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December Revelação
December Revelação
December Revelação
E-book388 páginas5 horas

December Revelação

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Sobre este e-book

December Revelação é a segunda obra da trilogia December. Após perder toda sua família e amigos, desmascarar as mentiras do General Marcondes e ver toda a fortaleza cair em meio ao terror pela invasão dos possuídos, Miguel, Maria, Alice e Marino fogem para outro lugar em busca de proteção, chegando à cidade de Porto Seguro. Uma nova aventura, um novo lugar cheio de mistérios e traição, Miguel luta não só contra os possuídos, mas também luta para manter esse novo local, cheio de mistérios, seguro, sem fome e sem o terror que os afligem. As máscaras caem, o sofrimento volta a se levantar e as revelações mais cruéis atingem a espinha de Miguel e seus amigos.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento11 de mar. de 2015
December Revelação

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    Pré-visualização do livro

    December Revelação - Rafael Deboni

    December

    Revelação

    Rafael Deboni

    Copyright © 2014 Rafael Deboni

    All rights reserved.

    ISBN-13: 978-1499505412

    ISBN-10: 1499505418

    Essa obra e o autor não têm nenhuma intenção de

    desmoralizar, desvalorizar, ofender, rebaixar, incentivar

    nenhum tipo de crença, religião, doutrinas, templos, centros,

    etc. Muitos menos incentivar à desmoralização,

    desvalorização, ofensas, rebaixamento de nenhum tipo de

    crença, religião, doutrinas, templos, centros, etc.

    Qualquer citação a respeito de qualquer tipo de crença,

    religião, doutrinas, templos, centros e entre outras é

    puramente fictícia e desconhecida sua real e verdadeira

    pregação, concepção, pensamentos, estilos de vida, crenças

    entre outras pelo autor deste livro que se julga imparcial em

    assuntos religiosos.

    Como já dito, a obra é puramente fictícia desconhecendo a

    real e verdadeira concepção de qualquer religião.

    Peço minhas sinceras e humildes desculpas para qualquer

    leitor que se sentir ofendido com qualquer parte ou citação

    do livro.

    RAFAEL DEBONI

    DEDICATÓRIA

    Dedico essa segunda obra da trilogia a todas as pessoas

    que compraram o meu primeiro livro e principalmente a

    todos os amigos que não somente compraram, mas

    também me apoiaram em continuar a escrever, aqueles

    que me deram sugestões, críticas, indicações, sites e etc.

    Também dedico essa ao meu grande amigo Neto Romão,

    autor dessa capa do livro e novamente a Mariana Garofalo

    sempre ao meu lado e me apoiando.

    Novamente dedico a toda minha família e meus filhos.

    SUMÁRIO

    1 Solidariedade

    Pg 01

    2 Um dia a mais para viver em Março de 2013

    Pg 06

    3 Em busca de um lar seguro no Março infernal Pg 50

    4 A quarentena para Abril

    Pg 73

    5 Escassez do inverno de Julho 2013

    Pg 118

    6 Primeiro Agosto sem Miguel

    Pg 173

    7 Eu sou um Ideali

    Pg 207

    8 As máscaras de Outubro

    Pg 275

    9 Chuvas de Novembro

    Pg 311

    10 Por trás das cortinas de Dezembro

    Pg 341

    "As Flores brotam, e morrem...

    As estrelas Brilham, Mas um dia se apagarão...

    Tudo morre...

    A Terra, o Sol, a Via Láctea e até mesmo todo este

    universo não é exceção!

    Comparado a isto, a vida do homem é tão breve e fugidia

    quanto um piscar de um olho...

    Neste curto Instante, os homens nascem, riem, choram,

    lutam, Sofrem,

    Festejam, Lamentam,

    odeiam pessoas e amam outras!

    Tudo é transitório...

    E em seguida,

    Todos caem no sono eterno chamado morte..."

    Shaka de Virgem – Saint Seiya – Saga de Hades –

    Capítulo 09 – Além do Orgulho

    CAPÍTULO 1 - SOLIDARIEDADE

    Antes os homens tinham medo de morrer, por causa de

    doenças como câncer, AIDS, hepatopatias, dengue e até

    mesmo afogados ou carbonizados, mas tinham medo da

    morte. Uns acreditam em vida após a morte, outros

    acreditam que é uma continuidade só que em outro plano,

    uns em paraísos e infernos e outros acreditam que é apenas

    o fim.

    Quando o fim começou, acharam que era uma doença,

    disseram que era raiva, depois uma bactéria ou fungo que

    causava esquizofrenia, até perceberam que não era uma

    doença ou algo normal deste mundo.

    Os homens só se reúnem por motivos fúteis. Torcer por um

    time de algum esporte preferido de seu país, irem a um

    templo para sofrerem lavagem cerebral, torcer por um

    partido político claramente corrupto após sofrerem lavagem

    cerebral com suas palavras denotativas. Somente se

    reuniam por futilidades.

    Agora se juntam por sobrevivência, coisa que dificilmente

    acontecia por questões socioeconômicas que antes

    mudariam a vida e o bem-estar de uma nação ou libertar

    um inocente ou até mesmo resolver uma enchente de um

    bairro.

    Mas agora que se juntam por sobrevivência, todos tem a

    mesma conduta? O mesmo objetivo? Será que fazer acordos

    para sobreviver, dando uma vida para sobrevivência de 60

    pessoas é o certo? Lutar e tentar salvar toda a humanidade

    com unhas e dentes é errado?

    Salvar todos ou ignorar todos?

    1

    RAFAEL DEBONI

    Ajudar qualquer um ou negar o que restou da nossa

    solidariedade?

    Solidariedade! Uma ação que garantia o lugar no paraíso,

    no céu, onde quer que seja, porém os solidários estão

    mortos ou estão possuídos. Lugar no céu é estar com

    armas, água benta, pantáculo de Joshua e de Miguel, carro,

    comida e um lugar para se esconder.

    Nazaré Paulista, uma cidade do interior paulista,

    tipicamente católica, ela era segura e a pessoa mais

    religiosa, mais calma, solidária, bondosa e carinhosa, foi à

    responsável pela queda de uma fortaleza e pela morte de

    todas as pessoas e animais que viviam lá em segurança.

    Essas pessoas confiavam nela de olhos fechados, mas tão

    fechados, só porque era um representante de Deus na terra,

    e hoje elas estão de olhos fechados para sempre.

    São Tomé das Letras, a cidade misteriosa, mística! Boatos

    diziam que ninguém foi possuído. Mas ela estava acabada,

    deserta, porém havia um lugar seguro chamado Pousada

    dos Anjos. Essa pousada era mais seguro que um tiro de

    guerra. Era o refúgio mais seguro do país.

    Possuídos não entravam e as pessoas nem eram

    possuídas. Uma ditadura tão bondosa, tão cativante e

    acolhedora que tinham momentos que deixam ser

    democrática, ou melhor, pseudodemocrática, igual à

    liberdade de expressão e de imprensa no Brasil pós-

    ditadura militar.

    Era estranho no meio de tantos refugiados, terem poucas

    crianças e adolescentes, mais ainda estranho o sumiço

    deles durante a madrugada no meio do toque de recolher e

    a desculpa era que foram possuídas e fugiram ou o ataque

    silencioso de possuídos para sequestrarem elas. A comida,

    roupas e armas e munições sempre fartas sem explicação.

    2

    DECEMBER REVELAÇÃO

    Ninguém sabia a hora que eles saíam ou voltavam. Sabia-

    se apenas que eles saíam, às vezes quem saía. Mas o dia,

    à hora, quem foi ou deixou de ir era um mistério.

    Até que alguém entrou no único lugar que somente alguns

    militares podiam entrar. Então por um descuido a verdade

    foi revelando-se aos poucos.

    Não era um lugar segurado e protegido por Deus como todos

    acreditavam e todos os dias rezavam por Ele. Era uma

    negociação diplomática.

    Apontavam e eles iam, o trabalho sujo dos possuídos de

    capturar os jovens vivos, tornou-se dos militares que

    prometiam proteção e comida para eles e sua família. Tudo

    isso por um acordo imbecil e sem sentido de paz, entre a

    pousada e os possuídos. Os militares entregavam as

    crianças e adolescentes e os possuídos prometiam não

    invadir para matar todos da pousada.

    Porém por outro descuido, mataram um dos possuídos, e

    como pedido de desculpas, foi exigido à humilhação e outra

    vida. A filha do grande soberano foi exigida para ser

    estuprada na sua frente e morta de forma cruel. Enquanto

    isso eram diversão e pedido de desculpas para os

    possuídos, isso eram um trauma, uma humilhação e uma

    grande perda para um pai.

    Mas a filha foi trocada pela mulher que descobriu todas as

    falcatruas deles entrando naquele lugar proibido para os

    que não eram militares de confiança do general. A

    criminosa ia ser estuprada e morta pelas mãos dos

    possuídos no lugar que deveria ser da filha dele. Nem os

    possuídos sabiam que ela estaria no lugar da filha. Porém

    essa mulher tinha um amigo e uma pessoa especial. Essa

    pessoal especial que perdeu todas as pessoas que amava

    de forma cruel e violenta e que agora depositava todo seu

    3

    RAFAEL DEBONI

    amor e confiança que estavam transbordando de seu

    coração nessa mulher.

    Ele buscou em todos os cantos essa mulher e acabou

    descobrindo tudo. Foi preso, torturado e quando estava

    prestes a ser morto, conseguiu se salvar, conseguiu salvar

    sua amada e ainda revelou toda a verdade. A maioria dos

    militares tentaram evitar que a verdade fosse revelada,

    mas os militares que não faziam parte da falcatrua do

    ditador, rebelaram-se contra ele e seus subordinados e

    ajudaram a verdade a ser revelada em meio à lavagem

    cerebral que as pessoas da pousada passaram.

    Em um duelo à moda antiga, o militarismo caiu, a

    segurança caiu, a fé imposta caiu, o porto seguro caiu, amor

    paternal caiu, a confiança caiu, amizade caiu e a

    solidariedade caiu.

    Mas a nova amizade surgiu, o novo líder surgiu, o novo

    amor e o velho amor escondido surgiram. O velho medo

    surgiu, o velho terror surgiu, o velho desespero surgiu e

    velho e novo ataque surgiu.

    Os que tinham medo da morte e tinham se esquecido dela

    por causa da pousada segura e feliz, lembraram-se com a

    invasão em massa dos possuídos.

    A solidariedade que estava ressurgindo aos poucos através

    de um falso ideal, morreu durante a fuga, durante o corre-

    corre das pessoas para se salvarem. Mulheres indefesas

    que tropeçaram foram pisoteadas, quando um possuído

    estava atacando uma pessoa, a outra em vez de ajudá-la

    aproveitava para correr, quando alguém se trancava no

    quarto e não deixava nenhuma outra pessoa entrar, nem

    aquela que passou a tarde toda ao lado dela conversando e

    dando risada, nem se ela implorasse.

    4

    DECEMBER REVELAÇÃO

    O terror e o medo deveriam unir as pessoas, mas não

    conseguiu mudar os instintos naturais dos homens de

    sobrevivência e egoísmo. Em vez de salvar o próximo

    preferiram correr, em vez de ajudar uma pessoa indefesa

    levantar do chão, preferiram pisoteá-la para não ser pega,

    em vez de se unirem para sobreviverem, preferiram fechar

    os olhos e as portas e deixar que o outro fosse morto antes,

    já que aquela porta não é nada comparada a força de um

    possuído.

    É, união é somente para futilidade, nem para sobrevivência

    do próximo e de um grupo ela serve mais.

    Porém vendo essa covardia e egoísmo das pessoas, eu

    mudei, agora eu quero acreditar na solidariedade e na

    união das pessoas, eu irei lutar, eu irei viver e irei

    sobreviver para que isso aconteça e para que as pessoas

    possam voltar ao normal e terem esses status e futilidades

    de volta, não aguento mais ver mortes pelas mãos dos

    possuídos e nem covardia pela própria sobrevivência.

    Eu, Miguel Ideali, prometo lutar até o fim para que a

    humanidade volte ao normal e todos os possuídos sumam,

    em honra dos meus pais, em honra das minhas irmãs, em

    honra do pessoal unido e carinhoso da Igreja de Nazaré

    Paulista, em honra aquelas adolescentes trocada por

    sobrevivência, em honra aquela mulher pisoteada, em

    honra aquele cara que foi deixado para morrer, em honra ao

    Leopoldo e principalmente pela honra de Sergio, que morreu

    por causa dos possuídos e a covardia dos militares em lutar

    para tudo voltar ao normal.

    Foi isso que Miguel pensou enquanto via os possuídos

    atacando a pousada e antes da porta se abrir com tudo e

    assustar Maria, Alice, Marino e a ele mesmo.

    5

    CAPÍTULO 2 – UM DIA A MAIS PARA VIVER

    EM MARÇO DE 2013

    Distraídos, assustados e abismados com o ataque em

    massa dos possuídos na pousada, Miguel Maria, Alice e

    Marino olham pela janela da enfermaria o horror. Os

    possuídos não eram muitos, mas atacavam as pessoas de

    uma forma tão rápida e letal que em poucos minutos o

    número deles acabou ficando maior que as pessoas.

    Miguel estava totalmente ferido, mal conseguia ficar em pé,

    Maria ainda tossindo sem ar e abalada pela morte de

    Sergio, Alice psicologicamente abalada e o único bem

    fisicamente e psicologicamente era Marino, mas ele ficou

    imóvel e sem palavras como se estivesse na mesma

    situação que os três. Até que os quatro acordam quando a

    porta da enfermaria se abre com toda força como se alguém

    tivesse arrombado ela. Quando eles olham para a porta,

    Alice se esconde atrás de Miguel enquanto Maria agarra

    seu braço com todas as forças que possui e ele só olha,

    como se estivesse se preparando para um luta corporal, já

    que estava sem arma, Marino preparado, aponta a arma

    para a porta. Porém quando eles olham para a pessoa ali,

    reconhecem o Almirante Silva.

    Almirante Silva – Vamos embora! Rápido!

    Marino – Para onde?

    Almirante Silva – Pelo túnel que fizemos para rota de fuga!

    Vamos agora!

    Miguel – Não confio nele! Ele estava a favor do general!

    Marino – Não! Ele está conosco, só estava com medo.

    6

    DECEMBER REVELAÇÃO

    Almirante Silva – Vamos! Outros soldados já foram e

    conseguiram levar algumas pessoas.

    Marino – Vai Miguel!

    Almirante Silva – Pega isto Miguel!

    Almirante Silva joga para Miguel a arma que estava

    pendurada em seu cinto. Eles começam a seguir Almirante

    Silva até o túnel. Eles vão correndo o máximo que podem,

    Miguel vai apoiado em Marino para não cair no meio do

    caminho enquanto Maria fica atrás sendo protegida por

    Alice enquanto Almirante Silva vai à frente.

    Eles passam por alguns possuídos no caminho, mas não

    hesitam em matá-los, não querem perder tempo e nem

    correrem o risco de serem atacados. No caminho Miguel

    observa os corpos das pessoas mutiladas e o sangue

    jorrado no chão e paredes. Não foi difícil voltar a relembrar,

    a cena que tinha esquecido da igreja de Nazaré Paulista, da

    sua família inteira morta e também mutilada. À medida que

    andava, vinha em sua mente o rosto de cada um deles,

    como se fosse um filme, via o rosto deles vivos e depois

    mortos e logo em seguida as últimas palavras que ele disse

    para todos a respeito dos pais: "Foda-se, hoje eu não quero

    ficar com eles, nem que seja a última vez que eles irão me

    ver. Não merecem e nem ligam para a minha presença."

    Essa frase fere seu coração como uma faca em chamas, ele

    não consegue parar de pensar em sua família e amigos que

    fez em Nazaré Paulista. Até que começa a chorar.

    Marino – Calma Miguel! Estamos chegando, não precisa

    ficar medo!

    Maria – Está tudo bem Mi?

    Miguel – Não estou com medo, só é bicholisse minha.

    7

    RAFAEL DEBONI

    Almirante Silva – Não vamos parar! Vamos logo! Falta

    pouco, só precisamos entrar ali, naquela casinha!

    Marino – Calma Almirante! Acabei de ver um possuído se

    escondendo ali atrás! E deve ser mais que um.

    Almirante Silva – Vamos matá-los então!

    Marino – Não é assim! Precisamos de uma estratégia!

    Miguel – Cala a boca vocês dois caralho! Deixa que eu vá

    verificar!

    Maria – Não Miguel, você está machucado!

    Alice – Concordo. Deixa que eu vou.

    Miguel – Não podemos ficar aqui parados! Se não formos

    para cima é provável que venha mais deles atrás de nós.

    Marino – Mas você não tem condição de lutar com um

    deles!

    Miguel – Eu sou o mais machucado aqui, eu estou só

    atrasando vocês, pelo menos uns dois ou três eu consigo

    matar, aí vocês correm!

    Maria – Não Miguel, pelo amor de Deus! É uma missão

    suicida!

    Miguel – Uma missão suicida não! Uma missão para salvar

    todos vocês e conseguir me vingar da morte da minha

    família. Vou contar até três, então voc...

    Nesse momento eles são interrompidos por algumas

    pessoas que chegam até o local onde eles estão. Entre as

    10 pessoas que chegaram ali, dois eram militares. Um deles

    era alto, quase dois metros de altura, muito magro, porém

    saudável, caucasiano de cabelo curto raspado do lado e

    8

    DECEMBER REVELAÇÃO

    arrepiado em cima, com a roupa de militar e segurando

    uma mulher ferida em suas costas e segurando a

    metralhadora, esse é o João, ele fazia parte da Marinha

    Brasileira até tudo acontecer, era piloto de caça, e

    conseguiu sobreviver aos ataques que teve na base naval,

    fugiu com um avião até Belo Horizonte e de lá se uniu ao

    grupo do General Marcondes.

    João – O que está acontecendo aqui? Porque estão

    parados!

    Marino – Eu vi um possuído se escondendo, se irmos nós

    vamos cair em uma armadilha.

    João – Merda! Pior que matamos uns cinco lá atrás e vem

    mais vindo. Fechamos as portas, mas não será difícil para

    eles quebrarem.

    Marino – Você viu se tinha mais gente viva!

    João – Não! O Cabo e eu estávamos no meio do ataque e

    conseguimos fugir e no caminho para cá conseguimos

    salvar essas pessoas, mas se ficarmos parado aqui por

    muito tempo, nós seremos pego!

    Miguel – Já falei! Deixa-meeu ir primeiro! Depois vocês

    atiram naqueles que vierem!

    Marino – Não dá!

    Miguel se solta de Marino e vai correndo para o fim do

    corredor que dá acesso ao um quintal aberto, e no fundo

    desse quintal tem uma pequena casa que dá acesso ao

    túnel. Marino e Almirante Silva tenta segurá-lo, mas não

    consegue. Maria grita junto Alice o seu nome, mas em vão,

    porque ele não vai parar por nada. Ele quer salvar essas

    pessoas, ele quer vingar a morte de seus pais e espera ter

    uma morte sem peso na consciência pela discussão que

    9

    RAFAEL DEBONI

    teve com sua família.

    Os poucos passos dali onde estão até o quintal pareceu

    uma distância muito longa para ele, não pela dor, mas

    porque tudo ficou em câmera lenta novamente, ele escutava

    aquela mesma voz dos seus sonhos em sua cabeça e

    começam a conversar:

    Luz – O que está fazendo Miguel?

    Miguel – Estou salvando 13 pessoas da morte certa!

    Luz – Mas assim você irá se matar. Pense bem! Não vá

    sozinho!

    Miguel – Vou sozinho para dar oportunidade a eles

    matarem os que vierem para cima de mim.

    Luz – E se eles não vieram?

    Miguel – Aí dará tempo para eles correrem até aquele

    túnel.

    Luz – Se você morrer quem protegerá Maria?

    Miguel – Os militares.

    Luz – Mas você prometeu para ela e para si mesmo que

    iria protegê-la.

    Miguel – É o que estou fazendo. Protegendo-a!

    Luz – Não, você está querendo vingança, e para isso você

    está sacrificando a sua vida e a dela!

    Miguel – Somente a minha!

    Luz – Ela te ama! Se você morrer ela ficará perdida, e

    poderá se matar ou até pior! Tentar vingar a sua morte e

    10

    DECEMBER REVELAÇÃO

    morrer de forma trágica, ou até mesmo ser estuprada

    antes de morrer.

    Miguel – Então, que o Deus dela a proteja e que você vá se

    foder antes que eu me esqueça!

    Maria e Alice se desesperam ao ver a cena de dois

    possuídos atacarem Miguel no momento que chega ao

    quintal, um possuído pula em cima dele pelas costas e outro

    aparece na sua frente, o possuído nas costas aperta sua

    cabeça enquanto o da frente dá um soco em sua barriga, o

    fazendoele cair de joelhos no chão. Marino de onde estava

    dá um tiro no possuído que está nas costas de Miguel, mas

    nada adianta, só faz o possuído olhar para trás e dar um

    sinal com a cabeça para que os outros que estão ali entrem

    no corredor. Miguel consegue olhar e contar. São cinco

    possuídos indo em direção ao corredor e em volta não vê

    mais nenhum. Ele pega a faca que estava em seu bolso,

    enfia na cabeça do possuído em suas costas e com a arma

    dá um tiro na cabeça do que está na sua frente. Levanta-se

    rapidamente e dá outro tiro na nuca do possuído que está à

    frente dos outros entrando no corredor. Marino e Almirante

    Silva começam atirar nos outros, mas conseguem matar

    somente um, os outros três que sobraram foram tão

    rápidos, desviaram de alguns tiros e empurram Almirante

    Silva em cima de Marino, e outro pula em cima de Maria

    derrubando não somente ela, mas também a Alice, e outro

    dá uma voadora no militar que estava à frente do grupo e

    do João. Miguel volta correndo e a primeira coisa que faz é

    descarregar a arma no possuído em cima de Maria e depois

    que a arma estava vazia, ele ataca na cabeça do mesmo,

    que solta Maria e vai na direção dele. Ambos gritam

    enquanto um vai na direção do outro. O grito do possuído é

    tão alto que chega a doer os ouvidos de todos. Eles batem

    de frente, mas pela força sobrenatural do possuído, faz

    Miguel voar alguns metros para trás com ele abaixo do

    11

    RAFAEL DEBONI

    possuído. O possuído dá um soco na direção do rosto de

    Miguel que consegue desviar fazendo ele socar o chão e

    quebrar a própria mão, estilhaçando os carpos e os ossos

    do punho. Ele para e olha para a sua mão toda torta e

    esmigalhada, Maria então pega a arma de Alice que estava

    no chão próxima a ela, e sem querer, quando atira consegue

    acertar a cabeça do possuído em cima de Miguel. Uma das

    pessoas que estavam mais ao fundo, pega a metralhadora

    do militar que foi morto por ter sido atingido pela voadora e

    consegue matar esse possuído que deu a voadora.

    Almirante Silva com o rosto desconfigurado pelos socos que

    tomou do possuído, quase desmaiando consegue pegar a

    sua arma e matar o possuído em cima dele.

    Marino – Estão todos bem?

    Alice – Ai meu Deus!

    Maria – Almirante! Você está bem?

    João – Merda! Merda! Merda! Ele matou o cabo!

    Marino – Viu o que sua burrice fez seu idiota!

    Miguel – Pelo menos conseguimos matar sete deles, e eu

    consegui ver que não tem mais nenhum lá fora!

    João – Aqui tem que ser organizado seu puto! Tem que

    receber e obedecer ordens!

    Miguel – Não sou um militar filha da puta igual você que

    vendiam crianças para esses merdas!

    Alice – Pare vocês três! Temos que ajudar o Almirante!

    Maria – Ela está certa! Ele está muito mal! Olha como está

    o rosto dele, parece que um ônibus passou por cima da

    sua cara!

    12

    DECEMBER REVELAÇÃO

    Almirante Silva- Eu estou bem! Agora vamos!

    João – Porra! Os que estão atrás de nós estão vindo!

    Almirante Silva – Vão! Me deixem aqui!

    Marino – Não! Ninguém fica para trás no meu turno!

    Ninguém! Entendeu seu idiota!

    Miguel – Vem eu te carrego!

    Almirante Silva – Eu não irei sobreviver! Então vão

    embora! Eu cuido desses daqui, rápido antes que eles

    cheguem!

    João – Toma meu irmão! Essas granadas irão te ajudar a

    atrasá-los! Saiba que seu nome será sempre lembrado

    como herói!

    Almirante Silva – Vão!

    Miguel e os outros correm na direção da casinha, mesmo

    aparecendo um possuído à frente deles, Marino não

    desperdiça a munição e acerta logo um tiro no meio dos

    olhos dele, conseguindo abrir passagem para a casa.

    Marino o primeiro a chegar abre a porta e grita para todos

    entrarem logo. Miguel é o último a entrar, antes deles

    fecharem a porta, Marino e Miguel assistem os últimos

    segundos de vida do Almirante Silva.

    O Almirante Silva, mesmo desconfigurado e quase

    morrendo de um grande trauma na cabeça, ele consegue

    atrasar os possuídos, segundos antes de agarrar o primeiro

    possuído, ele tira os pinos das 6 granadas que João lhe

    deu. Ele segura o possuído pela cintura que soca as suas

    costas até ele soltar, os outros que vem atrás só desvia dos

    dois.

    13

    RAFAEL DEBONI

    Possuído – Nunca via alguém dar risada antes de morrer!

    Com a voz bem baixinha, com sangue saindo pela boca

    entre os dentes quebrados e o maxilar quebrado e

    deslocado, Almirante consegue responder com muita

    dificuldade.

    Almirante Silva – Estou sorrindo para a morte! Porque irei

    levar comigo pelo menos mais cinco de vocês!

    Possuído – O quê?

    As granadas explodem matando não somente a ele mas

    também os possuídos que estavam prestes a entrar no

    quintal. A explosão foi forte e foi grande, fazendo os

    pedaços dos corpos dos possuídos voarem até perto da

    porta da casa onde está o túnel. Parte do prédio de três

    andares começa a desmoronar por causa da explosão,

    aquela poeira atravessa a pousada inteira escurecendo

    tudo. O silêncio toma conta da pousada, os gritos e

    gargalhadas dos possuídos pararam, e os gritos de dores e

    o desespero das pessoas que ainda ficaram lá também

    foram silenciados com a explosão e principalmente com a

    poeira que tomou conta do terreno. Quem estava ali ainda,

    não enxergava mais nada, nem mesmo os possuídos, até

    que o silêncio é quebrado com uma segunda explosão ainda

    maior. Essa segunda explosão foi causada por causa dos

    botijões de gás que tinha na parte que ainda estava em pé

    do prédio, desmoronando tudo e os estilhaços e pare do

    prédio atingindo os prédios do lado, matando todos os

    possuídos que estavam ali perto e também as pessoas.

    Marino e Miguel antes mesmo da primeira explosão já tinha

    fechado a porta e já estavam correndo pelo túnel, mas com

    a segunda explosão, todo o chão e o túnel tremeu, todos que

    estavam dentro do túnel só não caíram no chão porque se

    seguraram na parede. Mesmo assim começaram a correr

    14

    DECEMBER REVELAÇÃO

    ainda mais com medo de que o túnel caísse, que é uma

    verdade, porque ele começou a desmoronar aos poucos.

    Tudo tremendo, terra caindo na cabeça deles, pedaços de

    pedra e a fiação da luz no chão atrapalhavam a fuga deles.

    Quando chegam na metade do túnel, com sorte, ninguém foi

    soterrado, porque a parte que ficava perto da pousada

    desmoronou por inteiro. Eles só tinham uma saída agora, e

    ninguém sabia ao certo qual distância e muito menos

    conseguiam enxergar um palmo à frente.

    João – Estão todos bem? Ninguém se machucou?

    Marino – Acho que estão todos bem sim!

    Miguel – Cadê a Maria!

    Maria – To aqui Mi! Você está bem?

    Miguel – Estou sim, só dolorido ainda, querendo um pouco

    de trégua!

    João – Trégua o caralho seu filho da puta! Depois que

    subirmos naquele avião você terá que me convencer o

    porque não te jogar lá de cima!

    Alice – Avião?

    Marino – Sim, avião! Seu pai planejou essa rota de fuga

    que nos leva a um sítio enorme que possui uma pista.

    Alice – Mas como vocês conseguiram um avião?

    João – Eu fugi com ele da base naval, é um cargueiro,

    cabe bastante gente, pousei em Belo Horizonte onde

    encontrei seu pai, depois que acharam o sítio, seu pai e eu

    voltamos para pegar o avião e mais gasolina para ele.

    Alice – Quando isso?

    15

    RAFAEL DEBONI

    João – Logo depois que encontramos a pousada, depois

    que trouxe o avião seu pai mandou fazer esse túnel.

    Miguel – Pelo menos aquele velho era esperto.

    João – Olha como você fala dele!

    Miguel – Por quê? Você era a favor dele?

    João – Era sim! Eu estava ali no meio da arena quando

    vocês nos deixaram para os possuídos nos matarem!

    Miguel – Ata, foi mal!

    João – Mal? Graças a você e a sua vagabunda morreu

    mais gente em menos de meia hora do que meses que

    construímos essa porra!

    Miguel – Repete o que você falou dela! Só mais uma vez

    por favor, eu imploro!

    João – E por acaso você vai fazer o que?

    Marino e Alice – Para!

    Maria – Chega Miguel, depois discutimos isso! Temos que

    ir até esse avião!

    Marino – Maria está certa, vamos!

    Alice – Meu Deus, porque eu nunca soube disso?

    João – Porque seu pai era um ditador, ele não queria que

    ninguém soubesse das coisas que ele fazia, nem metade

    dos militares que estavam com ele sabiam um quarto das

    coisas que ele fazia, e ele te achava uma mimada idiota, e

    eu te acho uma cretina, na hora que você atirou nele eu só

    não te matei porque me renderam primeiro, e veja só,

    agora estou salvando a vida de vocês!

    16

    DECEMBER REVELAÇÃO

    Miguel – Isto não seria problema para mim.

    João – Você é muito abusado seu moleque! Estou

    perdendo a paciência com você!

    Miguel – Vai para puta que te pariu seu merda, vamos

    resolver isso agora!

    Marino – Parem os dois! Ou juro que darei um tiro no pé

    de cada

    Está gostando da amostra?
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