os olhos.

    - O Arthur não tem jeito, continua o mesmo de sempre.- Rachel olha para a mesma direção que Nicolas no momento em que ele tenta pedir a ajuda de Arthur.- Agora que as amigas da Amanda estão com idade suficiente, ele...-

    - Porque não me conta sobre o seu trabalho no ateliê de sua mãe.- Nicolas muda visivelmente de assunto, não estava disposto a permitir que Rachel fizesse críticas ao seu melhor amigo.

    - Bom... Eu sou a gerente, supervisiono os funcionários, ajudo na contabilidade, nas vendas...-

    Nicolas quase cochilou diante da descrição tediosa da Rachel.

    - E você? Soube que está trabalhando junto com o Arthur na imobiliária do meu padrasto-

    - É, estamos, está sendo bem satisfatório.- Ele se limitou a dizer, sabia que a Rachel jamais prestaria atenção em explicações mais detalhadas e ele tampouco estava disposto a fazê-las com ela.

    Um silêncio breve se fez entre os dois, Nicolas estava quase inventando uma desculpa para

    sair de fininho, quando a outra começou a falar outra vez.

    - O que acha de almoçarmos amanhã?-

    - Amanhã? Ah... Eu...-

    - Imagino que não tenha nada de especial para fazer, recém voltou para a nossa cidade-Para a sorte do Nicolas, ele foi poupado de respondê-la quando ouviu uma voz conhecida chegar.

    - Esse vestido ficou lindo em você.- Era a Letícia, melhor amiga da Amanda.

    - Bom... Seu elogio melhorou minha auto-estima.- Brinca Amanda.

    Nicolas sabia que ela nunca deu a mínima para vestidos ou como ficaria linda neles.

    Espera aí, ele acabou de admitir que a acha linda?

    Óbvio que é muito bonita, ele tem dois olhos, não é cego. A garota continua sendo como sua irmã mais nova, independente de sua aparência adorável.

    - Nicolas?- Insiste Rachel, percebendo que ele não estava dando atenção.

    E ele não estava.

    Os olhos castanhos escuros e intensos de

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