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Confissões e confusões: Memórias de uma médica de PSF
Confissões e confusões: Memórias de uma médica de PSF
Confissões e confusões: Memórias de uma médica de PSF
E-book57 páginas44 minutos

Confissões e confusões: Memórias de uma médica de PSF

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Sobre este e-book

Como seria possível eternizar os momentos que ficaram perdidos na linha do tempo? Como manter todos os fatos na memória de uma médica de 85 anos? Nomes, lugares, datas são tão importantes assim? Este livro é um convite ao simples entretenimento proporcionado pelas histórias que aconteceram há algum tempo e ainda não foram apagadas da memória dessa divertida senhora.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento16 de jan. de 2023
ISBN9786525438245
Confissões e confusões: Memórias de uma médica de PSF

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    Pré-visualização do livro

    Confissões e confusões - Valéria V.

    cover.jpg

    Conteúdo © Valéria V.

    Edição © Viseu

    Todos os direitos reservados.

    Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico, mecânico, inclusive por meio de processos xerográficos, incluindo ainda o uso da internet, sem a permissão expressa da Editora Viseu, na pessoa de seu editor (Lei nº 9.610, de 19.2.98).

    Editor: Thiago Domingues Regina

    Projeto gráfico: BookPro

    Coordenação Editorial: Giselle Rocha

    Consultoria Editorial: Érica Montini

    Revisão: Elaine Regina de Jesus

    Copidesque: Giulia Garbo Garcia

    Diagramação: Fabio Martins

    Capa: Pamela Luz

    e-ISBN 978-65-254-3824-5

    Todos os direitos reservados por

    Editora Viseu Ltda.

    www.editoraviseu.com

    Apresentação

    Hoje, eu estou aqui, sentada nessa cadeira de balanço, com meus cabelos brancos, sentindo um vento suave no meu rosto que não sei de onde vem. Mesmo com as janelas fechadas, o frio é insuportável!

    Olho pela vidraça e, apesar das vistas cansadas e já deterioradas pelos meus 85 anos ou pela Catarata, sou capaz de dizer em detalhes a paisagem verde, com seus vários tons, deste lugar que me asila há longos anos. O pasto vem de encontro à cerca de arame, delimitando uma área bem cuidada e rodeada por arbustos e eucaliptos.

    A estrada, se não me engana a memória, de terra, salpicada de pequenas pedras de várias cores e formas, dá acesso à casa que tem na entrada um portão de metal baixo e uma escada de cimento descendo até a pequena varanda e a porta principal.

    O cheiro dos eucaliptos se confunde com o aroma das mais variadas frutas que repousam no pomar, à espera de alguém que venha colhê-las, cada uma no seu tempo certo de colheita.

    O mês de julho faz com que o verde se sobressaia mais ainda, em contraste com o azul triste do céu.

    Eu observo tudo, tendo de consolo uma toalhinha que eu ganhei, já não me recordo bem de quem, bordada com meu nome, e que reanima muitas memórias. Lembro-me de um tempo, nem tão perto, nem tão longe, que me faz cerrar os olhos na intenção de reviver cada segundo, poder sentir agora o que sentia antes e buscar a fé, esperança, atitude, lutar por manter vivo cada pensamento e cada ideia, colocar em prática o que aprendi e sonhar, sonhar, sonhar...

    Enquanto se busca um sonho, tem-se a certeza de se estar vivo. Embora eu não tenha muitos sonhos mais, com os olhos fechados, me reporto àquela sala onde ouvi muitas palavras, algumas de tristeza, outras de alegrias, mas palavras que hoje me tiram desse abandono e me levam a um outro lugar como se eu fosse a amiga das horas e pudesse retornar no tempo.

    Lembro-me daquela casa antiga, escada de cimento de um lado, com uma rampa de acesso do outro lado, quase em frente à escada. A porta de madeira já apodrecendo, de uma forma tal que um sopro mais forte de vento seria capaz de derrubá-la. O trinco, quase todo enferrujado, selava a porta, que se mantinha fechada muito mais pelo respeito que as pessoas demonstravam pela casa do que por sua capacidade de trancar. As paredes apresentavam tantas rachaduras que formavam desenhos que a cada dia se ampliavam mais.

    O cheiro de queimado, que muitas vezes me torturou, hoje faz parte de uma doce lembrança do Posto de Saúde de Família onde trabalhei.

    Recordo-me dessa época com certa nostalgia, muito mais pelos amigos que conquistei.

    É incrível o que o tempo faz com as pessoas. Não é apenas o envelhecer que bate à sua porta. Com ele, vem toda dor sentida,

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