Redes De Cooperação Empresarial
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Redes De Cooperação Empresarial - José Luiz Prudente D’oliveira & Leonardo Guerra De Rezende Guedes
Agradecimentos
Expressamos nossa incomensurável gratidão aos nossos pais, Ovídio e Ivone, Boanerges e Gleydsen, aos irmãos e filhos, por todo amor, carinho e dedicação. Somos extremamente gratos por todos os exemplos de vida transmitida e, principalmente, os valores ensinados. Muito obrigado pelo enorme apoio e incontestável torcida!
Nossos agradecimentos a todos da empresa Rede Arrozeira do Sul, onde parte deste trabalho foi desenvolvido, pela receptividade, solicitude, pelos conhecimentos transmitidos e por me propiciar um indescritível crescimento em minha pesquisa.
Agradecemos imensamente ao pessoal administrativo do Program Rede de Cooperação do Governo do Rio Grande do Sul, especialmente na pessoa de Elci Lado Aguirre, e ao Profº. Leônidas da Silva Viana, da Unisinos.
Enfim, somos gratos a Deus por ter tido tantas oportunidades e poder desfrutar de tantas companhias especiais como essas que vão, com certeza, ficar gravadas em minha memória e, esperamos, acompanhar-me pelo resto de nossas vidas.
E a todos que merecem um mundo melhor!
Porque com conselhos prudentes tu farás a guerra, e há vitória na multidão dos conselheiros (Provérbios 24:6).
Saber aonde se quer chegar é que torna possível traçar caminhos e hipóteses
(SEBRAE)
É mais importante para a ciência formular problemas do que encontrar soluções
.
(Einstein)
Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares.
(Josué 1:9)
Apresentação
No contexto das micro e pequenas empresas, o estabelecimento de redes de cooperação possibilita a geração de ganhos de escala e de poder de mercado, consequentemente melhor competitividade e maior lucratividade, contudo deve também se orientar ao meio ambiente, buscando uma compreensão da racionalização do processamento dos recursos naturais e resíduos gerados pela produção, com foco no conceito de Produção Mais Limpa.
A cooperação entre empresas, na forma de redes, tem sido destacada como configuração organizacional alternativa, em resposta às recentes transformações econômicas e tecnológicas, colaborando para novos establishments.
Esta obra apresenta uma análise sobre Redes de Cooperação Empresarial – RCE, abordando e comparando os conceitos de REC advindos do Rio Grande do Sul e de São Paulo, bem como uma proposta de orientação para uma Produção Mais Limpa. A metodologia pesquisa-ação de caso exploratório, visou a averiguação da realidade sistematicamente pela busca de fatos e princípios, com a coleta de dados selecionados visando alcançar o objetivo deste trabalho. A revisão de literatura permitiu desenvolver um roteiro para a realização de entrevistas junto a alguns participantes de RCE.
Os resultados demonstram que o associativismo empresarial pode ter mais de uma abordagem, segundo as escolas do Rio Grande do Sul e de São Paulo. Contudo, o conceito geral de RCE ainda pode propiciar diferenciações competitivas vantajosas para os seus membros, com vários ganhos: escala, economia criativa, tecnologia da informação, pesquisa e desenvolvimento e ainda orientar-se pela ecoprodutividade numa busca pela Produção Mais Limpa.
Na conclusão é apresentado o confrontar de ambas as abordagens sob a ótica da sustentabilidade e da P+L, além de considerações finais com uma retrospectiva do estudo feito, as principais limitações do trabalho e sugestões para estudos futuros.
Sumário
Agradecimentos 3
Apresentação 5
A Garandeza das Micro, Pequenas e Médias Empresas 9
Conjuntura e Problemática do Empreendedor 17
Relavância do Tema 23
Relavância Acadêmica 24
Relevância Pessoal e Social 24
Relevância Profissional 25
Redes de Cooperação Empresarial 27
Redes de Cooperação 28
Cooperação Empresarial 32
Cooperação entre Micro, Pequenas e Médias Empresas 35
Papel do Poder Público na Cooperação 37
Barreiras para a Cooperação Empresarial 38
Gestão de Redes de Cooperação Empresarial 43
Resultados das Redes de Cooperação Empresariais 50
As redes de cooperação geram maiores economias de escala 48
Benefícios de se construir uma marca coletiva 49
Redução de custos das empresas associadas 51
Riscos que a cooperação em rede poderá reduzir para as empresas associadas 52
Acúmulo de Capital Social 55
Processo de socialização de conhecimento entre as empresas associadas 56
Contribuição das redes para a aprendizagem coletiva das empresas 58
Espaços de interação na dinâmica de aprendizagem coletiva 60
Ganhos Competitivos 63
Benefícios Percebidos pelos Cooperados 69
A Escola do Rio Grande do Sul 79
Estudo de Caso: Rede Arrozeira Do Sul 87
Estratégia da Rede 87
Estrutura organizacional da rede 90
Resultados proporcionados pela Rede 93
A Escola de São Paulo 97
Modelo de gestão 98
Proposta de Diretrizes Objetivas 108
Diretrizes Gerais de Estruturação 123
Fatores Restritivos à Estruturação de RCE 126
Considerações Finais 129
Referências 141
Apêndice 149
A Garandeza das Micro, Pequenas e Médias Empresas
As Micros Pequenas e Medias Empresas (MPEs) são as primeiras empresas que atendem, em menor tempo, as necessidades de demanda do varejo frente às novas potencialidades de consumo. E, até mesmo, em oscilações demográficas, regionais ou locais, estabelecendo dinâmicas de geomarketing e tecnicologísticas, em períodos de tempo lógicos e reais, compatíveis com as novas demandas. Ou seja, com presteza, satisfazendo os consumidores, segundo as suas necessidades de consumo.
Se, por um lado, as MPEs se apresentam frágeis em diversos aspectos estruturais, tais como: Desvantagens da pequena escala; Problemas de gestão e planejamento; Escassez de recursos financeiros; Barreiras de acesso às tecnologias, Dificuldades de comunicação e marketing; Concorrência de grandes corporações. Por outro lado, as MPEs possuem uma série de características que evidenciam uma realidade com muita pujança. Poderiam ser citados como características: concretiza o potencial empreendedor; Maior gerador de postos de trabalho; Flexível, customizada, dinâmica; Atinge mercados com baixa demanda e de remota localização. A solução alvissareira para as MPEs está concentrada num ponto de fundamental importância: a união em entidade única no ambiente de seus negócios. Elas atuam em conjunto para superar as fragilidades inerentes às suas condições de existência. E, ao mesmo tempo, conseguem manter a individualidade e a autonomia decisória, em organizações associativas e democráticas. Nesse caso, a pessoa humana predomina sobre o capital financeiro da pessoa jurídica. (Adaptado a Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais - SEDAI, 2003).
Severo et al (2013) observou que nas empresas, a Produção Mais Limpa reflete no aspecto de sustentabilidade ambiental, bem como no desempenho da organização: "evidenciando que as metodologias de P+L contribuem para o aumento da capacidade e flexibilidade de produção, melhorando aspectos ligados à saúde e segurança do trabalhador. Ficando evidente a contribuição da P+L para a performance e competitividade das organizações
Estabelecendo assim um ambiente ecologicamente correto, tanto quanto às relações humanas-empresarias, como quanto à busca pela P+L, propõe-se o conforto de liberdade de expressão e de tomadas de decisões no âmbito dos fins a que se destina a Rede de Cooperação Empresarial – RCE. E como a união faz a força
os empresários em grupo se sentem mais forte para serem mais audazes e com a multidão de conselheiros se tem vitória nas guerras
(Pv. 24:6).
As redes de cooperação (horizontais) são definidas como organizações compostas por grupo de empresas que defendem objetivos comuns, formalmente relacionadas, com prazo ilimitado de existência. Possuem múltiplas atuações, nas quais cada membro mantém sua individualidade legal. Também, participam diretamente das decisões e dividem, de forma igualitária, na medida do possível, os benefícios e ganhos alcançados pelos esforços coletivos. Saliente-se que as redes de cooperação se constituem em uma forma organizacional própria. É exatamente em função de sua natureza diferenciada (por exemplo: a necessidade de gerar soluções conjuntas e consensuais), que elas necessitam construir modelos de gestão/governança adaptados à sua especificidade (VERSCHOORE et al. 2010).
Assim sendo, Pequenas Empresas associadas em uma RCE, desenvolveu uma capacidade maior de atuar no competitivo mercado produtor-consumidor, desenvolvendo até mesmo marcas próprias comuns, possibilitando maior acesso aos mercados consumidores, e possibilidade de melhores negociações com fornecedores de produtos ou mão-de-obra (terceirizações) para o melhor desenrolar de suas atividades processuais e fornecedora de bens e serviços à variadas clientelas. Se tornam também alvissareira as possibilidades de um trabalho de marketing maior e de melhor qualidade, que apesar de ter custo maior, mas o mesmo é rateado entre as empresas-membro da RCE. E assim as empresas associadas em Rede podem exercer uma forte concorrência com as grandes empresas, melhorando sua competitividade empresarial, assegurando a sua fatia de participação no mercado, quiçá até aumentando-a.
Tem-se que as redes associativas se constituem em entidades formalizadas. O que significa dizer que adotam um processo de gestão democrática. Para tanto, observa-se a existência de uma participação horizontal entre as empresas envolvidas. Sendo assim, abre-se espaço para a participação optativa dos membros nas decisões da rede. O gerenciamento é constituído por representantes dos próprios associados. Com isso, assumem as decisões operacionais, controlam e monitoram as atividades dos membros. Pode-se, também, optar pela gestão executiva profissional, mas nesse caso quando as redes estiverem mais maduras