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A Magia do Corvo: Melhor não compartilhar
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A Magia do Corvo: Melhor não compartilhar
E-book234 páginas1 hora

A Magia do Corvo: Melhor não compartilhar

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Sobre este e-book

A partir de um determinado momento todos passaram a notar a presença daqueles pássaros negros mais do que o habitual. Corvos eram vistos empoleirados em cercas, postes, sobre telhados. Alguns chegaram até a invadir as residências. Mas isso era menos preocupante para a comunidade da pacata Miedvall Park, pois por coincidência ou não, simultaneamente sucessivos casos de pessoas desaparecidas estavam preocupando a todos.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento25 de nov. de 2022
ISBN9781526069825
A Magia do Corvo: Melhor não compartilhar

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    A Magia do Corvo - SILVANIO M NUNES

    DEDICAÇÃO

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    Dedico este breve romance sombrio, A Magia do Corvo, aos apaixonados pelo horror gótico com todas suas situações desconfortantes… E especialmente para você que acabou de chegar até aqui bravamente.

    Silvanio M Nunes

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    A MAGIA DO CORVO

    O único modo de escapar ao abismo é observá-lo, e medi-lo, e sondá-lo e descer para dentro dele.

    Cesare Pavese

    PREFÁCIO

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    Era o ano de 2018, a Copa do Mundo da FIFA estava correndo tranquilamente no hemisfério norte, enquanto garotas estavam desaparecendo em Miedvall Park, deixando todos os moradores de uma comunidade assustados.

    Entre as poucas pistas, estão apenas vestígios de um tipo de substância líquida e orgânica, viscosa e fétida. Outra peça desse mistério era o fato de que todas as meninas tinham compartilhado uma postagem na internet inusitada de uma mulher que se auto proclamava ser uma bruxa poderosa alicerçada em seus rituais macabros. Seu nome era Mary Wordmet.

    Para um detetive nascido numa tranquila comunidade, o compartilhamento de suas postagens eram nada mais que pura coincidência, porém para um padre que já tinha vivido experiências tidas como inexplicáveis em sua vida, isso seria muito mais do que um mero acaso, poderia haver algum tipo de encanto maligno por trás daquilo.

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    Dois dias antes de a jovem Samantha ter saído pela janela do seu quarto voando para nunca mais voltar, por volta das três da madrugada uma pessoa ia caminhando apressada pela via deserta. Pela silhueta era uma mulher jovem. Parecia estar procurando algum endereço. E quando viu a casa cujo número era 358, parou. Retirou da bolsa um pequeno volume e o atirou na frente da casa onde logo foi engolido pela relva alta. Então acelerando seus passos saiu do local desaparecendo na rua mal iluminada.

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    A partir de um determinado momento todos passaram a notar a presença daqueles pássaros negros mais do que o habitual. Corvos eram vistos empoleirados em cercas, postes, sobre telhados. Alguns chegaram até a invadir as residências. Mas isso era menos preocupante para a comunidade da pacata Miedvall Park, uma pequena cidade no extremo norte do país, pois por coincidência ou não, simultaneamente sucessivos casos de pessoas desaparecidas estavam preocupando a todos.

    "Parece que a bruxa está solta," muitos repetiam.

    Estranho também era o que ocorria com frequência nas casas onde moravam as meninas sumidas. Todas as manhãs bem cedo por volta de sete horas, corvos surgem crocitando assombradamente. Depois de poucos minutos os pássaros negros desaparecem voando para longe.

    Algo que resultou evidentemente o limiar da incompreensão e beirava o surreal; de um misterioso problema surgia uma parceria improvável, um detetive agnóstico obstinado pela busca da verdade e um padre estimado pela comunidade onde todos crêem ser um guardião da luz e do amor celestial.

    Ambos se aliam para desvendar o perturbador mistério que intriga toda a população de uma comunidade. Treze garotas desaparecidas inexplicavelmente não antes de sofrerem uma espécie de metamorfose assombrosa.

    Para o detetive experiente Alex Bernney, que sofria um momento difícil em sua vida, as pistas devem ser incansavelmente procuradas, estudadas e compreendidas, para que enfim possam os culpados, se houverem, ser apontados, ou as causas sejam reveladas e a justiça dos homens seja aplicada restabelecendo a paz e a ordem da sociedade local. Para o padre Giacomo Marccine, por sua vez, apenas métodos científicos e empíricos de investigação não serão suficientes, ele acredita num agente espiritual e que criaturas das trevas e poderes ocultos só poderão ser combatidos devidamente somando-se ao infalível poder da fé. Algo que ele imagina que poucos realmente possuem e conhecem sua profundidade.

    DOIS FATOS

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    Dois fatos curiosos que o detetive e recém-viúvo Alex Bernney, de 34 anos, apurou sobre as meninas desaparecidas, são as peculiaridades que todos os casos possuíam. Todas as treze desaparecidas tinham compartilhado nas suas redes sociais, sete dias antes do sumiço, a mesma imagem de um corvo com o texto escrito em vermelho; A MAGIA DO CORVO. Uma postagem publicada pela misteriosa irlandesa de Miedvall Park. Também conhecida como a bruxa Mary Wordmet como ela mesmo se auto intitulava nas suas redes sociais oferecendo seus serviços mágicos. Como curas milagrosas, sorte nos jogos de azar, restauração de relacionamentos amorosos, afetivos etc.

    O segundo fato era que somente as meninas que habitavam uma comunidade em particular em Miedvall Park desapareciam. Moradores das cidades vizinhas tinham compartilhado a mesma postagem sem nenhum problema.

    A frequência dessa estranha ocorrência estava levando muitos a cogitarem até mesmo a absurda possibilidade de as misteriosas aves serem as próprias moças desaparecidas enfeitiçadas pela bruxa irlandesa das redes sociais que morava na cidade sozinha desde 1940.

    As qualidades profissionais de investigação de Alex Bernney serão postas à prova neste caso, que envolve um ser pérfido que pode ser o responsável e estar envolvido em todas as treze ocorrências de moças desaparecidas. Simultaneamente ele terá que lutar contra a dor da perda da mulher morta em um acidente de carro na estrada próximo às margens do rio Aroostook.

    O velho padre italiano Giacomo Marccine às portas da sua iminente aposentadoria compulsória terá que contar mais do que nunca com a ajuda dos céus ao se envolver com o grave problema que atormentava a cidade que o acolheu de modo tão fraternal em 1968, tornando-se semelhante a um membro de muitas famílias da sua paróquia. Nunca a sua fé em Deus foi tão primordial em sua vida ao se deparar com algo tão assombroso para se manter firme e para enfrentar um inimigo pernicioso que parecia até se apropriar dos algoritmos para produzir uma coisa maligna. Nunca vira nada semelhante na sua longa experiência como clérigo.

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    A PERNICIOSA POSTAGEM DA BRUXA MARY WORDMET

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    AFASTADO

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    LUTANDO CONTRA O LUTO

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    Um carro se envolveu num grave acidente numa curva da autoestrada quando voltava do litoral. Escorado no tronco de um chorão por pouco ele não rolou para o precipício.

    — Você vai ficar bem, meu amor — Alex tranquilizava a esposa enquanto a retirava dos ferros retorcidos.

    E mesmo gravemente ferida, Albertine tem um ferimento na testa, um rasgo de onde o sangue escorre pelo seu rosto, mas ainda consegue sorrir, ele a leva nos braços para fora da estrada deserta. O caminhão desapareceu depois de rolar pelo penhasco. Uma nuvem negra subia para o céu depois que houve uma explosão no seu tanque de diesel. O sorriso da mulher acomodada na relva vai se desfazendo e ela encontra sua morte. Criaturas medonhas surgem vindas da mata.

    Alex desperta mais uma vez de um pesadelo com sua falecida Albertine. Durante somente em uma semana, Alex já foi torturado por três vezes com aquela cena tão próxima do real.

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    Ainda na primeira semana da sua licença médica, o detetive experiente participava da festa de aniversário do irmão mais velho. O churrasco no quintal atrás de uma magnífica casa de dois andares reunia uns trinta convidados entre amigos e parentes espalhados pelo gramado de Andrew, um engenheiro aposentado dezoito anos mais velho que ele.

    A licença tinha sido uma determinação do departamento médico da polícia que decidiu manter-lhe afastado por vinte e um dias de suas atribuições. Desde que Alex Bernney perdeu sua esposa numa tragédia na curva de uma estrada não conseguia mais ser o mesmo. Aquela batida violenta contra um caminhão desgovernado estava prestes a completar três meses. Mas para ele era como se estivesse ocorrido há cinco minutos.

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    — Pobre Alex. Eu sofro em ver meu irmão assim — disse Andrew Bernney para sua esposa enquanto virava os lados dos pedaços de carnes com um garfo longo.

    — Vá falar com ele Andrew, deixe que eu cuido disso um pouco querido — pediu Charlotte que distribuía os talheres sobre uma das mesinhas de pinho espalhadas pelo quintal forrado por um gramado bem cuidado.

    Andrew achou melhor deixar o pobre viúvo em paz com seus pensamentos por um tempo.

    — Imagino como deve ser difícil...

    Andrew mudou de ideia e resolveu juntar-se ao irmão que antes estava com uma lata de soda debruçado na cerca que circundava toda a parte dos fundos. Agora ele estava com sua testa apoiada num dos braços sobre a cerca.

    — Eu não devia ter feito churrasco nenhum, você estava certa querida — disse o aniversariante passando o garfo para Charlotte e retirando o avental estampado com desenhos relacionados à cozinha como saleiros, cebolas, talheres etc. — Eu já volto.

    Andrew pousou sua mão levemente no ombro do seu irmão que despertou do seu sofrimento.

    — É uma pena que Michael não pôde estar conosco — disse Alex aprumando seu corpo e trocando uma cara triste por um sorriso fantasiado.

    — Sim, como eu queria um abraço dele — lamentou. Michael, seu filho de vinte e quatro anos, estava em campanha humanitária da ONU no Haiti, combatendo as gangues de bandidos que espalharam o terror.

    Alex tomou um gole da soda olhando para a churrasqueira.

    — O cheiro está bom — disse apoiando as costas na cerca feita de tábuas pintadas de laranja.

    — Já está quase pronto — Andrew disse olhando para sua esposa cuidando do assado. — Charlotte me pediu para não fazer nenhuma celebração este ano, eu devia tê-la ouvido.

    — Ora e por quê?

    — Não está sendo fácil, não é? Eu, eu imagino o quanto você está...

    — Não. Não se preocupe comigo... Eu vou sobreviver. Vou enfiar a cara no meu trabalho quando acabar a licença. Vou procurar... — sua voz foi abafada pelo choro que estava tentando prevalecer. — Vou sobreviver... Vou sobreviver meu irmão.

    — Você vai sim — apoiou seu irmão batendo com tapinhas nas suas costas para animá-lo. — Agora venha comigo, vamos socorrer Charlotte antes que ela torre nosso churrasco.

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