Zaranza
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Sobre este e-book
Instruções para matar pernilongos se misturam à descrição de um abandono que, se de início soa como uma condenação, talvez possa ter sido uma bênção. O início de um amor pode ser como um chute na porta com o mindinho do pé. Já seu fim se aproxima de uma receita de risoto (com shoyu). Tocar violino para surdos pode ser o retrato da mais pura solidão ou de um afeto ainda não experimentado. O vazio de uma morte se parece com uma praia de biscoito de polvilho sem mar.
A forma como Rita conjuga o mínimo com o máximo, desde o mais banal ao mais profundo, faz com que ambos se transformem em seu oposto, o banal se tornando denso e o dolorido se tornando suportável.
O leitor fica em constante deslocamento de expectativas, ao passo que vai imperceptivelmente caindo de amores por essas mulheres frágeis e fortes, que sabem enfrentar os desarranjos da vida de forma sempre criativa e quase engraçada. São mulheres que, sobretudo, riem de si mesmas, fazendo por isso com que o leitor também aprenda a pensar em suas próprias dores e sorrir.
"Salário, pipoca média, férias, meias brancas, fim de semana, marcadores de livros: muita coisa que parece muita, mas na verdade é pouca". Uma verdade praticamente absoluta que, se fala de detalhes, fala também, e obliquamente, sobre a paixão. Quase uma filosofia calcada na experiência e que, literariamente, provoca o sabor de uma concretude que esconde reflexões fundas.
Zaranza é aquilo que mostra perturbação ou atordoamento, ou então uma pessoa que mostra falta de bom senso, um doidivanas. Que o leitor se prepare para um livro de contos atordoantes e doídos e que, ao final da leitura, se sinta supreendentemente mais esclarecido e leve, com uma luz que vem não se sabe de onde, nem porquê, mas que é quase a vida.
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Pré-visualização do livro
Zaranza - Rita de Podestá
Céu de janelas
"Neste terraço mediocremente confortável
Bebemos cerveja e olhamos o mar
Sabemos que nada nos acontecerá"
(Privilégio do mar, Carlos Drummond de Andrade)
Todo fim tem um início. Eu achei que o nosso seria brusco, como um chute na porta com o mindinho do pé, que arranca toda a unha, fica roxo e precisa de um mês para crescer. Hoje sei que terminou no dia em que nos mudamos para esse apartamento, a sala ainda vazia, cabe muita coisa dentro de uma sala vazia, mas depois que enche fica apertada, tantos móveis e a gente imóvel, andar por onde? No dia da mudança, quando você apontou para a varanda, que nem era aberta, janela de vidro, você disse aí está a sua varanda, e eu te corrigi, minha não,