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Eu + Você + Ela
Eu + Você + Ela
Eu + Você + Ela
E-book247 páginas3 horas

Eu + Você + Ela

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Sobre este e-book

Quando Nickole entrou na cafeteria que costumava frequentar, não esperava encontrar Theodoro e após uma breve conversa eles decidiram se encontrar para se conhecerem melhor, mas o mesmo acaso que os aproximou, também os distanciou e uma nova variável entrou nesta conta, Bianca. Solteiros, inexperientes e com as inseguranças de cada um. Os três precisam decidir o que fazer e como construir uma nova relação.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento23 de mai. de 2023
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    Eu + Você + Ela - Michel Mór

    Capítulo 1

    Nickole

    Bia sempre diz: Nicky, você pode não acreditar no destino, mas eu acredito. Quando algo tá destinado a acontecer, simplesmente acontece. Por mais que fosse cética, toda vez que ela falava, eu acreditava.

    Tinha acabado de perder um paciente e tudo que mais queria naquele momento era um mousse de maracujá com cobertura de chocolate para distrair meus pensamentos.

    Era o remédio que curava minhas frustrações, tristezas e muitas vezes meus momentos felizes, mas quis o destino que ao entrar na cafeteria e pedir meu precioso remédio, receber uma resposta negativa.

    – Desculpe, Doutora, mas esse era o último.

    Dei meu melhor olhar de tristeza para a vendedora, que já me conhecia pelas frequentes visitas e fiquei arrependida de não ter ligado antes, pedindo para deixar separado, como minha secretária havia sugerido.

    – Não tem como dizer que acabou? Eu tive um péssimo dia, precisava muito desse doce.

    A balconista olhou para mim com pena e esticou o braço com o mousse já embalado,

    Isso, vitória., quando pensei em esticar meu braço para pegar, alguém chegou primeiro.

    Me virei e dei de cara com o peito de um homem muito mais alto que eu, talvez 1,90, então do alto dos meus 1,61, com ajuda do salto de 6 centímetros, olhei para cima e encontrei um rosto sorridente me encarando.

    – É tão importante esse doce para você?

    Não consegui responder, minha voz ficou presa na garganta. Sua voz era calma, grave e forte. Só essa frase dita por ele, fez meu corpo aquecer. Sem conseguir falar, apenas acenei positivamente.

    – Que pena, esse é o meu preferido.

    Estava prestes a protestar, o que parecia ser uma clara provocação, então ele me entregou a embalagem, agradeceu a balconista e foi em direção a saída.

    – ESPERA!

    Na minha cabeça, era para apenas chamar a atenção dele, mas acabei gritando e todos na cafeteria me olharam assustados, inclusive o homem que acabara de deixar o mousse e agora se aproximava novamente de mim.

    – Está tudo bem?

    – Desculpa, falei mais alto do que esperava.

    – Não se preocupe. Você está bem?

    – Estou. Por que deixou o mousse? – O homem alto sorriu e chegou um pouco mais perto, pude sentir o cheiro de seu perfume e meu corpo ficou ainda mais quente.

    – Porque eu quis. Porque ouvi que você teve um péssimo dia e achei que seria uma atitude bacana da minha parte, tentar melhorar um pouco ele. Nada mais.

    Eu devia estar vermelha de vergonha, por ter acabado de gritar, mas meu coração estava acelerado, como nunca havia ficado, apenas por ter ele olhando em meus olhos e falando como se eu fosse normal, mesmo depois de ter feito esse papelão em público.

    – Posso ir?

    Ele realmente parecia preocupado comigo. Talvez um homem mais afoito, tentaria aproveitar minha vulnerabilidade momentânea e se aproximar com segundas intenções, mas ele parecia não ser desse tipo de homem, ou talvez eu não fosse o seu tipo.

    – Quer dividir comigo?

    Acho que se estivesse ligada a um monitor cardíaco e alguém estivesse monitorando, com certeza a pessoa estaria muito preocupada. Seu sorriso me contagiou de tal forma, que minha única reação foi sorrir de volta.

    – Seria uma honra.

    Theodoro

    A mulher à minha frente, que acabara de gritar em público, perguntou se eu queria dividir o mousse que comprei e tinha dado a ela. Como poderia dizer não?

    Ela era pequena, talvez 1,60, seus olhos azuis como o oceano, o cabelo loiro com mechas prateadas, estava com um corte curto, que deixava todo seu pescoço exposto, a boca pequena de lábios finos e logo abaixo, um furo em seu queixo. O corpo era proporcional ao tamanho, perfeito em vários sentidos.

    Não que tivesse alguma chance, mas como não aproveitar essa oportunidade. A balconista a chamou de Doutora, então é claro que eu estava longe dos seus padrões. Fui em direção a uma das mesas, puxei a cadeira para ela e me sentei à sua frente para que pudéssemos conversar Não custa nada sonhar.

    – Oi, Doutora, já sei que está tendo um dia ruim, então além do mousse, o que mais posso fazer para melhorar um pouco seu dia?

    – Primeiro, não precisa me chamar de doutora, meu nome é Nickole.

    – Uau!

    – Que foi?

    – Teu nome combina perfeitamente com você. – Ela não respondeu, mas pude ver o rubor preencher sua bochecha. Talvez o sonho possa se tornar real. Estou admirado comigo mesmo. – É sério, perto do meu nome, o seu é perfeito.

    – Para com isso, você não pode ter um nome tão ruim.

    – Tenho minhas dúvidas, mas Theodoro, não chega aos pés de Nickole.

    – Eu gostei, você tem cara de Theodoro. Ou prefere... Théo?

    – Esperta, hein? Já descobriu como gosto de ser chamado.

    – Se não gosta do seu nome, então seria natural preferir ser chamado por outro. Por que não se apresenta como Théo?

    – Porque por mais que não goste, foi minha mãe que escolheu o nome, então tenho que honrar sua escolha. Agora, qualquer mulher que ouça meu nome e continue conversando comigo, terá o prazer de me chamar de Théo.

    – Prazer?

    – É. Diz meu nome com prazer. – Olhei para aqueles olhos azuis, usando todo meu charme e esperei. Dessa vez não foram só as bochechas que ficaram vermelhas, todo seu rosto ficou. Então bem baixinho, para mais ninguém ouvir, além de mim e escondendo o rosto, Nickole falou.

    – Théo.

    Não sei a que nível melhorei o dia de Nickole, mas sabia que minha presença estava mudando seu humor. Não queria acabar parecendo um pervertido logo de cara, mesmo estando com o pau muito duro.

    – Então, Nickole, o que aconteceu de tão péssimo no seu dia? – Nickole levantou a cabeça e o rubor começou a desaparecer aos poucos. A mudança de assunto, acabou servindo para aliviar a pressão que estava pondo nela.

    – Perdi um paciente.

    – Sinto muito. Então você é médica?

    – Sim, cirurgiã cardíaca. Sei que não devia me envolver emocionalmente com os pacientes, mas é difícil não ter empatia. Era um garoto de apenas 13 anos.

    – Você fez tudo o que pode? – Dessa vez Nickole olhou como se minha pergunta fosse um insulto.

    – É claro que fiz tudo que pude. Amo ser médica, quando estou trabalhando, me dedico 100% para salvar vidas.

    Sua voz havia subido um tom e sabia que se não me explicasse, ela sairia dali extremamente ofendida.

    – Desculpa, minha intenção não foi te ofender. Posso explicar? – Ela pareceu se acalmar e se acomodou melhor na cadeira Ufa! – Só te perguntei isso para confirmar algo, que já estava claro para mim, mas talvez não esteja para você...

    Uma pessoa que se importa com o que faz, sempre vai se sentir mal quando algo der errado. Pessoas que amam suas profissões, se esforçam para melhorar. As que não amam apenas ignoram o erro e voltam a fazer tudo de novo, como se nada tivesse acontecido.

    Nickole me observou em silêncio.

    – Nickole, quando você fizer tudo que está ao seu alcance e mesmo assim não atingir o resultado que deseja, faça dessa experiência o degrau para melhorar na próxima oportunidade, uma hora você pode alcançar a perfeição...

    Nem sei por que estou te dando conselhos, já que não sou médico e mal conheço você, mas isso foi algo que minha mãe me ensinou e sempre que vejo alguém, que de alguma forma, acha que está falhando, dou esse conselho.

    – Você parece ter uma mãe legal e está certo, quero dizer, sua mãe está. Eu vou rever tudo o que fiz hoje. Vou repassar cada procedimento e na próxima vez, vou salvar uma vida, depois outra e assim sucessivamente.

    – Esse é o espírito. Lembre-se sempre de quem você perdeu e mais ainda daqueles que você salvou.

    Nesse momento o telefone de Nickole tocou.

    – Preciso voltar, é uma urgência.

    – Vou estar aqui neste mesmo horário amanhã. Se quiser conversar, tomar um café, ou dividir um mousse.

    Era interessante ver como cada pessoa tem uma personalidade única. Nickole era uma cirurgiã cardíaca, com certeza era inteligente, além disso, era linda, mas parecia ter a autoestima baixa. Ela era tímida e parecia não lidar bem com elogios, assim que notei essas limitações, fiz questão de não a pressionar e deixar que as coisas ocorressem no seu tempo. Ponto para mim.

    – Te encontro às 17:00.

    – Estarei aqui. Ela saiu, levando o mousse intocado.

    Bianca

    Às vezes me odeio por ser tão inteligente. Quando vejo um idiota, consigo imaginar no mínimo 100 formas legais de acabar com o infeliz. Isso porque não quero contabilizar as ilegais.

    – Não sei por que vocês fazem tudo o que essa mina pede. Mano, faço essa aplicação rodar em 5 minutos.

    – Faço ela rodar em 10, se você pedir demissão depois que te vencer.

    – Tá vendo aí? Como você acha que é melhor que eu, se leva o dobro do tempo, para fazer o que faço?

    – Se você fizer em 5 minutos essa aplicação funcionar, peço demissão e se eu fizer em 10 você pede demissão. Quer apostar?

    Olhei para a cara do machista babaca e estiquei a mão para concluir se pelo menos macho para me enfrentar ele era, e o babaca foi. Essa não era uma das melhores formas que pensei para acabar com ele, mas ia servir.

    A sala ficou em silêncio, cronômetro iniciado e lá vai o novato começar a teclar.

    Durante 4 minutos ele digitou sem parar na nossa plataforma de programação.

    Fiquei sentada na cadeira, com o celular na mão, vendo vídeos de gatinhos fofos, essa era uma das minhas terapias. Faltando 20 segundos o babaca, com um sorriso triunfante botou sua aplicação para rodar e passados 10 segundos, ela crashou.

    – Pode ligar o cronômetro.

    Assim que ligaram o cronômetro levantei e fui até a copa buscar café, aproveitei peguei umas bolachinhas e enchi minha garrafa com 1 litro de água. Cheguei à minha mesa, liguei o computador e iniciei a plataforma de programação.

    Todo esse processo levou cerca de 6 minutos. Quem trabalha a mais tempo comigo, sabe que digito rápido, mas quando quero, chego a digitar 8 vezes por segundo. Para a aplicação rodar eu teria que digitar no mínimo 1500 caracteres, então tinha tempo de sobra.

    A Nicky sempre reclama que não tenho foco em uma coisa, mas como seria possível focar apenas em uma única coisa, se minha mente trabalha com inúmeras possibilidades.

    Mesmo enquanto digitava as linhas de comando, estava pensando no que teria para jantar, em como consolaria a Nicky, que havia perdido seu primeiro paciente, como minha mãe me xingaria, por mais uma vez ter derrubado café na roupa e em várias outras coisas.

    Parei de digitar faltando 25 segundos e todos na sala ficaram me olhando, quando faltavam 5 segundos fiz a contagem regressiva e apertei Enter. Como era de se esperar, a aplicação rodou perfeitamente, sem apresentar falhas.

    O babaca olhou para mim, sem acreditar no que estava vendo, então se virou e foi para o RH solicitar seu desligamento.

    – Bianca, a Destruidora de Novatos, volta a atacar.

    – Por que não mudam o apelido para Destruidora de Babacas?

    – Dá um crédito, esse pelo menos conseguiu iniciar a aplicação.

    – Verdade, mas não muda o fato de ser um babaca. Tenho que ir embora, minha amiga já ligou duas vezes.

    – A Nickole?

    – É, ela teve um dia difícil no trabalho.

    – Ah tá. Cuida bem dela então.

    – Não sei por que você tá sorrindo, Thais.

    – Nada não.

    Apenas bufei para ela e saí, não ia perder meu precioso tempo explicando, mais uma vez, que não sou lésbica, para pessoas que não conseguem entender uma amizade igual à que tenho com Nicky. Entrei no elevador e dei de cara com meu chefe, que estava com uma expressão horrível.

    – Adriano, não me estressa tá. Aquele cara era um machista babaca.

    – Bianca, você precisa mudar essa tua história, toda vez você fala que os caras que contrato são machistas babacas, só que não deixa ficar um que não seja submisso a você. Às vezes acho que não são eles os machistas.

    – Vou fingir que não ouvi o que falou. Por que já disse que não quero me estressar, mas já que falou que preciso mudar a forma como os chamo, então que tal se eu começar a chamar eles de Paus no cu?

    Saí do elevador sem olhar para trás, talvez amanhã eu precise passar no RH, mas só quem sabe do amanhã é Deus. Senhor, perdoe por falar palavrão.

    Na saída do prédio, Nicky estava me esperando no carro. Vendo que me aproximava baixou o vidro e começou a gesticular para me apressar. Quando cheguei, ela estava com um enorme sorriso bobo.

    – O que aconteceu? Não era para você tá triste?

    – É que aconteceu uma coisa incrível agora a tarde. Vem, tenho que te contar.

    Eu e Nicky nos conhecemos aos 7 anos. No primeiro dia de escola me meti em confusão, uns meninos estavam zoando o meu cabelo e acabei apanhando deles.

    Eu não tinha visto a Nicky, mas ainda assim, ela me abraçou pelas costas, disse que estava tudo bem e que achava o meu cabelo muito mais legal que o dela. Parei de chorar e me virei para encontrar uma menina loira, de olhos azuis, que dali em diante se tornou minha melhor amiga, minha irmã.

    Depois disso, passamos por muitas coisas juntas e quando chegamos aos 15 anos, as mudanças chegaram para nós de formas diferentes. Eu comecei a crescer muito rápido e já parecia uma adulta enquanto Nicky continuava aparentando ser uma criança. Foi a fase que ela mais precisou de mim.

    Os meninos começaram a me olhar com desejo e para ela com desprezo. Meu corpo se desenvolveu rápido, peito, bunda, altura. Ela se tornou ainda mais tímida e se depreciava, mas jamais se afastou de mim e quando mais precisei de ajuda foi ela quem me protegeu.

    Passei a falar mais alto, a brigar com quem a ofendia e a qualquer outra pessoa que fosse ou não do meu convívio. Por ser tão protetora, acabou que as pessoas começaram a pensar que éramos lésbicas.

    Longe disso ser verdade, sempre me senti atraída por homens, o problema era ter homens com conteúdo que me atraísse. Então, ao ver Nicky falar do cara que conheceu em uma cafeteria, com tanto entusiasmo, acabei me entusiasmando também.

    – Amiga, você conheceu o cara hoje. Vai com calma, você tá parecendo uma adolescente apaixonada.

    – Você acha? Se ele for amanhã e eu agir assim, ele vai se afastar de mim, não é?

    – Ei, calma, uma coisa de cada vez. Primeiro me fala como ele é.

    – Alto, talvez 1,90, ombros largos, tipo de nadador, é moreno, com a pele bronzeada, talvez trabalhe no sol ou pratique algum esporte ao ar livre, cabelo preto, com dreads, olhos castanhos, estava bem-vestido, cheiroso e tem um sorriso lindo.

    – Queria ter visto ele perto de você. Eu tenho 1,70 e às vezes dói meu pescoço quando estamos andando e conversando.

    – Maldosa. Ele me olhou normalmente, sem nenhum esforço.

    – Pelo que você descreveu, parece ser um gato.

    – Ele tem um corpão, o rosto é agradável, tem uma cicatriz na sobrancelha esquerda, que achei sexy, agora o que mais gostei foi o seu olhar e...

    Estávamos nós duas no carro, mesmo assim Nicky baixou a voz e cochichou.

    – Acho que ele tem um pintão.

    – Nickole Hoeschinger, sua depravada, como foi que você viu o pinto dele?

    Minha amiga estava com o rosto todo vermelho, não resisti e comecei a rir. 19 anos de amizade e toda vez que a via envergonhada, a esse ponto, não tinha como segurar o riso.

    – Para de rir, Bia. Não vi o pinto dele, só vi o volume. Quando fomos para a mesa, ele puxou a cadeira para mim e ficou do meu lado, esperando me acomodar, foi aí que reparei.

    – Você é muito safadinha, isso sim. – Nicky foi me dando socos até chegar no condomínio onde morávamos.

    Quando meu pai decidiu morar de forma definitiva em Santos, implorei para ele comprar o apartamento que tinha no condomínio em que Nicky morava, só para podermos ficar mais perto uma da outra. Éramos vizinhas de porta.

    – MÃE! A SENHORA NÃO VAI ACREDITAR NO QUE TENHO PARA CONTAR!

    Ei, Nicky, para onde você tá indo? Volta aqui agora.

    – Vou tomar banho e comer alguma coisa.

    – Não vai, não. Você vai contar tudo para minha mãe, até

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