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Vida Decifrada
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E-book190 páginas2 horas

Vida Decifrada

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Sobre este e-book

O que você faria se descobrisse que a vida está falando com você por meio de códigos? prepare-se para descobrir o que fazer. Conheça mais no Insagram @VidaDecifrada e no site vidadecifrada.com.br :) [V]ocê já sentiu que a vida está tentando te dizer algo? [I]sso pode parecer estranho, mas talvez ela esteja. [D]igo isso porque foi esta a sensação que Marcos teve. [A] vida tinha deixado pistas nas coisas que lhe aconteciam. [D]esde então, ele passou a prestar mais atenção em tudo. [E]le, porém, não contava com um detalhezinho cativante... [C]erta menina cruzou seu caminho e ele se perdeu um pouco. [I]sso e o fato de sua baixa autoestima querer sabotar tudo... [F]elizmente ele tinha a ajuda de seu atrapalhado melhor amigo. [R]esolvi contar a história dele pois ela se parece com a minha. [A]cho que também com a sua, pois buscamos o sentido da vida. [D]eixo uma dica, caso queira embarcar nessa jornada: [A]bra bem seus olhos e ouvidos.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento12 de set. de 2020
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    Vida Decifrada - Jambelfort

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    Diagramação e Projeto Gráfico:

    jambelfort

    Revisão:

    Clecius Henrique Leite

    Leitura-beta e Revisão:

    Talita Guimarães

    B428v

    jambelfort

    Vida decifrada / jambelfort. São Luís: Edição do autor, 2019, p. 192.

    ISBN: 978-65-901229-0-2

    1. Ficção 2. Ficção Nacional. 3. Romance I. Título. II. Autor

    CDD: B869.3

    CDU: 82-31

    © Todos os direitos reservados.

    Personagens meramente fictícios. Menos um, talvez.

    Escrito em produtivas terras maranhenses.

    Para meu símbolo

    de inspiração,

    @graaande.felipe

    20052.png

    "

    Ah, tudo é símbolo e analogia!

    O vento que passa, a noite que esfria

    São outra cousa que a noite e o vento —

    Sombras de vida e de pensamento.

    Tudo que vemos é outra cousa.

    "

    Fernando Pessoa

    21815.png22016.png3097.png

    Os Filhos Perdidos, como eram conhecidos os garotos da Rua G, chegaram pontualmente ao encontro. Nas mãos, pedras pontiagudas. Nas mentes, um desejo forte de vingança. Para todos os meninos ali reunidos sob a árvore do quintal de Dona Maria, era a noite da revanche.

    — Se você quer o meu bem, não vá, Marcos...

    — Eu tenho que ir!

    Na rua de baixo, a outra gangue também estava reunida. O bairro os pertencia há dois anos. Assim deveria ser sempre, com ou sem sangue. Porém apesar de reunidos, não estavam preparados para o ataque dos Filhos Perdidos.

    — E se o pior acontecer? Não vá, Marcos...

    Agora faltava apenas duas horas para o confronto. A seus olhos, a vitória parecia justa, mas ódios míopes não conseguem prever tragédias.

    — Se você me ama, não vá, Marcos...

    — Não se preocupe, garota. Apenas fique distante.

    Helena Vitória mantinha o olhar preocupado, tentando convencê-lo a não participar da revanche; contudo, o rapaz só pensava em não se atrasar.

    — Sente-se, Marcos. Pare e apenas escute!

    — Você quer o meu bem, Helena? Então me deixe viver do jeito que eu quero!

    Ele apartou-se dela, indo em direção ao local combinado, com o mesmo ardor dos demais meninos.

    A algumas quadras dali, Alex estava inquieto, buscando inspiração para digitar uma simples mensagem. Era para Lara. Mal três letras se formaram e seu celular tocou.

    O destino tratou de uni-los mais esta vez. Irão eles algum dia perceber que a coragem dela para fazer a ligação acabou salvando-lhe a vida?

    Usando o pretexto do aniversário, a garota o parabenizou, mas não mencionou o assunto que realmente queriam conversar. Seu sentimento permaneceu no embrulho.

    Ela também o amava; no entanto, não transparecia.

    Desde que ela se mudou para estudar em outra cidade, eles tinham receio de provocar alguma esperança. Mas a iniciativa dela em fazer aquela ligação o inspirou.

    — Lara... Preciso dizer uma coisa.

    Era o único presente que ele queria receber e parecia ser este o panorama perfeito; contudo, foi interrompido pela chegada barulhenta de seus pais na sala.

    Decepcionado, Alex ouviu novamente o convite de sua mãe para acompanhá-los. Ele recusou, conforme esperado, assim como recusou a festa de seu aniversário. Naquela incomum noite de sábado, seus pensamentos tinham apenas Lara como opção.

    — Deixe-o, querida. Já apontamos o caminho. A decisão de seguir é apenas dele.

    O Sr. Luciano sabia o que dizia, pois vivia exatamente aquilo que acreditava. Tomando a mão de sua esposa e do filho caçula, se despediu de Alex, retirando-se da sala.

    Com o celular nas mãos, ele se concentrou em Lara. Seu coração ardia. Tinha que ser naquela noite!

    Mas em meio à chuva que se aproximava rapidamente, ouviu-se um grito distante. O relógio marcava oito e meia. Era a hora da revanche.

    Confiante, Marcos segurava sua pedra, esperando o começo da batalha. Ao final da rua, avistaram o grupo rival se aproximar no horário de costume; entretanto, não estavam despreparados. Em poucos instantes, pedras afiadas voaram em meio às gotas de chuva, pegando-os de surpresa. A alegria da revanche parecia tão próxima...

    — Memento Mori! — sussurrou Ratito, integrante do grupo rival, encostando algum metal pontiagudo na nuca de Marcos, pegando-o de surpresa.

    Apesar do susto, era talvez um alívio. Eles já estudaram juntos por alguns anos, porém acabaram se envolvendo com as brigas de rua, escolhendo caminhos opostos. Eles se olharam e não souberam o que fazer. Um aguardava a iniciativa do outro.

    No final da rua, os garotos rivais fugiram, mas também atiravam algumas pedras. Até que a certeza da vitória tornou-se em medo.

    — Cuidado com o carro!

    Uma das pedras atingiu em cheio o para-brisa de um automóvel cinza-chumbo, que perdeu o controle. Os meninos correram para a calçada e observaram o veículo desgovernado deslizar pela pista molhada.

    Ao se assustar com o barulho vindo da rua, Alex largou o celular e apareceu na janela de sua casa. Era o exato momento em que viu o carro frear bruscamente após atingir o seu pai e sua mãe.

    Marcos olhou para trás e viu o casal no chão. Na janela da casa, observou o rosto abismado do filho deles, que permaneceu imóvel. A confusão afugentou os garotos e aos poucos os vizinhos chegaram.

    Minutos depois, Helena ligou para Marcos. Ele ficou em silêncio por um instante, antes de conseguiu falar.

    — Você está sempre certa... Eu preciso dar atenção a tudo que você me diz...

    Naquele dia, o rebelde rasgou a camiseta preta, desligando-se dos Filhos Perdidos, e deitou-se, pensando nos conselhos da amiga. Decidiu sair menos de casa, dedicando-se aos estudos e ao notebook que ganhara do pai. Ele já tinha um computador de mesa, mas já não estava tão eficiente e esquentava rapidamente, então precisou de outro. Imaginou que deveria fazer o mesmo com suas atitudes.

    Algumas mudanças são necessárias...

    De fato, seu empenho o modificou por completo e seu interesse pela informática tornou-se uma paixão que apenas crescia. Por ter se destacado, logo já tinha um estágio. Entretanto, apesar da busca por conhecimento e informação ser fundamental, não era o bastante, pois tornou seus dias previsíveis e monótonos.

    Seria a vida apenas isso? Quase três anos depois do trágico acidente, ele descobriu que não. Foi assim...

    Certa vez, enquanto digitava uma crônica no notebook, Marcos sentiu um forte aperto no peito. Dirigindo-se à janela de seu quarto, avistou no topo do céu uma imponente lua cheia clarear suavemente a rua deserta. Era uma noite estranha, sem estrelas à vista.

    Admirando o silencioso e melancólico céu, percebeu-se completamente sozinho, até avistar alguém sentado na ponte, possivelmente triste.

    Seria uma mulher? Uma garota?

    Ele pensou em passar pela ponte e tentar descobrir o que acontecia, mas... Não era problema dele. E de tanto observar a tristeza daquela pessoa, percebeu que ele próprio também se sentia assim, com uma dor silenciosa que parecia não ter causa e um vazio tão intenso quanto o escuro que contemplava.

    5901.png

    Ele desligou o notebook, deitando-se exausto, caiu num daqueles sonos que parecem durar cinco minutos, porém abriu os olhos e já era de manhã. Alguns hojes não nos acordam de ontens mal dormidos. E assim dois dias se passaram. Ele parecia viver em modo automático.

    Até que...

    A manhã do dia vinte de junho parecia promissora.

    Ele abriu um pouco mais os olhos, rendendo-se de vez à luz forte que invadia o seu quarto. O feixe luminoso finalmente chegou ao encontro de sua cama, mas ela já estava vazia. O moço trouxe alguns biscoitos para seu quarto, um abrigo contra qualquer tipo de perturbação. De alguma forma, ele sentia que aquele pequeno compartimento não fazia parte do restante da casa. E ele se via deslocado.

    Aliás, ali tinha algumas peculiaridades. E não me refiro a seu teto ter um pitoresco formato piramidal, mas por ser a única da rua que tinha dois pavimentos, oferecendo uma visão privilegiada das casas vizinhas.

    Ele escrevia crônicas de informática em uma revista digital. E como de costume antes de digitar seus textos, ele acessou seu blog pessoal. Inspirado no pai, mestre em História Egípcia, Marcos usava um escaravelho em sua imagem de perfil. Talvez por esse inseto ser conhecido por empurrar uma bolinha de excrementos, pois era ali que Marcos guardava seus rascunhos. Sua maior paixão era escrever de forma criativa os momentos engraçados que ele observava, para serem usados nos textos da revista digital.

    Seus dedos se moviam pelas teclas feito um raio, mas o ritmo foi sendo re d u z i d o aos poucos. Estranhamente, a inspiração tinha lhe abandonado. Ele olhou para o teto tentando alcançar algum lampejo original, mas nada de novo surgia.

    N

    a

    d

    a.

    Ele encontrou apenas uma lâmpada de baixa voltagem que vez ou outra o aborrecia, deixando de funcionar quando entrava no quarto. A pouca luz lá em cima de certa forma correspondia à sua falta de iluminação nas ideias.

    Resolveu, então, andar um pouco pelas ruas estreitas de seu quarteirão. Desde o acidente, sua lista de contatos foi bruscamente reduzida. Ele abandonou as companhias fúteis e perigosas, mas desafortunadamente, afastou-se também das verdadeiras amizades. Mal dera alguns passos em direção ao lago da cidade e foi logo surpreendido com alguém tocando-lhe gentilmente o ombro.

    — Eu adoro quando você me faz isso!

    Ele já sabia que era o carinho de Helena Vitória.

    Sua amiga explicava o motivo da grave urgência para a conversa; no entanto, percebendo que a voz da garota estava um pouco apressada, ele desviou o olhar, focando no pingente de âncora que pendia no pescoço dela, mas virou o rosto, por ter percebido que o adereço se localizava bem próximo ao decote. E ela percebeu!

    Envergonhado, ele seguiu com os olhos algumas bolhas de sabão que planavam naquela manhã quente. Uma delas se distanciou das demais e sua espuma se rompeu em uma garota de vestido azul que andava na calçada abraçando alguns livros contra o corpo. Ela afastou uma mecha para trás da orelha e percebeu que alguém a admirava no outro lado da rua. A jovem olhou para Marcos e o encarou com um sorriso até subir a escadaria e entrar na biblioteca.

    Ainda com a boca semiaberta e com certo charme no olhar, ele voltou-se para Helena e ouviu o final de sua explicação.

    — E foi por isso que eu estava na ponte, triste, na noite de lua cheia.

    O rapaz, que não tinha prestado atenção a nenhuma palavra dela, desmanchou a sedução de seu rosto e disfarçou a preocupação com uma feição séria.

    — Marcos, você prestou atenção?

    — Bom... Este é um assunto muito sério e complicado. Preciso de tempo para pensar...

    Helena percebeu que se tratava de uma bela desculpa e soltou um sorriso contrariado.

    — Tenho que ir agora, moça. Preciso urgentemente de alguma inspiração para escrever minhas crônicas — prosseguiu ele, indo obviamente em direção à biblioteca.

    Enquanto caminhava, ele foi acompanhado pelos olhos da amiga, que acabou sem a resposta dele. Helena achou melhor assim, pois o assunto era sério demais para ser tratado com alguém daquele jeito.

    O cronista nem olhou para trás, temendo que ela mudasse de ideia e continuasse a estranha conversa. Apressadamente, ele subiu à seção de informática, onde tinha uma visão ampla do local. Após uma breve espera, decidiu procurar algum livro entre as estantes altas que rodeavam a extensa sala, voltando constantemente a atenção para baixo à procura da garota que o cativou.

    Ele segurou um

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