Altas habilidades/superdotação
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Altas habilidades/superdotação - Rosemeire de Araújo Rangni
EdUFSCar – Editora da Universidade Federal de São Carlos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
Editora da Universidade Federal de São Carlos
Via Washington Luís, km 235
13565-905 - São Carlos, SP, Brasil
Telefax (16) 3351-8137
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Instagram: @edufscar
altas habilidades/superdotação
temas para pesquisa e discussão
Rosemeire de Araújo Rangni
Mayra Berto Massuda
Maria da Piedade Resende da Costa
(Organizadoras)
© 2017, dos autores
Capa
Thiago Borges
Projeto gráfico
Vítor Massola Gonzales Lopes
Preparação e revisão de texto
Marcelo Dias Saes Peres
Daniela Silva Guanais Costa
Vivian dos Anjos Martins
Editoração eletrônica
Renan Alcantara
Renato Zocco
Editoração eletrônica (eBook)
Edgar Fabricio Rosa Junior
Coordenadoria de administração, finanças e contratos
Fernanda do Nascimento
Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da Biblioteca Comunitária da UFSCar
A465a Altas habilidades/superdotação : temas para pesquisa e discussão / organizadoras: Rosemeire de Araújo Rangni, Mayra Berto Massuda, Maria da Piedade Resende da Costa. -- São Carlos: EdUFSCar, 2022.
ePub: 1 MB.
ISBN: 978-65-86768-64-0
1. Educação especial. 2. Altas habilidades. 3. Superdotação. 4. Dupla excepcionalidade. 5. Família. I. Título.
CDD – 371.9 (20a)
CDU – 371.9
Bibliotecário responsável: Ronildo Santos Prado – CRB/8 7325
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônicos ou mecânicos, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema de banco de dados sem permissão escrita do titular do direito autoral.
Sumário
Apresentação
FAMÍLIA
Família e filhos superdotados: um relato de experiência
Cláudia Tozzini Barretto
ATENDIMENTO E DIREITOS
Contextualizando o atendimento para pessoas com altas habilidades em São Paulo (Brasil) e no Chile
Eliane Morais de Jesus Mani e Rosemeire de Araújo Rangni
Núcleo de atividades de Altas Habilidades/Superdotação de Londrina-PR: caminhos de um serviço em expansão
Fabiane Silva Chueire Cianca, Ednéia Vieira Rossato e Diogo Janes Munhoz
O atendimento aos alunos com altas habilidades à luz da legislação brasileira
Maria Luiza Dieguez Reynaud e Rosemeire de Araújo Rangni
DUPLA EXCEPCIONALIDADE
Altas habilidades ou superdotação e dupla excepcionalidade: definições e reflexões
Mayra Berto Massuda e Rosemeire de Araújo Rangni
IDENTIFICAÇÃO E PESQUISA
Identificação do aluno com precocidade a partir da teoria das inteligências múltiplas: um estudo de caso
Danitiele Maria Calazans Marques
Síntese dos trabalhos apresentados no 1o Seminário de Altas Habilidades: disseminando conhecimentos e práticas
Amanda Rodrigues de Souza
Sobre os autores
APRESENTAÇÃO
Mencionar, analisar e discutir sobre a temática das altas habilidades torna-se instigante e desafiador, especialmente no que tange ao cenário brasileiro.
Certa vez, ouvi um depoimento de um jovem diagnosticado com altas habilidades e ele dizia que ser superdotado
não era privilégio, pois significava diferença. Sim, ele estava correto, quem as possui é diferente e está em grupo heterogêneo.
Muitos podem pensar que a diferença está em todas as pessoas, pois somos únicos em singularidades. Também estão corretos. Entretanto, falamos das altas habilidades como especificidade também única e diversa que é contemplada pela Educação Especial, garantindo, para quem as possui, atenção, reconhecimento e educação de qualidade nos sistemas escolares.
Apesar da busca incessante às pessoas talentosas ao redor do mundo, ainda percebe-se que nações como o Brasil as negligenciam. Que razões podem existir para tal indiferença? Ouvem-se as mais diversas respostas, como: eles caminham por si só e não necessitam de atendimento especializado; trata-se de uma educação elitizada; o atendimento às pessoas com deficiência é prioritário; não há informação e formação suficientes para que os sistemas escolares os reconheçam, e assim por diante.
Fato é que esses mitos e pressupostos de pessoas que administram a educação são preponderantes a ponto de acarretar uma irrisória quantidade de matrículas de estudantes com altas habilidades em nossas escolas, chegando a pouco mais de dez mil em 2012, esquecendo um pouco das possibilidades probabilísticas segundo as quais esse número deveria chegar a pelo menos cinco milhões em relação ao total da malha estudantil brasileira.
Assim, especula-se que há algo equivocado no imaginário dos educadores e gestores, pois: o que os leva, muitas vezes, a anunciar que esses alunos não existem em suas salas de aulas e escolas?
Essa é uma questão inquietante. Possivelmente, se não são identificados, esses alunos não são atendidos e, com isso, consuma-se sua inexistência.
O que se pode pensar de documentos legais pertinentes à educação e à educação especial que assinalam e garantem os direitos ao atendimento especializado a essa parcela de educandos com tamanha robustez, significando que existem de forma legal, mas não educacional?
Se fosse discorrer sobre mais questionamentos em relação ao tema, haveria uma longa lista por certo e, talvez, muitos ficariam sem respostas plausíveis diante da contradição entre garantias versus atendimento que impera no universo desses estudantes brasileiros.
Por tudo isso, entende-se que uma das iniciativas para que esse cenário se modifique está na disseminação do conhecimento sobre o universo das pessoas com altas habilidades, de modo a viabilizar o reconhecimento dos alunos que se destacam por seus potenciais.
Como proposta de contribuição para essa viabilização, ocorreu o 1o Seminário de Altas Habilidades: disseminando conhecimentos e práticas, em novembro de 2015, na Universidade Federal de São Carlos, em que foram apresentados vários temas relevantes para a área em palestras e mesas-redondas, servindo de respaldo para o desenvolvimento dos trabalhos contidos nesta obra.
Pela variedade de temas apresentados no Seminário, selecionamos alguns, que estão divididos em quatro partes:
1. Família;
2. Atendimento e direitos;
3. Dupla excepcionalidade;
4. Identificação e pesquisa.
Abrindo a primeira parte, Família, encontra-se o capítulo Família e filhos superdotados: um relato de experiência
, de Cláudia Tozzini Barretto, um relato da experiência da autora como mãe de um superdotado, mostrando a difícil trajetória para que seu filho fosse aceito na escola.
Na segunda parte, Atendimento e direitos, o texto Contextualizando o atendimento para pessoas com altas habilidades em São Paulo (Brasil) e no Chile
, de Eliane Morais de Jesus Mani e Rosemeire de Araújo Rangni, objetiva discutir e evidenciar como têm sido desenvolvidas as iniciativas relacionadas ao atendimento educacional especializado para as altas habilidades em duas realidades distintas, a saber: no estado de São Paulo, que se caracteriza como a maior malha estudantil brasileira,[1] e no Programa Penta UC, do Chile.
Ainda sobre o atendimento, o segundo capítulo, Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação de Londrina-PR: caminhos de um serviço em expansão
, de Fabiane Silva Chueire Cianca, Ednéia Vieira Rossato e Diogo Janes Munhoz, discorre sobre o Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S) de Londrina (PR), apresentando a trajetória e serviços prestados pelo referido núcleo.
O terceiro capítulo dessa parte, O atendimento aos alunos com altas habilidades à luz da legislação brasileira
, de Maria Luiza Dieguez Reynaud e Rosemeire de Araújo Rangni, objetiva delinear a trajetória legal dos direitos da pessoa com altas habilidades no âmbito educacional desde a Lei de Diretrizes e Bases de 1971.
A terceira parte, Dupla excepcionalidade, traz o capítulo Altas habilidades ou superdotação e dupla excepcionalidade: definições e reflexões
, de Mayra Berto Massuda e Rosemeire de Araújo Rangni, tendo como objetivo discorrer sobre conceitos e definições sobre a dupla excepcionalidade, ou seja, altas habilidades ou superdotação associada a outras especificidades, quais sejam, deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e transtornos funcionais, considerando as discussões acadêmicas e legais sobre o tema.
E a quarta parte, Identificação e pesquisa, é composta de dois capítulos. O primeiro desta seção, Identificação do aluno com precocidade a partir da teoria das inteligências múltiplas: um estudo de caso
, de Danitiele Maria Calazans Marques, tem como objetivo mostrar o desenvolvimento das atividades de intervenção para alunos precoces à luz da Teoria das Inteligências Múltiplas, de Gardner, e da Teoria dos Três Anéis, de Renzulli.
E, por fim, o texto de Amanda Rodrigues de Souza, Síntese dos trabalhos apresentados no 1o Seminário de Altas Habilidades: disseminando conhecimentos e práticas
, apresenta um resumo dos 28 trabalhos apresentados no referido evento, promovido pelo Grupo de Pesquisa para o Desenvolvimento do Potencial Humano (Grupoh) e ocorrido na Universidade Federal de São Carlos, em novembro de 2015.
Ao finalizar esta obra, estabelece-se um sentimento de dever que está sendo cumprido, uma vez que há um longo caminho a se percorrer para tornar as pessoas com altas habilidades reconhecidas no cenário educacional brasileiro.
Rosemeire de Araújo Rangni
Líder do Grupo de Pesquisa para o Desenvolvimento do Potencial Humano (Grupoh) março de 2017
1 Mani (2015).
FAMÍLIA
FAMÍLIA E FILHOS SUPERDOTADOS:
um relato de experiência
Cláudia Tozzini Barretto
Em novembro de 2015, tive o prazer de participar do 1o Seminário de Altas Habilidades: disseminando conhecimentos e práticas, promovido pela Universidade Federal de São Carlos. A iniciativa de fomentar o assunto das altas habilidades foi de real importância, principalmente porque esse convite foi uma oportunidade para que eu pudesse dar meu depoimento com relação às dificuldades enfrentadas durante a vida escolar do meu filho, que foi identificado como superdotado apenas aos 14 anos de idade. Participei no papel de mãe, dando o meu registro do que passamos com ele durante todo seu período escolar.
Diante de todas as dificuldades que enfrentamos com as escolas, resolvi escrever um livro para mostrar toda a fragilidade do nosso atual sistema de ensino e o que isso pode acarretar aos estudantes com altas habilidades. A motivação principal para escrever o livro Ele é superdotado, e daí? foi um desabafo
no qual poderia, com exemplos reais, expor o que possivelmente se passa em boa parte das escolas brasileiras.
Dessa forma, para poder melhor elucidar, inicio contando um pouco como era o comportamento do Felipe e complemento essas informações com diversos fatos ocorridos nas escolas pelas quais passou.
O início
Felipe sempre foi uma criança muito agitada. Desde bebê, não tinha paciência para ficar parado por muito tempo. Andou com 11 meses e falava muito bem com 1 ano e meio. Nada parecia detê-lo. Sempre cheio de vontades, precisava tocar em tudo para fazer o devido reconhecimento. Pedir a ele que não pusesse a mão nas coisas nunca surtia efeito. E isso acontece até hoje.
Sua vitalidade era tão grande que passamos um tempo evitando fazer grandes passeios ou até visitar amigos e parentes. O estresse de ter que cuidar de sua agitação já nos deixava cansados. Sabíamos que as pessoas poderiam fazer comentários maldosos. Não que ele fosse mal-educado. Não era isso. Era agitação pura.
Com o Felipe, nosso aprendizado foi constante. E ainda é assim!
Muito sincero, assim como todas as crianças, sua falta de filtro nos colocou em diversas situações bastante constrangedoras. Costumava brincar sozinho com os seus brinquedinhos preferidos. Aos 3 anos descobriu as motos. Depois, sua predileção passou a ser os dinossauros. Gostava de ver todos os filmes e livros relacionados a dinossauros. Seu gênio, um tanto quanto teimoso, já dava para ser percebido logo cedo. Felipe não sabia o que era frustração. Quando algo não saía do jeito como planejava, sua raiva aflorava de diversas formas. Ele nunca foi birrento, como uma criança que faz manha e se joga no chão, porém, por outro lado, esse seu temperamento não lhe permitia ser maleável.
Por volta dos 4 anos, seu interesse pelo futebol se tornou sério. Adorava uma bola e passava o dia chutando-a dentro do apartamento. Quantas vezes não tivemos que esconder as bolas para que desse um pouco de sossego para nós e para os vizinhos também! A partir dessa idade, todas as brincadeiras do Felipe voltaram-se para a bola e o futebol.
Por volta dos 5 anos, seu desenvolvimento era absolutamente normal. Desempenhava bem e rapidamente as atividades pedidas pelas professoras e adorava a escola. Sua agitação ainda era muito grande e tinha certa dificuldade em atender aos pedidos que lhe eram feitos. Nunca tivemos reclamações por falta de educação. Ele nunca respondeu a um professor ou faltou com respeito, mas, muitas vezes, negligenciava as ordens. Simplesmente era como se aquilo não fosse com ele, e digo que essa característica ficou mais forte conforme foi crescendo.
Como já vínhamos observando seu comportamento há mais tempo e a escola também pontuava que sua energia às vezes era excessiva, resolvemos recorrer a uma profissional na intenção de tentar acalmá-lo um pouco.
Começou, então, aos 5 anos, a fazer ludoterapia com uma psicóloga. Com isso, tínhamos a intenção de ajudá-lo a se desenvolver