Fatores socioeconômicos e nutricionais e a relação com a insegurança alimentar
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Fatores socioeconômicos e nutricionais e a relação com a insegurança alimentar - Paola Braga de Oliveira
A Deus por ter iluminado meu caminho até os dias de hoje, sempre me colocando diante das oportunidades que valorizo.
A toda equipe de professores desta instituição que se empenham no trabalho de levar conhecimento ao próximo.
Em especial à Italla Maria Pinheiro Bezerra e ao Luis Carlos de Abreu pela oportunidade. Sem a persistência e a ousadia deles eu não teria realizado este trabalho.
À professora Sophia, que gentilmente cedeu o banco de dados.
A toda minha família, pais, irmãs, esposo e filhos, que são sempre um suporte nas difíceis jornadas.
A alma da Fome é Política.
Herbert José de Sousa – Betinho
LISTA DE SIGLAS
APRESENTAÇÃO
Como profissional de saúde, por muitos anos me dediquei ao trabalho com alimentação, nutrição em saúde pública e merenda escolar, atuando tanto no setor privado quanto no setor público, porém foi no setor público que pude conhecer e vivenciar a fome junto aos meus pacientes e alunos.
Ao trabalhar com alimentação nesses setores, no decorrer dos anos fui ampliando meu embasamento técnico e minha experiência profissional, o que me traz hoje uma força de vontade e um sentimento de que tenho muito a contribuir com a construção de programas e até mesmo de políticas públicas direcionados aos problemas da fome e insegurança alimentar, principalmente em meu município e minha região. Portanto, conhecer a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), toda a sua história, seu potencial e o que seus dados podem revelar, tanto visivelmente quanto nas entrelinhas de seus resultados, é um dos meus grandes objetivos pessoais. Com este trabalho espero ganhar um vasto conhecimento desse instrumento que é a EBIA e mensurar o quanto ela poderá ser uma grande aliada na busca da equidade de ações que eu possa vir a desenvolver algum dia. Talvez este seja o momento, já que a população mais empobrecida foi mais uma vez a mais prejudicada após o evento da pandemia de covid-19.
SUMÁRIO
Capa
Folha de Rosto
Créditos
1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1 FOME E NUTRIÇÃO
2.2 PROGRAMAS E POLÍTICAS DE SAÚDE, NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO
2.3 FORMAS DE MEDIR A (IN)SEGURANÇA ALIMENTAR
2.4 FATORES ASSOCIADOS À SEGURANÇA ALIMENTAR
2.5 MULHER E FOME
2.6 FOME PÓS-PANDEMIA
2.7 ESCALA BRASILEIRA DE INSEGURANÇA ALIMENTAR E POLÍTICAS PÚBLICAS
3. OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
4. MÉTODO
4.1 TIPO DE ESTUDO
4.2 LOCAL DO ESTUDO
4.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO
4.4 VARIÁVEIS DO ESTUDO
4.5 MATERIAL E ANÁLISE DE DADOS
4.6 ANÁLISE DE DADOS
4.7 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS
5. RESULTADOS
6. DISCUSSÃO
7. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ANEXOS
ANEXO 1 – FICHAMENTO DOS ARTIGOS UTILIZADOS COMO REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Landmarks
Capa
Folha de Rosto
Página de Créditos
Sumário
Bibliografia
1. INTRODUÇÃO
Populações empobrecidas e em desigualdade social extrema são frequentes na história do mundo, ora por motivos relacionados a guerra e conflitos políticos, ora por problemas econômicos e até mesmo religiosos, culminando em problemas como fome, pobreza e miséria. Ter uma forma de identificar e avaliar os reflexos desses eventos na qualidade de vida das pessoas, principalmente em relação à alimentação, que é um fator vital e um direito mundial do ser humano, é algo que auxilia nas ações direcionadas a esse problema. Temos no Brasil a EBIA (Escala Brasileira de Insegurança Alimentar), um instrumento validado, acessível, de baixo custo e fácil interpretação que pode auxiliar a mensurar a fome (ATHILA e LEITE, 2020). E mensurar tal fenômeno indica para organizações dispostas a ajudar, sejam elas governamentais ou não, um direcionamento de estratégias e, principalmente, fornece dados para que ações possam ser priorizadas e inseridas em possíveis programas que possam surgir para tentar garantir o que a nossa lei determina: que toda a população tenha direito ao acesso regular e permanente à alimentação em quantidade e qualidade suficientes, mesmo em momentos de caos (OLIVEIRA et al., 2018).
Exercer essa lei em períodos de crise é uma difícil tarefa. Uma das leis brasileiras que fazem referência a essa questão é a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional – LOSAN (Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006), que assegura o direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outros direitos, como saúde e educação. A LOSAN é assistida pelo SISAN (Sistema Nacional de Segurança Alimentar), um sistema público de gestão intersetorial e participativa que possibilita a articulação entre os três níveis de governo para a implementação e execução da Política de Segurança Alimentar e Nutricional (SANTOS, 2020). O SISAN, por sua vez, tem como um de seus pilares o CONSEA – Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que, por meio da participação popular, faz uma interação com as políticas públicas do governo. Portanto, ter um instrumento de fácil aplicabilidade, como a EBIA, para levantar dados sobre as populações, principalmente aquelas mais prejudicadas, ajuda na avaliação das informações referentes à fome, além de oferecer um grande auxílio às autoridades responsáveis pelo assunto (SPERANDIO e PRIORE, 2015).
Sabemos que a insegurança alimentar (IA) representa um problema mundial de saúde e que, além de estar associada à fome, também está ligada à ocorrência de doenças crônicas e sintomas depressivos (OLIVEIRA, 2018). Uma alimentação saudável está ligada à prevenção de doenças e a outros tantos benefícios. A insegurança alimentar, além de indicar uma violação dos direitos humanos, representa um importante papel estrutural na sociedade e, por isso, deve ser constantemente monitorada (ALMEIDA et al., 2017; SANTOS E SILVEIRA, 2018).
Estima-se atualmente que mais de 900 milhões de pessoas no mundo tenham o acesso à alimentação adequada comprometido, representando cerca de 10% da população mundial (BEZERRA, 2020; OLIVEIRA e SANTIAGO, 2018; SANTOS E SILVEIRA, 2018).
O instrumento atualmente validado e capaz de identificar de forma rápida e com baixo custo uma população que está em risco de insegurança alimentar é, portanto, a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), que tem sido apontada como uma adequada ferramenta para identificar a fome nas populações brasileiras (ATHILA, 2020; MORAIS et al., 2018; MORAIS et al., 2020). Porém, autores como Monteiro et