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Escola de Chicago e Ciência da Informação:: Influências, Aproximações e Contribuições
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Escola de Chicago e Ciência da Informação:: Influências, Aproximações e Contribuições
E-book201 páginas2 horas

Escola de Chicago e Ciência da Informação:: Influências, Aproximações e Contribuições

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Sobre este e-book

A obra Escola de Chicago e Ciência da Informação: influências, aproximações e contribuições convida o leitor a descobrir o que foi o movimento da Escola de Chicago na Biblioteconomia norte-americana e como esses princípios chegaram à Ciência da Informação no Brasil.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento15 de set. de 2020
ISBN9786555235739
Escola de Chicago e Ciência da Informação:: Influências, Aproximações e Contribuições

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    Pré-visualização do livro

    Escola de Chicago e Ciência da Informação: - Keitty Rodrigues Vieira

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO ARQUIVOLOGIA, DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

    AGRADECIMENTOS

    Ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, da Universidade Federal de Santa Catarina (PGCIN/Ufsc), pelo incentivo e apoio.

    À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), pela Bolsa de Demanda Social disponibilizada à pesquisa de mestrado da qual este livro se origina.

    Aos membros da banca da qualificação e defesa da dissertação que deu origem a esta obra, pelas importantes contribuições que ocasionaram o sucesso desta pesquisa, Prof.ª Dr.ª Ligia Maria Arruda Café, Prof. Dr. José Claudio Morelli Matos e Prof. Dr. William Barbosa Vianna.

    Aos membros do Grupo de Pesquisa Organização do Conhecimento e Gestão Documental (KOD), pelos ricos compartilhamentos em meio às reuniões e às discussões do grupo.

    Aos nossos familiares que, com apoio incondicional, sustentam nosso fazer e potencializam nossas conquistas.

    Aprender, de fato, é uma forma de diversão [...].

    (BUTLER, 1904)

    PREFÁCIO

    Escolas, escolhas.

    Keitty Rodrigues Vieira e Cezar Karpinski trazem uma contribuição fundamental para os estudos históricos e epistemológicos em Biblioteconomia e Ciência da Informação. De maneira inédita em nossa literatura, os pesquisadores analisam as contribuições da Escola de Chicago para a Ciência da Informação. Propondo uma apresentação dos clássicos e do itinerário histórico da área, o livro convida o leitor a refletir sobre a importância dos estudos sociais e humanísticos para apropriação, tratamento e disseminação da informação. Como o leitor poderá constatar na citação de Lee Pierce Butler (1884-1953), que é usada como epígrafe da obra, Aprender, de fato, é uma forma de diversão [...] (BUTLER, 1904, p. 130), ou seja, a ciência e o conhecimento ultrapassam fronteiras físicas e de pensamento. O aprendizado deve ser uma experiência divertida, começando por uma percepção e por uma consciência de mundo, em que a escola não está entre paredes e a leitura apenas dos livros.

    A epígrafe usada traz à lembrança o educador brasileiro Paulo Freire (1921-1997), que dizia que a sua leitura era uma leitura de mundo. Divertindo-se no quintal de sua casa, quando criança, lia as árvores, as folhas e o vento (FREIRE, 2011). Em sua análise da ficção literária, Butler compreendia muito bem que aprendizado e diversão estavam relacionados da mesma forma que autonomia e emancipação, que falhar em divertir é o mesmo que falhar em instruir e que é necessário conhecimento (do grande coração) humano, e não apenas domínio de técnicas específicas. Mas, muito próprio da fase adulta, hesitar quando se tem uma decisão a tomar também é uma característica humana. Na falta da certeza, a dúvida que leva ao estranhamento da experiência e, por fim, à contemplação. A contemplação é a escolha do múltiplo e, ao mesmo tempo, é a não escolha. Nesse jogo, aparentemente sem sentido lógico, todos os sentidos estão incumbidos de interiorizar percepções, sensações, emoções e experiências, preenchendo e transformando o próprio ser. Todo ser humano pode ser entendido como um ser histórico e, como a história é feita de fatos e narrativas, o desenvolvimento e a organização social humana quase sempre estão em consonância com os acontecimentos de uma época ou de um espaço simbólico. A educação e o aprendizado na primeira metade do século XX estão historicamente contextualizados em uma sociedade muito diferente da que se apresenta na primeira parte do século XXI.

    Estas breves linhas prefaciais servem para ajudar a entender que o pensamento e a vida são indissociáveis da educação ou de qualquer prática educativa e que a afirmação dessa relação nunca foi tão urgente e significativa como agora. No século XIX, John Dewey (1859-1952) propôs, nos Estados Unidos, a Escola Nova, modelo de ensino que considerava a aprendizagem a partir de problemas. Essa escola teve influência em muitos países, inclusive no Brasil. Em 1932, tendo como central o pensamento de John Dewey e Émile Durkheim (1858-1917) e a noção de uma consciência sociológica e de um espírito científico (AZEVEDO et al., 2010), Fernando de Azevedo (1894-1974) lança, com a participação de grandes representantes da educação brasileira, o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. Passadas algumas décadas, o humanismo precisa ser revisitado e adotado como tema central nos debates acadêmicos, principalmente nos campos responsáveis pela coleta, tratamento e disseminação da informação.

    Nesse sentido, este livro é muito pertinente, pois, como já mencionado, de maneira original e inédita na literatura da Biblioteconomia e Ciência da Informação, Keitty Rodrigues Vieira e Cezar Karpinski apresentam um abrangente e detalhado panorama da Escola Sociológica de Chicago, local de origem de indivíduos, pessoas, sujeitos e sociedades, que influenciou a epistemologia social de Jesse Shera.

    Na introdução, os autores justificam a importância do movimento da Escola de Chicago, representado inicialmente por Pierce Butler e, depois, por Jesse Shera e Margaret Egan, para a ciência da Biblioteconomia. Desenvolvida por Shera, a epistemologia social é outro tema central neste livro por causa de seu fundamento humanístico e do lugar do usuário no campo científico e de atuação da Biblioteconomia. O que é uma ciência? Existe um momento para que uma disciplina se torne científica? Por que é necessário o reconhecimento científico? São algumas perguntas que podem ser aqui respondidas.

    Outro ponto a se evidenciar é a importância dos chamados movimentos para a Biblioteconomia e Ciência da Informação. Geralmente, a história de uma ciência é contada por meio de gênios isolados em escritórios ou laboratórios, mas Vieira e Karpinski apresentam ao leitor uma história de sociedades científicas ou de movimentos, como a Ècole Nationale des Chartes e a Escola de Chicago. A pesquisa ocorre no âmbito desta última, recuperando sua (dupla) fundação e alguns de seus principais representantes: John Dewey, Adorno e Horkheirmer (Escola de Frankfurt) e Émile Durkheim. De grande impacto teórico e metodológico, a Escola de Biblioteconomia (Graduate Library School) da Universidade de Chicago é abordada na sequência. Além de ter criado e sediado o primeiro doutorado na área e também ser pioneira nos estudos de comunicação, de comunidades e de usuários, a Graduate Library School teve entre seus professores Lee Pierce Butler, conhecido pela publicação da obra An introduction to Library Science, Lester Eugene Asheim, referência histórica na discussão sobre seleção de material e censura, e Jesse Hauk Shera, com participação ativa nas comunidades científicas e profissionais da área e responsável pela criação do conceito de epistemologia social. Os dois últimos foram alunos de Butler e com este fazem parte do capítulo Principais conceitos, obras e pesquisadores da Escola de Chicago.

    No penúltimo capítulo, A Escola de Chicago na produção científica nacional da área de Ciência da Informação, é realizada uma análise das contribuições da Escola de Chicago para Ciência da Informação. Nesse capítulo são identificadas e discutidas temáticas, como estudo de usuário, atuação social do bibliotecário, desenvolvimento de coleções, cientificidade e visão humanística da Biblioteconomia, pragmatismo e epistemologia social, dentre outras, vinculadas aos princípios teóricos e metodológicos da Escola de Chicago. No capítulo final há uma importante reflexão sobre as contribuições desse movimento de pensamento para uma história da Biblioteconomia e, principalmente, porque é urgente enfatizar a necessidade de, incialmente, fazer a escolha por uma visão humanista de presente e, depois, realizar uma ação compromissada com o social no futuro.

    Boa leitura!

    Prof. Dr. Marivalde Moacir Francelin

    Universidade de São Paulo

    São Paulo, dezembro de 2019.

    APRESENTAÇÃO

    O movimento da Escola de Chicago comumente é mencionado na literatura científica como um dos influenciadores da vertente humanista da Biblioteconomia e Ciência da Informação. No entanto não havia, em nossa área, um estudo específico sobre essa temática que possibilitasse uma leitura crítica acerca de sua constituição e contribuições. Esse fato, aliado à nossa inquietude e curiosidade acerca da história desse movimento, deu origem a esta pesquisa.

    A partir de estudos sobre Jesse Shera, um dos autores mais citados da Escola de Chicago, nos deparamos com a necessidade de compreender a fundo a história desse movimento. Afinal, a possibilidade de pesquisar sobre outros bibliotecários que, assim como Shera, se mostraram relevantes para a Biblioteconomia norte-americana era algo instigante. Além disso, entendemos que poderíamos contribuir para os estudos históricos da Ciência da Informação a partir de uma análise crítica sobre a influência da Escola de Chicago no desenvolvimento da Biblioteconomia nos Estados Unidos da América.

    Sendo assim, a pesquisa foi desenvolvida em nível de mestrado, no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal de Santa Catarina durante os anos de 2017 e 2018. Diante dos resultados obtidos na dissertação, optamos pela sua publicação na íntegra, uma vez que o encadeamento teórico-contextual é o que permite a compreensão do alcance da contribuição desse movimento na Ciência da Informação brasileira. Entendemos que o movimento da Escola de Chicago na Biblioteconomia precisava ser debatido em sua plenitude para que o leitor conseguisse entender a relação histórica existente entre as obras de seus principais expoentes: Butler, Asheim e Shera. A partir desse contexto, potencializamos a relação da Escola de Chicago com a vertente humanista e sociológica que se constituiu na Ciência da Informação, especialmente em âmbito nacional.

    Para dar conta desse longo processo histórico, este livro está dividido em sete capítulos. No Capítulo 1, Introdução, apresentamos os aspectos iniciais do estudo, os conceitos importantes, bem como a justificativa da realização de tal pesquisa. Além disso, esse capítulo apresenta os procedimentos metodológicos que permitiram a análise das fontes históricas sobre o movimento e suas influências no aspecto epistemológico das áreas de Biblioteconomia e Ciência da Informação. No Capítulo 2, Estudos Históricos e Epistemológicos da Ciência da Informação, abordamos a história da Ciência da Informação, sua interdisciplinaridade e a importância dos estudos históricos e epistemológicos para a nossa área, tanto no processo de constituição quanto na discussão teórica da literatura atual.

    A partir do Capítulo 3 aprofundamos o debate acerca do movimento estudado. Em Escola Sociológica de Chicago são apresentadas as três bases filosóficas/epistemológicas da Escola de Chicago: o pragmatismo de John Dewey; o marxismo da Escola de Frankfurt; e o método sociológico de Émile Durkheim. Na sequência, no Capítulo 4, Da Universidade à Escola de Chicago, destacamos a história de

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