Revista Corporal: Muito Quente Para Suportar

De Aubree Valentine

Fora dos limites.

Molly deveria ser intocável. Fiz essa promessa ao irmão mais velho dela quando ela se mudou.

Não importa o quanto ela dificulte as coisas. Ou o quanto ela me quer. Isso nunca poderá acontecer.

Mas um beijo é tudo o que preciso.

Não me importo que ele pense que sou uma flor delicada que precisa de sua proteção. Vou mostrar a Cole, de uma vez por todas, que sou uma mulher adulta que sabe cuidar de si mesma. E se isso não chamar a atenção dele, é hora de seguir em frente.

As coisas estão prestes a ficar interessantes.

Agora ela está indo longe demais. Provavelmente é minha culpa, e eu sou o único que pode consertar isso. Com a vida dela em risco, não vou deixá-la se afastar de mim.

Uma coisa é certa... todas as regras estão voando pela janela quando chega a hora de uma pequena revista corporal.

• Idioma: Português
• Editora: Aubree Valentine
• Data de lançamento: 11 de out. de 2023
• ISBN: 9781667464701

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UM

Cole

Tomo outro longo gole da minha cerveja enquanto observo Molly na pista de dança com Logan. Ela puxa o cabelo comprido para trás com uma mão, abanando o rosto com a outra enquanto ri de algo que ele disse. Seu corpo nunca para de se mover com a música e com cada movimento de seus quadris, meu pau implora por atenção. Desde o minuto em que ela entrou hoje à noite com o minúsculo vestido azul royal sem alças – não consegui tirar os olhos dela. Nem mesmo Jade, minha gentil e sempre tão paciente acompanhante para o casamento desta noite, consegue prender minha atenção. O que realmente quer dizer alguma coisa, considerando que nós dois aliviamos a tensão reprimida quando parei na casa dela para buscá-la.

— Aqui, parece que você precisa de outro. — Como se fosse uma deixa, Jade me cutuca enquanto se senta ao meu lado na mesa, me entregando uma cerveja fresca. — Ainda não entendo por que você simplesmente não a convidou para sair.

— Última, — digo a ela antes de abrir a tampa. Eu serei o único a levar todos para casa esta noite. — E, ela está fora dos limites. Já lhe disse isso antes.

Eu conheci Jade não muito depois de Zoey e Smitty resolverem suas merdas e se tornarem exclusivos. Uma das minhas últimas viagens a um clube BDSM. Saímos juntos naquela noite e temos feito esse pequeno arranjo desde então. Eu a vi passar por um punhado de separações ruins, e ela também sabe sobre Molly há algum tempo, o que significa que ela também sabe exatamente por que não posso cruzar essa linha com Molly.

Jade suspira.

— Sim, está fora dos limites. E, no entanto, aqui está você, observando cada movimento dela.

Afasto meu olhar de Molly e me viro propositalmente, para que Jade tenha toda a minha atenção.

— Você tem razão. Desculpe. Eu deveria estar prestando atenção em você.

— Oh, não ligue o charme agora, — ela joga a cabeça para trás e ri.

— Charme? O mesmo feitiço que usei para tirar você daquela calcinha que mal existia antes? — Eu pisco.

— Eu provavelmente deveria me ofender com o fato de que toda vez que ela te deixa duro, você vem até mim.

— Ei, não é sempre. E eu acredito que você fez o mesmo comigo. — Eu sei que ela fez e isso não me incomoda nem um pouco. Provavelmente porque, no final, estamos usando um ao outro.

— Oh, eu certamente faço. É por isso que funciona tão bem. — Jade toma um gole de sua bebida mista e continua: — Ter alguém em quem você pode confiar, que pode atender às suas necessidades sem todo esse compromisso? É perfeito.

Solitário, precisa transar? Chame um ao outro. Precisa de um encontro para um evento? Chame um ao outro. Quer alguém para ir ao cinema ou apenas o conforto de um corpo quentinho? Você entendeu. Nunca houve nada mais do que isso, além de uma amizade. Jade tem razão. Funciona perfeitamente. Toda a diversão sem todo o outro trabalho que envolve um relacionamento.

— Oooh, não olhe agora, mas ela está vindo em nossa direção com seu parceiro de dança.

Não tenho nem chance de olhar por cima do ombro, sei o minuto em que Molly se senta em seu assento do lado oposto ao meu.

— Vou pegar uma água, — me levanto abruptamente, tentando evitá-la por mais um tempo. — Posso pegar alguma coisa para alguém?

— Eu vou com você, acho que vou pegar uma cerveja, — Logan entra na conversa. — Molly, posso pegar alguma coisa para você?

— Estou bem. Obrigada, Logan. — Sua voz doce me faz desejar que fosse meu nome em seus lábios.

Jade olha para mim e ri por trás do copo.

— Eu estou bem também.

No bar, olho para Logan enquanto esperamos nossas bebidas.

— Ela está fora dos limites, — eu aviso com um rosnado.

— Relaxa. Foi uma dança. Não estou interessado. — Logan nem se mexe, eu admito isso.

— Ela sabe disso? Porque ela parecia estar realmente se divertindo lá.

— Ouça, você me ajudou muito. Agradeço que você tenha me ajudado com o Smitty e principalmente me ajudou a conseguir um emprego na força policial daqui. Também estou bem ciente da regra do código de irmão não falado. Mas um conselho? Tenho quase certeza que Molly apreciaria se você parasse de marcá-la como um cachorro sempre que outro cara olhasse para ela. Seu encontro para a noite provavelmente sente o mesmo.

Ah, e agora entendo exatamente por que esse garoto deixa Smitty louco às vezes.

— Comentários bastante corajosos, fuzileiro naval.

— Não sou nada além de observador, senhor. Como fuzileiro naval, eu o respeito, você sabe disso. Mas, eu não sou de rodeios. — Ele pega sua cerveja e dá uma gorjeta ao barman. — Agora, se você não se importa, vou aproveitar minha cerveja e me divertir. Você deveria tentar fazer o mesmo, em vez de ficar pensando em Molly.

DOIS

Molly

Não sei por que estou surpresa por terminar a noite sozinha à mesa. Cody fugiu com seu encontro cerca de uma hora atrás, e Cole desapareceu alguns minutos atrás com Jade. Tenho certeza de que aqueles dois estão no banheiro fodendo, se eu tivesse que adivinhar. E enquanto ele concordou em ser minha carona para casa esta noite, não tenho certeza se quero ficar presa no carro com os dois depois de sua festa de foda.

— Você ainda está aqui? — A voz de Logan me assusta.

Eu mal conheço o cara, mas ele parece bem legal. Nossos caminhos se cruzaram algumas vezes quando todos os caras se reuniram, e Kelsey ou Zoey também me convidaram. E ele passou a ser minha graça salvadora esta noite. Sem sua gentileza, o casamento de Rhys e Kelsey poderia ter sido desajeitado e um pouco chato.

— Sim. Você sabe, quem pode recusar o bolo de casamento? Estou certa? — Eu rio e coloco meu garfo na mesa. Estou quase envergonhada pelo fato de estar sentada aqui sozinha, enchendo a cara.

— Era um bolo muito bom, — ele sorri e se senta ao meu lado. — Estou me preparando para sair, mas queria ver se você precisa de uma carona de volta para sua casa.

Oh Deus, ele está... ele não pode estar perguntando o que eu acho que ele está.

Merda. Eu sou tão ruim com esse tipo de coisa.

— Logan, agradeço sua gentileza esta noite, mas não estou procurando um encontro.

Ele solta uma risada.

— Molly, sem ofensa, eu também não estou procurando por um encontro. Estou simplesmente tentando ser um cavalheiro e garantir que a moça bonita que me manteve longe das senhoras solteiras sedentas a noite toda, volte para casa segura antes de eu ir. Isso é tudo.

Interessante. Por mais ridículo que pareça, estou um pouco mortificada e de repente me sentindo um pouco atraída também. Estúpido, considerando que recusei em primeiro lugar.

— Desculpe. Eu realmente sinto muito por presumir. — Eu me atrapalho com minhas palavras em constrangimento.

— Não precisa pedir desculpa. Agora, isso é um sim ou um não? — Ele provoca.

Eu considero dizer a ele, não, mas quando Cole ressurge com uma Jade desgrenhada em seus braços, eu mudo de ideia.

— Quer saber, uma carona de volta para minha casa seria ótimo. Obrigada por oferecer.

Cole olha para nós dois enquanto nos dirigimos para a saída, passando por eles dois.

— Indo para algum lugar? — Ele resmunga.

— Casa. Estou me sentindo muito cansada e Logan se ofereceu, então vou sair. Não gostaria de impedir você de se divertir e tudo isso, — eu digo, um pouco dramaticamente.

Logan tosse uma risada ao meu lado.

— Eu prometo cuidar dela.

— Tenham cuidado. Vocês dois, — Cole adverte.

Sempre um cavalheiro, Logan me ajuda a entrar em sua caminhonete assim que chegamos ao estacionamento. Quase pulo de susto quando ele entra e liga. Os sons de Luke Bryan explodem nos alto-falantes alto o suficiente para quase estourar meus tímpanos e não consigo evitar o ataque de riso que se segue.

— Sério? Eu não tinha imaginado você como um fã de Luke Bryan. — Eu luto contra outra risada.

Ele rapidamente desliga o rádio.

— Ha, ha. É a estação local do país. Prefiro minha música alta, mas certamente não estava curtindo Luke. Desculpe por desapontá-la.

— Então, meu condomínio fica perto da Rota 27, Waterbrook.

— Eu sei exatamente onde fica, — ele vira à esquerda no estacionamento e segue em direção à estrada principal.

O silêncio enche a cabine da caminhonete brevemente antes de ele falar novamente.

— Então, Cole sabe que você tem sentimentos por ele?

— O quê? Você está falando sério agora? — Estou atordoada e não posso deixar de me perguntar como esse cara descobriu isso tão rapidamente quando Cole parece tão alheio.

— Não se preocupe, Molly. Não vou contar a ninguém o seu segredo. — Ele sorri.

O local do casamento de Rhys e Kelsey não era longe da minha casa, então a viagem é curta. Quando Logan entra no estacionamento, não estou esperando que ele realmente estacione e desligue sua caminhonete – muito menos me acompanhe até minha porta.

— Você não precisa fazer isso. — Eu tento impedi-lo.

— Sem chance de eu deixar você, ou qualquer outra mulher, caminhar até a porta dela sozinha. — Ele segue alguns passos atrás e mantém distância enquanto eu destranco minha porta.

Assim que abro a porta da frente, me viro e o encaro.

— Obrigada por tudo esta noite. Foi bom não me sentir tão sozinha.

— De nada, — ele me dá um sorriso tímido.

Sinto uma pontada no peito porque ele tem sido tão gentil, e qualquer mulher teria sorte em tê-lo. Essa mulher não sou eu.

TRÊS

Molly

Cole Security – o lugar que chamei de lar nos últimos quatro anos.

Ao entrar no estacionamento esta manhã, dou uma olhada no prédio à minha frente. Quando comecei, nosso escritório fazia parte de um shopping center. Dois anos atrás, Cole comprou este prédio de quatro andares e expandiu suas operações para incluir sua própria central de monitoramento para seus clientes que possuem um sistema de segurança residencial ou comercial dele. A contagem de funcionários mais do que triplicou e Cole começou a trabalhar mais no setor privado.

E eu ainda estou aqui.

Recepcionista, contato com o cliente, assistente de pesquisa e suporte de backup para toda a equipe. Foi quando o mudamos que Cole e seu irmão mais novo, Cody, começaram a me treinar para o trabalho de campo, mas ainda não fui chamada para cuidar de nada fora do escritório. Algo que eu ansiava mais, a cada dia que passava.

Eu estaria mentindo se dissesse que não procurei em outro lugar. O sonho sempre foi trabalhar com o FBI, DEA ou alguma outra organização maior no nível federal. Este trabalho era para ser apenas algo temporário.

Não me interpretem mal, esses caras são ótimos. Cole sabe o que faz e aprendi muito estando aqui. Mas quero mais, quero conhecer a emoção de trabalhar em um caso, rastrear um criminoso e colocá-lo atrás das grades. Levar justiça à comunidade.