O Ar Que Respiro

De Amanda Kaitlyn

Emberly

Corre. Não olhe para trás. Apenas vá.

Eu estava fugindo de um passado tão escuro que não conseguia ver a luz até me libertar. Eu nunca tive que me preocupar em me apegar a ninguém, porque as coisas boas nunca duraram para mim. Nem mesmo o amor.

Eu pensei que tinha entendido tudo. Até ele.

Eu nunca o esperava.

Hudson.

Hudson

Proteger e servir.

Era o trabalho da minha vida seguir os passos do meu avô, protegendo as ruas de Austin, Texas. Nosso Lar.

Ser colocado na equipe de segurança da filha do meu sargento nunca fez parte do plano.

Mas então eu a vejo.

Emberly.

Eu vejo que ela está quebrada.

Eu vejo como ela foi ferida, deixada de lado por todos que ela já amou.

Alguém a está perseguindo e não importa o que eu tenho que fazer.

Vou protegê-la com a minha vida.

O mundo da justiça pode ter governado minha vida diante dela, mas eu infringiria a lei em um segundo se isso significasse mantê-la.

Ela vale a luta.

Ela é o ar que respiro.

• Idioma: Português
• Editora: Next Chapter
• Data de lançamento: 12 de abr. de 2020
• ISBN: 9781071537619

Amanda Kaitlyn

Writing is a passion I've known and loved since grade school. There is a certain freedom in writing for no purpose but to get the words down on a page. To tell a story you feel only you can tell. When I'm not writing or thinking about writing or planning on writing - I spend most of my time with either family or the important and wonderful people I love. I am an addicted paranormal and romance reader. I am a college student. I am a wine drinker.  Much love,  Amanda

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Agradecimentos

O Ar que Respiro é a história de Hudson e Emberly e, embora tenha passado quase quatro anos (sim, você leu certo!) escrevendo, aprimorando e escolhendo este livro, ainda parece cru, real e bonito - exatamente o que essa história deve transmitir. Esses personagens são tão especiais para mim e eu realmente espero que você, leitor, goste deles tanto quanto eu.

A quantidade de pessoas que participaram deste projeto comigo é sufocante, mas tentarei reconhecer o máximo possível. Primeiro, quero agradecer aos meus leitores, meus amores - vocês me mantém escrevendo e faz com que minhas pequenas ideias pareçam grandes e minhas dúvidas não parecem nada comparadas à sua total e completa crença em mim. Vocês me surpreendem, então muito obrigada!

Heather Lyn, você foi uma das primeiras pessoas a ler O Ar que Respiro e me ajudou a dar vida a Hudson e Emberly. Então, obrigada. Amo sua crença em mim e espero o melhor para você no futuro.

Sierra Burrell, você nunca deixa de me surpreender com suas palavras, dentro e fora dos livros que escreve com tanta eloquência. Obrigada por me convencer desde o início deste grande lançamento. Eu te amo.

Amanda Stockford, muito obrigada por estar lá durante o ano passado, tanto pessoalmente quanto como uma das minhas incríveis leitoras beta. Você é minha pessoa.

E finalmente, pai. Você me ensinou que, se eu fizesse o que amava, nunca trabalharia um dia na minha vida. Estou longe de ser uma autora em período integral, mas estou chegando lá. Eu amo você e mamãe mais do que você imagina.

Esta história é meu coração, então, por favor, seja gentil com ela. E aproveite.

XO

A

Dedicação

Para as meninas que ainda estão procurando o Sr. Certo.

Respire.

Tenho a sensação de que você também encontrará o seu Hudson.

Prólogo

Emberly

10 anos

O fundo do meu estômago caiu quando fui acordada por um grito agudo vindo do andar de baixo. Enrolando meus cobertores em volta de mim ainda mais apertado, tremi de pavor e deitei perfeitamente, ainda completamente esperando o que viria em seguida.

Pelo menos uma vez por noite, eu acordei assim.

Minha mãe estava lá embaixo com meu pai, embora eu não pensasse nele dessa maneira. Tudo o que ele me deu na minha jovem vida foi tristeza e medo. Quanto mais eu ficava aqui na escuridão do meu quarto, maior ficava o medo dentro de mim.

Um suspiro agudo e quebrado me deixou quando ouvi soluços, sons altos e angustiados que rasgaram meu coração, deixando apenas desesperança em seu rastro.

Minha mãe era tão forte.

Ela me amava muito.

Vi nos olhos dela quando ela olhou para mim, mesmo quando estavam inchados demais para ver qualquer coisa.

Eu me lembrava de uma época em que ela estava feliz e meus pais estavam loucamente apaixonados. Eles cozinhavam juntos, dançavam juntos, riam juntos.

Antes do meu pesadelo começar.

Antes de tudo mudar.

Antes de perder a esperança de que o verdadeiro amor fosse real.

Tentei em vão abafar os sons de sua dor com meus travesseiros e um soluço estourou no meu peito, lágrimas quentes e ardentes deslizaram por minhas bochechas e tentei com tudo impedi-las.

Soluço o mais silenciosamente que posso, sabendo que se ele estivesse bravo o suficiente, ele viria aqui e começaria comigo.

Minha mãe sempre tomava o peso de sua raiva.

Ela disse que era sua maneira de me proteger.

Não podíamos sair porque isso o deixaria louco.

Mas acho que ela estava com muito medo de tentar.

Às vezes me pergunto se algum dia vamos fugir dele.

Ela diz que vamos e para confiar nela.

Mas ele a machuca tanto, e se...

Um arrepio percorre meu corpo com o pensamento e eu pulo quando o som da porta da frente batendo chega ao meu quarto.

Eu sempre deixo minha porta aberta para ouvir quando ele sai.

Ele sempre sai depois.

Ele dirá que tem trabalho pra fazer, mas eu sei a verdade.

Ele não suporta olhar para minha mãe depois de machucá-la.

Ele voltará de manhã e implorará que ela o perdoe.

E uma parte de mim a odeia, porque ela o perdoa.

Toda vez.

Deslizando para fora da minha cama, eu desço as escadas silenciosamente, prendendo a respiração para o caso de ele voltar.

Ele quase nunca volta.

Mamãe?

Oh baby. Volta a dormir.

Alcançando o kit de primeiros socorros que mantenho na prateleira superior do armário de roupas de cama, balanço a cabeça suavemente, sabendo que não poderia fazer isso.

Ela é minha mãe.

Eu sempre cuido dela.

Quão ruim?

Eu sussurro as palavras, ainda com medo de que ele volte e me pegue cuidando de seus ferimentos.

Uma vez, ele voltou e eu nunca o vi com tanta raiva.

R... ruim, baby. Eu queimei o frango. Ele não estava feliz com isso.

Eu mordo meus lábios para parar as palavras que querem escapar livremente de sua desculpa falada por ele.

Minha mãe é uma cozinheira incrível.

Ela aprendeu com minha avó e minha avó aprendeu com sua mãe.

Ela diz que é uma coisa italiana.

Você precisa saber cozinhar, porque é o que se espera de uma esposa, uma mãe. Eu não me incomodo dizendo-lhe que é oséculo XXI e homens podem cozinhar também. Ela sempre dá desculpas para ele, assim como eu sempre vou deixar. É a nossa maneira de lidar. Não sabemos de outra maneira.

Você precisa de pontos, mamãe. Você quer que eu pegue uma aspirina?

Não, baby. Está tudo bem. Apenas cuide disso.

Ma...

Quando uma das mãos trêmulas dela agarra a minha, eu aceno.

Eu rapidamente cuido dela da melhor maneira possível e depois a ajudo em sua cama, onde a cubro com uma manta grossa que minha avó fez.

Sinto muito, mamãe.

Shh, Em. Estaremos seguras em breve.

Seus braços quentes e amorosos me envolvem e, embora eu saiba que suas palavras são uma mentira, eu acredito nelas.

Capítulo Um

Emberly

O ar quente do verão soprou no meu rosto quando eu corri para o hospital da minha maneira típica e tardia. Meu estômago estava com um nó quando vi minha diretora, Linda sentada à mesa do lado de fora das portas. Meus nervos pareciam se intensificar quando seus olhos castanhos se estreitaram para mim, as pontas afiadas de suas unhas pintadas de azul vibrando ritmicamente contra a mesa.

Merda. Eu estava com sérios problemas dessa vez.

Toda a minha vida eu tenho estado atrasada.

Meus olhos se depararam com o relógio pendurado acima da parede atrás da cabeça de Linda e eu fiz uma careta quando vi que já passavam das oito da manhã, quando meu turno estava programado para começar.

Não era que eu quisesse me atrasar, às vezes o tempo me escapava.

Pude ver nos olhos de minha chefe o que ela pensava de mim. Senti seu olhar crítico em meu rosto e sabia o que ela devia estar pensando de mim.

Eu era descuidada, irresponsável, talvez até rude. Mas isso não era verdade, nem um pouco.

Eu era uma enfermeira neonatal e era o trabalho mais gratificante, pelo menos pra mim. Foi por isso que acordei de manhã. Cuidar dos pequenos munchkins na ala no andar superior encheu meus dias de calor, de luz. A empolgação do próximo marco que tive o privilégio de compartilhar com as famílias que confiavam em mim com seus filhos pequenos fez meus turnos passarem em uma corrida de sorrisos, risadas e pequenos milagres.

Até meus piores dias valeram a pena porque eu os tive.

Você chegou atrasada todos os dias desta semana. Ela murmurou, desaprovação evidente em seu tom. Assentindo, minha cabeça caiu abaixo dos meus ombros.

Eu realmente não queria perder esse emprego.

Eu sei, Linda. Sinto muito. Ela assentiu, mas a frustração em seus olhos não vacilou.

Você precisa tentar chegar a tempo, Emberly. Precisamos de você aqui a tempo.

Mudando de pé, eu sabia que ela estava certa. Eu estava sem carro no momento e chegava quinze minutos de carro para trabalhar. Agora, tendo que ir de ônibus, tinha sorte se chegasse aqui dentro de uma hora.

Embora ultimamente, eu não estivesse tendo muita sorte.

Poucos minutos depois, eu estava subindo o terceiro lance de escada e em direção à mesa das enfermeiras do lado de fora da UTI neonatal. O cheiro de talco de bebê cobriu o ar e o perfume me acalmou instantaneamente.

Uma cabeça com cabelos longos e ondulados estava olhando pra baixo quando me aproximei e sorri. Ashlee era uma enfermeira, assim como eu, mas ela também era mais. Ela era a enfermeira chefe deste andar e muito boa nisso.

Ela também era minha melhor amiga do mundo.

Ei, garota. Sua cabeça se levantou e seu rosto se iluminou com um sorriso.

Ei.

Fiquei agradecida por ela não ter mencionado meu atraso, pois me entregou minha folha de rondas para o dia.

Nós estamos com uma enfermeira hoje, então eu posso precisar que você trabalhe por mais algumas horas hoje, está tudo bem? Lamento perguntar, mas...

Eu balancei minha cabeça, digitalizando a página para a minha primeira paciente. Jenna James, a mais nova mãe do pedaço.

A jovem dera à luz um menino lindo que ainda não tinha nome. Ela e o marido tiveram problemas para conceber o primeiro filho e foi um prazer vê-los com o filho pequeno. Ele era tão fofo.

Não se preocupe, Ash. Eu não me importo. Vou começar o meu dia.

Ela assentiu, sorrindo da maneira que sempre fazia, iluminando a sala inteira com apenas um sorriso. O ar ao seu redor parecia elevar-se quando a felicidade se espalhou por seu rosto e, interiormente, eu esquentei com a visão.

Ela era uma pessoa tão feliz.

Às vezes eu desejava poder ser mais como ela.

Afastando-me da mesa das enfermeiras, segui pelo corredor em direção ao quarto da minha primeira paciente. Nós a colocamos o mais próximo possível do berçário, a pedido de seu marido.

Bom dia, Jenna. Como você está se sentindo hoje de manhã? Jenna estava sentada na cama quando entrei e o marido olhou para cima de onde seus olhos estavam obviamente voltados para ela.

Estou bem, obrigada. Quando posso ver meu bebê?

Eu sorri, movendo-me para o lado dela e levantando o pulso fino em uma mão para verificar seus sinais vitais.

Vou trazê-lo assim que eu verificar seus sinais vitais. Meus dedos pressionaram seu ponto de pulso e eu a ouvi profundamente, até mesmo respirações, enquanto ela contava com entusiasmo o nascimento de seu filho, seus olhos indo para o marido quando ele sussurrou algo que eu não entendi.

Esses momentos eram tão importantes para a pequena família e, recuando, tomei cuidado para não me intrometer.

Eu vou pegar seu garoto, agora. Tenho certeza que ele está ansioso para vê-la. Ela sorriu e a expressão tomou conta de todo o seu rosto.

Olá, docinho. Eu gentilmente cantei para a alegria do bebê James enquanto deslizava cuidadosamente minha mão atrás da cabeça e o levava contra mim, minhas mãos embalando seu pequeno corpo quando ele acordou.

Sua mãe e seu pai estão muito animados para vê-lo hoje. Eles esperaram muito tempo por você, sabia? Ele me olha tão inocente, tão bonito.

Enquanto ele aperta seus punhos minúsculos nos meus cabelos e puxa com força surpreendente, eu me afastei, choque e diversão me enchendo.

Porra, esse garoto era forte. Abri a porta do quarto de Jenna gentilmente com meu sapato e ouvi seu suspiro audível quando viu o menino em meus braços.

Oh, Scott, ele é tão bonito.

Ele é. Ouvi o marido murmurar baixinho, como se estivesse sem palavras ao ver. Com cuidado, eu o abaixei em seus braços e sorri suavemente, observando a adorável visão dela segurando seu bebê por um momento.

O tempo passa enquanto eles compartilham seu momento e verifico seus sinais vitais, junto com os do bebê mais uma vez, silenciosamente os deixei para aproveitar a manhã juntos.

Eu teria o que eles tinham?

Enquanto eu caminhava em direção à mesa da enfermeira onde encontraria Ashlee, não pude evitar o pensamento fugaz que deu lugar a uma agitação de esperança que afrouxou meu peito da solidão com que vivia, dia após dia. Era mais fácil assim ou pelo menos, era o que eu vinha me dizendo há anos. O problema era que eu queria mais. Meu coração foi consertado pela dor do meu passado e uma parte de mim se perguntou se era hora de abrir novamente. Para deixar o amor entrar, se ele encontrar o caminho para o meu coração aparentemente vazio. Com um suspiro pesado, balancei a cabeça para mim mesma, sabendo que não estava pronta para me abrir novamente. Ainda não.

Capítulo Dois

Hudson

Porra ótimo.

Passei uma mão pelo meu cabelo e corri para dentro da sala de reuniões.

Eu estava atrasado.

Foi muito gentil da sua parte se juntar a nós, Lennox.

Meu sargento Nicholas Reed falou no segundo em que entrei pelas portas de vidro da sala e, interiormente, me encolhi. Ele não era um homem que você queria cruzar.

Desculpe, senhor.

Sentei-me e me acalmei durante a reunião dele, não querendo irritá-lo ainda mais.

Ser policial era quem eu era. Profunda e completamente.

Meu pai queria mais para mim do que ser policial. Ir para a faculdade. Para me formar em engenharia, como ele. Encontrar uma garota legal do interior e dar à luz alguns bebês. Eu não podia mentir para mim mesmo, agora, depois de muitas noites de sexo quente e sem nome e um bote cheio de bebida, a ideia de encontrar uma coisa jovem e bonita para me acalmar soava muito bem.

Meu pai, sendo o homem que ele era, recuou e me deixou fazer a escolha certa para mim na época. Inclinei minha cabeça mais uma vez e as pontas dos meus dedos deslizaram ao longo do distintivo que estava preso no meu bolso esquerdo.

Tudo bem, vocês estão dispensados. Espero que cada um de vocês me atualize em seus casos abertos até segunda-feira. Estejam seguros, homens.

Todos nós ficamos em respeito quando ele se afastou da sala e eu jurei que senti seu olhar duro nas minhas costas enquanto ele saia. Uma mão grande bateu no meu ombro e olhei para ver meu melhor amigo e parceiro, Tristan Donovan, parado ao meu lado.

Ele era um filho da puta arrogante e o sorriso malicioso estampado em seu rosto presunçoso me disse que minha chegada tardia não havia passado por ele.

Balançando a cabeça para ele e acenando, sorri. Ele era mais um irmão para mim do que muito mais.

Você vai me encontrar no pub mais tarde? Os meninos estão sentindo sua falta.

Uma risada dura me deixou quando eu assenti. Eu estava adiando voltar para o bar que geralmente frequentávamos após o turno e eu tinha certeza que ele sabia o porquê. Uma mulher que eu tinha fodido há não muito tempo atrás estava escondida lá em cima e havia rumores de que ela estava me pedindo. Tive a sensação de que na noite em que a trouxe para casa, ela tinha um parafuso solto, mas eu o soltei, sem pensar muito claramente na época.

Sim, eu estarei lá. Com certeza a Louca já se foi, certo?

Diversão nubla seus olhos enquanto ele ri, o rico som alto na estação silenciosa. O resto dos policiais tinham ido para casa durante o dia e éramos apenas nós dois.

Uma olhada lá fora nos disse que ele estava fora do alcance para nos ouvir enquanto fumava seu charuto no fim do dia.

Olha, há algo que eu mencionei ao sargento com o qual vou precisar da sua ajuda. Ouvi a voz geralmente divertida de Tristan ficar baixa com preocupação e assenti.

O que você precisa?

"Lennox." A voz autoritária ecoou da porta e eu olhei para cima, endireitando minha postura relaxada ao som de sua voz.

Senhor? Ele deu um último puxão lento do charuto na mão antes de jogá-lo para o lado e limpar na porta do prédio enquanto falava, novamente.

Venha ao meu escritório, eu preciso falar com você.

Assentindo, peguei meu celular da mesa em que estava sentado e parei momentaneamente para dar uma olhada atrás de mim.

Conversamos mais tarde, cara. Tristan acenou com a cabeça em reconhecimento e foi afirmação suficiente para mim. Eu me virei para seguir Reed em seu escritório, meu intestino apertando com o instinto de que algo estava acontecendo com os dois homens.

Feche a porta atrás de você e sente-se.

Eu fiz, um nó de tensão no tom grave que sua voz tomou.

Sentado em uma cadeira em frente à mesa dele, embora eu preferisse andar pela sala.

Eu podia contar o número de vezes que ele me chamou para seu escritório por um lado e nenhum deles esteve nessas circunstâncias.

Ele estava prestes a me dizer