Nanotecnologia aplicada à produção agrícola: uma análise acerca dos aspectos sociais e sustentáveis no âmbito brasileiro

De Camila Gagliardi

A indústria brasileira vinculada aos alimentos tem se demonstrado aberta a novas práticas, com profissionais focados na área de nanotecnologia, em que o conhecimento científico está intrinsecamente ligado à capacidade de inovação, designando uma conexão entre o conhecimento e a produção de alta tecnologia, gerando uma relação estreita entre riqueza e liderança. Dentro do agronegócio e observando a cadeia de produção alimentícia, pode-se citar o uso de nanotecnologia desde o início, com preocupações relacionadas à água e ao solo. Outros benefícios estão relacionados ao desenvolvimento de espécies resistentes aos insetos e ao processamento e armazenagem. O agronegócio, tão importante em nosso país, embora tenha suas bases técnicas fortemente fundadas no sistema de produção convencional originário da revolução verde, bem como esteja sofrendo influências dos avanços na biotecnologia, não pode ficar alheio ao desenvolvimento e aplicações já existentes e, para um futuro próximo, das tecnologias em nanoescala. A união de competências e uma atuação interdisciplinar pode dar contribuições inestimáveis na área e proporcionar novas possibilidades para o desenvolvimento social e econômico, seja a curto ou a longo prazo. Assim, o presente trabalho buscou analisar o uso de nanotecnologia na produção agrícola e a sua relação com a cadeia de produção alimentícia, com ênfase nas interfaces econômicas, sociais e sustentáveis, incluindo seus aspectos ambientais.

• Idioma: Português
• Editora: Editora Dialética
• Data de lançamento: 31 de jan. de 2023
• ISBN: 9786525265223

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1. INTRODUÇÃO

A nanotecnologia pode ser definida como a engenharia de sistemas funcionais através de manipulação e controle de moléculas e átomos em nanoescala para criar nanopartículas, nanomateriais ou nanoequipamentos que exibem propriedades químicas e físicas úteis e distintas (NARAYANAN; SHARMA; MOUDGIL, 2013).

A indústria brasileira tem se demonstrado aberta a essas novas práticas, incluindo profissionais focados na área de nanotecnologia, isso porque o avanço do conhecimento científico está intrinsecamente ligado à capacidade de inovação. Além disso, a conexão entre o conhecimento e a produção de alta tecnologia cria uma relação estreita entre riqueza e liderança (PALMBERG et al., 2009).

Segundo a Web of Science, o Brasil ocupa o 18º lugar no ranking mundial de participação na produção de conhecimento em nanotecnologia e reflete obviamente no setor alimentício, que desde 2015, vem desenvolvendo produtos relacionados a nanotecnologia, visto que, basicamente, essa nova tecnologia pode ser inserida em todas as etapas da cadeia produtiva alimentícia (WEB OF SCIENCE,