Ariano Suassuna e seu mais nobre auto: uma proposta de análise bakhtiniana do Auto da Compadecida de Ariano Suassuna e sua versão televisiva
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- Nota: 5 de 5 estrelas5/5MUITO BOM!! Esse livro é muito interessante!! Aprendi muito com a leitura dele.
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Ariano Suassuna e seu mais nobre auto - Marcelo Calderaro
CAPÍTULO 1 A TEORIA DIALÓGICA DA LINGUAGEM PARA OS ESTUDOS DOS GÊNEROS DISCURSIVOS
É imprescindível aclarar o pensamento bakthiniano e do Círculo para propor uma leitura sob a ótica dialógica da linguagem para o estudo dos gêneros discursivos. Como já foi apresentado, a produção da minissérie "Auto da Compadecida" tornou-se popular e com isso, pode tornar-se um atrativo para incentivar alunos a ler obras literárias. Será abordado neste capítulo o conceito das relações dialógicas da linguagem e do gênero discursivo, bem como a Carnavalização na obra literária e a recepção do leitor ante esta obra.
1.1. CONCEITO DE LINGUAGEM E DE GÊNERO DISCURSIVO
Segundo a concepção bakhtiniana, o ser social é constituído pela linguagem que por sua vez é carregada de significados, pois contém uma ideologia que não é estática, ou seja, ela muda e se desenvolve. Todos os fatores sociais e históricos determinarão essa ideologia na qual a linguagem está constituída. Sendo assim, a linguagem é um organismo vivo e por isso se modifica em função do falante e ao contexto em que está inserido.
Para entender melhor este conceito, devemos considerar que a linguagem se trata de uma forma de o ser humano refletir seu conhecimento de mundo, ou seja, analogamente, a linguagem é um espelho do mundo. Ela produz sentidos para a comunicação.
Defendida pelo Círculo bakhtiniano, qualquer atividade humana é construída por relações de interação e o fato nítido disso é por ser ela – a interação - dialógica. Portanto, para que o ser humano tenha uma interação social, a linguagem torna-se esse produto que estabelece essa relação dialógica.
Volóchinov (2013) afirma que a linguagem sempre esteve relacionada com as atividades reais do ser humano. Sendo assim, em qualquer relação em que dois seres se deparam com uma situação em que há a necessidade da realização de uma ação, a linguagem torna-se o médium mais apurado da comunicação verbal, pois é por meio dela que estabelecemos relações dialógicas orientando-a para o interlocutor e para quem é esse interlocutor. Entenda-se aqui que a linguagem não se refere apenas à língua, mas ao conjunto de signos que se combinam de um determinado modo e que precisamos para que essa comunicação seja realizada, ou seja, o gestual, o comportamental e o posicionamento permitem que haja uma interação entre os seres.
Quando Volóchinov (2013, p. 134) expõe o processo e a necessidade de comunicação do ser primitivo, percebe-se cada vez mais que a linguagem se originou da "atividade humana coletiva e reflete em todos os seus elementos tanto a organização econômica como a sociopolítica da sociedade que a gerou." Sendo assim, pode-se afirmar que se trata de um produto vivo para estabelecer relações com o outro, promover a interação social, já que o homem é um ser social, não isolado; só o é para viver em sociedade.
Quando me dirijo ao meu interlocutor, devo levar em conta se faz parte do mesmo grupo social, se há ou não laços sociais mais estreitos, se se quer estabelecê-los ou estou em posições distintas. Deve haver nessa relação uma dualidade entre eu e o outro.
A palavra é orientada para o interlocutor, ou seja, é orientada para quem é esse interlocutor: se ele é integrante ou não do mesmo grupo social, se ele se encontra em uma posição superior ou inferior em relação ao interlocutor (em termos hierárquicos), se ele tem ou não laços sociais mais estreitos com o falante (pai, irmão, marido etc.). (VOLÓCHINOV, 2017, p.