Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Família Flôres (açores, Portugal)
Família Flôres (açores, Portugal)
Família Flôres (açores, Portugal)
E-book805 páginas6 horas

Família Flôres (açores, Portugal)

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Biografia do Coronel José Henriques Flôres, seus ascendentes e descendentes. De tradicional família fluminense (de origem açoriana), cruzado com a família dos maiores produtores de café do Brasil Colonial e do Império, os Souza Breves, O Coronel Flôres foi o maior latifundiário do Vale do Itajaí no século XIX, figura de destaque político e econômico na história da região. Suas terras deram origem ao município de Ilhota, várias regiões dos municípios de Gaspar e Luiz Alves e foi um dos responsáveis pela criação do município de Itajaí, tendo sido membro da Câmara de Vereadores em várias legislaturas, inclusive como seu Presidente, líder político do Partido Conservador em Itajaí e em Gaspar. Também contribuiu com o Dr. Blumenau no estabelecimento da Colônia Blumenau, em suas primeiras décadas. Dentre seus descendentes, destaca-se a família Konder, presente na história política de Santa Catarina e do Brasil. Os descendentes do Coronel encontram-se principalmente em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Sobre o autor: Renato J. La Porta Pimazzoni Filho, genealogista e pesquisador de famílias alemãs no vale do Itajaí e Santa Catarina, é membro do Instituto Histórico de Blumenau (IHB) e do Instituto de Genealogia de Santa Catarina (INGESC).
IdiomaPortuguês
Data de lançamento23 de ago. de 2019
Família Flôres (açores, Portugal)

Relacionado a Família Flôres (açores, Portugal)

Ebooks relacionados

Biografia e memórias para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Família Flôres (açores, Portugal)

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Família Flôres (açores, Portugal) - Renato Jose La Porta Pimazzoni Filho

    FAMÍLIA FLÔRES - AÇORES, PORTUGAL

    OS BREVES DO SUL

    RENATO JOSÉ LA PORTA PIMAZZONI FILHO

    1ª EDIÇÃO - 2019

    1

    Copyright: Renato José La Porta Pimazzoni Filho

    Todos os direitos reservados

    Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 que

    entrou em vigor no Brasil em 2009.

    Capa: imagem da Ilha das Flôres, Arquipélago dos Açores, Portugal. Autor desco-

    nhecido, imagem de domínio público.

    Preparação: Renato José La Porta Pimazzoni Filho

    Revisão, Editoração e Edição: Renato José La Porta Pimazzoni Filho

    Índice para catálogo sistemático:

    1. História do Brasil; 2. História de Santa Catarina. 3. Biografias

    TODOS OS DIREITOS DESTA EDIÇÃO RESRVADOS A:

    Renato José La Porta Pimazzoni Filho

    Rua Iuna, 84

    CEP 89219-260 Joinville, SC, Brasil

    email: rpimazzoni@gmail.com

    2

    Renato José La Porta Pimazzoni Filho

    FAMÍLIA FLÔRES (AÇORES, PORTUGAL)

    OS BREVES DO SUL

    Primeira Edição

    Joinville, Santa Catarina, Brasil

    Editor: Renato José La Porta Pimazzoni Filho

    2019

    3

    ÍNDICE

    Prefácio   

    6

    Introdução 

    8

    Capítulo 1 – Os Imigrantes Açorianos (dados históricos)  

    17

    - Família VALADÃO   

    18

    - Família HENRIQUES 

    19

    - Família SOUZA BREVES   

    28

    Capítulo 2 – Coronel José Henriques FLÔRES (Biografia) 

    38

    Capítulo 3 – Os Filhos do Coronel José Henriques FLÔRES (Biografias)  64

    - Carlota da Silveira FLÔRES 

    64

    - Maria Clara Breves da Silveira FLÔRES 

    67

    - José Henriques FLÔRES Filho   

    73

    - Antônio Henriques FLÔRES (Sobrinho) 

    79

    - Agostinho da Silveira FLÔRES   

    82

    - Raymundo de Aquino da Silveira FLÔRES   

    83

    - Thomaz de Aquino da Silveira FLÔRES 

    85

    - Adelaide da Silveira FLÔRES   

    89

    Capítulo 4 – Os Netos do Coronel José Henriques FLÔRES (Biografias)  99

    Capítulo 5 – Genealogia a partir dos filhos do Coronel José Henriques FLÔRES

    144

    4

    Este livro é dedicado a memória de meu avô materno, PAULO CELSO 

    FLÔRES, com o qual vivi dos onze aos vinte e três anos de idade, sendo 

    por ele criado e educado neste período importante de minha vida. Foi 

    ele quem me ensinou o apreço pelos livros e pelo estudo, exemplo de 

    honradez e perseverança em uma vida repleta de desafios e recomeços.

    Renato José La Porta Pimazzoni Filho, julho de 2019

    5

    FAMILIA FLÔRES (Açores, Portugal)

    Prefácio da Primeira Edição

    Eu sempre tive muito interesse por história em geral e curiosidade sobre as origens das famílias das quais descendo.

    De certa forma fui, durante a infância e adolescência, um tanto solitário em relação a primos de idades próximas a minha: ou eram mais velhos, ou mais novos e sabemos que quando somos crianças e adolescentes, mais que dois anos de diferença é um verdadeiro abismo generacional...risos.

    Esta condição fez com que eu passasse a conviver com parentes mais velhos – tios, avós, bisavós e parentes destes com os quais mais tinham contato – visitando constantemente esta turma e, com grande felicidade, tendo a oportunidade de perguntar e ouvir muitas histórias, satisfazendo, assim, minha curiosidade sobre familiares, desde pequeno.

    Conheci parentes que tinham muitas histórias, adoravam mostrar documentos e fotografias e

    também alguns que tinham feito árvores genealógicas incompletas dos seus (nossos) antepassados.

    Algumas crianças colecionavam selos, outras moedas, outras figurinhas – também eu colecionei tudo isto – porém o que mais eu apreciava colecionar eram documentos, fotografias e histórias, desde tenra idade formando um pequeno acervo sobre as famílias das quais descendo.

    A família FLÔRES, apesar de ser a família tronco de minha mãe, foi uma com as quais menos 

    contato tive. Meu convívio era maior com a família de meu pai e a família de minha avó materna, LABES 

    (alemã tradicional de Blumenau), casada com FLÔRES. Meu avô materno, Paulo Celso FLÔRES, não tinha muito contato com a família, na época em que mais convivi com ele.

    Sempre tive muita curiosidade em conhecer e saber mais sobre estes misteriosos – para mim – 

    FLÔRES. Ouvi histórias sobre os Breves, sobre os Konder, sobre o Coronel José Henriques FLÔRES, porem eram, em minha imaginação, figuras tênues com informações incompletas.

    Em 1991 fui morar no Rio de Janeiro e decidi pesquisar um pouco mais sobre os Breves, pois 

    teria acesso direto, pessoal, a Bibliotecas e Arquivos – a internet era ainda incipiente, toda pesquisa era presencial e manual.

    Descobri todo um mundo familiar inter-relacionado com a história do Brasil Colonial e o Impé-

    rio, deleitando-me com a informação e satisfazendo minha paixão pela história do Brasil.

    Descobri também um novo mundo com os FLÔRES – ainda misteriosos para mim. E a partir de 

    então decidi que o primeiro livro familiar que publicaria seria sobre os FLÔRES.

    São já 28 anos de pesquisas sobre a família FLÔRES e outras, com muita informação e histórias entrelaçadas com a história do Brasil e de Santa Catarina.

    Escolhi como personagem âncora do livro o Coronel José Henriques FLÔRES, meu pentavô e 

    figura conhecida na história de Santa Catarina. A partir dele, traçamos os ascendentes e os descendentes e resgatamos histórias.

    Neste livro, mais do que relacionar nomes, locais e datas, decidi escrevê-lo com histórias, comentários, fotos e biografias de todos os personagens que consegui levantar maiores informações. Ademais, procurei colocar as informações dentro de contextos históricos, escrevendo sobre relações familiares, políticas e sociais as quais os personagens viveram.

    Com isto, o livro também se torna um pequeno arcabouço histórico de episódios vividos pelos 6

    personagens da família e por outros a estes relacionados, seja por laços familiares, seja por laços políticos. Virou um pequeno passeio pela história do Brasil e de Santa Catarina, desde o período colonial do Brasil até o século vinte.

    Genealogia é um hobby que nunca termina. Em próximas edições, estaremos sempre completan-

    do informações. Meu desejo é que este livro sirva como base para quem quiser conhecer a história da família e que alguém mais, algum dia, resolva dar sequência a informação, atualizando e complemen-tando, se possível.

    Espero que apreciem o conteúdo

    Renato José La Porta Pimazzoni Filho - julho de 2019

    7

    FAMILIA FLÔRES (Açores, Portugal)

    Introdução

    Esta obra foi escrita com informações coletadas através dos anos por dois descendentes diretos do Coronel José Henriques FLÔRES: Anisete Maria Schmitt, trineta por parte do filho Thomaz de Aquino da Silveira FLÔRES e Renato José La Porta Pimazzoni Filho, tetraneto por parte do mesmo filho.

    Neste livro abordaremos especificamente a biografia do Coronel José Henriques FLÔRES, figura de destaque no vale do Itajaí, SC, grande latifundiário (proprietário de terras) com inúmeras menções históricas na região, seus ascendentes e descendentes identificados até o momento.

    O sobrenome original é assim mesmo escrito: FLÔRES – com acento circunflexo, como na antiga ortografia. Poucos descendentes assim o mantêm, sendo que a maioria, atualmente, não mais escreve com o acento circunflexo, tendo adotado o descrito na reforma ortográfica que eliminou o acento.

    Existem muitas famílias FLORES no Sul do Brasil, não relacionadas entre si. No vale do Itajaí, SC, estabeleceu-se outra família Flores, inicialmente no município de Itajaí, com larga descendência, vinda do Rio Grande do Sul, sendo o patriarca Antônio da Costa Flores, nascido circa 1821 e um dos mais lon-gevos habitantes do município. Seus descendentes encontram-se em Itajaí, Ilhota, Gaspar, Penha e em todo o litoral norte do Estado. Há outra família Flores Ayrosa / Airosa em Gaspar e região. Há, também, desendentes de escravos do Coronel FLÔRES que adotaram o sobrenome da família.

    Não temos relação alguma com estes Flores acima mencionados.

    Identificamos também um outro Flores – Luiz da Silveira Flores - deputado Geral pelo Rio Grande do Sul em 1877, o qual também não tem relação com nossos FLÔRES, membro da 17ª Legislatura do Império – publicação no Jornal do Commercio, do RJ: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.

    aspx?bib=364568_06&pesq=henriques%20flores&pasta=ano%20187 

    Tampouco temos relação com a família de Venâncio Flores ou outras do Rio Grande do Sul e de outros estados no Brasil com o sobrenome Flores e nenhuma relação com Flores de origem hispânica - a título de curiosidade, FLORES é o sobrenome mais comum na Bolívia.

    Na realidade, o sobrenome FLÔRES que carregam os descendentes do Coronel José Henriques 

    FLÔRES não existia entre os ancestrais nos Açores, tendo sido adotado no Brasil, conforme relatado pelo primo Roberto Menezes de Moraes, por Nicolau Henriques – o imigrante - pois era o nome da ilha de sua naturalidade.

    Portanto, se formos ao ¨pé da letra¨, os sobrenomes paternos originais do Coronel José Henriques FLÔRES são: HENRIQUES – de Manuel Henriques, nascido circa 1720, o fim de linha masculino identificado até o momento - e VALADÃO - de Francisco Valadão, nascido circa 1630, o fim de linha pelo lado feminino identificado até o momento. Parece confuso e é ... risos.

    Fim de linha é o termo usado em genealogia para identificar o ancestral mais antigo identificado.

    O primo Roberto Menezes de Moraes – descendente de nosso Nicolau Henriques - possui ex-

    tensa pesquisa genealógica, da qual extraímos diversas informações sobre as famílias HENRIQUES e VALADÃO nos Açores e seus descendentes, tendo contribuído para o livro CASAIS DAS FLORES E DO

    CORVO – Extratos dos Assentos de Casamento 1675 - 1911; autor: Francisco Antônio Nunes Pimentel Gomes; Edição 2006, Universidade da Califórnia, EUA.  

    Os descendentes do Coronel José Henriques FLÔRES estão principalmente no Rio de Janeiro, em Itajaí e Florianópolis – muitos não com o sobrenome FLÔRES, pois descendentes das filhas e netas deste

    – e em Blumenau e Curitiba, com o sobrenome FLÔRES e outros. Não é uma grande parte da família que 8

    carrega o sobrenome FLÔRES, como veremos na relação 

    de descendentes neste livro.

    A seguir, um pequeno texto introdutório de autoria 

    do primo Roberto Menezes de Moraes, sobre nossas ori-

    gens:

    ¨DA ILHA AÇORIANA DAS FLORES À PROVÍNCIA 

    FLUMINENSE, por Roberto Menezes de Moraes (dezem-

    bro de 2018)

    A freguesia de São Pedro da Ponta Delgada, do 

    Concelho de Santa Cruz, na Ilha das Flores, uma das nove 

    integrantes do arquipélago português dos Açores é a ilha 

    que, junto da pequenina ilha do Corvo, forma o grupo 

    mais ocidental das referidas e isoladas ilhas atlânticas. Foi 

    dessa freguesia, nos fins do século XVIII partiu ainda bem

    jovem,  Nicolau  Henriques,  ali  nascido  em  1775,  filho  de

    aetano Henriques e Maria Francisca Valadão.

    A colonização daquelas ilhas começou ainda no sé-

    culo XIV e a ilha das Flores já estava habitada nas primei-

    ras  décadas  do  século  XV. A  paroquia  de  São  Pedro  é  a

    terceira mais antiga povoação e por volta de 1590 era uma 

      Capa do Livro - Imagem domínio público freguesia de 30 vizinhos.

    Natural que todos ali fossem vizinhos e, com o decorrer das gerações, parentes todos, mas como as terras fossem cada vez mais exíguas com o multiplicar destas gerações, esse acabou sendo o fator principal que ocasionou que muitos emigrassem para as novas e férteis terras do Brasil.

    Grandes e sucessivas levas de açorianos partiram para o novo eldorado.

    Foram grupos para o nordeste, para o sul, para a capitania das Minas Gerais e também para a região fluminense (RJ). Outros vinham sozinhos e muitos vinham atendendo chamado de parentes ou amigos que aqui já prosperavam.

    Arquipélago dos Açores - A Ilha das Flores está a esquerda, no mapa

    Imagem de domínio público

    9

    Ilha das Flores, Açores - Imagem de domínio público

    Era, no entanto, preciso muita coragem para se lançar na travessia do oceano Atlântico, mesmo ainda que os açorianos desde sempre tivessem fama de excelentes navegadores e baleeiros. As embarca-

    ções eram precárias, as viagens longas, com pouca chance de alimentação fresca, conforto e segurança.

    Não é certo que o nosso Nicolau Henriques tenha vindo com os pais, mas aqui já estavam seus tios maternos Francisca Valadão e Antônio Rodrigues Dias, estabelecidos desde 1760 nas férteis terras da região fluminense, RJ, das freguesias de São João Marcos e Santana de Piraí, por esta época recentemente desmembradas da antiga freguesia de Campo Alegre, atual cidade de Resende.

    Na serra fluminense, ainda uma mata a ser desbravada, eles se tornaram possuidores de sesmarias concedidas pelo governo colonial e assim abriram, a custa de árduo trabalho, grandes latifúndios agrícolas, o que, a partir da chegada do cultivo do café, fez com que ficassem entre os grandes agricultores  da região, fato este que, consequentemente, permitiu também que formassem  alianças familiares de maneira a fazer parte também de uma notável parentela, que se estendeu por todo o século XIX e foi um apoio importante político, social e financeiro para o Império Brasileiro.

    Nicolau Henriques acrescentou a seu sobrenome o nome da ilha de onde veio, aqui casou com 

    uma mulher pertencente a antiga e numerosa família de origens paulistas e deixou uma descendência expressiva na região. Suas filhas casaram com filhos de grandes fazendeiros da região.

    Seu filho caçula, o futuro Coronel José Henriques Flores, casou com uma prima e por volta de 1835 parte da região Fluminense, RJ para a região catarinense do Vale do Itajaí. ¨

    Entre  as  relações  e  laços  familiares  consolidados  na  região  do  Vale  do  Paraíba,  onde  culti-varam café e cujos descendentes casaram entre outras famílias produtoras de café da região, fazendo parte da elite local de grandes fazendeiros, destaca-se a relação familiar muito próxima com a família BREVES – os maiores produtores de café e comerciantes de escravos no período imperial.

    10

    Interior da Igreja de São Pedro - São Pedro da Ponta Delgada, Açores

    Imagem domínio publico

    A cidade onde estabeleceram-se inicialmente, São João Marcos (São João Marcos do Príncipe ou São João do Príncipe) no Vale do Paraíba, Estado do Rio de Janeiro foi alagada por ocasião da construção de barragem hidroelétrica na década de 1940, não mais existindo, sendo hoje parte do município de Pi-raí -  https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Jo%C3%A3o_Marcos - e suas ruínas, ponto turístico de visitação.

    Sobre São João Marcos do Príncipe:

    ¨São João Marcos foi um antigo município do estado brasileiro do Rio de Janeiro, despovoado e demolido na década de 1940 para a formação de uma represa para a produção de energia elétrica.

    Criada em 1733, São João Marcos atingiu o auge da prosperidade no século seguinte, com a expansão da cultura cafeeira fluminense.

    O padrão de vida elevado e os recursos investidos em educação, cultura e bem-estar justificavam a adoção do termo barão para designar os refinados latifundiários fluminenses, em oposição aos

    coronéis, como eram chamados os fazendeiros do resto do País (poderosos, porém truculentos, sem polimento social).

    Uma das maiores ciades fluminenses do século XIX, com mais de 20.000 habitantes, terra na tal do ministro e acadêmico da ABL Ataulfo de Paiva, a então riquíssima São João Marcos, anteriormente conhecida como Vila de São João Marcos do Príncipe, era um dos principais núcleos produtivos do país 

    - 2 milhões de arrobas de café por ano - e estava numa posição geográfica privilegiada: no centro da área produtora, na confluência de grandes rios, próximo à capital (Corte) e com ligação direta com o mar via Mangaratiba - estas vantagens, paradoxalmente, colaboraram para a tragédia da cidade.

    11

    São João Marcos, RJ, circa 1850

    Autor desconhecido - Imagem de domínio público

    Artistas de óperas e músicos conhecidos eram 

    trazidos do exterior para se apresentar nos diversos 

    teatros da sociedade local; as muitas famílias abasta-

    das contratavam governantas estrangeiras e professo-

    res particulares (preceptores) para educação privada 

    de suas crianças; bibliotecas inteiras e instrumentos 

    musicais chegavam em carroças e lombo de mulas; 

    arquitetos e mestres de obras famosos eram chama-

    dos para erguer novas casas e prédios públicos.

    Também  foi  em  São  João  Marcos  onde  foi

    construida a primeira estrada de rodagem do Bra-

    sil, em 1856, com 40 km de extensão, para escoar o

    café das fazendas do Vale do Paraíba para o Porto de 

    Mangaratiba. No sentido inverso, em tráfego intenso, 

    subiam mercadorias e escravos, muitos escravos. Só 

    o maior fazendeiro da região e homem mais rico do 

            Localização do município de Pirai, RJ

    Brasil em todos os tempos, o Comendador Joaquim 

      Imagem de domínio público

    José Breves, considerado o ¨Rei do Café¨no Brasil Im-

    perial, tinha oficialmente 6 mil negros - na realidade, especula-se que tivesse o dobro disso, contando os não registrados.

    Como berço da expansão cafeeira no Vale do Paraíba, São João Marcos abrigou em suas terras os mais poderosos e abastados fazendeiros do País e suas plantações abasteceram o mercado europeu do século 19. Mas seu fim estava próximo e seria marcado por uma longa e incrível sucessão de aconteci-12

    mentos sombrios.

    Em 1888, com a abolição da escravidão, a produção cafeeira fluminense sofreu um duro golpe.

    Os fazendeiros não conseguiram suprir a necessidade de grandes contingentes humanos para trabalhar nas plantações e a produção caiu a níveis desastrosos. Enquanto isso, os agricultores do Oeste Paulista, com lavouras mais recentes e contando com lavradores assalariados, meeiros e imigrantes, assumiram a liderança do mercado rapidamente.

    A situação estava péssima para a cidade. Com a decadência da cultura cafeeira fluminense e o desenvolvimento dos novos meios de transporte, São João Marcos foi perdendo importância e sua população reduzida a pouco mais de 7 mil pessoas no início do século 20.

    Enquanto isso, a menos de 100 quilômetros dali, a cidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, se desenvolvia aceleradamente. A população aumentava e a ordem era transformar a capital numa metrópole moderna, orgulho da república. A grande questão era onde conseguir as fontes dos recursos exigidos pelo progresso, como energia elétrica e água potável encanada, por exemplo.

    A solução já estava em mãos dos engenheiros da Light (companhia de eletricidade do Rio de 

    Janeiro), que havia dois anos estudavam as possibilidades para suprir a crescente demanda. E a melhor opção, segundo eles, era criar uma represa e uma hidrelétrica no Ribeirão das Lages, no alto da Serra das Araras. Só tinha um probleminha: 97 grandes fazendas iriam ficar debaixo d’água. Justamente as maiores propriedades da área rural de São João Marcos (texto extraido da internet, autor desconhecido).

    Voltando a nossa história:

    A família de Nicolau Henriques FLÔRES permaneceu no Rio de Janeiro, seja no vale do Paraíba como na Corte, porém o Coronel José Henriques FLÔRES adquiriu terras do Governo imperial em 1835 

    no vale do Itajaí, SC e para lá mudou-se com a esposa, grávida, sendo um dos grandes latifundiários da região, cultivando principalmente café, cana de açúcar, mandioca, milho, arroz, explorando a extração de madeira e criando gado e porcos.

    Erroneamente, muito foi publicado afirmando ter sido ele agraciado com concessão de sesmaria no vale do Itajaí, SC. Isto nunca aconteceu, pois, as concessões de sesmarias foram encerradas as vésperas da independência do Brasil, em 1822 e nunca mais retomadas.

    Mais adiante exploraremos detalhes de sua vida e de seus descendentes, bem como faremos um 

    breve passeio pela história do Brasil, em episódios nos quais nossa família esteve relacionada e com personagens outros que se envolveram com os nossos. Assim a leitura fica mais leve e interessante, não somente com nomes, lugares e datas frias.

    O presente trabalho não esgota o assunto nem relaciona todos os descendentes, muitos ainda não identificados até o momento. Toda correção e contribuição é bem-vinda – eu próprio costumo pesquisar, conferir, corrigir e alterar sempre as informações as quais encontro equivocadas. É possível, também, existir algum erro histórico, não intencional e agradeceremos correções.

    Se você, leitor, é um descendente e não consta relacionado no livro, por favor entre em contato conosco - e-mail rpimazzoni@gmail.com - para atualização e inclusão na genealogia e nas próximas edi-

    ções deste trabalho.

    Os dados genealógicos que coletamos são:

    - Nome completo do descendente, com local e datas de nascimento, casamento e falecimento;

    - Nome completo do cônjuge, com local e data de nascimento e falecimento e nome completo dos pais (sobrenome de solteira da mãe do cônjuge).

    Sempre estes mesmos dados para todas as gerações – pais, filhos, netos, bisnetos, e assim por diante.

    13

    Se possível, uma foto de cada descendente e da família, e uma pequena biografia contendo 

    formação, profissão e algo sobre a vida do descendente.

    Estas são informações importantes para a posteridade.

    Existe disponível vasta bibliografia publicada, periódicos e documentos de época com informações sobre os nossos imigrantes, seus descendentes e as famílias entrelaçadas com a nossa, pois fizeram parte integrante da história do Brasil desde sua imigração até os dias de hoje, em inúmeras situações, seja po-lítica, cultural e economicamente, nas regiões onde estabeleceram-se. O que falta é tempo para pesquisar mais a fundo.

    Na elaboração deste livro, procuramos ao máximo ater-nos aos fatos pesquisados, relatando também algumas histórias coletadas oralmente de parentes e conhecidos, além de material de outros pesquisadores em genealogia e história.

    Procuramos,  também,  sempre  que  possível,  corrigir  informações  equivocadas  publicadas  por outros autores, sempre que pudemos identificar.

    Neste livro, informações gerais foram compiladas pelo autor e comentários particulares, em sua grande maioria, são da prima Anisete Maria Schmitt, a qual coletou dos mais velhos, desde sua infância.

    Com isto podemos ter ricas imagens sobre os personagens e seus descendentes imediatos.

    Para esta obra, nos casos os quais não encontramos documentos oficiais de nascimento, batismo, casamento e óbito, adotamos as datas que mais se repetiam, em outros documentos oficiais.

    Com relação a nomes e sobrenomes, nas ilhas e em Portugal – e mesmo no Brasil - uma breve 

    explicação:

    Os nomes próprios somente eram dados quando do batismo da criança. Por isto, é possível en-

    contrar em registros civis feitos anteriores ao batismo constar somente sobrenomes de pais e mães, com o sexo da criança.

    O batismo normalmente ocorria imediatamente após o nascimento, pois o risco de morte do nas-cituro nos primeiros dias era alto. Desta forma, podemos assumir que o ano de nascimento é o mesmo ano de batismo, na grande maioria dos casos e, muito provavelmente, o mês de nascimento ser o mesmo do batismo.

    Os filhos varões normalmente recebiam um nome próprio de alguém da família a ser com isto

    homenageado - devido a isto vários nomes sse repetem em gerações imediatas - ou um nome de santo.

    Existem casos de receberem, adicionalmente, um nome de devoção.

    As filhas normalmente recebiam um nome próprio e um nome de devoção - de Jesus, de Deus,

    das Graças, do Espírito Santo, entre outros - e não recebiam nehum sobrenome, podendo escolher - ou não - um sobrenome após casar, seja do marido, de qualquer dos pais, dos avós, dos padrinhos, ou outro que quisesse, ou nenhum.

    Existem casos onde os filhos varões, principalmente após o primeiro filho, não receberem sobrenome algum, podendo ecolher posteriormente, como ocorre com as filhas.

    Com relação ao sobrenome dos filhos varões, principalmente até 1900, os pais registravam cada filho com qualquer sobrenome - geralmente o rimeiro filho levava o sobrenome do pai ou da mãe e os demais, seja do pai, da mãe, dos avós, dos padrinhos ou de outro que quisessem, Assim, é comum filhos dos mesmos pais terem sobrenomes diferentes.

    Por isto, dificilmente os sobrenomes do pai se repetem nos filhos, como estamos acostumados.

    Para efeitos de genealogia, nas pesquisas nos livros de batismo, o importante é identificar o nome dos pais da criança, para assim ter certeza de quem se trata. Nos nomes masculinos e femininos, adicionalmente, quando o primeiro nome se repete, é porque o filho anterior com o mesmo nome faleceu – isto 14

    também se verifica nos registros italianos e alemães.

    Há, também, muito casos, tanto femininos como masculinos, onde ora se verifica o registro da mesma pessoa com um sobrenome, ora com outro. Não temos ideia do porquê desta prática, pelo interessado – talvez pela importância em determinado momento, para o portador, do sobrenome em questão.

    O que relatamos acima não é uma regra fixa, porém, uma prática comum.

    Para efeitos práticos, em nossa pesquisa genealógica, reproduzimos os nomes e sobrenomes que encontramos nos registros e, no caso especifico das mulheres, optamos ou por deixar sem sobrenome

    – mantendo o primeiro nome e o nome devoção – ou reproduzindo o sobrenome paterno, na falta de sobrenome familiar nos registros. Isto facilita a identificação, para nós, das pessoas pesquisadas e mantém uniformidade em nossos registros particulares.

    Gostariamos também de mencionar algumas marcações que utilizamos em relação aos descen-

    dentes:

    No capítulo primeiro - Os Imigrantes Açorianos - usamos antes do nomes dos indivíduos as letras: F=filho/a; N=neto/a. B=bisneto/a.

    No capítulo quinto - Os Descendentes dos Filhos do Coronel José Henriques FLÔRES, quando 

    há uma cruz (+) antes do nome do indivíduo, significa que há descendentes identificados e relacionados adiante. Identificamos com F=feminino e M=Masculino, também.

    Nesta obra, adicionalmente, podemos observar o entrelaçamento familiar e político dos descendentes do Coronel José Henriques FLÔRES com famílias e personalidades importantes na política catarinense, como Lauro Severiano Müller, Felipe Schmidt, Hercílio Pedro da Luz, entre outros. 

    Na reprodução de muitos textos, mantivemos a grafia original da época em que foram escritos, propositadamente.

    Incluímos pequenas biografias nos capítulos onde os personagens secundários aparecem, no decorrer do texto, para melhor contextualização.

    E também a ligação familiar com os BREVES e outras famílias influentes, na Corte.

    Política e poder, um assunto em família...

    O objetivo principal desta obra é deixar para os descendentes e para a posteridade um pouco da história da família, que com o tempo tende a se perder, naturalmente, assim como o contato entre os descendentes.

    Imaginamos, adicionalmente, poder ser obra de referência sobre a família, para outros pesquisadores.

    Espero que apreciem e aproveitem o conteúdo.

    Muito obrigado a todos os que colaboraram e a todos os que venham a desfrutar desta leitura.

    Renato José La Porta Pimazzoni Filho, julho de 2019.

    Para saber mais sobre os Açores visite https://www.visitportugal.com/pt-pt/destinos/acores 

    Para conhecer mais sobre a imigração açoriana visite https://www.aresemares.com/index.php/

    paises/acorianos-e-a-sua-gesta-migratoria/ 

    15

    Relacionamos toda a genealogia pesquisada até o momento no site www.familysearch.org e 

    atualizamos constantemente as informações – o Coronel José Henriques FLÔRES localiza-se em:  https://

    www.familysearch.org/tree/person/details/LVZ5-V9P 

    Para conhecer a genealogia da Família Breves, recomendamos a obra do Padre Reynato Frazão de Souza Breves – A SAGA DOS BREVES, Edição 1972, Editora Valença, RJ, Brasil.

    Capa do Livro - Imagem domínio público

    16

    FAMILIA FLÔRES (Açores, Portugal)

    Capítulo Primeiro - Os Imigrantes Açorianos

    Para a elaboração da pesquisa sobre este capítulo, devemos um agradecimento especial ao primo Roberto Menezes de Moraes, descendente do nosso Nicolau Henriques FLÔRES, o qual foi o desbravador da informação sobre os HENRIQUES / FLÔRES e VALADÃO / FLÔRES nas Ilhas e no Brasil,

    em suas pesquisas genealógicas e ao amigo genealogista Aguinaldo Valentim Fidélis, através do qual descobrimos ser Nicolau Henriques o ai do Coronel José Henriques FLÔRES abrindo,  partir daí, todo o caminho para nossa pesquisa dos ancestrais deste.

    Como vimos anteriormente, a família FLÔRES da qual descendemos é de origem açoriana.

    A grande imigração açoriana para o Brasil foi a partir de 1750 até 1763. Os VALADÃO vieram

    neste período, enquanto o nosso Nicolau HENRIQUES veio em período posterior, circa 1790.

    Os descendentes do Coronel José Henriques FLÔRES pertencem à mesma Família FLÔRES por 

    dois costados, como se diz – pelo lado do pai e pelo lado da mãe. Os nubentes – o Coronel José Henriques FLÔRES e a consorte Maria Clara da Conceição Breves da Silveira - eram primos em segundo grau, separados por uma geração.

    Entre as famílias abastadas, no Brasil colonial e imperial – mesmo antes e atualmente, em algumas situações – era comum o casamento entre primos para não dispersar as heranças, mantendo o patrimônio em família, além de reforçar alianças políticas e, em muitos casos, militares. Um hábito que perdura desde priscas eras, na história da humanidade. No decorrer deste livro observaremos vários casamentos entre primos, nos descendentes dos imigrantes.

     ¨Denomina-se tal prática endogamia, que consiste em casar os filhos das famílias ricas entre si, em um sistema semifechado de tal sorte a surtir o efeito social, político e econômico muito próximo a de uma casta. A eficiência da endogamia deve-se em especial ao fato de que não se trata de um sistema completamente fechado, possibilitando desta forma que as famílias ricas, quando ameaçadas pela ascensão política de um estranho, possam cooptá-lo rapidamente através do casamento¨ – definição expandida pelo escritor e pesquisador catarinense Magru Floriano, em sua obra Ensaios de Sociologia, publicado em 2015, o qual trata sobre as relações de poder das famílias catarinenses, mencionando o caso dos FLÔRES e seus descendentes e herdeiros políticos, os Konder.¨

    Pelo lado paterno do Coronel José Henriques FLÔRES, descendemos de Caetano Henriques e da 

    esposa Maria Francisca Valadão, sobre os quais ainda não pesquisamos mais a fundo - entre os filhos identificados até o momento encontra-se nosso ancestral direto, Nicolau Henriques FLÔRES, pai do Coronel José Henriques FLÔRES.

    Pelo lado da esposa do Coronel José Henriques FLÔRES, Maria Clara da Conceição Breves da 

    Silveira, descendemos de uma irmã de Maria Francisca Valadão, de nome Francisca Valadão, imigrada com o esposo Antônio Rodrigues Dias, por volta de 1760, todos estabelecidos na região de São João Marcos, no Estado do Rio de Janeiro.

    A Antônio Rodrigues (Dias) foi concedida Sesmaria em 1802 na mesma região de São João Mar-

    cos, RJ, como veremos adiante.

    Uma das filhas deste casal, Maria Rodrigues Dias, nascida circa 1760 em São João Marcos, RJ, casou com Thomé de Souza Breves, um dos filhos do Alferes Antônio de Souza Breves (conhecido como ¨Velho Cachoeira¨) - o imigrante açoriano e patriarca da Família BREVES no Brasil, de grande destaque no Brasil Império e cujos descendentes entrelaçam-se por matrimônio em várias ocasiões com nossos FLÔRES – e sua esposa Maria de São José, imigrados circa 1754 e estabelecidos também na região de São João Marcos, RJ. No decorrer do texto existirão várias menções a família BREVES e suas relações com nossos FLÔRES.

    17

    Região de Sesmarias no Vale do Paraíba, RJ.

    Imagem de domínio público

    Família VALADÃO

    O ancestral comum mais longínquo identificado até o momento, pelos dois costados, é Francisco Valadão, casado com Maria Rodrigues, moradores em Ponta Delgada, Ilha das Flores, Açores, nascidos circa 1620.

    O casal teve uma filha identificada, Isabel Rodrigues, nascida em Ponta Delgada e nesta localidade casada em 10 de agosto de 1682 com Manuel Lourenço Vieira, filho de Antônio Lourenço e Maria Rodrigues Vieira.

    Isabel Rodrigues e Manuel Lourenço Vieira tiveram uma filha identificada até o momento, Maria Valadão, batizada em Ponta Delgada em 18 de outubro de 1686.

    Podemos considerar esta Maria Valadão a matriarca dos FLÔRES pelos dois costados, no Brasil, pois foi a mãe da esposa de Caetano Henriques e avó paterna da esposa de Thomé de Souza Breves.

    Maria Valadão casou em primeiras núpcias em 12 de outubro de 1714 na Ponta Delgada com 

    Manuel Dias, filho de Antônio Dias e Mariana Coelho. Manuel Dias faleceu antes de 1741.

    Deste matrimônio, identificamos um filho, Francisco Valadão, nascido na Ponta Delgada em 7 de abril de 1716 e lá casado em 11 de janeiro de 1740 com Maria Coelho, filha de Manuel Furtado e Maria Coelho.

    Maria Valadão contraiu segundas núpcias na Ponta Delgada em 12 de janeiro de 1741 com Ber-

    nardino Furtado, filho de Manuel Furtado e Maria Coelho - nota-se já aí um casamento em família. Descendemos deste matrimônio.

    O casal teve seis filhos identificados:

    F i. 

    Manuel Valadão, nascido na Ponta Delgada em 21 de dezembro de 1741 e lá falecido em 

    25 de dezembro de 1786. Casado na Ponta Delgada em 20 de agosto de 1765 com Maria do Rosário, filha 18

    de Vicente de Souza e Maria de Freitas. Descendentes não identificados até o momento; F ii.  Francisca Valadão, nascida na Ponta Delgada em 15 de setembro de 1744 e falecida no Rio de Janeiro, Brasil – esta, a mãe da esposa de Thomé de Sousa Breves, Maria Rodrigues Dias – casada na Ponta Delgada em 30 de novembro de 1765 com Antônio Rodrigues Dias, nascido na Ponta Delgada e falecido no Rio de Janeiro, Brasil, filho de Maria Rodrigues e pai não declarado. Imigraram para o Brasil circa 1760. O casal teve quatro filhos, a saber:

    N i.  Maria Rosa Rodrigues (também conhecida como Maria Rodrigues Dias), nascida circa 

    1760 nos Açores e falecida no Rio de Janeiro, Brasil, casada com Thomé de Souza Breves. Mais informa-

    ções e descendentes relacionados adiante;

    N ii.  Mariana Rodrigues Dias, casada com José Luiz Gomes. Descendentes na família BREVES 

    (não relacionados nesta obra);

    N iii.  Joaquina Rodrigues, nascida em São João Marcos, RJ, Brasil, casada com Francisco Valadão. Descendentes relacionados na obra Casais das Flores e do Corvo – Extratos dos Assentos de Casamentos 1675-1911, autor Francisco Antônio Nunes Pimentel Gomes, Edição de 2006;

    N iv.  Ana Rodrigues, nascida em São João Marcos, RJ, Brasil, casada com José Luiz Pereira, nascido em Valdreu, Vila Verde, Braga, Portugal, filho de Lourenço Pereira, nascido em Caldelas, Almares, Braga, Portugal e Ana Rodrigues, nascida em Valdreu, Braga, Portugal. Descendentes não identificados até o momento.

    F iii.  Francisco, nascido na Ponta Delgada em 14 de dezembro de 1747 e falecido criança, antes de 1756, sem sucessão;

    F iv.  João, nascido na Ponta Delgada em 25 de outubro de 1750. Descendentes não identificados até o momento;

    F v.  Francisco, nascido na Ponta Delgada em 31 de dezembro de 1756. Descendentes não 

    identificados até o momento;

    F vi.  Maria Francisca Valadão (também conhecida como Francisca Valadão FLÔRES) nascida 

    na Ponta Delgada e casada com Caetano Henriques, filho de Manuel Henriques e Maria Rodrigues, moradores da Ponta Delgada, Ilha das Flores, Açores. O casal teve três filhos identificados até o momento: N v.  José Henriques, nascido na Ponta Delgada em 18 de julho de 1770. Não dispomos de mais informações até o momento;

    N vi.  Nicolau Henriques (FLÔRES), nascido na Ponta Delgada em 1 de março de 1775 e falecido no Rio de Janeiro, Brasil, pai do Coronel José Henriques FLÔRES;

    N vii.  Miguel Henriques, nascido na Ponta Delgada em 20 de abril de 1778. Não dispomos de 

    mais informações até o momento.

    Família HENRIQUES

    O fim de linha identificado até o momento é Manuel Henriques, nascido circa 1720 na Ponta Delgada, lá casado circa 1745 com Maria Rodrigues, nascida circa 1720 em São Pedro da Ponta Delgada, Ilha das Flores, Açores, pais de Caetano Henriques.

    Caetano Henriques, o único filho identificado do casal até o momento, nascido circa 1745 em São Pedro da Ponta Delgada, Ilha das Flores, Açores, casou circa 1770 no mesmo local com Maria Francisca Valadão, nascida circa 1750 também em São Pedro da Ponta Delgada, acima relacionada.

    O casal teve três filhos identificados até o momento, todos nascidos em São Pedro da Ponta Delgada, Ilha das Flores, Açores – conforme acima já mencionados:

    19

    F i. 

    José Henriques, nascido na Ponta Delgada em 18 de julho de 1770. Não dispomos de mais 

    informações até o momento;

    F ii.  Nicolau Henriques (FLÔRES), nascido na Ponta Delgada em 1 de março de 1775 e falecido no Rio de Janeiro, Brasil, pai do Coronel José Henriques FLÔRES;

    F iii.  Miguel Henriques, nascido na Ponta Delgada em 20 de abril de 1778. Não dispomos de 

    mais informações até o momento.

    Não dispomos de maiores informações sobre o casal Caetano Henriques e Maria Francisca Vala-

    dão, bem como de seus filhos José e Miguel.

    Atualmente começam a ficar disponíveis online os registros eclesiásticos dos Açores, permitindo pesquisar mais a fundo. É um trabalho complexo, pois em Portugal e nas ilhas – e também no Brasil – 

    durante muitas décadas os sobrenomes não se repetiam, como explicado anteriormente.

    Como dito, o filho do casal, Nicolau Henriques, imigrou circa 1790 para o Vale do Paraíba, onde seus tios maternos já estavam estabelecidos desde 1760. A primeira referência bibliográfica que obtive-mos sobre Nicolau Henriques FLÔRES no Brasil é que estava estabelecido em Santana do Piraí em 1809, tendo sido a ele concedida uma Sesmaria em São João Marcos, RJ, registrada em 1822, ano em que foram suspensas as concessões de novas sesmarias pelo Governo, as vésperas da Independência.

    Conseguimos também identificar uma ou-

    tra sesmaria requerida, terras de propriedade de 

    Nicolau Henriques na região onde em 1836 foi 

    criado por Lei Provincial de 29 de dezembro de 

    1836 a freguesia de São Pedro e São Paulo do Ri-

    beirão das Lages - atual Paracambi, RJ - na divisa 

    com Itaguaí - serra do Batista, 3º distrito do muni-

    cípio de Itaguaí, RJ.

    Estas terras permaneceram abandonadas 

    por muitos anos a partir da abolição da escravatu-

    ra, tendo sido alvo de ações legais de posse, con-

    cluídas em sua maioria na década de 1940, após 

    estudos feitos pela prefeitura de Itaguaí, RJ.

    Publicação de 1836 onde Nicolao Henrique 

    Mapa com a localização município de Paracambi, RJ  FLÔRES solicita confirmação de sesmaria – o re-

         Imagem de domino público

    querimento foi indeferido. Publicado no periódi-

    co Correio Official, do Rio de Janeiro:

    http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=749443&pesq=henrique%20flores&pasta=a-no%20183

    Abaixo reproduzimos artigo publicado pelo Colégio Brasileiro de Genealogia, de autoria de Carlos Eduardo Barata, sobre os Povoadores de São João Marcos e Rio Claro, Província do Rio de Janeiro, onde menciona Nicolau Henriques como concessionário de sesmaria em 1822 e relata-se brevemente o processo de concessão de sesmarias na região em questão - note-se, na lista, também, a concessão de Sesmarias a Antônio de Souza Breves, em 1808; a Antônio Rodrigues (Dias), em 1802; a José de Souza Breves - filho de Antônio - em 1819; na lista, consta Manoel de Valadão, em 1782 e João Dias Valadão, em 1817, os quais não sabemos se relacionados ou não a família Henriques FLÔRES e Breves, visto que o sobrenome Valadão consta nestas e os Miranda, que não sabemos se da família da esposa de Nicolau Henriques, Josefa Maria de Miranda, ou não:

     ¨Luiz Ascendino Dantas publicou, em 1936, uma importante obra dedicada aos estudos do po-

    voamento dos Municípios de São João Marcos e Rio Claro, a qual traz como subtítulo Genealogia da Família Portugal. (1) Estamos diante de mais um valioso estudo genealógico, pioneiro na região, ao qual seguiram exemplo, alguns anos depois, José Botelho de Athayde, Itamar Bopp e Padre Reynaldo 20

    (sic) Breves, que se dedicaram aos estudos genealógicos das regiões vizinhas, completando assim a obra de Ascendino Dantas.

    Logo na primeira parte do estudo, Ascendino Dantas apresenta uma lista com nomes dos primeiros sesmeiros daquela imensa região, relacionando alguns outros de grande importância para o estudo daquelas Vilas, na fronteira entre São Paulo e Rio de Janeiro.

    No  texto  que  antecede  à  lista,  recua  às

    origens do desbravamento da região com o sur-

    gimento da necessidade de se abrir uma estrada 

    ligando o Rio de Janeiro a São Paulo. Nos anos 20 

    do  século  XVIII,  o  Governador  da  Capitania  de

    São Paulo, Antônio da Silva Caldeira Pimentel, 

    informa ao rei de Portugal sobre a conveniência 

    da abertura de uma estrada que, ligando aquelas 

    Províncias, evitasse o risco da viagem pelo mar, 

    devido  à  presença  de  piratas  (Nota  do Autor:  a

    Ilha Grande, na Região de Angra dos Reis,

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1