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Escolarização de crianças com autismo e psicose
Escolarização de crianças com autismo e psicose
Escolarização de crianças com autismo e psicose
E-book278 páginas22 horas

Escolarização de crianças com autismo e psicose

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Sobre este e-book

Acompanhando o crescente número de crianças sendo matriculadas nas escolas com diagnóstico de autismo e psicose infantil, este é um livro para os profissionais que atuam na educação e que são responsáveis por oferecer um lugar social a essas crianças. Diante das dificuldades e desafios encontrados na prática, as reflexões partem das contribuições da teoria psicanalítica por inaugurar uma noção subjetiva do sujeito que frequenta a escola. É, portanto, partindo da concepção de que há algo a mais para além do diagnóstico que o trabalho de escolarização pode alçar voos mais altos.
IdiomaPortuguês
EditoraEDUEL
Data de lançamento1 de fev. de 2023
ISBN9786589814672
Escolarização de crianças com autismo e psicose

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    Pré-visualização do livro

    Escolarização de crianças com autismo e psicose - Cleide Vitor Mussini Batista

    Catalogação elaborada pela Divisão de Processos Técnicos

    Biblioteca Central da Universidade Estadual de Londrina

    Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)

    Elaborada pela Bibliotecária Fátima Silvério Biz Accorsini – CRB9 820.

    Enviado em: Recebido em:

    Parecer 1 05/05/2021 25/06/2021

    Parecer 2 05/05/2021 05/07/2021

    Aprovação pelo Conselho Editorial em: 30/08/2021

    Direitos reservados à

    Editora da Universidade Estadual de Londrina

    Campus Universitário

    Caixa Postal 10.011

    86057-970 Londrina – PR

    Fone/Fax: 43 3371 4673

    e-mail: eduel@uel.br

    www.eduel.com.br

    A todas as professoras que, com seus alunos, crianças e adolescentes, apostaram em uma Educação Terapêutica.

    Nossa homenagem à professora Fátima Scapim, integrante desta obra, que não está mais entre nós.

    Pois prefiro ter crises e agradar-lhe a

    desagradar-lhe e não as ter.

    Marcel Proust (Cartas à mãe)

    SUMÁRIO

    PREFÁCIO

    INTRODUÇÃO

    OS DIAGNÓSTICOS DAS CRIANÇAS DA CONTEMPORANEIDADE: SINTOMAS DA OU NA INFÂNCIA

    Cleide Vitor Mussini Batista;Anna Karina Varoni Araújo

    UMA ABORDAGEM HISTÓRICA DA INCLUSÃO DOS ALUNOS COM TGD: A PSICANÁLISE E A EDUCAÇÃO SÃO UMA SOLUÇÃO POSSÍVEL?

    Ferdinando Vinicius Domenes Zapparoli; Thaís Rodrigues Miranda

    JOGOS E BRINCADEIRAS NO DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS COM AUTISMO E PSICOSE

    Fatima Scapim

    APRENDER, INTERAGIR E SE COMUNICAR POR MEIO DE JOGOS DIGITAIS COM ALUNOS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

    Adriana Von Stein; Luciane Guimarães Batistella Bianchini; Daniela Von Stein; Mara Sílvia Spurio

    MUSICOTERAPIA: BREVE APRESENTAÇÃO DA ATUAÇÃO COM A CRIANÇA COM AUTISMO

    Heveliza I. Monteiro de Araújo

    PARA ALÉM DOS MÉTODOS ABA E TEACCH: O QUE A PSICANÁLISE TEM A NOS ENSINAR ACERCA DA CRIANÇA COM AUTISMO E PSICOSE

    Cleide Vitor Mussini Batista

    FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE CLASSE ESPECIAL TGD DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE LONDRINA

    Adriana Streppel Silva Fleuringer; Anna Karina Varoni Araújo

    ATIVIDADES DE PINTURA NA CLASSE ESPECIAL TGD: FAZENDO ARTE COM AS CRIANÇAS

    Liria Yumiko Takeda Camargo; Maria Aparecida Castro

    CLASSE ESPECIAL TGD: UMA PROPOSTA DE

    INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA COM BASE NA TEORIA

    PSICANALÍTICA

    Diana Aparecida de Souza; Eliane Cristina de Oliveira Rodrigues; Alexandra Shizuka Berg; Gláucia Pereira Lima; Dayane Reichert

    PREFÁCIO

    Mesmo após tantos anos de reconstrução de paradigmas, de conceitos e de perspectivas, além das mudanças estruturais e organizacionais nas redes de educação, a inclusão ainda é um grande desafio para as comunidades escolares, principalmente quando se trata de estudantes com autismo e psicose.

    É muito comum ouvirmos de pais, de professores, de equipes gestoras e de estudantes relatos de situações difíceis que envolvem o dia a dia de todos os que participam dos processos de inclusão de crianças e de adolescentes com alguma deficiência, transtorno ou qualquer outra situação que envolva o ser diferente, ou seja, diferente do que a sociedade de forma geral considera ser normal. Quando falamos de casos que envolvem comportamentos de difícil controle é que as escolas nos apontam as maiores dificuldades.

    Essas dificuldades dizem respeito à falta de conhecimento/entendimento sobre as necessidades dos estudantes; até a falta de recursos internos e estratégias de intervenção que colaborem para um processo de inclusão com mais sucessos do que fracassos.

    O livro Escolarização de crianças com autismo e psicose, por meio da colaboração de vários atores, participantes de uma experiência desafiadora em Educação Terapêutica, descreve uma trajetória baseada em muito estudo, repleta de relações de afeto entre estudantes, professores e famílias, evidenciando que para inclusão escolar é preciso disposição para lidar com o que sabemos e o que não sabemos, exige trabalho interdisciplinar e, principalmente, o entendimento de que cada pessoa é única, o que impossibilita práticas e/ou regras homogêneas.

    Tive a honra de acompanhar essa experiência (de um lugar pouco interessante na prática, mas muito significativo no contexto), e posso afirmar que é um caminho aberto para a inclusão escolar de alunos com quadros graves de autismo e de psicose.

    Aprendi muito com a Professora Cleide Vitor Mussini Batista desde o início da minha carreira e durante essa trajetória incrível na Educação Especial. Sua dedicação e o trabalho perseverante da equipe por ela coordenada ficam evidenciados na organização desse livro e, com certeza, foi o que proporcionou o desenvolvimento de todo processo de Educação Terapêutica dos estudantes das Classes TGD.

    Que a leitura desse livro seja tão significativa quanto a experiência do trabalho de educar e tratar os estudantes com autismo e psicose e, principalmente, que reforce a ideia da importância de acreditar na aprendizagem desses estudantes, pois todos podem aprender.

    Com carinho,

    Cristiane Sola Rogério

    INTRODUÇÃO

    Escrever acerca de uma caminhada de estudo, trabalho, interações e intervenções não é uma tarefa fácil, pois os textos, por mais que tenham servido como referência e auxiliado a coordenar ações, não traduzem em palavras simplesmente os afetos e os desafetos que compõem esse percurso.

    Tal percurso foi entrelaçado por um Projeto de Extensão intitulado Escolarização de Crianças Autistas e Psicóticas, do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina (UEL), coordenado por mim, Cleide Vitor Mussini Batista, atrelando-se à minha função de psicóloga da Secretaria Municipal de Londrina (SME), onde fui convidada a coordenar as Classes Especiais TGD, isto é, as classes com crianças com Transtornos Globais do Desenvolvimento. Essa proposta foi bastante interessante, instigante, mas, ao mesmo tempo, um desafio.

    Tratou-se de um desafio, principalmente, pelo desejo de desenvolver um trabalho pedagógico diferenciado do que estava posto, o qual se baseava na teoria cognitivo-comportamental. Chegar com outra proposta, então, careceria de que os envolvidos no processo, ou seja, as professoras¹ fossem fisgadas pelo meu desejo. Qual desejo? Pensar na possibilidade de desenvolver, nessa Classe Especial TGD, uma Educação Terapêutica.

    A inclusão de crianças que vivem impasses em sua constituição psíquica evoca a suspensão das explicações simplistas e a necessidade de construir instrumentos que permitam maior compreensão acerca da complexidade dos processos sociais, subjetivos e educacionais.

    A partir dessas considerações, podemos compreender melhor o mal-estar vivenciado por professores, escolas e demais especialistas em relação ao paradigma da Educação Inclusiva. A prática clínica e as construções teóricas até então elaboradas, além das políticas atuais que recomendam a inclusão de todos nas classes regulares, instigam-nos a refletir sobre a contribuição da Psicanálise² no campo da Educação.

    Como psicóloga, conforme já mencionado, tive experiência no serviço público municipal, em que são realizados a observação das crianças no contexto de classe regular e o acompanhamento delas por apresentarem atrasos significativos em relação ao desenvolvimento e ao processo de aprendizagem, bem como das crianças que apresentam diagnósticos como: Transtornos Globais do Desenvolvimento, Autismo, Psicose e os diagnósticos mais recentes de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Assim sendo, algumas crianças que apresentam tais diagnósticos, após diálogo com os pais e/ou os responsáveis, são encaminhadas às Classes Especiais TGD.

    Nesse contexto, cabe destacar que as professoras enfrentam dificuldades com os alunos com Autismo e Psicose³. Essas dificuldades interpostas deslocam o profissional do lugar de saber a fim de tentar entender o enigma desses alunos. Por isso, os desajustes na escolarização de alunos com graves transtornos no desenvolvimento são obstáculos a serem atravessados.

    Há, no mais, certos pontos importantes para se pensar a viabilidade da escolarização dessas crianças, considerando que, na infância, a Psicose ainda não está decidida e, mesmo quando decidida, há a possibilidade de aprendizagem por parte dessas crianças.

    A escola, nesse sentido, consegue propiciar novas inscrições, as quais podem marcar uma elasticidade simbólica, ou seja, pode-se pensar a escola como um lugar possível de se educar tratando, uma possibilidade de Educação Terapêutica. Tratar, aqui, é tomado no sentido de permitir que a estruturação seja retomada.

    Tem-se um tipo de intervenção no trato de crianças com questões relativas ao desenvolvimento, um conjunto de práticas interdisciplinares de tratamento, com especial ênfase às práticas educacionais que visam à retomada do desenvolvimento global da criança ou da estruturação psíquica interrompida, ou ainda, à sustentação do mínimo de sujeito que uma criança possa ter construído.

    Assim sendo, Educação Terapêutica é o nome dado a um conjunto de práticas que aliam educação e tratamento para crianças com graves distúrbios de desenvolvimento ou, pensando de modo diferente, para crianças cuja posição na rede da linguagem e cuja inscrição no registro simbólico apresentam falhas a ponto de ficarem comprometidas a sua constituição subjetiva, a sua relação com o Outro e a sua circulação no campo social. Essas falhas simbólicas instalam-se em crianças consideradas psicóticas, autistas, sindrômicas ou com deficiências (KUPFER, 1997).

    Podemos afirmar que há três eixos em torno dos quais gira a Educação Terapêutica descrita por Kupfer (1997) a) a inclusão escolar, b) o eixo simbólico e c) a operação educativa propriamente dita. As crianças com Autismo e Psicose precisam ir à escola. As intervenções feitas designam um lugar de sujeito a essas crianças, as quais poderão aceitá-lo, caso queiram ou possam. As intervenções não deixam de ter, porém, certo caráter artificial, pois há uma espécie de aposta imaginária nas capacidades da criança. Embora se situe um lugar para essa criança, isso ocorre a partir do olhar do adulto, por isso pode-se afirmar que há, ainda, nessa dimensão da Educação Terapêutica, uma prevalência do imaginário sobre o simbólico. Há apenas uma aposta do adulto, tendo em vista que esse aluno precisará juntar recursos para responder a essa imagem que lhe estão emprestando.

    Transmitir o conhecimento, nesse panorama, proporciona, por exemplo, uma chance para a quebra, a saída das estereotipias, que são emergências de fala decaídas por falta de lastro significante. Ao contrário, muitas vezes assistimos a práticas de treinamento. Nesse âmbito, podemos pensar que dar treino é supor que a criança precise apenas do valor instrumental das palavras e das ações, sem considerá-la como sujeito:

    Da perspectiva da psicanálise, oferece-se o conhecimento não apenas em sua dimensão instrumental, mas como possibilidade de que este seja utilizado para separá-lo do gozo intrusivo do Outro⁴. É um instrumento que constrói o sujeito, e não apenas uma ferramenta para o Eu⁵ (KUPFER, 1997, s.p).

    Na Classe Especial TGD, a transferência está condicionada pelo que caracteriza o sujeito em suas especificidades e pelo que dificulta seu advento. Para tanto, as professoras que atuam nessa turma devem ter sua presença vazia de qualquer demanda, possibilitando a essas crianças experiências com a linguagem. De início, foi feita a aposta de que as crianças são sujeitos, ou seja, há um sujeito na criança com transtorno. Fez-se, também, a escolha de dar a palavra ao sujeito, mesmo quando ele não fala, o que exige tomar como ato as produções verbais e não verbais que essas crianças apresentam.

    A aridez dessa Classe Especial TGD convoca a professora a trabalhar com o não saber, com a surpresa, tomando as manifestações apresentadas por essas crianças como ato, como produções que, de alguma forma, demonstram alguma inscrição significativa.

    Neste livro, buscaremos compartilhar um pouco desse estudo que, ao amarrar experiência empírica e reflexão teórica, permitiu inferir a possibilidade de aprendizagem de crianças com transtornos graves, bem como as condições e os limites que se colocam no processo de escolarização delas.

    Partimos dos conceitos trazidos por Kupfer acerca da Educação Terapêutica e no decorrer dos estudos, reflexões, indagações e, ainda, a partir do dia a dia de sala de aula com as crianças com autismo e psicose, sentimo-nos provocados por estas a construir a partir da Educação Terapêutica o nosso fazer, ampliando muitos conceitos, construindo práticas que fossem de encontro ao singular de cada criança com autismo e psicose, construções estas que serão compartilhadas no decorrer do livro.

    Ademais, fez-se possível pensar no binômio educar + tratar como ações intrínsecas, como duas práticas que devem caminhar de maneira indissociável no que se refere à construção de uma prática de intervenção com essas crianças com Autismo e Psicose, de uma classe que lhes dá um lugar e que as considera como sujeitos. A necessidade de cuidado e de atenção para com esses sujeitos pode significar uma aposta, e nós apostamos nesses alunos!

    Cleide Vitor Mussini Batista

    Referências

    KUPFER, M. C. M. Educação Terapêutica: o que a Psicanálise pode pedir à Educação. Estilos da Clínica - Revista sobre a infância com problemas, São Paulo, v. II, n. 2, p. 53-61, 1997.

    LACAN, J. O estádio do espelho como formador da função do Eu. In: LACAN, J. Escritos. Tradução de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.


    ¹ Neste livro, optou-se por usar professoras, no feminino, por fazerem parte do grupo de docentes apenas mulheres.

    ² Não se trata de psicanalisar a educação, mas instrumentalizar os professores de novos conceituais a fim de que possam olhar os seus alunos e as suas práticas docentes.

    ³ Preferimos escrever criança/sujeito/aluno com Autismo ou Psicose em lugar de afirmar que a criança é autista ou psicótica, pois reconhecemos que o Autismo e a Psicose vêm depois da criança e não a definem completamente.

    ⁴ O grande Outro, em Lacan, escreve-se com a inicial maiúscula e, assim, dispensa o adjetivo grande, pois já se sabe que se trata do Outro, que se distingue do (pequeno) outro. A letra que aparece nos matemas para se referir ao Outro é A, do termo Autre, em francês. A é o lugar onde se coloca para o sujeito a questão de sua existência, de seu sexo e de sua história.

    ⁵ A matriz do Eu, imago que também dá a forma fixa do Eu ideal. Sua imagem de perfeição narcísica se dá por meio da identificação com uma imagem que o homem capta do mundo a seu redor. Essa imagem se dá no Estádio do Espelho, momento que marca o indivíduo, quando a pequena criança captura seu reflexo e rejubila-se por se reconhecer lá, com sua imagem invertida, ou seja, a pequena criança inclina-se para captar a imagem pelo melhor ângulo e a retém em sua memória. Lacan (1998) considera o Estádio do Espelho um momento de virada decisiva no desenvolvimento mental da pequena criança, pois deixa uma marca. Ela é antecipada pela criança, ante a sua prematuridade e antes de coordenar a sua motricidade. A partir daí, não há ainda uma subjetividade, mas há um esboço do Eu, dessa unidade.

    OS DIAGNÓSTICOS DAS CRIANÇAS DA CONTEMPORANEIDADE: SINTOMAS DA

    OU NA INFÂNCIA

    Cleide Vitor Mussini Batista

    Anna Karina Varoni Araújo

    O estudo da problemática do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e do Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem se tornado cada vez mais frequente em nosso meio por ser uma questão polêmica e complexa, bastante presente nos dias atuais. As pessoas, em geral, têm uma ideia e uma noção ao que se referem quando pronunciam as expressões hiperatividade e déficit de atenção, pois são termos de senso comum e, hoje, vê-se que é grande o acesso às informações sobre o assunto.

    A imprensa, tanto a oral quanto a escrita, tem veiculado dados sobre a temática, existindo, assim, uma variedade de reportagens em revistas, em jornais e até em sites, com explicações, orientações e dicas de como identificar, abordar e tratar crianças com hiperatividade e déficit de atenção ou, ainda, crianças com Autismo, o que demonstra certa trivialização do tema.

    Neste estudo, faremos um recorte frente à importância de tais temas, focando especificamente na problemática do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Alguns autores, como Lima (2001) e Batista (2017), enfatizam o fator sociocultural por considerá-lo um dos responsáveis pela produção desses comportamentos e por entenderem que as manifestações são efeitos e construções dos tempos atuais.

    Atualmente, a velocidade é marca registrada, as transformações sociais ocorrem com uma rapidez jamais vista, influenciando e determinando os padrões sociais, caracterizando uma sociedade do imediatismo e do utilitarismo.

    A velocidade das mudanças e a rápida transformação das coisas influenciam na dinâmica social atual, levando ao desaparecimento dos padrões culturais tradicionais sem haver a fixação de novos, deixando o ser humano sem parâmetros e limites definidos e permanentes (TUCHTENHAGEN, 2007, p. 18).

    Os contextos social e cultural da atualidade despontam com um forte individualismo e um autocentramento, em que o funcionamento do ser humano fica voltado

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