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Altas habilidades/superdotação
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E-book236 páginas4 horas

Altas habilidades/superdotação

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Sobre este e-book

Esta coletânea apresenta capítulos os quais são frutos de temas apresentados no 1º Seminário de Altas habilidades: disseminando conhecimentos e práticas ocorrido na Universidade Federal de São Carlos no ano de 2016. Os temas abordados versam sobre atendimento escolar nacional e internacional (Chile), dupla excepcionalidade, precocidade infantil, relato familiar e pesquisa. Entendemos que os capítulos selecionados para esta obra são interessantes para pais, professores e pesquisadores tendo em vista a escassez de literatura especializada da área ainda verificada no Brasil. Esperamos, sobretudo, contribuir para o conhecimento dos leitores.
IdiomaPortuguês
EditoraEdUFSCar
Data de lançamento13 de out. de 2022
ISBN9786586768640
Altas habilidades/superdotação

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    Pré-visualização do livro

    Altas habilidades/superdotação - Rosemeire de Araújo Rangni

    Logotipo da Universidade Federal de São Carlos

    EdUFSCar – Editora da Universidade Federal de São Carlos

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

    Editora da Universidade Federal de São Carlos

    Via Washington Luís, km 235

    13565-905 - São Carlos, SP, Brasil

    Telefax (16) 3351-8137

    www.edufscar.com.br

    edufscar@ufscar.br

    Twitter: @EdUFSCar

    Facebook: /editora.edufscar

    Instagram: @edufscar

    altas habilidades/superdotação

    temas para pesquisa e discussão

    Rosemeire de Araújo Rangni

    Mayra Berto Massuda

    Maria da Piedade Resende da Costa

    (Organizadoras)

    © 2017, dos autores

    Capa

    Thiago Borges

    Projeto gráfico

    Vítor Massola Gonzales Lopes

    Preparação e revisão de texto

    Marcelo Dias Saes Peres

    Daniela Silva Guanais Costa

    Vivian dos Anjos Martins

    Editoração eletrônica

    Renan Alcantara

    Renato Zocco

    Editoração eletrônica (eBook)

    Edgar Fabricio Rosa Junior

    Coordenadoria de administração, finanças e contratos

    Fernanda do Nascimento

    Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da Biblioteca Comunitária da UFSCar

    A465a           Altas habilidades/superdotação : temas para pesquisa e discussão / organizadoras: Rosemeire de Araújo Rangni, Mayra Berto Massuda, Maria da Piedade Resende da Costa. -- São Carlos: EdUFSCar, 2022.

    ePub: 1 MB.

    ISBN: 978-65-86768-64-0

    1. Educação especial. 2. Altas habilidades. 3. Superdotação. 4. Dupla excepcionalidade. 5. Família. I. Título.

    CDD – 371.9 (20a)

    CDU – 371.9

    Bibliotecário responsável: Ronildo Santos Prado – CRB/8 7325

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônicos ou mecânicos, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema de banco de dados sem permissão escrita do titular do direito autoral.

    Sumário

    Apresentação

    FAMÍLIA

    Família e filhos superdotados: um relato de experiência

    Cláudia Tozzini Barretto

    ATENDIMENTO E DIREITOS

    Contextualizando o atendimento para pessoas com altas habilidades em São Paulo (Brasil) e no Chile

    Eliane Morais de Jesus Mani e Rosemeire de Araújo Rangni

    Núcleo de atividades de Altas Habilidades/Superdotação de Londrina-PR: caminhos de um serviço em expansão

    Fabiane Silva Chueire Cianca, Ednéia Vieira Rossato e Diogo Janes Munhoz

    O atendimento aos alunos com altas habilidades à luz da legislação brasileira

    Maria Luiza Dieguez Reynaud e Rosemeire de Araújo Rangni

    DUPLA EXCEPCIONALIDADE

    Altas habilidades ou superdotação e dupla excepcionalidade: definições e reflexões

    Mayra Berto Massuda e Rosemeire de Araújo Rangni

    IDENTIFICAÇÃO E PESQUISA

    Identificação do aluno com precocidade a partir da teoria das inteligências múltiplas: um estudo de caso

    Danitiele Maria Calazans Marques

    Síntese dos trabalhos apresentados no 1o Seminário de Altas Habilidades: disseminando conhecimentos e práticas

    Amanda Rodrigues de Souza

    Sobre os autores

    APRESENTAÇÃO

    Mencionar, analisar e discutir sobre a temática das altas habilidades torna-se instigante e desafiador, especialmente no que tange ao cenário brasileiro.

    Certa vez, ouvi um depoimento de um jovem diagnosticado com altas habilidades e ele dizia que ser superdotado não era privilégio, pois significava diferença. Sim, ele estava correto, quem as possui é diferente e está em grupo heterogêneo.

    Muitos podem pensar que a diferença está em todas as pessoas, pois somos únicos em singularidades. Também estão corretos. Entretanto, falamos das altas habilidades como especificidade também única e diversa que é contemplada pela Educação Especial, garantindo, para quem as possui, atenção, reconhecimento e educação de qualidade nos sistemas escolares.

    Apesar da busca incessante às pessoas talentosas ao redor do mundo, ainda percebe-se que nações como o Brasil as negligenciam. Que razões podem existir para tal indiferença? Ouvem-se as mais diversas respostas, como: eles caminham por si só e não necessitam de atendimento especializado; trata-se de uma educação elitizada; o atendimento às pessoas com deficiência é prioritário; não há informação e formação suficientes para que os sistemas escolares os reconheçam, e assim por diante.

    Fato é que esses mitos e pressupostos de pessoas que administram a educação são preponderantes a ponto de acarretar uma irrisória quantidade de matrículas de estudantes com altas habilidades em nossas escolas, chegando a pouco mais de dez mil em 2012, esquecendo um pouco das possibilidades probabilísticas segundo as quais esse número deveria chegar a pelo menos cinco milhões em relação ao total da malha estudantil brasileira.

    Assim, especula-se que há algo equivocado no imaginário dos educadores e gestores, pois: o que os leva, muitas vezes, a anunciar que esses alunos não existem em suas salas de aulas e escolas?

    Essa é uma questão inquietante. Possivelmente, se não são identificados, esses alunos não são atendidos e, com isso, consuma-se sua inexistência.

    O que se pode pensar de documentos legais pertinentes à educação e à educação especial que assinalam e garantem os direitos ao atendimento especializado a essa parcela de educandos com tamanha robustez, significando que existem de forma legal, mas não educacional?

    Se fosse discorrer sobre mais questionamentos em relação ao tema, haveria uma longa lista por certo e, talvez, muitos ficariam sem respostas plausíveis diante da contradição entre garantias versus atendimento que impera no universo desses estudantes brasileiros.

    Por tudo isso, entende-se que uma das iniciativas para que esse cenário se modifique está na disseminação do conhecimento sobre o universo das pessoas com altas habilidades, de modo a viabilizar o reconhecimento dos alunos que se destacam por seus potenciais.

    Como proposta de contribuição para essa viabilização, ocorreu o 1o Seminário de Altas Habilidades: disseminando conhecimentos e práticas, em novembro de 2015, na Universidade Federal de São Carlos, em que foram apresentados vários temas relevantes para a área em palestras e mesas-redondas, servindo de respaldo para o desenvolvimento dos trabalhos contidos nesta obra.

    Pela variedade de temas apresentados no Seminário, selecionamos alguns, que estão divididos em quatro partes:

    1. Família;

    2. Atendimento e direitos;

    3. Dupla excepcionalidade;

    4. Identificação e pesquisa.

    Abrindo a primeira parte, Família, encontra-se o capítulo Família e filhos superdotados: um relato de experiência, de Cláudia Tozzini Barretto, um relato da experiência da autora como mãe de um superdotado, mostrando a difícil trajetória para que seu filho fosse aceito na escola.

    Na segunda parte, Atendimento e direitos, o texto Contextualizando o atendimento para pessoas com altas habilidades em São Paulo (Brasil) e no Chile, de Eliane Morais de Jesus Mani e Rosemeire de Araújo Rangni, objetiva discutir e evidenciar como têm sido desenvolvidas as iniciativas relacionadas ao atendimento educacional especializado para as altas habilidades em duas realidades distintas, a saber: no estado de São Paulo, que se caracteriza como a maior malha estudantil brasileira,[1] e no Programa Penta UC, do Chile.

    Ainda sobre o atendimento, o segundo capítulo, Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação de Londrina-PR: caminhos de um serviço em expansão, de Fabiane Silva Chueire Cianca, Ednéia Vieira Rossato e Diogo Janes Munhoz, discorre sobre o Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S) de Londrina (PR), apresentando a trajetória e serviços prestados pelo referido núcleo.

    O terceiro capítulo dessa parte, O atendimento aos alunos com altas habilidades à luz da legislação brasileira, de Maria Luiza Dieguez Reynaud e Rosemeire de Araújo Rangni, objetiva delinear a trajetória legal dos direitos da pessoa com altas habilidades no âmbito educacional desde a Lei de Diretrizes e Bases de 1971.

    A terceira parte, Dupla excepcionalidade, traz o capítulo Altas habilidades ou superdotação e dupla excepcionalidade: definições e reflexões, de Mayra Berto Massuda e Rosemeire de Araújo Rangni, tendo como objetivo discorrer sobre conceitos e definições sobre a dupla excepcionalidade, ou seja, altas habilidades ou superdotação associada a outras especificidades, quais sejam, deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e transtornos funcionais, considerando as discussões acadêmicas e legais sobre o tema.

    E a quarta parte, Identificação e pesquisa, é composta de dois capítulos. O primeiro desta seção, Identificação do aluno com precocidade a partir da teoria das inteligências múltiplas: um estudo de caso, de Danitiele Maria Calazans Marques, tem como objetivo mostrar o desenvolvimento das atividades de intervenção para alunos precoces à luz da Teoria das Inteligências Múltiplas, de Gardner, e da Teoria dos Três Anéis, de Renzulli.

    E, por fim, o texto de Amanda Rodrigues de Souza, Síntese dos trabalhos apresentados no 1o Seminário de Altas Habilidades: disseminando conhecimentos e práticas, apresenta um resumo dos 28 trabalhos apresentados no referido evento, promovido pelo Grupo de Pesquisa para o Desenvolvimento do Potencial Humano (Grupoh) e ocorrido na Universidade Federal de São Carlos, em novembro de 2015.

    Ao finalizar esta obra, estabelece-se um sentimento de dever que está sendo cumprido, uma vez que há um longo caminho a se percorrer para tornar as pessoas com altas habilidades reconhecidas no cenário educacional brasileiro.

    Rosemeire de Araújo Rangni

    Líder do Grupo de Pesquisa para o Desenvolvimento do Potencial Humano (Grupoh) março de 2017


    1 Mani (2015).

    FAMÍLIA

    FAMÍLIA E FILHOS SUPERDOTADOS:

    um relato de experiência

    Cláudia Tozzini Barretto

    Em novembro de 2015, tive o prazer de participar do 1o Seminário de Altas Habilidades: disseminando conhecimentos e práticas, promovido pela Universidade Federal de São Carlos. A iniciativa de fomentar o assunto das altas habilidades foi de real importância, principalmente porque esse convite foi uma oportunidade para que eu pudesse dar meu depoimento com relação às dificuldades enfrentadas durante a vida escolar do meu filho, que foi identificado como superdotado apenas aos 14 anos de idade. Participei no papel de mãe, dando o meu registro do que passamos com ele durante todo seu período escolar.

    Diante de todas as dificuldades que enfrentamos com as escolas, resolvi escrever um livro para mostrar toda a fragilidade do nosso atual sistema de ensino e o que isso pode acarretar aos estudantes com altas habilidades. A motivação principal para escrever o livro Ele é superdotado, e daí? foi um desabafo no qual poderia, com exemplos reais, expor o que possivelmente se passa em boa parte das escolas brasileiras.

    Dessa forma, para poder melhor elucidar, inicio contando um pouco como era o comportamento do Felipe e complemento essas informações com diversos fatos ocorridos nas escolas pelas quais passou.

    O início

    Felipe sempre foi uma criança muito agitada. Desde bebê, não tinha paciência para ficar parado por muito tempo. Andou com 11 meses e falava muito bem com 1 ano e meio. Nada parecia detê-lo. Sempre cheio de vontades, precisava tocar em tudo para fazer o devido reconhecimento. Pedir a ele que não pusesse a mão nas coisas nunca surtia efeito. E isso acontece até hoje.

    Sua vitalidade era tão grande que passamos um tempo evitando fazer grandes passeios ou até visitar amigos e parentes. O estresse de ter que cuidar de sua agitação já nos deixava cansados. Sabíamos que as pessoas poderiam fazer comentários maldosos. Não que ele fosse mal-educado. Não era isso. Era agitação pura.

    Com o Felipe, nosso aprendizado foi constante. E ainda é assim!

    Muito sincero, assim como todas as crianças, sua falta de filtro nos colocou em diversas situações bastante constrangedoras. Costumava brincar sozinho com os seus brinquedinhos preferidos. Aos 3 anos descobriu as motos. Depois, sua predileção passou a ser os dinossauros. Gostava de ver todos os filmes e livros relacionados a dinossauros. Seu gênio, um tanto quanto teimoso, já dava para ser percebido logo cedo. Felipe não sabia o que era frustração. Quando algo não saía do jeito como planejava, sua raiva aflorava de diversas formas. Ele nunca foi birrento, como uma criança que faz manha e se joga no chão, porém, por outro lado, esse seu temperamento não lhe permitia ser maleável.

    Por volta dos 4 anos, seu interesse pelo futebol se tornou sério. Adorava uma bola e passava o dia chutando-a dentro do apartamento. Quantas vezes não tivemos que esconder as bolas para que desse um pouco de sossego para nós e para os vizinhos também! A partir dessa idade, todas as brincadeiras do Felipe voltaram-se para a bola e o futebol.

    Por volta dos 5 anos, seu desenvolvimento era absolutamente normal. Desempenhava bem e rapidamente as atividades pedidas pelas professoras e adorava a escola. Sua agitação ainda era muito grande e tinha certa dificuldade em atender aos pedidos que lhe eram feitos. Nunca tivemos reclamações por falta de educação. Ele nunca respondeu a um professor ou faltou com respeito, mas, muitas vezes, negligenciava as ordens. Simplesmente era como se aquilo não fosse com ele, e digo que essa característica ficou mais forte conforme foi crescendo.

    Como já vínhamos observando seu comportamento há mais tempo e a escola também pontuava que sua energia às vezes era excessiva, resolvemos recorrer a uma profissional na intenção de tentar acalmá-lo um pouco.

    Começou, então, aos 5 anos, a fazer ludoterapia com uma psicóloga. Com isso, tínhamos a intenção de ajudá-lo a se desenvolver

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