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Simplesmente eu
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E-book97 páginas1 hora

Simplesmente eu

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Sobre este e-book

Em uma tarde ensolarada eu me encontrava no mesmo canto do sofá aguardando a próxima programação da tv sem nenhuma opção. Entediado, peguei um livro na prateleira cujo título é “O Guarani” de José de Alencar, por curiosidade, resolvi folheá-lo. Quando me dei conta percebi que o ator da novela lia o mesmo trecho que eu tinha em mãos. A novela se chamava Coração de Estudante, o trecho narrava a magia da leitura e na transformação que ela faz na vida dos leitores. Naquela hora me senti tão importante por ter este conhecimento literário! E aqui está SIMPLESMENTE EU, um sonho que se tornou realidade.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento16 de dez. de 2021
ISBN9786588676219
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    Simplesmente eu - Ivan Ferreira de Abreu

    – INTRODUÇÃO –

    Há lindas histórias onde o amor é sempre o protagonista. Amor? Nos dias de hoje passa tão despercebido  e  muitas  das  vezes tão ignorado. Numa sociedade tão individualista como a nossa, onde se pensa primeiramente no ego, em que o orgulho fala mais alto, vir um ser humano muito simples, de pé no chão, falando das coisas mais simples, ao invés de surgir do alto com todo esplendor e glamour, onde os raios poderiam ser efeitos especiais, os trovões poderiam ser os foguetes, sua carreata poderia surgir em cima das nuvens guiada por querubins, onde seria o assunto em todos os sites de fofoca e canais da televisão, o babado da semana. Mas, ao invés disso, preferiu vir do ventre de uma mulher simples, que suspeitaram de sua integridade, acusando–a de adúltera.

    Refugiada para a sobrevivência do seu filho, o teve em uma manjedoura, ali mesmo, junto com seu esposo, sem ninguém em sua volta. Haviam alguns animais para sua companhia, sem nenhum privilégio ou majestade. O berço simples foi feito de capim e, para aquecê–lo, colocaram–no na manjedoura.

    Uma infância como qualquer outra, normal. Em vez de ter milhões de seguidores, tinha uns dez ou doze amigos (além de tudo, um era traíra). Quando estava em apuros, um o renegou por várias vezes dizendo que não o conhecia.

    Quando entrava em alguma discussão além de levar um tapa, oferecia o outro lado para mais um tapa. Em uma de suas revelações teve medo e cogitou com sua mãe:

    Teve uma mãe de pulso firme, que o aconselhou e formou sua opinião:

    Caminhava a pé mesmo, falando de algo maravilhoso. Enquanto pessoas acumulavam riquezas, ele repartia o pão e o peixe para as multidões. Onde haviam festas grandiosas demonstrando ostentação, ele se afastava e ficava em jejum, e para além de tudo isso, era testado, principalmente sobra a fidelidade com seu pai.

    Em suas caminhadas, só queria compartilhar ensinamentos. Isso trazia rancor à classe mais poderosa, pois sua arma era a palavra, palavra esta que levava esperança, força e libertação onde o mais podre, o mais humilde tinha acesso, pois nem o dinheiro nem o poder tinham chance.

    Andou por cima das águas, e somente sua sombra já fazia milagres. O seguiram procurando falhas para assim o acusarem. O tentaram com uma prostituta, mas sua sabedoria era incrível. 

    Não teve jeito, ele foi capturado e torturado, mesmo sem acusações. Lavaram as mãos e puseram uma cruz em suas costas. Ele seguiu em frente com sua cruz. A abraçou e seguiu um longo caminho, e sabia que sua hora estava chegando, sem medo. Sua mãe de longe o seguia, não o abandou, e no seu cair não aguentou. Saiu correndo para acudi–lo e ele confirmou (mãe aqui seu filho, filho aqui está sua mãe). Morreu de braços abertos, teve sede e ao estar no meio de dois ladrões falou da maravilha do seu reino.

    Tudo isso por nos amar tanto.

    Fez da sua semelhança a nossa. Só nos deu seus mandamentos, e mesmo assim tínhamos o livre arbítrio de  seguir ou não seus conselhos. E se por ventura escolhermos um caminho que se possam arrasar famílias, prejudicar o próximo, causar destruição e no final nos arrependermos de todos os nossos atos, ele estará como sempre esteve, de braços abertos para nos acolher. Parece até brincadeira que existiu alguém que fez isso pela humanidade.

    CAPÍTULO I

    INFÂNCIA

    Lembro–me bem daquela tarde. Encontrava–me numa cadeira de rodas, parecia uma pessoa impossibilitada. Foi naquele momento,  quando cheguei a um leito de hospital, depois de ouvir um coral de músicas líricas que cantava na capela, uma irmã de caridade, após suas orações se aproximou de mim oferecendo a hóstia consagrada.

    Em seguida me disse que pessoas carentes, debilitadas, precisam de uma palavra amiga, um acolhimento, de uma unção. Eu tinha plena consciência disso.

    Estava mesmo numa situação complicada, era evidente, mas o corpo e a matéria não correspondem aos sentimentos e, principalmente, não apaga os erros. Eu tinha a sensibilidade de analisar, pois comungar sem estar preparado é comungar sua própria condenação.

    Mas aquele dia foi o mais magnífico de minha vida, depois de todo calor do inferno que já tinha sentido, nesse dia eu pude sentir a brisa do paraíso.

    Há lindas histórias onde o amor é sempre o protagonista. Amor? Nos dias de hoje passa tão despercebido e muitas das vezes tão ignorado.

    Tantos exemplos já foram dados. No entanto, o Salvador morreu de braços abertos e além de tudo pediu desculpas por aqueles que ficaram.

    Não sei, mas se as pessoas fossem menos materialistas e aceitassem a si mesmas, esse amor seria mais transparente, porque não há nada pior do que viver na ilusão e esquecer–se da realidade do seu dia a dia.

    Muitos culpam acontecimentos, tragédias, jogam até no destino, mas culpar erros e atos é muito difícil. É o que já tinha dito, um pouco de aceitação é muito bom.

    Aquele menino nascido de um parto cesariano complicado, havia crescido numa infância privilegiada, pois ainda existia uma ingenuidade naquele tempo, brincadeiras inocentes, um respeito mútuo perante os pais e os mais velhos.

    ***

    Umas das brincadeiras que eu mais gostava era cair no poço, mas eu esperava as meninas se reunirem para chamá–las. Assim que se reuniam, nós combinávamos para cada um sair com sua companhia predileta. A brincadeira era simples: alguém tapava se olhos e ia perguntando:

    Essa? Não!? E Essa? Não!?

    Quando a garota era escolhida, ele abria um pouquinho os dedos e você dizia sim (lógico!). Cada um saia com a pessoa escolhida e aquele abraço era uns dos mais carinhos que você poderia ganhar. Essa brincadeira só ocorria nos finais de semana depois das celebrações religiosas.

    Todos participavam da celebração. Cada um colocava sua melhor roupa, que era usada só em ocasiões especiais.  Todos nós tínhamos somente algumas camisas, pois comprávamos roupas só na festa do nosso padroeiro, uma vez no ano. E esses ternos tinham que durar o ano todo.

    Minha mãe só comprava, no que hoje se diz brechó. Antigamente era uma senhora que trazia roupas de São Paulo – você podia escolher o nome: Di Modas ou Confecções Di.

    O problema era que a senhora vendia várias camisas da mesma cor, e por mais que você escolhesse, tinha umas trinta ou mais iguais. Não tinha jeito, pois a maioria das mães comprava tudo lá. No meu caso e dos meus irmãos, eram quatro camisas e uma calça pra cada, então a calça nós repetíamos os quatro dias de festa.

    Nosso o sapato era trocado só quando não dava mais

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