Sombras Na Floresta

De Mikelce Souza (org.)

Ninguém nasce dotado da capacidade de escrever, esta deve e precisa ser uma conquista de quem ensina e de quem aprende. Diante disso, foi desenvolvido, pelos discentes do quinto ano “A” a retextualização de narrativas de assombração, cujas atividades e produções culminou na publicação desta coletânea. Há em cada conto o olhar de quem percebe nas pequenas e simples histórias populares infinitas possibilidades. Um olhar de criança contista, que guarda em si grandes sonhos e muita imaginação. Desejamos emprestar-lhe esse olhar para que você também possa se libertar dos muros da impossibilidade e mergulhar no mundo da fantasia, onde tudo, ou quase tudo, é possível!

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 26 de nov. de 2018

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Apresentação

Nos últimos anos, a escola pública de ensino fundamental esteve imersa em uma enxurrada de críticas que julgam arduamente o desempenho em leitura e escrita de seus estudantes e professores.

É bem verdade que não sejam poucos os desafios que nós, professores desse nível de escolaridade, precisamos enfrentar. No entanto, defendemos aqui a crença de que nosso maior desafio esteja em reconhecer que, em muitas situações, o problema não resida em limitações do aluno, mas na ausência de uma adequada transposição didática dos conteúdos. No caso do ensino de produção textual, há imensa necessidade de encaminhamentos favoráveis, para que o aluno desenvolva habilidades linguístico-discursivas de modo a produzir bons textos, de diferentes gêneros. Afinal, ninguém nasce dotado da capacidade de escrever. Esta deve e precisa ser uma conquista de quem ensina e de quem aprende.

Foi visando justamente a essa conquista que nos propomos a desenvolver com a turma de quinto ano A a sequência didática a que intitulamos Do reconto ao conto: uma proposta de retextualização de narrativas de assombração, cujas atividades e produções culminaram na publicação desta coletânea.

Podemos qualificá-lo como um trabalho primoroso, não porque tenha sido perfeito, mas por ser fruto da contribuição de muitas mãos e por ter alcançado seu objetivo primeiro: a conquista da capacidade de escrever textos, valendo-se de recursos da linguagem literária, para brincar com as palavras e de conhecimentos sobre a textualidade em contos de assombração. Algo que, para muitos incrédulos, seria um feito inconcebível a crianças.

Esperamos que você, leitor, possa se deleitar e se assombrar com os textos que, embora representem os primeiros passos na produção literária dessa turminha, revelam marcas de uma cultura, de um modo particular de ver o mundo.

Há em cada conto o olhar de quem percebe nas pequenas e simples histórias populares infinitas possibilidades. Um olhar de criança contista, que guarda em si grandes sonhos e muita imaginação.

Desejamos emprestar-lhe esse olhar para que você também possa se libertar dos muros da impossibilidade e mergulhar no mundo da fantasia, onde tudo, ou quase tudo, é possível!

Boa leitura!

Professora Mikelce Souza

Uma lição para Bella

João Pedro Cavalcante de Oliveira

Isabelly da Silva F. Lima

Há mais de cinco décadas, na época em que o Instituto Santa Juliana era coordenado por freiras, que acolhiam meninas para ali residirem e estudarem em sistema de internato, havia entre as estudantes uma garota chamada Bella.

Era uma aluna que se diferenciava das outras. Seu comportamento rude, rebelde e, por vezes, com toques de crueldade assustava as freiras e as colegas de internato.

Bella estava sempre a aprontar traquinagens. Vivia esticando a perna para que outras meninas tropeçassem ao passar por ela. Divertia-se ao ver a irritação, o aborrecimento e a tristeza