A Competitividade Turística: Uma Proposta para Municípios a Caminho da Sustentabilidade
De Simone Alves
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A Competitividade Turística - Simone Alves
Sumário
1
INTRODUÇÃO
1.1 O SETOR DE TURISMO
1.2 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA
1.3 Objetivos do Estudo
1.3.1 Objetivo Específico
1.3.2 Objetivos Gerais
1.4 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
1.5 RELEVÂNCIA DO ESTUDO
2
REVISÃO DA LITERATURA
2.1DEFINIÇÕES
2.2 SUSTENTABILIDADE E TURISMO
2.3 COMPETITIVIDADE E SUSTENTABILIDADE NO TURISMO
2.3.1 Estratégia e Competitividade
2.3.2 Competitividade e sustentabilidade de destinos turísticos
2.4 MODELOS DE COMPETITIVIDADE TURÍSTICA DE DESTINOS
2.4.1 Modelos conceituais e descritivos
2.4.1.1 Modelos de Crouch e Ritchie (1995-2003)
2.4.1.2 Os modelos de Dwyer e Kim (2000-2004)
2.4.2 Modelos de índices agregados
2.4.2.1 O modelo do Conselho Mundial de Turismo (WTTC)
2.4.2.2 Modelo de Gooroochurn e Sugiyarto (2005)
2.4.2.3 Modelo do Fórum Econômico Mundial (FEM)
2.4.2.4 O modelo do Ministério de Turismo do Brasil (2008-2011)
2.4.3 Modelos explicativos e preditivos
2.4.3.1 Os modelos de Mazanec e colaboradores (2007 e 2011)
2.4.3.2 O modelo de Assaker, Vinzi e O´Connor (2011)
2.4.3.3 O modelo de Wu, Lan e Lee (2012)
2.4.4 Estudos empíricos sobre a competitividade turística
3
DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA
3.1 OBJETIVOS DA PESQUISA
3.1.1 Objetivo específico
3.1.2 Objetivos gerais
3.2 PERGUNTAS DA PESQUISA
3.3 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
3.4 UNIDADE DE ANÁLISE DA PESQUISA
3.5 DELIMITAÇÃO DA POPULAÇÃO DA PESQUISA
3.6 MODELO TEÓRICO INICIAL
3.7 COLETA DE DADOS
3.7.1 Padronização dos dados
3.8 OPERACIONALIZAÇÃO DOS CONSTRUTOS
3.8.1 Construtos Exógenos
3.8.1.1 Infraestrutura de Turismo
3.8.1.2 Infraestrutura de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs)
3.8.1.3 Educação da população do destino
3.8.1.4 Desenvolvimento Socioeconômico
3.8.1.5 Patrimônio e Cultura
3.8.1.6 Preservação ambiental
3.8.2 Construtos Endógenos
3.8.2.1 Empregos turísticos
3.8.2.2 Salários pagos na atividade do turismo
3.8.2.3 Fluxo turístico de passageiros para o destino
3.9 TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
3.9.1 Análise exploratória dos dados
3.9.1.2 Dados ausentes (missing data)
3.9.1.3 Valores extremos (outliers)
3.9.2 Tratamento dos dados
3.10 Modelo operacionalizado da pesquisa
4
RESULTADOS
4.1 PERFIL DA SUBPOPULAÇÃO DE MUNICÍPIOS TURÍSTICOS
4.2 MODELOS DE MENSURAÇÃO E ESTRUTURAL
4.2.1 Análise do modelo de mensuração (outer model)
4.2.2 Análise do modelo estrutural (inner model)
4.2.3 Análise do Modelo reespecificado com os construtos Empregos e Renda
4.2.3.1 Capacidade preditiva do modelo
4.2.3.2 Efeitos diretos e indiretos entre os construtos
4.2.3.3 Equações Estruturais de Regressão Equivalentes
5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1 IMPLICAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES ACADÊMICAS
5.2 IMPLICAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES GERENCIAIS
5.3 LIMITAÇÕES METODOLÓGICAS DA PESQUISA
5.4 SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS
REFERÊNCIAS
A COMPETITIVIDADE TURÍSTICA
UMA PROPOSTA PARA MUNICÍPIOS A
CAMINHO DA SUSTENTABILIDADE
Editora Appris Ltda.
1.ª Edição - Copyright© 2023 dos autores
Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.
Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98. Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores. Foi realizado o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nos 10.994, de 14/12/2004, e 12.192, de 14/01/2010.
Catalogação na Fonte
Elaborado por: Josefina A. S. Guedes
Bibliotecária CRB 9/870
Livro de acordo com a normalização técnica da ABNT
Editora e Livraria Appris Ltda.
Av. Manoel Ribas, 2265 – Mercês
Curitiba/PR – CEP: 80810-002
Tel. (41) 3156 - 4731
www.editoraappris.com.br
Printed in Brazil
Impresso no Brasil
Simone Alves
A COMPETITIVIDADE TURÍSTICA
UMA PROPOSTA PARA MUNICÍPIOS A
CAMINHO DA SUSTENTABILIDADE
A meus pais, José Walter (in memoriam) e Marli:
por terem sempre me ensinado a buscar,
em Deus e no estudo,
as respostas para minhas inquietações.
E, sobretudo, pelo exemplo e amor incondicional,
que me sustentam, me movem e
me fazem ser melhor do que seria sem eles.
AGRADECIMENTOS
Em tempos em que quase ninguém se olha nos olhos, em que a maioria das pessoas pouco se interessa pelo que não lhe diz respeito, só mesmo agradecendo àqueles que percebem nossas descrenças, indecisões, suspeitas, tudo o que nos paralisa, e gastam um pouco da sua energia conosco, insistindo.
(Martha Medeiros¹)
Nossas batalhas e desafios pessoais, sobretudo aqueles que atravessam anos de nossas vidas, deixam-nos na bagagem da vida uma série de dívidas de gratidão, tangibilizando a dimensão da gentileza de Deus conosco. Este livro é uma adaptação da minha tese de doutorado, que representou uma das maiores batalhas profissionais e pessoais da minha vida, por longos e difíceis cinco anos, de 2008 a 2013, deixando-me imensas dívidas de gratidão.
Defendi a tese no dia 9 de abril de 2013 e, na ocasião, tive a oportunidade de registrar, na seção dos agradecimentos, minha gratidão àqueles que mais me ajudaram a superar aquele desafio, incluindo meus colegas da turma de 2008 do doutorado em Administração e professores do Instituto Coppead daUniversidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em especial, ao meu orientador Roberto Nogueira, aos professores José Afonso Mazzon e Nicolau Reinhard da Universidade de São Paulo (USP), Glauber Santos (na época do Instituto Federal de São Paulo − IFSP e atualmente também da USP) e Paula Chimenti (do Coppead) que compuseram a banca da defesa, colaborando para melhorar significativamente o texto da tese.
A opção pelo uso de indicadores secundários no estudo tornou praticamente obrigatório o agradecimento à todos aqueles que gentilmente compartilharam seus conhecimentos e os dados coletados pelas instituições que representavam à época. Nesse sentido, reitero também meus sinceros agradecimentos ao Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada − Ipea (Luis Kubota, Roberto Zambon, Margarida Coelho e Patrícia Morita), ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística − IBGE (Guilherme Telles e Maria Luiza Zacharias) e à Agência Nacional de Aviação Civil − Anac (José Dolabela e Vitor Caixeta Santos). Agradeço especialmente à Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas − Ebape, da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ), na pessoa do professor Luiz Gustavo Medeiros Barbosa, inspiração indisfarçada para o tema deste trabalho, assim como a todos os amigos dos antigos Núcleo de Turismo e Observatório de Inovação de Turismo (OIT), pelas oportunidades de participar da equipe de consultores da FGV Projetos para o Ministério do Turismo, em parceria com o Sebrae e a Associação Brasileira de Agências de Viagens − ABAV.
Mas, neste novo projeto em forma de livro, gostaria de direcionar meus agradecimentos àqueles que me ajudaram de forma especial a tornar realidade o sonho de ampliar a divulgação e alcance da pesquisa da tese, fazendo com que a proposta a ela associada possa chegar não só ao conhecimento de leitores que dificilmente buscariam o texto acadêmico, mas também a estudantes e professores das áreas de conhecimento abordadas no estudo, assim como a gestores de destinos turísticos que possam se beneficiar do modelo de mensuração turística proposto (o sonho inicial que me moveu a escolher este como meu tema de pesquisa do doutorado).
Agradeço à Editora Appris pela oportunidade de publicar e distribuir em forma de livro este projeto e pelo profissionalismo na condução de todo o processo editorial.
Deixo também registrada minha gratidão a todos os meus alunos, especialmente aos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ) em que leciono desde 2004, por me fazerem acreditar com suas conquistas pessoais e com o carinho em cada aula, cada orientação, cada abraço que me lembram do quanto vale a pena fazer diferente e caprichado o meu trabalho como educadora, pesquisadora e extensionista. Assim como, também agradeço aos colegas servidores que me incentivaram a tocar este projeto e lutam comigo a mesma luta por uma educação pública gratuita de qualidade, multidisciplinar e inclusiva no nosso país.
Registro aqui também minha gratidão ao Prof. Dr. José Manoel Gonçalves Gândara, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), não apenas
pelo apoio e incentivo à primeira apresentação internacional da pesquisa no Seminário Internacional Innovación y Competitividad en Áreas Turísticas (ICAT 2014), em novembro de 2014, na Universidade de Alicante. Mas também pelo carinho com que me recebeu e a todo o grupo de pesquisadores brasileiros, nesta cidade espanhola tão agradável quanto acolhedora. O reconhecimento do meu trabalho, premiado na ocasião na categoria excelente, foi um dos maiores incentivos que eu recebi para que encarasse o desafio de produção desse livro. Contava em convidá-lo para escrever o prefácio, mas quis o destino que ele nos deixasse antes disso em março de 2019. De certa forma, publicar um livro sobre um tema pelo qual o Prof. Gândara tanto lutou, no seu Paraná e em todo o Brasil, é minha singela homenagem a este grande educador e pesquisador.
Estendo ainda essa homenagem ao Dr. John Raymond Brent
Ritchie, da Universidade de Calgary, Alberta-Canadá, também falecido em 2019, no mês de dezembro. Seus estudos representam a base da maioria dos modelos de competitividade de destinos turísticos da literatura da área e também do desenvolvido em minha tese.
Finalmente, agradeço de todo o coração a meus amigos e minha família, que, mesmo privados da minha presença em muitos momentos na época do doutorado, e sem entender muito que tipo de motivação é essa para continuar sacrificando momentos de lazer e descanso em mais um projeto de fôlego como este, jamais deixaram de me apoiar, de acreditar em mim e neste meu projeto pessoal. Não teria conseguido sem vocês!
À minha família: meu chão e maior alicerce. Pela nossa união e pela força do amor de vocês que iluminam meus dias e que me fazem superar a saudade do meu maior amigo e mais crítico revisor dos meus escritos. Este é mais um texto que escrevo sem a leitura dele, mas repleto de sua presença. Agradeço a Deus por ter colocado em minha vida estes que são os melhores presentes que poderia ter recebido: meu pai, José Walter, minha mãe, Marli, meus irmãos, Mauro, Lúcio, Cristiane e Luciane, meus cunhados e sobrinhos queridos.
Mas, acima de tudo, agradeço a DEUS por permitir que esta bagagem tenha sido recheada de pessoas tão especiais no meu caminho. São tantas que mereceriam ser aqui citadas que, de antemão, me desculpo por eventuais omissões e por não ser capaz de redigir, aqui, um texto mais sintético.
Simone Alves
Rio de Janeiro, agosto de 2022
¹ Obrigada por insistir, 23 de outubro de 2005. Em: MEDEIROS, Martha. Doidas e Santas, LP&M Editores, 2008. p. 16.
Só quando sei cabalmente que não sei ou o que não sei,
falo do não-sabido não como se o soubesse,
mas como ausência superável de conhecimento.
É assim que parto melhor para conhecer o não-sabido.
Sem humildade, dificilmente cumpro esta exigência.
É que inumilde, recuso reconhecer minha incompetência,
o melhor caminho para superá-la.
(PAULO FREIRE, 1996)²
Minha segurança se funda na convicção de que sei algo
e de que ignoro algo, a que se junta a certeza
de que posso saber melhor o que já sei
e conhecer o que ainda não sei.
Minha segurança se alicerça no saber confirmado
pela própria experiência de que,
se minha inconclusão, de que sou consciente,
atesta, de um lado, minha ignorância,
me abre, de outro, o caminho para conhecer.
(PAULO FREIRE, 2003)³
Ninguém ignora tudo.
Ninguém sabe tudo.
Todos nós sabemos alguma coisa.
Todos nós ignoramos alguma coisa.
Por isso aprendemos sempre.
(PAULO FREIRE, 2000)⁴
² FREIRE, PAULO. Cartas a Cristina: Reflexões sobre minha vida e minha práxis. Ana Maria Araújo Freire (Org.). São Paulo: UNESP, 2003. p.19.
³ FREIRE, PAULO. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. p.50-51.
⁴ FREIRE, PAULO. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 33ª ed., São Paulo: Cortez, 2000. p. 69.
APRESENTAÇÃO
Este livro é uma adaptação da minha tese de doutorado em Administração pelo Instituto Coppead da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), intitulada Modelo de Mensuração da Competitividade Turística Sustentável de Municípios no Brasil (ALVES, 2013). E até a publicação deste livro, os resultados da pesquisa associada à minha tese só foram divulgados no meio acadêmico, por meio da minha participação em eventos científicos das áreas de administração e turismo (ALVES; NOGUEIRA, 2014a, 2014b) e em um artigo publicado em uma revista acadêmica internacional da área de turismo (ALVES; NOGUEIRA, 2015).
Assim, ele resgata meu propósito maior para a pesquisa que tive a oportunidade de desenvolver naquela ocasião, que sempre transcendeu à produção acadêmica em si. Pois desde o início, minha ideia sempre foi desenvolver um modelo matemático que permitisse o cálculo de um índice de competitividade de destinos turísticos, sob a ótica da sustentabilidade, como uma ferramenta auxiliar para proposição de estratégias e apoio a tomadas de decisão de Políticas Públicas de Turismo no Brasil. E a proposta do uso de indicadores extraídos de dados secundários de acesso público, que acabei adotando, permite que este modelo seja de fato utilizado por gestores de destinos de todos os portes e níveis de recursos financeiros disponíveis para tal desafio.
O livro está organizado em cinco capítulos.
No primeiro capítulo, apresenta-se um panorama geral da motivação do estudo e um detalhamento do problema abordado com dados atualizados até 2017, destacando-se os objetivos, a delimitação e a relevância do estudo.
O segundo capítulo apresenta a revisão da literatura abrangendo as definições internacionalmente adotadas para contextualização de estudos da área, com destaque para os da área de turismo, assim como a fundamentação teórica relativa aos temas competitividade e sustentabilidade de destinos turísticos. Destacam-se ainda os principais modelos de competitividade de destinos turísticos publicados até 2013, os quais foram subdivididos em três grupos (ou tipos), denominados: (i) modelos conceituais e descritivos; (ii) modelos de criação de índices agregados; e (iii) modelos explicativos e preditivos.
Com base nessa fundamentação teórica, o capítulo três apresenta o percurso do desenvolvimento da pesquisa, com as etapas necessárias para construção do modelo conceitual (teórico) e as hipóteses a ele associadas, explicando minhas decisões, enquanto pesquisadora, além de explicitar as definições constitutivas e operacionais do modelo proposto. Finalmente, são apresentadas as limitações metodológicas do estudo, decorrentes dessas decisões apresentadas.
No quarto capítulo, são apresentados e discutidos os resultados obtidos na pesquisa. E, finalmente, o capítulo cinco apresenta as conclusões do estudo, as implicações acadêmicas e gerenciais, assim como as recomendações, sugestões para pesquisas futuras na área e a lista das referências bibliográficas.
Espera-se que o livro seja particularmente útil para estudantes de cursos de graduação e pós-graduação das áreas de Administração e Turismo, para gestores públicos envolvidos com a promoção da atividade de turismo (como por exemplo, as secretarias municipais e estaduais de turismo no Brasil) e para todos aqueles que queiram colaborar de alguma forma na promoção do turismo como atividade econômica nesse país tão plural e diverso, quanto lindo e acolhedor.
Cabe ressaltar que o livro foi redigido antes da impensável pandemia da Covid-19 que atingiu o mundo a partir de 2020. O turismo foi um dos setores econômicos mais atingidos pelo isolamento social e demais restrições sanitárias necessárias para conter o avanço da doença. Neste momento de lançamento do livro, em 2022, o mundo vive uma nova fase, pós-pandemia. É um momento especial para a retomada do turismo. Mais do que nunca, os destinos turísticos anseiam por estratégias que ajudem a retomada da economia local. E nesse sentido, espera-se que a ferramenta proposta no livro, seja ainda mais útil nesse esforço coletivo em prol do turismo local.
Finalmente, faz-se necessário ressaltar que a Pesquisa do Censo Demográfico, realizada até então a cada 10 anos no Brasil pelo IBGE, e fonte dos principais indicadores sócio-demográficos utilizados no modelo proposto no livro, também pela primeira vez em sua história não foi realizada em 2020 como previsto. Felizmente os recursos governamentais necessários para sua realização foram liberados, e a coleta dos dados foi iniciada em junho de 2022 e a previsão é que os resultados sejam divulgados nos diversos recortes espaciais até 2025 (https://censo2022.ibge.gov.br). Até lá, os dados do Censo Demográfico de 2010, utilizados no modelo, continuarão sendo os mais atuais disponíveis para os municípios brasileiros.
ABREVIATURAS E SIGLAS
⁵
⁵ As siglas correspondentes a sistemas de classificação econômicos e estatísticas em geral são apresentadas com a respectiva fonte da instituição responsável por sua definição e/ou levantamento dos dados correspondentes entre parênteses ao final.
1
INTRODUÇÃO
1.1 O Setor de Turismo
O turismo tem experimentado expansão e diversificação contínuas, tornando-se um dos setores econômicos de maior e mais rápido crescimento mundial. O volume de desembarques aéreos internacionais demonstra a força desse crescimento: em 1950 era de apenas 25 milhões de passageiros, atingindo 1.235 milhões em 2016 (UNWTO, 2011b, 2017). A Figura 1 ilustra esses dados no período entre 1995 a 2016.
FIGURA 1: DESEMBARQUES AÉREOS INTERNACIONAIS 1995-2016* – VOLUME (MILHÕES DE PASSAGEIROS) E RECEITA (US$ BILHÕES)
FONTE: UNWTO (2017)
Estudos prospectivos da Organização Mundial do Turismo (OMT⁶), iniciados na década de 1990 para projeção da economia mundial do turismo até 2030 (UNWTO, 2001), projetavam um total de 1,6 bilhões de viagens internacionais para o ano de 2020 – basicamente o dobro das 694 milhões de viagens/ano verificadas em 1995 – cujo valor atualizado em 2017, com base nos resultados alcançados em 2010, corresponde à previsão de 1,8 bilhões de viagens internacionais até 2030 (UNWTO, 2017).
A Figura 2 ilustra as projeções da OMT (UNWTO, 2011c) para 2020 sobrepondo-a aos resultados medidos do período entre 1995 e 2010, demonstrando a recuperação do setor mesmo após o forte impacto negativo decorrente da crise financeira internacional em 2008.
C:\Windows\Temp\Sem título (2).jpgFIGURA 2: HISTÓRICO E PROJEÇÃO DE DESEMBARQUES AÉREOS INTERNACIONAIS (1995-2020)
FONTE: UNWTO (2011b)
O crescimento mundial esperado para o setor no período entre 2017 e 2027 é de 4,0% ao ano. Com base nas estatísticas disponíveis (ainda fragmentadas) de participação do setor nas economias mundiais, estima-se que o turismo contribua em média com cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB), observando-se variações de 2% a 10% e, até mesmo valores mais significativos, ao se considerar o impacto do setor em economias de países insulares ou destinos regionais e locais (UNWTO, 2011c).
Segundo o Conselho Mundial de Turismo⁷ (WTTC; OXFORD ECONOMICS, 2017), a contribuição total (direta e indireta) do turismo para a economia, em 2016, atingiu 10,2% do PIB mundial (US$ 7.613,3 bilhões) − ou 3,1% do PIB mundial (US$ 2.306,0 bilhões) em contribuição direta. As estimativas da organização apontam ainda que essa participação deverá apresentar um crescimento de 2,8% em 2017 sobre o de 2011 e, de 2,3% ao ano no período entre 2012 e 2022 (equivalente ao valor de US$ 9.939,5 bilhões em 2022, estimado a preços constantes de 2011).
O setor de turismo responde por cerca de 30% do total mundial de exportações de serviços (7% das exportações de bens e serviços combinados), ocupando a quarta posição na pauta de exportação mundial – após os setores de combustíveis, de produtos químicos e de automóveis (UNWTO, 2017).
É considerado como a indústria
⁸ que mais emprega no mundo, sendo responsável pela geração de 9,6% do total mundial (empregos diretos e indiretos) em 2016, sobre os quais projeta-se um crescimento de 2,1% para 2017 e de 2,2% ao ano até 2027 (atingindo uma representação de 11,1% do total de empregos mundiais) (WTTC; OXFORD ECONOMICS, 2017).
Embora o conceito de turismo em si seja tão antigo quanto a própria civilização e o surgimento das atividades relacionadas ao setor remonte às viagens dos antigos povos gregos e romanos, considera-se que foi apenas após Revolução Industrial, entre 1750 e 1850, que se criou a base para o surgimento do turismo de massa, com a popularização para a classe média das viagens recreativas, até então restritas à elite social (OMT, 2003b).
Próximo ao final do século XIX, os trabalhadores começaram a poder usufruir do período de férias e para saírem das áreas urbanas congestionadas e poluídas [...] passaram a frequentar estações de águas e regiões litorâneas
(OMT, 2003b, p. 22) nesse período, abrindo espaço para surgimento das viagens de lazer e do turismo como atividade econômica.
Devido a razões estruturais, o turismo é considerado um negócio da informação, ou seja, uma parte da chamada Economia da Informação (WERTHNER; KLEIN, 1999).
O setor de turismo vive da venda de serviços, intangíveis em sua essência e que possuem na informação o pilar de seu sucesso. Sendo ainda caracterizado por altos custos de distribuição e elevado grau de intermediação, o que o faz ser particularmente afetado em toda sua estrutura, por um mecanismo visivelmente desintermediador
e revolucionário no que tange, especialmente, à distribuição das informações em geral, como no caso das redes.
Nesse contexto, a tecnologia como um todo e, particularmente, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) representam, já há algum tempo, um elemento de importância vital para a reconfiguração do setor, alterando hábitos de consumidores e alargando as fronteiras da atividade turística (OMT, 2003a).
Historicamente falando, foram poucos os ramos de atividade econômica que alcançaram alto nível de globalização, mesmo antes do surgimento das redes locais e abertas e da própria internet. Um destes setores é a aviação comercial, sobretudo considerando o crescimento mundial observado na aviação civil a partir da década de 1960 (WERTHNER; KLEIN, 1999; PATRÃO, 2002) e, consequentemente, o setor de turismo e viagens por ela impulsionado (WERTHNER; KLEIN, 1999).
Já na década de 1990, as mudanças decorrentes da evolução das TICs afetaram profundamente o segmento de distribuição de produtos de turismo e viagens, com os agentes de viagem tradicionais representando o principal papel, apoiados então pelos Sistemas de Reservas Computadorizados (CRS⁹) e Sistemas Globais de Distribuição (GDS¹⁰) criados pelas companhias aéreas. Esses intermediários eletrônicos tradicionais do turismo, particularmente os GDS, progressivamente consolidaram sua posição nesse período devido à predominância de seus bancos de dados, representando os maiores repositórios de informações turísticas até então disponíveis (WERTHNER; KLEIN, 1999; O’CONNOR, 2001; MARÍN, 2004).
Essas mudanças observadas na década de 1990 culminaram com o surgimento das redes sociais colaborativas em franca expansão na década seguinte e de seus impactos sobre os ambientes de negócios de um mundo realmente globalizado e em rede, marcando uma profunda reconfiguração de toda a cadeia do setor de turismo e viagens (WERTHNER; KLEIN, 1999; ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO (OMT), 2003a; BUHALIS; O’CONNOR, 2005; BUHALIS; LAW, 2008), incluindo não apenas a distribuição da informação, mas também as transações comerciais pontuadas pelos conceitos e consequências da mobilidade da informação em múltiplas plataformas e da ubiquidade em geral (SACCOL; REINHARD, 2007).
Assim, a existência da internet como uma plataforma aberta e global e a disponibilidade de acesso ubíquo às informações em tempo real sobre os serviços turísticos, tornou-se então uma realidade palpável para qualquer participante do sistema de turismo comunicar-se eletronicamente com os outros participantes
(OMT, 2003a, p. 30).
Seguindo essa abordagem, Alves et al. (2009) propuseram um modelo de ecossistema de negócios específico para o setor de turismo, estendendo