Série Legados Eternos
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Série Legados Eternos - Alexa Valentina
Série
Legados Eternos
Livro 4
Lobisomem
O Primogênito
Parte 1
Alexa Valentina
[ 2 ]
[
3 ]
Demi Lovato Heart Attack
So I’m putting my defenses Up
’Cause I don’t wannna fall in love If I ever did that U I think I’d
have a heart attack
Aos sonhadores e amantes de seus sonhos.
Lobisomens
Infelizmente não há muito o que falar destes seres.
Há tão pouco que o quê mais se ouve é o seguinte verso:
"Mesmo aquele de coração puro
Que a noite faz suas preces
Pode tornar-se um lobo
Quando a cone florescer
E a lua de outono brilhar’
Sempre há uma ou outra lenda como aquela que diz que após a mão der á lua a sete filhas e o oitavo nascer homem, este será lobisomem. Também há aquela que contam sobre uma bruxa ter amaldiçoado um menino que se considerava superior a todos.
O mistério é tão intenso e profundo que nem mesmo a ciência ousa explicar. Mas há um fato que
todos ‘afirmam’ o de que todo lobisomem é inimigo declarado dos vampiros.
O mundo já mudou muito, e as lendas já se transformaram de várias formas até virarem apenas mitos. Agora eu vou lhes dar uma nova versão mais humanizada, porém, não menos sanguinária. Agora eu vou mostrar a vocês que cada um de nós, lá no fundo, tem um quê de lobisomem e vampiro.
Prólogo
Lacrimal city 1846
Havia algum tempo que Magnus –o macho Alfa da matilha de lobisomens Drakus – e dono de belos olhos azuis escuros junto á sua família; os dois filhos charmosos Leonel e Augusto e sua bela esposa Sheila e toda a sua matilha que vieram de Valência na Espanha e fixaram estadia na floresta de Lacrimal city.E desde que chegaram, uma guerra silenciosa for a travada com outras matilhas, mas até então nenhum humano for a atacado ou sequer ferido. Mas infelizmente nunca houve uma guerra tão violenta e brutal como esta. E inevitavelmente, chegara aos humanos.
Era noite de lua nova e chovia intensamente, mas nem toda água que caia seria capaz de apagar as chamas que lambiam as casas, carros e amontoados de lixos e pessoas que corriam pelas ruas. Uivos e gritos se misturavam e deixavam marcas na densa e
pegajosa camada de sangue que se espalhavam por todos os lugares.
Corpos estavam se empilhando de ambos os grupos, humanos e lobos.
As mães tentavam esconder seus filhos e outras se entregavam a morte para não verem os filhos serem dilacerados ou devorados.
A fúria lupina não via e nem ouvia nada a não ser aquela necessidade incontrolável pelo poder maior de dominar aquela cidade. E fora num desses muitos massacres que Magnus teve a certeza de que humanos e lobos jamais viveriam em plena paz, pois sempre havia um para pender a balança para o lado da guerra. Mas em toda guerra sempre há um inimigo pior.
Nesse momento, Sheila e seus filhos agarrados a sua saia olhavam com fúria e medo para o inimigo á frente.
– Deixe minha família em paz, maldito sugador –
rosnou Magnus e, então as presas do inimigo brilhavam junto a raios no céu conforme o rosto do filho do diabo sorria.
-É bom revê-lo, Magnus – disse Julio Cesar com escárnio. Sinto muito em não querer dizer o mesmo
– rebateu Magnus se transformando em lobisomem e partindo para o ataque ao inimigo.
Lacrimal city
Floresta das Cavernas do Norte
Dias atuais
A um dia Soraia, Augusto, Amy e Marcus haviam saído do acampamento – mas estes não faziam ideia de que a escolta dos protetores de Amy e alguns lobos fiéis de Augusto os seguiam na encolha – mas a noite chegara e era hora de parar.
Sonolenta Soraia ergueu-se e abriu seus olhos para ver o semblante sofrido de seu lobo e, ao tocar-lhe o rosto o sentiu gélido como um vampiro – o que para um lobisomem fogoso como Augusto ou qualquer outro lobisomem era um insulto tremendo.
‘ Augusto e Leonel já são adolescentes e como todo lobo nesta fase, atrai olhares das fêmeas, e estão praticando lutas sob o olhar atento delas e do pai, quando surge uma
bela loba de olhos de esmeralda que, pra infelicidade de Leonel que ficou babando, ela olha fixo para seu irmão que a olha.’
Sem querer, Amy e Marcus acordam e veem Soraia debruçada a sacolejar Augusto e perguntam o que houve.’.
- Augusto está gelado como um iceberg e não acorda de jeito nenhum- dissera preocupada. Amy então concentra seu olhar a Augusto- agora com o seu novo poder de ver auras é ótimo- e vê uma aura cinza abraçada ao corpo de Augusto como um cobertor.
-O que você vê?
-Uma aura cinza deitada sobre o corpo de Augusto.
É isso que o está deixando assim.
Soraia se desespera – eu não sei o que fazer - então, movida pela vontade de senti-lo quente e lhe agarrando, ela lhe agarra o rosto e lhe beija com sofreguidão.
‘ Augusto está deitado no colo da mãe que lhe afaga os cabelos – por causa da tal loba dos olhos de esmeralda, ele e o irmão brigaram feio. Leonel foi arranjar briga pra esfriar sua raiva e, Augusto viera procurar o carinho da mãe- e agora ouvia suas palavras com atenção.’
– Nenhuma delas está em seu destino, meu filho, somente uma vai fazer seu coração bater mais forte e, ela não está aqui.
– E onde ela está?
– Em algum lugar a sua espera.
–E como vou saber que ela é ela?
Sheila sorriu – seu coração vai te dizer – concluiu ao pôr sua mão sobre o coração do filho e, então uma luz branca envolta num calor sem forma apagou tudo,’
Nesse momento, Augusto acorda trazido do passado pelo beijo de Soraia e Amy no mesmo segundo viu a aura se dissipar de cima do corpo do amigo.
– Bem-vindo de volta – sorriu Soraia.
– Precisando, basta me beijar – e todos riram aliviados.
–
1. O primeiro senhor dos lobos
A floresta abriu-se como um corredor de eucaliptos, desde que eles saíram da caverna onde dormiram.
O cheiro era muito agradável mas, infelizmente não bastava para apagar os sonhos terríveis que atormentavam a mente de Augusto. Ele tentava disfarçar, mas a cada encontro de olhar com Soraia, ele via que ela percebia seus tormentos.
O ar estava carregado, palpável e, a que mais sentia isso era Amy que evitava olhar para Augusto, pois quando o fazia via uma aura translucida o acompanhando e, imediatamente, fechava os olhos e enterrava o rosto no pescoço de Marcus que a abraçava e trocava um olhar cúmplice com Soraia que estava ficando louca com a situação.
Abruptamente, Soraia passou por Augusto e estacou a sua frente, fazendo-o colidir com o seu corpo- mas não caíram- e encararam-se. – E então, vai me contar o porquê dessa cara? – exigiu ao postar suas mãos naquele peito sólido e, soube de algum jeito paranormal que Augusto iria mentir.
– Nada- mentiu na cara dura.
– – E o sonho de ontem não é...
– -Eu já disse – está mentindo - que não é nada –
sabia que não iria adiantar nada mentir ou tentar pelo menos, principalmente de Soraia que parecia entrar em sua alma e desnuda-la.
– -Por favor, me conta que sonho é esse que te deixou tão perturbado? Será que não vê como tô preocupada? E a Amy – olhou para a amiga – mal consegue te olhar, por que vê algo te cercando!
– Augusto suspirou e, com sinceridade, pediu desculpa aos amigos pela situação.
– Por que você não se abre conosco? – incitou Marcus ao apertar o ombro do amigo em sinal de apoio.
-Por que não é só um sonho, e, sim uma lembrança que há muito tempo eu não revivia.
– De sua família?
– Principalmente com meu pai e meu irmão. Eu sinto que algo tá pra acontecer, mas não sei o que é.
Augusto caminhou de um lado para o outro aflito e terminou por sentar-se sobre uma pedra, dobrar os joelhos e apoiar os cotovelos ali e esconder o rosto nas mãos.
Soraia parou a sua frente, retirou seu rosto de suas mãos e o trouxe a si –fala comigo, eu estou do seu lado pro que der e vier – mas ele apenas pegou suas mãos e as beijou junto com a frase- vamos deixar pra outra hora – e levantou-se levando-a consigo aos amigos de novo.
Não pense que vou desistir. Se ele é um lobo cabeça dura, eu sou a vampira cabeça dura. Os amigos seguiram em frente, em busca da mãe de Soraia e, quanto a Amy tinha de ir disfarçando suas expressões já que continuava vendo aquela aura a cercar o amigo.
Ezequiel o lobo dos cabelos ralos e olhos de azeitona que sempre cuidara de Augusto como um irmão mais velho mal conseguia se aguentar de vontade de mandar tudo pro inferno e ir até o grupo e arrasta-los de volta para o acampamento, mas a cada vez que tinha este intenção, Vandressa o impedia com -você sugeriu que os seguíssemos de longe – este longe deveria ser de mais de 2
quilômetros para que o vento não os denunciasse então faça cumprir o seu pedido-lembrou ao olhar de Ezequiel para os demais protetores e de volta a
ele que mesmo rosnando permaneceu no lugar. O
caminho era longo, mas de onde estavam viam a cadeia de montanhas e cavernas e, para alívio de Soraia a brisa trazia ás suas narinas o cheiro que, embora fraco, ela reconhecia como sendo o da mãe.
-Deus permita que minha mãe esteja bem – orou em prece ao olhar para o céu celestial acima de suas cabeças.
-Soraia – Augusto lhe pegou o rosto e o virou para si- sua mãe tem o mesmo sangue que corre em suas veias. -Forte, ousado e destemido – lembrou Amy ao ir até a amiga e abraça-la.
- Mas minha mãe se privou da vampira nela a anos.
-E ninguém é capaz de se privar do seu próprio sangue – rebateu Marcus.
O sol já estava baixo no horizonte, seu brilho alaranjado se infiltrava por entre as montanhas como um lençol na brisa calma.
-Está tudo tão calmo que me assusta – murmurou Soraia com os braços cruzados e os olhos a vaguear pelos arredores como se procurasse algo. Amy estava ao seu lado e concordou- até o vento parece
estar morto por aqui – e olhou para os lados como se algo fosse sair e ataca-los.
Augusto e Marcus vinham lado a lado e vez ou outra espreitavam aqui e ali, pois compartilhavam do sentimento de vigia. E bem faziam eles, afinal olhos se esgueiravam por entre as árvores também em vigia.
Depois de vários minutos de um silêncio gritante ao redor, um toque de celular ecoou. Era o de Soraia que tão concentrada que estava demorou a perceber o toque de seu celular- Shania Twain- em seu bolso e, quando o pegara viu o rosto da tia Malvina.
-Oi, tia?!
-Por que demorou tanto pra atender, menina? -
perguntou em tom de preocupação.
-Desculpa, é que o clima a nossa volta não inspira conforto – explicou-se.
Malvina andava de um lado para o outro em frente a sua frente – ainda estava na delegacia e eram quase 8:00 horas -e seu turno estava quase encerrando.
-E então, já encontrou sua mãe?
-Não -disse triste- mas o cheiro de seu sangue já chegou até mim e está cada vez mais forte. Malvina umedeceu os lábios com a ponta da língua e, disfarçadamente enxugou uma lágrima que teimou em rolar por sua bochecha.
-Assim que encontrar, por favor, me ligue.
-Claro- dissera apenas e ambas desligaram.
Malvina estava tão atenta a voz de sua sobrinha para não perder uma palavra sequer, que nem percebera a entrada de Sergio e Sofia na sala.
-Oi, Malvina – Sofia veio ao seu encontro e a abraçou e beijou –a cheia de carinho. Sergio se manteve distante, embora quisesse muito abraçala e beija- la...mas não na bochecha, então perguntou:
- E então, quais são as notícias? Sua sobrinha achou Katrina?
-Não, mas Soraia disse que falta pouco para achala.
Eu pedi que assim que acontecer que me ligue. -
Sabe, seu horário já está encerrado –replicou Sergio gesticulando para o relógio em forma de folhas á parede a mostrar 8:00 horas – que tal jantar conosco?
-Por favorzinho – implorou Sofia com um sorrisinho, as mãos em prece e olhar de abandono.
Malvina suspirou.
-Eu aceito.
-Uhuuu! - comemorou Sofia. Sergio riu ao pegar a bolsa de Malvina sobre a mesa, deixando ela perplexa quando a empurrou porta á fora.
Maya estava vomitando no banheiro – ela passava a maioria do tempo na casa de Verônica, mas sempre se econdendo dos pais da mesma – e isso vinha acontecendo a alguns dias.
Os dois casos.
Verônica estava cansada de repetir a mesma coisa, e agora o fazia de novo - Mayá, vá ao médico. Eu posso estar enganada, mas acho que você pode estar grávida.
Maya então saiu do banheiro enxugando o rosto em uma toalha.
-Eu não posso ir ao médico. Esqueceu de tudo o que fiz, a primeira coisa que me aconteceria seria a morte.
-E a segunda coisa, seria você matar a todos –
confirmou Verônica ao pegar sua bolsa prateada e prepara-se para sair.
-Onde você vai?- perguntou-lhe Maya.
-Já que você não pode ir a um médico, então vamos recorrer ao bom e velho teste de farmácia. Maya sorriu em agradecimento e abraçou a amiga-muito
obrigado por você existir e estar do meu lado – e sorriram.
- Mesmo sendo contra muitas coisas que você faz, eu te considero demais para te abandonar. -Agora
– se afastaram – me espere aqui, eu já volto – Maya sorriu e Verônica saiu.
Algum tempo depois, Verônica já andava de um lado para o outro em frente a porta do banheiro, ansiosa para que Maya saísse logo.
Maya estava em frente ao espelho, seu sorriso era diabólico ao constatar que, de fato, estava grávida.
Qualquer garota estaria feliz e preocupada, mas Maya estava muito feliz- pena que pelos motivos errados- e preocupação era um sentimento longínquo
-Julio Cesar, você não vai representar nada perto do que o meu filho irá fazer no mundo- murmurou.
-Maya, qual foi o resultado? - ecoou uma voz preocupada e curiosa do outro lado da porta. Maya riu.
Raina e Ivan se hospedaram na casa de Malvina e com toda a tensão do desaparecimento de Katrina, Raina deitou-se cedo- bem antes do marido- que optou por distrair-se com um filme. Pela expressão de seu rosto-segundos antes tranquiloalgo a estava atormentando.
Bem como a Sheila que também se recolhera mais cedo por não estar com seu filho, a saudade levando-a a exaustão.
No instante em que Maya gritou –estou grávida! -
Raina e Sheila tiveram um sobressalto em suas casas e rezaram no silêncio do quarto – que Deus nos ajude – pois ela souberam que tempos de crueldade ainda mais sangrentas estavam por vir.
Soraia estava enfraquecendo, ela sentia isso em seus nervos, tendões, veias, mas não entendia o porquê, afinal ela era uma vampira – e não qualquer vampira, mas a Rainha Kaxal.
A cada passo parecia que ia cair em um buraco, seus olhos estavam ardendo e embaçados e seus sentidos fracos.
Amy riu de algo que Marcus dissera a Augusto e, quando olhou para Soraia para compartilhar o sorriso viu uma aura vermelha cruzar pelo corpo da amiga e antes mesmo de conseguir falar para Augusto, Soraia tombou ao chão.
-Amy, você vê algo em Soraia? - perguntou Augusto já com Soraia em seu colo, tentando acorda-la com beijos e lhe chamando.
-Sim, mas mal deu tempo de falar. A sombra cruzou por seu corpo e ela caiu - disse Amy ao tocar o rosto da amiga e chama- la.
Marcus levou seus dedos aos olhos de Soraia e os viu humanos sem o consentimento dela, o que quer dizer que o corpo humano precisa de sangue pra ativar o vampírico.
-Soraia precisa se alimentar – disse convicto.
-E como você sabe? - perguntou Augusto com um tiquinho de ciúme por outro conhecer mais sua Soraia do que ele próprio.
-Por que para nós, vampiros, não é bom sinal nossos olhos voltarem a cor humana sem permitirmos, que é o caso de Soraia.
Augusto abriu os olhos de Soraia - estão negros –
constatou.
-A cor