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A Educação Física na Imprensa de Ensino e Técnica (1932-1960)
A Educação Física na Imprensa de Ensino e Técnica (1932-1960)
A Educação Física na Imprensa de Ensino e Técnica (1932-1960)
E-book571 páginas6 horas

A Educação Física na Imprensa de Ensino e Técnica (1932-1960)

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Sobre este e-book

O livro A educação física na imprensa de ensino técnico (1932-1960) apresenta um olhar sobre a imprensa periódica publicada no Brasil, assumindo-a como dispositivos de uso didático-pedagógica que visavam a orientar a formação e a prescrever a prática dos profissionais que atuariam com as sessões de Educação Física nas escolas. A obra propõe-se a debater o tema fundamentada em diferentes eixos temáticos: os intelectuais que circularam nesses impressos, os seus perfis editoriais, a materialidade das prescrições, o uso das imagens como dispositivos de leitura, a orientação da prática pedagógica baseada em métodos ginásticos europeus e os projetos formativos latino-americanos em circulação nas fontes. Pelo caráter abrangente do corpus documental analisado, a leitura deste livro se constitui importante fonte de pesquisa a todos aqueles que têm se dedicado à imprensa periódica educacional como objeto. Do mesmo modo, a obra contribuirá para a atuação de professores que atuam na educação básica e na formação inicial, bem como com os estudantes de Cursos de Licenciatura, ao evidenciar que a produção e a circulação de materiais didático-pedagógicos para a Educação Física ocorreu desde os anos de 1930 no Brasil, contribuindo para a sua inserção e consolidação nos currículos escolares.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento5 de dez. de 2022
ISBN9786525025995
A Educação Física na Imprensa de Ensino e Técnica (1932-1960)

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    A Educação Física na Imprensa de Ensino e Técnica (1932-1960) - Amarílio Ferreira Neto

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    A Educação Física na imprensa

    de ensino e técnica

    (1932-1960)

    Editora Appris Ltda.

    1.ª Edição - Copyright© 2022 dos autores

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98. Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores. Foi realizado o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nos 10.994, de 14/12/2004, e 12.192, de 14/01/2010.Catalogação na Fonte

    Elaborado por: Josefina A. S. Guedes

    Bibliotecária CRB 9/870

    Livro de acordo com a normalização técnica da ABNT

    Editora e Livraria Appris Ltda.

    Av. Manoel Ribas, 2265 – Mercês

    Curitiba/PR – CEP: 80810-002

    Tel. (41) 3156 - 4731

    www.editoraappris.com.br

    Printed in Brazil

    Impresso no Brasil

    Amarílio Ferreira Neto

    Juliana Martins Cassani

    Wagner dos Santos

    (org.)

    A Educação Física na imprensa

    de ensino e técnica

    (1932-1960)

    AGRADECIMENTOS

    Agradecemos às seguintes agências de fomento, pelo auxílio financeiro destinado ao desenvolvimento das pesquisas presentes nesta obra:

    Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), Edital Universal n.° 006/2014 – Processo n. ° 67.6438.25;

    Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes);

    Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – Edital Universal 2018, Processo n.° 435195/2018-2;

    Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – Bolsa Produtividade, Nível 2.

    Sumário

    INTRODUÇÃO

    TRAJETÓRIAS INTELECTUAIS: NOVOS OBJETOS E A RELEVÂNCIA DOS TRABALHOS COLETIVOS EM EDUCAÇÃO FÍSICA

    Amarílio Ferreira Neto

    Juliana Martins Cassani

    Wagner dos Santos

    A PEDAGOGIA E A EDUCAÇÃO FÍSICA EM JOÃO RIBEIRO PINHEIRO (1928-1935)

    Amarílio Ferreira Neto

    Juliana Martins Cassani

    Lucas Oliveira Rodrigues de Carvalho

    Geraldo Luzia de Oliveira Junior

    Wagner dos Santos

    PERFIS EDITORIAIS E A CONSTRUÇÃO DE SIGNIFICADOS EM IMPRESSOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA (1932-1960)

    Amarílio Ferreira Neto

    Juliana Martins Cassani

    Wagner dos Santos

    REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA: CICLO DE VIDA, SEÇÃO UNIDADE DE DOUTRINA E LIÇÃO DE EDUCAÇÃO FÍSICA (1932-2002)

    Amarílio Ferreira Neto

    Juliana Martins Cassani

    Ediane de Melo Maia

    Magda Terezinha Bermond

    Geraldo Luzia de Oliveira Junior

    Wagner dos Santos

    SENTIDO CIENTÍFICO-PRÁTICO PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA NA IMPRENSA PERIÓDICA DE ENSINO E DE TÉCNICAS (1932-1960)

    Juliana Martins Cassani

    Amarílio Ferreira Neto

    Lucas Oliveira Rodrigues de Carvalho

    Renato Pereira Coimbra Retz

    Geraldo Luzia de Oliveira Junior

    Wagner dos Santos

    TRAJETÓRIAS DE ORIENTAÇÕES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA (1932-1960)

    Juliana Martins Cassani

    Amarílio Ferreira Neto

    Lucas Oliveira Rodrigues de Carvalho

    Geraldo Luzia de Oliveira Junior

    Wagner dos Santos

    PRESCRIÇÕES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA NA IMPRENSA PERIÓDICA DE ENSINO E DE TÉCNICAS (1932-1960)

    Lucas Oliveira Rodrigues de Carvalho

    Juliana Martins Cassani

    Geraldo Luzia de Oliveira Junior

    Amarílio Ferreira Neto

    Wagner dos Santos¹

    ENTRE USOS E INTENCIONALIDADES: AS IMAGENS NA IMPRENSA PERIÓDICA DE ENSINO E TÉCNICA DE ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE (1932-1960)

    Renato Pereira Coimbra Retz

    Amarílio Ferreira Neto

    Juliana Martins Cassani

    Wagner dos Santos

    O ENSINO POR IMAGENS NA IMPRENSA PERIÓDICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA (1932-1960)

    Renato Pereira Coimbra Retz

    Amarílio Ferreira Neto

    Juliana Martins Cassani

    Wagner dos Santos

    O USO DE IMAGENS PARA O ENSINO DE REGRAS, TÁTICAS E COREOGRAFIAS NA IMPRENSA PERIÓDICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA (1932-1960)

    Renato Pereira Coimbra Retz

    Amarílio Ferreira Neto

    Juliana Martins Cassani

    Wagner dos Santos

    A CIRCULAÇÃO DO MÉTODO ALEMÃO EM PERIÓDICOS BRASILEIROS: PRESCRIÇÕES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA (1932-1960)

    Lucas Oliveira Rodrigues de Carvalho

    Wagner dos Santos

    Geraldo Luzia de Oliveira Junior

    Amarílio Ferreira Neto

    Juliana Martins Cassani

    A CIRCULAÇÃO DO MÉTODO SUECO EM PERIÓDICOS BRASILEIROS: CAMINHOS PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA EM PAÍSES LATINO-AMERICANOS (1944-1952)

    Lucas Oliveira Rodrigues de Carvalho

    Wagner dos Santos

    Gabriel dos Santos Pinheiro

    Geraldo Luzia de Oliveira Junior

    Amarílio Ferreira Neto

    Juliana Martins Cassani

    A CONSTITUIÇÃO DE PROJETOS FORMATIVOS LATINO-AMERICANOS PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA (1944-1952)

    Juliana Martins Cassani

    Lucas Oliveira Rodrigues de Carvalho

    Amarílio Ferreira Neto

    SOBRE OS AUTORES

    INTRODUÇÃO

    TRAJETÓRIAS INTELECTUAIS: NOVOS OBJETOS E A RELEVÂNCIA DOS TRABALHOS COLETIVOS EM EDUCAÇÃO FÍSICA

    Amarílio Ferreira Neto

    Juliana Martins Cassani

    Wagner dos Santos

    Reconhecido por suas contribuições ao campo da História, especialmente pelas pesquisas centralizadas na leitura, na textualidade e na autoria dos livros, Roger Chartier estabelece um diálogo sistemático com a cultura impressa em seus contextos de produção, circulação, recepção e apropriação. Na obra A força das representações: história e ficção, organizada por Rocha (2011), Chartier (2011) dedica o capítulo Uma trajetória intelectual: livros, leituras, literaturas à rememoração do seu percurso intelectual. No texto, o autor sistematiza o modo como suas pesquisas sobre diferentes gêneros impressos e suas preocupações teórico-metodológicas delinearam o campo de estudos no qual se tornou referência.

    No retorno à sua biografia, Chartier (2011) não hesita em esclarecer que todo avanço intelectual pode ser fruto de escolhas inconsistentes, mas também de um esforço coletivo e de reflexões compartilhadas por pesquisadores de uma mesma geração ou tradição. Juntos, elaboram perguntas aos diferentes objetos de pesquisa e chegam a respostas que permitem o desenvolvimento do campo científico.

    No decorrer dos anos, são as práticas desses estudiosos que conduzem a problematizações e aprofundamentos relacionados com a proficuidade de objetos de pesquisa, com a delimitação de seu corpus documental, com questões mais bem localizadas sobre um tema e com o diálogo consistente com outras áreas do conhecimento. Em suas trajetórias, esses pesquisadores se debruçam sobre desenhos metodológicos com o intuito de produzir suas fontes, desenvolvendo, dessa maneira, um domínio mais preciso de uma determinada forma de trabalho.

    Especificamente, a escolha pela autobiografia¹ de Chartier (2011) refere-se à necessidade de evidenciarmos como este livro foi gerado, isto é, pelo amadurecimento de pesquisas cujo objeto central é a imprensa periódica da Educação Física publicada no início da década de 1930. Nesse caso, apropriamo-nos das ideias de Certeau (2006, p. 65) para sinalizar o espaço de produção no qual esta obra se insere, reiterando a impossibilidade de estabelecermos considerações e produzir conhecimentos [...] capazes de suprimir a particularidade do lugar de onde [falamos] e do domínio em que [realizamos] uma investigação. Afinal, este é gesto dos historiadores: aquele que relaciona as ideias, com os lugares, transformando-os em espaços praticados, sobretudo quando as fontes a serem analisadas neste livro se encontram intimamente ligadas à própria constituição do grupo de pesquisa do qual fazemos parte.

    Por entendermos que toda produção de saber se configura de modo indissociável de uma instituição (CERTEAU, 2006), acenaremos para os processos com os quais o livro A Educação Física na imprensa de ensino e técnica (1932–1960) se constituiu como fruto de percursos de pesquisa, do esforço, do amadurecimento e, sobretudo, do diálogo com os trabalhos desenvolvidos no Instituto de Pesquisa em Educação e Educação Física (Proteoria), sediado no Centro de Educação Física e Desportos (CEFD) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

    Ao mesmo tempo que a obra está relacionada com o avanço de estudos sobre a imprensa periódica produzida no século XX, está articulada com trabalhos que focalizam questões contemporâneas sobre as quais o campo científico da Educação Física tem se lançado, no caso, o lugar do livro didático nas práticas pedagógicas do professor desse componente curricular. Assim, apresentaremos como as fontes analisadas nos capítulos do livro estão imbricadas à constituição do Proteoria, mas, sobretudo, daremos visibilidade a esses processos como consolidadores de projetos de formação.

    RELAÇÃO ENTRE O OBJETO DO LIVRO COM A CONSTITUIÇÃO DO PROTEORIA

    O Proteoria foi criado em 1999 pelo professor Dr. Amarílio Ferreira Neto, com o objetivo de desenvolver um projeto mais amplo, A constituição de teorias da Educação Física no Brasil: o debate em periódicos no século XX, aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) no ano de 2000.²

    O objetivo principal desse projeto-base consiste em criar condições que nos permitam compreender, por meio dos impressos, de estudos históricos, de investigações com o cotidiano escolar e da análise da comunicação científica, abrangendo os canais informais e formais (JOB; FREITAS, 2010), a forma como foi, e vem sendo, produzido o campo da Educação Física no Brasil e suas teorias. Especificamente, esse projeto-base analisa como os intelectuais da área da Educação e da Educação Física se apropriam e fazem uso do conjunto de saberes provenientes de diferentes áreas do conhecimento para significar o papel da Educação Física na sociedade e no interior das instituições educacionais, além de sistematizá-lo.

    O projeto recebeu financiamento do CNPq em 2001 para a produção de um catálogo que pretendia [...] ser matéria-prima para a criação de projetos mobilizadores de explicações novas no campo da Educação Física e Esporte no século XX (FERREIRA NETO et al., 2002, p. 7). Intitulado Catálogo de periódicos de Educação Física e Esporte (1930-2000) (FERREIRA NETO et al., 2002), o material foi elaborado com o intuito de se configurar como fonte de informações e instrumento de trabalho para aqueles que almejam se debruçar sobre o campo da história da Educação e da Educação Física e Esporte.

    Seu objetivo era oferecer um guia para compreendermos o desenvolvimento do impresso como meio para estabelecer e fortalecer a área da Educação Física e do Esporte no Brasil no século XX. Nesse catálogo, são apresentados, cronologicamente, os 36 periódicos publicados no período de 1930 a 2000, bem como são organizadas as matérias veiculadas nas revistas de acordo com a sequência em que aparecem.

    Para a elaboração do material, foi necessária a consulta aos documentos arquivados em instituições e por pesquisadores, de maneira que fosse possível a indicação desses acervos no catálogo e, de modo específico, daqueles que ofereciam as melhores condições de acesso aos periódicos mapeados, conforme Ferreira Neto et al. (2002). Assim, das 36 revistas presentes no Catálogo de periódicos de Educação Física e Esporte (1930-2000), 26 se encontravam no Proteoria, naquele momento, por meio de fotografias digitalizadas em compact disc, fotocópias ou por originais de periódicos doados.³

    Nesse caso, a ênfase dada ao mapeamento realizado no início dos anos 2000 também se refere às possibilidades de investigação que o processo de catalogação das fontes analisadas nos capítulos deste livro nos mostrou. A busca pelas fontes sobre as quais nos debruçaríamos — periódicos publicados entre 1932 e 1960 — colocou-nos em um constante diálogo com o passado, instigando-nos a compreender as práticas culturais que fundamentaram a criação da biblioteca do Proteoria, um lugar de memória e de conservação de patrimônio intelectual e literário (JACOB, 2000).

    O processo de aproximação com as fontes, em idas e vindas até que pudéssemos delimitá-las, corroborou a assertiva de Jacob (2000) sobre a proficuidade de objetos de estudos voltados para a organização, localização, recuperação e preservação de acervos presentes em bibliotecas de instituições educacionais, especificamente em grupos de pesquisa.

    O manuseio de periódicos publicados entre 1932 e 1960, na biblioteca do Proteoria, trouxe-nos evidências de que, naquele acervo, diferentes intencionalidades têm circulado desde o processo inicial de organização dos livros e periódicos. Foram elas que nos levaram a perguntar sobre: as opções em adquirir esta ou aquela obra, por meio de financiamentos; as práticas de pesquisa das pessoas que doaram seus livros; a organização dos livros e das temáticas identificadoras das prateleiras, por certa hierarquia; a acessibilidade aos textos; o estabelecimento de critérios para aquisição de coleções e o processo de conservação das revistas das décadas de 1930 a 1960 e das obras raras, livros dos campos da Educação e da Educação Física publicados desde o início do século XX.

    A assertiva de Jacob (2000, p. 10) sobre as bibliotecas como um [...] desígnio intelectual, um projeto, um conceito imaterial que dá sentido e profundidade às práticas de leitura, de escrita e de interpretação, mostrava-nos diferentes concepções de cultura, de saber e de memória em circulação nos processos de criação das Bibliotecas. Isso nos reforçou a importância de futuros estudos que compreendam a materialidade desses espaços, seus objetivos e, especialmente, suas contribuições para a natureza cumulativa, não linear e heterogênea dos campos do saber.

    Desse modo, situamo-nos em um grupo de pesquisa que, desde 1999, tem se dedicado a preservar e compreender a história e a memória daqueles que constituíram e constituem o campo da Educação Física no Brasil, desenvolvendo pesquisas que se debruçam a um conjunto de teorias produzidas por civis e militares, que buscavam significar o lugar da Educação Física e do Esporte na sociedade. Teorias essas que, neste livro, foram publicadas em periódicos da área a partir de 1930, contribuindo para os processos de escolarização da Educação Física, na sua forma, conteúdos e práticas ao longo do século XX. Historicamente, esse cenário conferiu status social à disciplina e ofereceu as bases para o modo como os intelectuais procuraram consolidar o seu lugar no campo educacional, na atualidade.

    Ao termos acesso, no Proteoria, aos impressos nos quais diferentes intelectuais fizeram circular projetos de escolarização para a Educação Física, arguimos [...] a homogeneidade, continuidade discursiva de nossa área, [...] [a fim de viabilizar] a emergência de uma heterogeneidade (FERREIRA NETO, 2002, p. 8). Reconhecemos, nesse caso, os esforços de pesquisas que visam à análise dos periódicos da Educação Física publicados ente 1932 e 1960, considerando a perspectiva de Bloch (2001) acerca do conhecimento sobre o passado. De acordo com o autor, o passado não pode ser modificado, no entanto todo o conhecimento produzido sobre ele está em constante mudança, aperfeiçoando-se incessantemente. Para (re)significá-lo, é necessário que saibamos interrogá-lo, que vasculhemos [...] mais a fundo as bibliotecas, [...] [e abramos] novas trincheiras nos solos cansados (2001, p. 75).

    Assim, com base nos diferentes objetos de estudo derivados do Projeto Constituição das Teorias da Educação Física no Brasil, iniciamos, em 2012, pesquisas sobre livro didático na Educação Física escolar, como é o caso de Matos (2013), Bolzan (2014), Luiz (2014), Freitas (2016) e Zeferino (2020). Fundamentados nas problematizações levantadas por esses estudos, assumimos a perspectiva de que a preocupação em elaborar materiais didático-pedagógicos não é uma singularidade da atualidade, mas se apresenta desde o processo de escolarização da Educação Física. O estudo da produção desse tipo de material veiculado na imprensa periódica de ensino e de técnicas, no passado (1932-1960), permitir-nos-ia, no presente, compreender as continuidades e descontinuidades no debate sobre a prescrição pedagógica e a sua relação com a inserção da Educação Física como componente curricular.

    Para aprofundarmos os diálogos sobre o assunto, lançamos um olhar sobre os impressos especializados da Educação Física, assumindo-os como um suporte material, que possui características didático-pedagógicas cuja finalidade é orientar as práticas de ensino e a formação dos professores, oferecendo-lhes possibilidades para a realização de suas aulas e referenciais teóricos que sustentassem a sua atuação profissional. Esses materiais ganharam lugar central nos processos de escolarização da Educação Física, na medida em que serviram de orientadores da prática e formação do professorado.

    Elaboramos, desse modo, o projeto de pesquisa guarda-chuva A imprensa periódica de ensino e de técnicas da Educação Física: trajetórias de prescrições pedagógicas (1932-1960),⁴ coordenado pelo professor Dr. Wagner dos Santos. Contou também com o Dr. Amarílio Ferreira Neto como professor pesquisador e com a doutoranda Juliana Martins Cassani, integrante do projeto de pesquisa. O referido projeto teve como objetivo analisar as orientações para as práticas pedagógicas dos professores de Educação Física, investigando como os objetivos, as metodologias, os detalhamentos técnicos, os conteúdos de ensino e a avaliação eram normatizados e sistematizados nesses impressos. Problematizou, ainda, as implicações do papel assumido por esses periódicos nos processos de escolarização da Educação Física, entre 1932 e 1960.

    Os achados desses trabalhos conduziram-nos a outro projeto de pesquisa, Projetos de formação pan-americanistas para a Educação Física: circulação em impressos didático-pedagógicos (1932-1960), coordenado pelo professor Dr. Amarílio Ferreira Neto.⁵ Esse projeto possui como objetivo geral compreender as orientações para a prática dos professores em circulação nos periódicos especializados em Educação Física, publicados em países da América Latina (1932-1960), interessados em inserir e consolidar uma nova disciplina por meio das orientações didático-pedagógicas fundamentadas em projetos de formação pan-americanista. Em específico, todos os capítulos desta obra configuram-se como desdobramento de ambos os projetos financiados.

    ORGANIZAÇÃO DOS CAPÍTULOS DO LIVRO

    Os capítulos que compõem este livro são fruto de trabalhos desenvolvidos em âmbito da graduação (Iniciação Científica), do mestrado, doutorado e pós-doutorado. Sinalizamos também que as versões de alguns capítulos referem-se a artigos já publicados em periódicos científicos oriundos daquelas pesquisas. Eles possuem em comum teoria e método, bem como a justificativa para a periodização principal das fontes (1932-1960), sobretudo porque foram gerados de projetos de pesquisa guarda-chuva.

    Sob esse aspecto, nos termos de Marc Bloch (2001), assumimos uma postura de caça às pesquisas que se desdobraram dos dois projetos financiados. Em um primeiro momento, remetemo-nos aos processos de aproximação, escolha e mapeamento de um número significativo de fontes analisado neste conjunto de 12 capítulos, haja vista o desafio dos autores em compreender o corpus documental de modo quali-quantitativo e, ao mesmo tempo, captar suas especificidades por meio da análise de sua materialidade. Foi necessário, para tanto, o uso do software IBM SPSS Statistics – Version 22 como instrumento para organização dos dados. Os capítulos, então, são fruto de um banco de dados, que possui todas as informações necessárias para a análise dos periódicos da Educação Física.

    Esse movimento requereu dos coordenadores e pesquisadores do projeto, alunos de Iniciação Científica, mestrado e doutorado, o trabalho colaborativo, produzindo o banco de dados em constantes diálogos que auxiliariam a delimitar as fontes analisadas pelos capítulos, bem como a aprofundar os próprios objetos de estudo. Compreendia-se, à época, a continuidade do projeto de formação de novos pesquisadores no âmbito do Proteoria, intermediada pelas relações de parceria estabelecidas em torno de projetos comuns, conforme vislumbrado por ocasião da elaboração da obra Catálogo de periódicos de Educação Física e Esporte (1930-2000) (FERREIRA NETO et al., 2002).

    Cabe-nos enfatizar que a elaboração de um banco de dados de natureza quantitativa teve como objetivo apresentar para um campo de estudos possibilidades de interpretação. Referimo-nos à articulação dos dados quali-quantitativos, em uma análise que também fizesse falar os números e a materialidade dos impressos, sem abrir mão da perspectiva teórica que lhes ofereceu fundamento.

    Inicialmente, esse caminho pareceu-nos controverso: como o trabalho com um número elevado de fontes poderia discutir as suas minúcias, as disputas, negociações e (des)continuidades relacionadas com as fontes? Para enfrentarmos a questão, considerarmos que os dispositivos utilizados pelos editores e articulistas inscrevem-se na materialidade dos periódicos, que também podem ser captados numericamente, caso olhemos as pistas e os detalhes secundários deixados pelos articulistas. Assim, acenamos para o potencial de estudos dedicados ao processo de elaboração de bancos de dados, especificamente no campo da historiografia da Educação e da Educação Física, haja vista as possibilidades de análise que se apresentam, isto é, um diálogo entre a materialidade dos impressos e os dados mapeados quali-quantitativamente.

    Abordada a perspectiva que ofereceu fundamento para os projetos de pesquisa financiados, acenamos para as temáticas discutidas nos capítulos deste livro, cuja organização considerou assuntos mais amplos, aprofundados ao longo da obra. Este movimento evidencia inclusive os processos com os quais os diferentes objetos de estudo derivados dos projetos de pesquisa foram delineados. Assim, focalizamos, inicialmente, estudos que discutem sobre os intelectuais em circulação na imprensa periódica de ensino e de técnicas, bem como o perfil editorial de cada um desses impressos. Esse é o caso dos capítulos 1 e 2. O primeiro, A Pedagogia e a Educação Física em João Ribeiro Pinheiro (1928-1935), sob autoria de Amarílio Ferreira Neto, Juliana Martins Cassani, Lucas Oliveira Rodrigues de Carvalho, Geraldo Luzia de Oliveira Junior e Wagner dos Santos, possui como objetivo compreender o pensamento educacional de João Ribeiro Pinheiro, veiculado nos periódicos brasileiros A Defesa Nacional e Revista de Educação Física (1928-1935). No segundo capítulo, Perfis editoriais e a construção de significados em impressos da Educação Física (1932-1960), Juliana Martins Cassani, Amarílio Ferreira Neto e Wagner dos Santos analisam as estratégias utilizadas pelos editores para constituir a imprensa periódica de ensino e de técnicas como meio de divulgação e convencimento do professorado, no que se refere à incorporação da Educação Física nos currículos escolares.

    A análise de temáticas mais amplas relacionadas com os impressos ofereceu-nos caminhos para nos debruçarmos sobre as orientações para a prática docente em circulação nas revistas. Essa iniciativa pode ser vista no terceiro capítulo, Revista de Educação Física: ciclo de vida, seção unidade de doutrina e lição de Educação Física (1932-2002), em que Amarílio Ferreira Neto, Juliana Martins Cassani, Ediane Melo Maia Marinho, Magda Terezinha Bermond, Geraldo Luzia de Oliveira Junior e Wagner dos Santos compreendem como a seção Lição de Educação Física daquele periódico expressa o processo de transformação dos eixos pedagógicos da Educação Física em objetivos, conteúdos, metodologia, recursos físicos, materiais didáticos e avaliação.

    Os achados dessa pesquisa conduziram-nos a outros estudos que assumiram os periódicos como dispositivos de uso didático-pedagógico, com a finalidade de prescrever a prática e orientar a formação dos profissionais que ensinavam a Educação Física, conforme anunciado na obra de Cassani (2018). Como desdobramentos, sinalizamos os capítulos 4, 5 e 6. No quarto capítulo, Sentido científico-prático para a Educação Física na imprensa periódica de ensino e de técnicas (1932-1960), Juliana Martins Cassani, Amarílio Ferreira Neto, Lucas Oliveira Rodrigues de Carvalho, Renato Pereira Coimbra Retz, Geraldo Luzia de Oliveira Junior e Wagner dos Santos assumem como objetivo investigar como o diálogo dos articulistas com diferentes referenciais teóricos da Pedagogia, Biologia e Psicologia oferecia sustentação para a inserção da Educação Física nos currículos escolares.

    No quinto, Trajetórias de orientações didático-pedagógicas para a Educação Física (1932-1960), Juliana Martins Cassani, Amarílio Ferreira Neto, Lucas Oliveira Rodrigues de Carvalho, Geraldo Luzia de Oliveira Junior e Wagner dos Santos consideram como eixo central de suas análises as orientações para a atuação docente publicadas nesses periódicos (1932-1960), com foco em suas contribuições para a inserção e consolidação da Educação Física nos currículos escolares. No sexto capítulo, Prescrições didático-pedagógicas para a Educação Física na imprensa periódica de ensino e de técnicas (1932-1960), Lucas Oliveira Rodrigues de Carvalho, Juliana Martins Cassani, Geraldo Luzia de Oliveira Junior, Amarílio Ferreira Neto e Wagner dos Santos voltam a sua atenção aos artigos publicados na Revista de Educação Física (REF) e na Revista Educação Physica (REPHy) cuja especificidade era prescrever o ensino da Educação Física (1932-1960).

    Os resultados dessas pesquisas sinalizam a potencialidade de desenvolvimento de estudos que assumiram como fontes as imagens publicadas nas revistas. Esse é o caso dos capítulos 7, 8 e 9. No sétimo capítulo, Entre usos e intencionalidades: as imagens na imprensa periódica de ensino e técnica de ensino da Educação Física e esporte (1932-1960), Renato Pereira Coimbra Retz, Amarílio Ferreira Neto, Juliana Martins Cassani e Wagner dos Santos identificam a natureza das imagens utilizadas pelos periódicos de ensino e de técnicas da Educação Física e esporte (1932-1960) e analisam as intencionalidades editoriais nos seus usos e apropriações (CERTEAU, 2014). No oitavo, O ensino por imagens na imprensa periódica da Educação Física (1932-1960), Renato Pereira Coimbra Retz, Amarílio Ferreira Neto, Juliana Martins Cassani e Wagner dos Santos discutem os usos que os articulistas fizeram das imagens em suas matérias para prescrever e orientar o ensino dos movimentos corporais de cada prática compreendida como Educação Física (1932-1960). No nono, O uso de imagens para o ensino de regras, táticas e coreografias na imprensa periódica da Educação Física (1932-1960), Renato Pereira Coimbra Retz, Amarílio Ferreira Neto, Juliana Martins Cassani e Wagner dos Santos analisam as imagens que prescreviam e orientavam os exercícios publicados nos impressos, na sua relação com a dimensão das regras, técnicas e táticas esportivas, bem como as coreografias.

    Os trabalhos dedicados à análise das prescrições didático-pedagógicas veiculadas nos impressos levaram-nos ao aprofundamento de determinados objetos, como as orientações para a prática dos professores baseadas nos métodos de ginástica alemão e sueco, como pode ser visto nos capítulos 10 e 11. No décimo capítulo, A circulação do método alemão em periódicos brasileiros: prescrições didático-pedagógicas para a Educação Física (1932-1960), Lucas Oliveira Rodrigues de Carvalho, Wagner dos Santos, Geraldo Luzia de Oliveira Junior, Amarílio Ferreira Neto e Juliana Martins Cassani analisam as prescrições didático-pedagógicas fundamentadas no método alemão de ginástica em circulação na REF (1932-1960). Já no décimo primeiro capítulo, A circulação do método sueco em periódicos brasileiros: caminhos para a Educação Física em países latino-americanos (1944-1952), Lucas Oliveira Rodrigues de Carvalho, Wagner dos Santos, Gabriel dos Santos Pinheiro, Geraldo Luzia de Oliveira Junior, Amarílio Ferreira Neto e Juliana Martins Cassani abordam os processos pelos quais as revistas brasileiras se apropriavam do debate que estava em voga no contexto latino-americano para divulgar o método sueco no Brasil, no intuito de colaborar para a inserção e consolidação da Educação Física nos currículos escolares. Diante do exposto, o objetivo desse capítulo é analisar a circulação do método sueco na imprensa periódica de ensino e de técnicas (1932-1960).

    Esse conjunto de estudos ampliou as possibilidades interpretativas das fontes, conduzindo-nos a trabalhos relacionados com os processos de escolarização da Educação Física no Brasil e suas articulações com os países de língua hispano-falante. Esse é o caso do capítulo 12. No décimo segundo capítulo, A constituição de projetos formativos latino-americanos para a Educação Física (1944-1952), Juliana Martins Cassani, Lucas Oliveira Rodrigues de Carvalho e Amarílio Ferreira Neto se debruçam sobre os dispositivos utilizados pela imprensa periódica de ensino e de técnicas para constituir projetos formativos para a Educação Física fundamentados nas especificidades culturais latino-americanas.

    Diante do exposto, desejamos a todos uma boa leitura e que as problematizações levantadas nos capítulos contribuam para o desenvolvimento de outras pesquisas!

    REFERÊNCIAS

    BARABÁSI, A-L. Linked: how everything is connected to everything else and what it means for business, science, and everyday life. New York: Plume, 2003.

    BLOCH, M. Apologia da história ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.

    BOLZAN, E. Das prescrições às práticas de pesquisa/formação compartilhadas: o lugar do livro didático na educação física. 2014. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2014.

    CERTEAU, M. de. A invenção do cotidiano: 1. artes de fazer. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

    CERTEAU, M. de. A escrita da história. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.

    CHARTIER, R. Uma trajetória intelectual: livros, leituras, literaturas. In: ROCHA, J. C. de C. (org.). A força das representações: história e ficção. Chapecó: Argos, 2011. p. 21-54.

    FERREIRA NETO, A. et al. Catálogo de periódicos de educação física e esportes (1930-2000). Vitória: Proteoria, 2002.

    FERREIRA NETO, A. Apresentação. In: FERREIRA NETO, A. et al. Catálogo de periódicos de educação física e esportes (1930-2000). Vitória: Proteoria, 2002.

    FREITAS, M. M. de. O ensino em valores nos dispositivos curriculares para a educação física: das intencionalidades às prescrições didáticas (1996-2016). 2016. 114 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2016.

    JACOB, C. Prefácio. In: BARATIN, B.; JACOB, C. (org.). O poder das bibliotecas: a memória dos livros no Ocidente. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2000. p. 21-44.

    JOB, I.; FREITAS, K. R. de. A colaboração na produção de artigos dos professores do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Movimento Humano da ESEF, da UFRGS, entre 2007 e 2009: análise de rede social. Movimento, Porto Alegre, v. 16, p. 155-188, 2010. Número especial.

    LUIZ, I. C. Narrativas (auto)biográficas de formação continuada dos professores de educação física. 2014. 84 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2014.

    MATOS, J. M. C. Conteúdos de ensino da educação física escolar: da produção acadêmica às narrativas docentes. 2013. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2013.

    ZEFERINO, W. R. Avaliação do ensino e da aprendizagem na educação física: das orientações normativas às produções dos livros didáticos. 2020. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Universidade Federal do Espírito Santo, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2020.


    ¹ A expressão autobiografia foi utilizada por Chartier (2011) como uma definição daquilo que o capítulo do livro em questão se propunha, ou seja, um exercício de retorno à sua trajetória intelectual. Ao se propor uma retrospectiva de seus percursos científicos, o autor ressalta os cuidados necessários em não se produzir uma ego-história, na qual se faz [...] relatar sem método vidas sem história (CHARTIER, 2011, p. 22).

    ² Conforme consta no Catálogo de periódicos de Educação Física e Esporte (1930-2000), o projeto foi registrado da seguinte maneira: Processo/Amarílio Ferreira Neto/CNPq/463990/2000-5.

    ³ São elas: Educação Physica, Boletim de Educação Física, Arquivos da Escola Nacional de Educação Física e Desportos, Revista Brasileira de Educação Física e Desportos, Esporte e Educação, Artus, Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Corpo e Movimento, Revista Kinesis, Revista Paulista de Educação Física, Revista da Fundação de Esporte e Turismo, Motrivivência, Revista da Educação Física/UEM, Educativa, Discorpo, Revista Mineira de Educação Física, Motus Corporis, Pesquisa de Campo, Movimento, Motriz, Corporis, Corpoconsciência, Perfil, Pensar a Prática, Licere e Conexões.

    ⁴ Projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes). Aprovado no Edital Universal n.º 006/2014 – Projeto Individual de Pesquisa, sob o Termo de Outorga n.º 541/2015, e Processo n.º 67.6438.25.

    ⁵ Projeto aprovado pelo Edital Universal 28/2018 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), sob o n.º do Processo 435195/2018-2.

    A PEDAGOGIA E A EDUCAÇÃO FÍSICA EM JOÃO RIBEIRO PINHEIRO (1928-1935)

    Amarílio Ferreira Neto

    Juliana Martins Cassani

    Lucas Oliveira Rodrigues de Carvalho

    Geraldo Luzia de Oliveira Junior

    Wagner dos Santos

    INTRODUÇÃO

    É clássico o papel educativo das Forças Armadas na constituição dos Estados-Nação que, na sociedade brasileira, ocupa lugar destacado na formação educacional do Exército e da escola (HORTA, 1994; FERREIRA NETO, 1999a, 2006; BERMOND; FERREIRA NETO, 2005), possuindo, para tanto, uma rede de ensino que vai da educação básica ao ensino universitário. No processo de constituição dessa rede de ensino, o Exército, por meio de seus intelectuais, elaborou propostas educativas para si e para a sociedade civil.

    João Ribeiro Pinheiro, oficial do Exército, também se constitui como um desses intelectuais que contribuiu com o pensamento educacional brasileiro. Suas ideias pedagógicas são tomadas como protótipos da cultura circulante em determinados grupos, tanto na tropa como na sociedade civil brasileira, especialmente nas décadas de 1920 e 1930. O oficial João Ribeiro Pinheiro nasceu no Rio de Janeiro, em 1903, ingressou na vida militar com 15 anos e morreu nos combates da Intentona Comunista em 1935. Estudou em escola militar, graduou-se em Direito, foi membro da Associação Brasileira de Educação, fez parte do corpo de editores das revistas A Defesa Nacional e Revista de Educação Física, ambas do Exército.

    Em João Ribeiro Pinheiro, assumimos que a Pedagogia e a Educação Física contribuíam com a constituição da brasilidade do povo, tese herdada da tradição educacional de uma das seções do periódico A Defesa Nacional, intitulada Secção de Pedagogia,

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