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Dicionário De Mitologia Romana
Dicionário De Mitologia Romana
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E-book296 páginas3 horas

Dicionário De Mitologia Romana

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Sobre este e-book

Este dicionário se volta a mitologia romana, sem apagar as diferenças essenciais que existem entre as diversas fontes desta mitologia, tanto os etruscos, como latinos e sabinos.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento12 de mar. de 2020
Dicionário De Mitologia Romana

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    Dicionário De Mitologia Romana - Lenin Soares

    1

    2

    3

    Dicionário de

    Mitologia Romana

    4

    5

    Lenin Soares

    Dicionário de

    Mitologia Romana

    

    Lenin Campos Soares

    2020

    6

    SOARES,

    Lenin

    Campos.

    Dicionário de Mitologia Romana.

    Natal: LCS, 2020.

    ISBN:

    1. Mitologia. 2. Roma. 3. Dicionário.

    CDD: 299

    CDU: 252

    7

    Para Tom.

    8

    9

    Sumário

    1. A Ponte, o Rio e o Mar.... . . . . . . . . . . 11

    2. Interpretatio Graeca. . . . . . . . . . . . . . 16

    3. Dii Indigetes e Dii Novelensis.... . . .22

    4. Numina Evintegrii.... . . . . . . . . . . . . . .28

    4.1 As Hierarquias Divinas.... . . 30

    4.2. Dii Indigitamenta..... . . . . . . .35

    5. Ritus Romana. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37

    6. Mitos Etruscos. . . . . . . . . . . . . . . . . . .44

    7. Mitos Latinos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .103

    8. Mitos Sabinos..... . . . . . . . . . . . . . . . .304

    9. Bibliografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..343

    10

    11

    A Ponte, o Rio e o

    Mar.

    Hoje, quando observamos as fabulosas ruínas de um dos maiores impérios a brilharem na história humana, nós não conseguimos imaginar a península itálica ocupada por pequenas tribos no vale do rio Tibre. Grupos seminômades de pastores que faziam acampamentos próximos a rios e lagos, e deslocavam-se em busca de novas pastagens

    para

    seus

    animais.

    Os

    assentamentos no Lácio e na Etrúria parecem ter sido os maiores, sobretudo até o final da Idade do Bronze.

    A Etrúria ficava ao norte do rio Tibre, e se estendia até as margens do rio Pó, ao sopé dos Alpes. Diz Pierre Grimal, em seu História de Roma, que, infelizmente, não sabemos ainda quem são estes importantes comerciantes e artesãos que habitam a Itália e que marcaram profundamente a cultura e a história de Roma.

    Nós os descobrimos instalados ali, através de suas grandiosas necrópoles, de seus belíssimos templos e de uma vasta cultura material, mas não sabemos de onde eles vieram.

    12

    E eles ainda estavam presentes quando Roma se ergue ao sul. Na verdade, eles participam ativamente na fundação da cidade.

    No decurso do século VIII, o dinamismo mercante das metrópoles da Etrúria central volta-se para o sul da Itália1, o troca de mercadorias com os gregos na margem sul da península, a efervescente Magna Grécia e a Sicília, cria uma rota comercial que exige uma ponte sobre o rio Tibre e a defesa dessa ponte requer a fundação de uma cidade. Além dessa atuação direta na fundação de Roma, seus adivinhos são famosos e suas técnicas são repassadas aos romanos. Seus artistas trabalham encomendas que são colocadas nos altares e jardins na cidade de Rômulo. Seus elementos arquitetônicos são abraçados pelas casas e prédios públicos da futura capital de um império. Diz Grimal que essas maravilhas não são invenções etruscas, mas resquícios greco-asiáticos que se acredita ser a origem desse povo.

    Ao sul do Tibre, a península era ocupada por latinos e sabinos (tanto úmbrios como oscos e samnitas). Estes verdadeiras tribos de pastores cuja vida estava centralizada em seus pequenos rebanhos de bois e carneiros, como diz Norbert Rouland, em Roma, democracia 1 ROULAND, Norbert. Roma, democracia impossível?: os agentes do poder na urbe romana. Trad: Ivo Martinazzo.

    Brasília: EdUnB, 1997. P. 28

    13

    impossível?. Eles convivem em uma terra pantanosa, de um lado, e desértica do outro, graças a ação de um vulcanismo constante, que impede o estabelecimento de uma agricultura perene.

    O primeiro vilarejo, instituído onde seria a grande Roma, é fundado pelos latinos e etruscos por volta de 754 a.C., no cruzamento da rota comercial que mencionamos. Ela é fundada exatamente na passagem utilizada para cruzar o rio (rumon, em etrusco), mais tarde substituída pela Ponte Sublício, Roma é a ponte sobre o Tibre.

    O afluxo deste posto avançado etrusco afetou diretamente a vida dos pastores que habitavam a região. Os latinos sujeitaram-se a transformações radicais em seu meio de vida, como a adoção do sedentarismo, por exemplo, mas esforçaram-se também para proteger tradições dessas mutações, sobretudo elementos religiosos. Poucos povos dão exemplos tão determinados e conscientes de absorção e resistência a uma cultura estrangeira como os latinos e, por causa desta lição, os próprios romanos2.

    2 É oriunda dessa instituição protetora dos latinos a emergência da classe dos patrícios ( patricii), aqueles nascidos na pátria, como classe social mais importante, que não por acaso, era aquela que adorava os deuses latinos. Eles não se convertem de forma alguma aos valores urbanos e aos novos deuses do comércio (Idem, p. 33). Eles se diferenciam

    14

    Contudo, a nova cidade não possui nenhum espírito expansionista. "Até esse momento, as aldeias estabelecidas no alto das colinas não sentiam a necessidade de uma união entre si, como atesta a permanência de cemitérios

    separados"3.

    Eles

    eram

    numericamente

    inferiores,

    era

    mais

    interessante, como cidade comercial, manter uma passagem livre e pacífica entre os povos que circundavam a cidade.

    O domínio etrusco de Roma dá-se até 500 a.C., quando uma rebelião extingue o sistema monárquico e institui a República, devolvendo o poder a aristocracia latina. Essa revolução é o resultado de uma intensa transformação urbana. A vida na cidade daqueles antigos pastores que agora vivem permanentemente com uma população que só cresce exige a construção de novos padrões para a determinação de quem é parte ou não da comunidade, os antigos laços de parentesco tribais não dão mais conta da nova situação social mais complexa. O clientelismo e a religião, neste caso, tornam-se determinantes, e mais adiante veremos como uma nova garantindo a posse da terra para si, assim eles podem perfeitamente diferenciar-se do imigrante que chega e não tem relações com aquele território. A plebe, em Roma, é essencialmente não-latina.

    3 ROULAND, Norbert. Roma, democracia impossível? Idem. P.

    27.

    15

    relação construída com os deuses precisa ser organizada para abraçar novas identidades, o que inclui elevar e dar cadeiras nos conselhos a novos deuses.

    Por volta de 400 a.C., inicia-se o conflito com os sabinos, exigindo que Roma se alie a outras aldeias, formando a Liga das Sete Colinas. Um século de conflitos foi necessário para que a urbs ocupe um lugar de verdadeiro destaque entre as cidades do Lácio, mas não sem ter que aceitar absorver sabinos e outros plebeus na riqueza patrícia, e com isso também seus deuses dentro das práticas romanas.

    Porém, a invasão gaulesa, liderada por Breno, em 387 a.C., ensinou uma grande lição aos romanos: é preciso expandir-se para prevenir futuros ataques a sua cidade. Quanto mais distante fosse colocada a sua muralha, mais cedo um invasor seria detido em sua marcha. As Guerras Púnicas serão o primeiro grande conflito oriundo desta nova política.

    Não que em 345 a.C., a guerra contra os samnitas, não tenha sido importante; porém, a batalha contra Cartago iniciada em 264 a.C. e concluída quase um século depois, em 146 a.C.

    definiram o futuro da cidade de Roma e de seus habitantes.

    Com o fim da guerra, com a queda de Cartago e de sua aliada, Corinto, fazem de Roma a cidade mais importante de todo o Mar

    16

    Mediterrâneo, atraindo para ela novos habitantes

    que

    vão

    transformar

    profundamente a forma de viver e de se relacionar com os deuses em Roma.

    A expansão não para por aí, Roma alcança uma população que historiadores tentam quantificar entre 500 mil a 3,5 milhões de habitantes. E a grandeza dessa nova imensa cidade se baseia na riqueza da invasão de novos territórios, a escravização de parte da população e a obtenção de impostos enviados diretamente para o Senado na capital.

    Roma é sustentada pelo trigo egípcio, pelo cedro sírio, pelo gado ibérico, pelos metais germânicos. Isto, novamente, faz de Roma, um ponto em que pessoas de todo o mundo se cruzam, se comunicam, e estabelecem novas relações. Ela continua sendo uma ponte.

    Interpretatio

    Graeca

    Em 1972, Tassilo Orpheu Spalding começa seu Dicionário de Mitologia Latina afirmando que os mitos da península itálica fazem triste figura diante da mitologia oriunda das terras gregas. A religião romana era, para Spalding, uma mitologia embrionária, que

    17

    nunca teria atingido o pleno desenvolvimento.

    Ele diz isso porque os mitos consistiriam em uma litania de nomes e funções. Funções estas, que em sua maioria, eram adivinhadas pelo próprio nome do deus.

    "A obrigação do deus para com os romanos é o mais importante. Os nomes não têm

    história,

    têm

    funções

    e

    isto,

    verdadeiramente, é o que importa4, apesar de reconhecer isso, o autor diz que esta mitologia não se compara a exuberante riqueza da mitologia grega". E precisava?

    A explicação clássica para esta tradição era de que os romanos eram excessivamente simples e práticos, não possuíam a mesma verve imaginativa dos gregos. Não tinham o mesmo talento para imaginar os deuses e muito menos esculpi-los em estátuas. A concepção clássica sobre os romanos os faz adeptos de uma religião formalista, que lembra mais a eloquência de um processo jurídico, do que a piedade de uma cerimônia mágica (falaremos mais sobre isto adiante).

    Por isso, sem esse apego a seus deuses, com a expansão cultural helênica por todo o mundo mediterrâneo, se acreditou, facilmente, que os romanos teriam absorvido a tradição religiosa grega e fundido sua religião àquela 4 SPALDING, Tassilo Orpheu. Dicionário de mitologia latina.

    São Paulo: Cultrix, 1972. p. 09.

    18

    vinda da Grécia. Tradicionalmente, inclusive, a religião romana é unida a grega sob a alcunha de mitologia clássica e, por esta última, completamente eclipsada. Sabemos apenas, diz Spalding, que os romanos adoraram os deuses gregos, mudando-lhes apenas os nomes5.

    Mas será isso verdade? Se a explicação para a falta de riqueza da mitologia romana era uma praticidade da alma latina, porque eles adotariam a complexidade genealógica da mitologia grega? Se o que de fato importava para eles, em sua religião tradicional, era a função dos deuses, para quê serviria em sua sociedade adotar mitos alienígenas? Se a abundância dos nomes supria a carência de histórias e aventuras, por que mudar àquela altura? Não que a religião romana não tenha absorvido influências de outros povos. Deuses celtas (como Aerecura), egípcios (como Ísis e Anúbis), fenícios (como Cibele), persas (como Mitra) e até mesmo hindus (como Lakshmi) foram cultuados na península itálica6. Era sempre possível importar um novo deus para fazer parte do panteão, se este fosse aprovado pelo Senado e, mais tarde, pelo imperador, contudo, todos reconheciam que este não era 5 Idem. p. 11.

    6 BEARD, Mary. Pompeia: a vida de uma cidade romana.

    Trad: Cristina Cavalcanti. Rio de Janeiro: Record, 2016.

    19

    um deus aborígene. Mesmo entre os deuses gregos, Herácles, transformado em Hércules pelos etruscos, e Apolo chamado de Apulu também, foram absorvidos facilmente, mas permaneciam como deuses estrangeiros. A diferença é que essa absorção se dá antes da expansão imperial, e sim durante a dominação etrusca da península.

    Mas por que então confundimos no mundo contemporâneo os deuses gregos com os romanos? Dizemos que Júpiter é Zeus e Vênus é Afrodite por causa da chamada Interpretatio Graeca, isto é, a interpretação por um modelo grego inventada por Heródoto quando este resolvera escrever sua História.

    Para explicar os deuses dos povos de quem narrava a história para os homens gregos, Heródoto os compara aos deuses de seu próprio panteão. Diz ele que os citas cultuam Héstia (Tabiti), Zeus (Papaios), Gaia (Api) e Afrodite (Argimpasa). Já os egípcios cultuariam Zeus (Amon), Dionísio (Osíris) e Hefesto (Ptah). Esse modelo, portanto, é copiado pelos escritores romanos no século I a.C., já que a literatura e filosofia gregas tinham se tornado o paradigma erudito para o mundo mediterrâneo. Quando Ovídio, por exemplo, escreve seu Metamorfoses (que Manuel Cabeceiras chama de bíblia do paganismo greco-romano, com seus quinze

    20

    livros e doze mil versos7) em que pretende contar os mitos gregos para o público romano ele escolhe fazer uma Interpretatio Romana e transcreve os nomes dos deuses gregos para seus equivalentes romanos (ele se esforça bastante para criar essas equivalências, inclusive). Tácito, à mesma época, repete o este processo em seu Germânia para falar dos deuses germânicos. Como também Varro, que usa para explicar o culto dos judeus, apresentando Jeová/Javé como Jupiter Optimus Maximus.

    Contudo, nem os germânicos, nem os judeus, foram fundidos aos romanos. Talvez porque os registros oriundos destas tradições, a documentação encontrada e resgatada, tiveram muito mais destaque do que o material romano. Lembrando que a maior parte da tradição grega fora conhecida através de uma lente romana. Autores como Homero, como Hesíodo, eram lidos em latim, e não em grego, até pelo menos o século XIX. Ou seja, até o século XIX ninguém conhecia Zeus e sim Júpiter, ninguém conhecia Hera e sim Juno, ninguém conhecia Ártemis e sim Diana. Sem uma popularização do grego, os nomes latinos 7 CABECEIRAS, Manuel Rolph de Viveiros. As Metamorfoses de Ovídio e as lutas de representação na Roma Antiga. IN: THEML, Neyde (org.). Linguagens e formas de poder na antiguidade. Rio de Janeiro: FAPERJ/ Mauad, 2002. p. 83-118.

    21

    se sobreporam aos nomes gregos para os estudiosos posteriores.

    Um bom exemplo dessa sobreposição está na história da astrologia. A astrologia contemporânea tem por base a astrologia grega clássica, baseando-se em autores de origem grega como Ptolomeu, porém, como o material ptolomaico foi traduzido do grego para o latim, os planetas que antes tinham nomes gregos como Hermes no lugar de Mercúrio e Dias no lugar de Júpiter, ficaram conhecidos somente pela sua versão latina8.

    Os planetas nunca tiveram nomes de deuses romanos, porém como a Interpretatio Romana foi a única fonte de informação sobre a Grécia durante pelo menos quatro séculos, eles se sobreporam.

    Mas não para os romanos. E a astrologia pode continuar como nosso exemplo. Os romanos chamavam o planeta Vênus de Lúcifer, porém com a tradução dos nomes gregos para o latim, a astrologia passou a chamar Afrodite de Vênus. Isso, no entanto, não interferiu nas crenças dos homens e mulheres que foram governados pelos césares. Um romano não acreditava que Vênus e Afrodite eram a mesma deusa. Um romano riria se alguém dissesse que Ares e Marte são o mesmo deus. Estes deuses, inclusive, são 8 CAMPOS, Lenin. Os 33 signos. Natal: LCS, 2017.

    22

    especialmente problemáticos para serem associados, afinal Vênus era uma matrona pudica, o que não combinava nada com a sensualidade e juventude de Afrodite; e Marte era um governante poderoso, enquanto Ares não poderia substituir seu pai no trono pois tinha um gênio irascível9.

    Além

    destes

    problemas,

    temos

    inúmeros deuses romanos que não possuem equivalente grego. Deuses como Janus e Terminus, dos povos sabinos, e Februus e Orco, dos povos etruscos, que ainda eram cultuados durante o Império, indicariam um panteão próprio que nunca fora tocado por uma influência grega. Isto é, mesmo que houvesse acontecido uma adoção da religião grega pelos romanos, ainda haveria muito da religião tradicional sobre o qual se debruçar.

    Dii Indigetes e Dii

    Novensides

    É inegável a inserção de Roma na área cultural helênica e, depois, helenística10, e isto 9 Para saber mais sobre os mitos gregos: BRANDÃO, Junito.

    Dicionário mítico-etimológico. Rio de Janeiro: Vozes, 1991

    10 CABECEIRAS, Manuel Rolph de Viveiros. As Metamorfoses de Ovídio e as lutas de representação na Roma Antiga. P.91.

    23

    se dá desde suas raízes etruscas. A Etrúria mantinha um relacionamento íntimo com as colônias gregas desde o século IX a.C., a região chamada de Magna Graecia, então, não é de surpreender que deuses como Hércules e Apolo já circulassem na Itália muito antes da expansão imperial romana. Personagens como Menelau (conhecido como Menle), Aquiles (rebatizado como Achle), Agamêmnon (que na Etrúria se chamava Achmemrun) e Heitor (aqui, Ectur) eram familiares porque os etruscos consumiam as mesmas poesias recitadas pelos aedos que visitavam as colônias e também a cerâmica grega decorada com os heróis da Ilíada.

    Quando os povos latinos começaram a ascender na península itálica e incorporaram os sabinos, primeiramente, e depois também os etruscos, uma tradição religiosa que já tinha influência grega veio junto com eles. E isso não reduz a tradição romana, pelo contrário, como vimos, esse amálgama, completamente consciente,

    é

    um

    ineditismo

    nunca

    experimentado na história da religião. É uma consciência religiosa completamente distinta, que reconhece a absorção de uma outra tradição, do uma forma que não estamos acostumados a observar.

    A consciência religiosa romana permitiu que eles pensassem em dois grupos de deuses presentes em suas vidas. Temos os Dii

    24

    Indigetes, os deuses indígenas, as divindades romanas que não haviam sido adotadas de outras religiões; deuses antigos com rituais ainda mais antigos, que eram oriundos dos povos latinos, dos sabinos e dos etruscos; e os Dii Novensides, os novos deuses, ou Peregrini, os viajantes, que eram aqueles adotados de outros

    povos,

    que

    haviam

    chegado

    recentemente a cidade de Roma.

    São citados como Dii Indigetes: Jano, Saturno, Dies Pater, Sol, Luna e Tellus, além dos gênios como os Lares, Lêmures e os Penates, deuses como Summanus,

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