Treinando Olívia: Coleção Corações que Desejam_Volume 2, #2

De River Ford

Olívia Nelson sempre foi do tipo que vai atrás do que quer. Raramente ela liga para a opinião dos outros. Mas morar em Hollywood pode prejudicar a sua auto-estima. Para finalmente realizar o seu desejo adolescente de encontrar um amor verdadeiro, ela acredita que vai precisar mudar algumas coisas. Primeira parada, a academia.

Cristian Reyes adoraria encontrar alguém e sossegar. Infelizmente, as mulheres que o contratam como personal trainer só querem ser mais magras para conseguir o seu próximo grande papel na indústria de filmes. Como fazer a linda Padeira se convencer de que ela é realmente uma pessoa incrível? Esse vai ser o maior desafio para Cristian..

À medida que a amizade deles cresce, e Olivia continua a caça de seu “Cara Perfeito”, no fundo Cristian deseja que ela o veja como mais do que o seu preparador físico. 

Será que Olívia vai arranjar coragem para largar os sites de encontros e investir no seu Personal Trainer?

• Idioma: Português
• Editora: Charity Bradford
• Data de lançamento: 28 de jul. de 2023
• ISBN: 9781667460659

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Treinando

Olívia

River Ford

Copyright © 2021 por River Ford

Todos os direitos reservados.

Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com pessoas ou lugares reais é mera coincidência.

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Capa por: selfpubbookcovers.com/andrewgraphics

Para Kay.

Obrigado por compartilhar comigo as suas reflexões e aceitar as minhas. Eu gostaria de poder criar para você um Felizes para Sempre de uma maneira tão fácil como eu criei para Olívia.

Prólogo

O Desejo

Olívia Nelson, de quatorze anos, achava que ficar imaginando o cara dos seus sonhos era a maneira perfeita de terminar aquele verão e começar a sua carreira no ensino médio. A única razão para não ser a primeira a fazer isso é que não queria que as garotas a chamassem de mandona. Ela concordava que isso poderia ser verdade. Mas não queria perder tempo enquanto elas ficavam decidindo tudo. Era mais fácil focar em seus objetivos. Talvez assim a sua família reconhecesse que ela era especial.

Afastando esse pensamento, ela continuava batendo as unhas bem tratadas sobre a mesa da cozinha de Rebecca. Suas amigas, Kristen e Heather, estavam de segredinhos sobre jogos de meninos. Como se elas soubessem alguma coisa sobre aquilo. Nenhuma delas tinha irmãs mais velhas para contar tudo o que acontecia. Na verdade, se não fosse por ela, essas garotas não saberiam absolutamente de nada. Elas não sabiam nem se maquiar, muito menos paquerar um cara. Elas nem ligavam, pra dizer a verdade. Não ainda.

Elas nem sabiam que os próximos anos seriam um teste para o resto de suas vidas? Ela ouvia isso todos os dias há muito tempo. Seu pai vivia sonhando acordado e dizendo a ela que o sucesso na escola ia significar o sucesso em sua vida.

─ Você tem que aprender a jogar o jogo. Faça as pessoas gostarem de você, ─ ele falava isso o tempo todo.

E a sua mãe sempre concordava. Era uma das poucas coisas sobre as quais eles não discutiam. Seja inteligente, mas certifique-se de ter uma ótima aparência ao mesmo tempo. As garotas populares sempre conseguem o que querem na vida.

Um sentimento de vazio crescia no peito de Olívia. Quanto ela precisaria trabalhar para se tornar popular? O que ela teria que deixar para trás? Ela olhou para as três amigas. Mesmo que elas sempre estivessem provocando e dizendo coisas idiotas, ainda eram as únicas pessoas que não a julgavam.

A verdade era que aquela provavelmente era a última vez que as quatro estariam juntas. Elas não tinham consciência disso. Mas se não fizessem de tudo para se tornar populares, ela teria que esquecer delas. Odiava pensar assim, mas o que mais poderia fazer? Queria que  seu pai tivesse orgulho dela como tinha de seu irmão e irmã mais velha.

─  Eu vou depois ─  Olívia deixou escapar, então respirou fundo. Ela enrolou uma mecha de seu cabelo louro no dedo.

Ela queria aproveitar este último fim de semana. As coisas iriam mudar, mas duas daquelas garotas tinham sido suas melhores amigas nos últimos seis anos. Ela sabia que sentiria falta delas e realmente esperava não perder completamente o contato, mas tinha que provar que as irmãs estavam erradas. Ela podia ser bonita e popular. E talvez se se esforçasse muito, os seus pais passassem a gostar dela como gostavam do seu irmão. Queria que eles se orgulhassem. De qualquer jeito.

─ Tá bom. ─ Kristen segurou a caneta sobre o caderno. ─ Como é o cara dos seus sonhos?

─ Aquele ator do filme que assistimos no fim de semana passado. ─ Olívia suspirou, relaxando no desafio. Agradecendo por parar de pensar um pouco na família. ─ Mais louro. Olhos azuis, porque de olhos castanhos eu não gosto. ─ Kristen revirou os olhos castanhos, mas Olívia a ignorou. ─ E ele pode dançar como nos filmes de reis e rainhas. Você sabe, mas não do jeito que os meninos dançam agora.

─ Dançar valsa, é isso que você quer dizer? ─ Rebeca perguntou. Seu longo cabelo longo e escuro estava trançado de um jeito bem diferente. Sua empregada com certeza tinha feito aquilo pra ela. Ela era a coisa mais próxima da realeza que Olívia tinha conhecido. Rica, mas tão boa que isso não importava pra ela.

─ Valsa. É isso mesmo. ─ Olívia deixou o devaneio transportá-la para um de seus filmes de Natal favoritos sobre uma babá que viajou para um país estrangeiro e se apaixonou por um príncipe. Eles dançaram em um baile, se movendo por todo o salão, deslizando e girando. Foi tão romântico.

─ Certo, e o que mais? ─ Kristen perguntou.

─ Hum, ─ ela pensou um pouco. Como seria o namorado perfeito? O pensamento de Olívia voltou mais uma vez para os seus pais. Eles brigavam o tempo todo. Aquilo era muito ruim e isso a assustava. Eles não discutiam apenas, gritavam, berravam, às vezes jogavam coisas. E suas irmãs sempre diziam que a culpa era dela. Ela não sabia o porquê, porque precisava se esforçar tanto para ser o que eles queriam que ela fosse. Isso era muito cansativo.

Pra terminar, ela falou: ─ Ele sempre vai concordar comigo. Você entende, vai me apoiar sobre o que eu penso e quero.

As outras três olharam para ela.

─ O que foi? ─ ela perguntou.

─ Ele vai concordar com você sempre? ─ Heather perguntou. Seus olhos escuros pareciam enormes por trás dos óculos, e seu cabelo preto e liso caía em volta do rosto.

─ É isso mesmo, não vai ser como os meus pais, ─ ela respondeu tentando disfarçar com um movimento bonito de mão.

─ Se você acha mesmo isso. ─ Kristen escreveu mais um pouco na página e depois arrancou do caderno.

─ Tenho mais requisitos. ─ Olívia não pegou a lista.

─ Sim, mas se você encontrar alguém que se encaixe nesse número três, com certeza todo o resto vai vir de graça. ─ Kristen torceu o nariz e empurrou o papel para Olívia novamente.

Aquele gesto e as palavras calaram Olívia. Era a mesma maneira como as irmãs a tratavam. Ela entrou em modo de defesa.

─ Não me julgue. Você não sabe como é ver os seus pais brigando o tempo todo. Olívia sentiu o coração acelerar.

─ Não, eu não sei, porque meu pai nos deixou. ─ O rosto de Kristen ficou com uma cor vermelha manchada embaixo da maquiagem.

─ Ei, tudo bem. ─ Rebecca agarrou a lista e a segurou com força. ─ Não temos que ser como os nossos pais. É por isso que estamos fazendo pedidos, certo?

A boa e velha Rebeca, sempre tentava manter a paz entre elas. Olívia suspirou. Ela estava certa. Não importava o que Kristen pensava. Olívia sabia que queria alguém que não brigasse com ela noite e dia. Parecia muito pouco.

─ Não vou ser como os meus pais, ─ Olívia confirmou, e tomou a lista das mãos de Rebecca. ─ Não preciso contar tudo o que aconteceu, acho que você já entendeu.

Kristen abaixou a cabeça. ─ Eu entendi. Sinto muito, Olívia.

─ Eu também. ─ Olívia estendeu a mão e abraçou Kristen de lado. ─ Eu só não queria pirar, estou com medo do ensino médio, sabe?

─ Eu sei. Eu também estou sentindo isso, ─ Kristen falou.

Não era bem isso que Olívia queria dizer, mas ela se conformou com o comentário de Kristen.

─ Tudo bem, ─ Heather empurrou os óculos para cima enquanto eles continuavam tentando escorregar pelo seu nariz. ─ Você quer ir agora, Rebecca, ou eu vou?

Olívia se desligou um pouco para focar na sua lista.

1. Louro, de olhos azuis

2. Que dance como em um sonho

3. E que concorde com ela

Tudo certo. Era o cara perfeito. Agora, ela tinha que descobrir como se tornar popular sem perder as amigas.

Capítulo 1

Olívia

––––––––

15 anos depois

Olívia Nelson adorava o cheiro de pão assando. Ela também adorava a sensação de amassar tudo. Na verdade, suas mãos estavam ocupadas dobrando uma massa fria sobre a manteiga fria quando um de seus funcionários entrou pela cozinha.

─ EM. Nelson, você nunca vai acreditar em quem acabou de entrar! ─ Carly tinha acabado de sair do ensino médio e estava trabalhando na caixa registradora para ajudar a pagar a faculdade.

─ Quem? ─ Olívia terminou de dobrar tudo, depois embrulhou a massa em um filme plástico, prestando pouca atenção nas besteiras da garota. Carly estava sempre empolgada com qualquer coisa que acontecia.

─ Trevor Lamb! ─ A garota não parava de pular indo pra cima e pra baixo, enquanto agarrava o avental. ─ Ele está perguntando por você!

As mãos de Olívia pararam. Trevor Lamb ─ O ator?

─ Isso. ─ Carly bateu as roupas de Olívia tentando limpar a farinha. ─ Corre.

─ Ele perguntou por mim? Falou o meu nome ou apenas que queria falar com a proprietária?

─ Pelo seu nome!

Olívia pegou uma toalha e começou a limpar as mãos, com o coração disparado o tempo todo. Como uma celebridade do cinema poderia saber o nome dela? Sua padaria estava aberta há apenas um ano e meio. Estavam indo bem, mas não eram famosos. Ainda.

Ela limpou o avental amarrado em sua barriga, e depois, se virou para Carly. ─Tem farinha no meu rosto?

─Não, você está ótima. Vou colocar a massa na geladeira.

Olívia não esperava que isso acontecesse, ela passou pela porta da cozinha e viu uma alegre agitação em sua padaria e lanchonete. A loja tinha sido decorada em tons de roxo e rosa para combinar com a sua marca e nome comercial – Celebridades. Nem todo mundo tinha entendido qual era a ideia, mas ela queria criar algo divertido e que se referisse aos atores de Hollywood.

As paredes eram de cores claras, o piso e o teto mais escuros. As luminárias eram Celebridades de vários tamanhos feitas de barras de metal e painéis de vidro com um brilho dentro. Ela até mandou o designer pendurar tudo em diferentes comprimentos de corrente nas diversas áreas. As mesas eram em roxo profundo, e as cadeiras em violeta pálido com almofadas em cor-de-rosa suave. As cabines eram listradas com os mesmos tons de violeta e rosa. O chão era uma obra-prima de ladrilhos que parecia a Via Láctea. O que ela gostava mais era dos quadros emoldurados das celebridades de Hollywood comendo os seus doces favoritos e que estavam espalhados por todas as paredes. Além disso havia também imagens de estrelas, do céu e do cinema penduradas também.

Vendo aquela multidão ela ficou mais calma. As coisas estavam melhorando aos poucos. Talvez já estivesse chamando a atenção de pessoas importantes. Quase todas as mesas e estandes estavam com clientes agora, todos estavam olhando para o homem lindo que estava esperando no balcão. Alguns mais corajosos tentavam conseguir uma selfie ou pedir um autógrafo. Ele parecia feliz fazendo tudo o que eles pediam, sorrindo e fazendo pose enquanto assinava o seu nome em guardanapos e pedaços de papel. Guardanapos com o logotipo da sua loja!

Olívia ficou analisando por um momento, o seu cabelo louro claro, os olhos azuis e um sorriso que poderia iluminar metade de LA.

Era isso que ela queria quando alugou aquele espaço na Cahuenga Blvd. Estava pagando uma fortuna de aluguel, para ficar mais perto das celebridades. Isso com certeza chamaria mais clientes. O homem olhou para cima e a viu olhando fixamente para ele. Ele sorriu quando o rosto dela ficou vermelho, mas sem qualquer medo ela caminhou direto para onde ele estava.

─ Olá, sou Olívia Nelson. Bem-vindo a Celebridades. Ela ofereceu o seu melhor sorriso e estendeu a mão.

Ele beijou a mão dela, de um jeito muito delicado, quase sem tocar em seus dedos. Para aqueles que estavam ao redor aquilo foi um beijo. Olívia tinha certeza que as suas bochechas agora estavam ainda mais vermelhas do que antes, depois daquilo.

─ Alguma coisa por aqui tem um cheiro maravilhoso. ─ Os olhos de Trevor brilharam com a brincadeira, e todos ao redor riram. ─ Alguém me disse que este é o melhor lugar da cidade para comer rolinhos ciabatta com ervas.

Olívia ofereceu um sorriso sincero. ─ É isso mesmo. O que você gostaria de pedir?

─ Pode trazer o que você tiver, quero provar tudo. Estou planejando fazer uma grande festa e preciso contratar um serviço de bufê. Trevor se aproximou, sem bloquear a multidão, para ter uma conversa mais íntima.

Por alguma razão, Olívia queria recuar. Ela estava assustada. Pensou que sentiria algo diferente quando tivesse a chance de ficar bem perto de um ator famoso. E este com Trevor seria o seu grande momento, talvez o único. Além disso, ele era o resumo de tudo o que ela achava atraente. Por outro lado, o jeito mal educado como ele tinha invadido o seu espaço era sufocante.

─ Gostaria de pedir algo diferente? ─ Ela puxou a gola da camiseta como se estivesse muito apertada. Trevor riu e ela gaguejou: ─ Você sabe, sem glúten, esse tipo de coisa?

─ Claro. ─ Ele piscou. ─ Queremos provar tudo.

─ Queremos? ─ Ela olhou em volta, para o espaço da cafeteria, mas não viu nenhum outro ator. Ignorando o comentário, foi para a parte de trás do balcão e puxou uma caixa. Depois relaxou e continuou o seu trabalho.

─ Não se preocupe. Vou colocar só os nossos produtos mais vendidos em um kit de degustação. Depois que você experimentar tudo e escolher aqueles de que gostou mais, me ligue e fechamos os detalhes para a festa. ─ Ela parecia estar fazendo tudo no piloto automático, enquanto falava, foi enchendo a caixa com um monte de doces e salgados que estavam na vitrine.

─ Podemos nos encontrar, tomar um café ou almoçar e conversar sobre isso, não acha? ─ Trevor parecia estar dividindo um segredo, falando com aquela voz.

Ela estava curvada e levantou a cabeça para pegar vários mini cheesecakes em uma prateleira mais baixa. E enquanto estava fazendo isso, a sua mão fez um bolinho de mirtilo voar para a vitrine da frente.

Trevor riu novamente. Os olhos dele ficaram fixos no rosto dela, e depois desceram pelo seu corpo. Ela queria muito se abanar.

─ É, seria muito bom, ─ ela tagarelou, sem saber o que pensar sobre aquilo. Será que estava sonhando?

Em seguida se abaixou para pegar o bolinho fujão e mais outro cheesecake para colocar na caixa. A porta da frente fez um som de sinos quando se abriu, e logo em seguida o som foi acompanhado pelo suspiro coletivo dos clientes que estavam na loja.

E o que foi agora? Ela se levantou mais devagar dessa vez.

─ Trevor, por que está demorando tanto? ─ Uma loura muito magra entrou, tirando os óculos escuros e colocando no topo da cabeça. Dois guarda-costas impediam que as pessoas se aproximassem dela. Era Ashleigh Mason.

Olívia queria comemorar. Sua padaria estaria no Top 5 das conversas pelo menos durante alguns meses. As vendas iam disparar. Ela poderia até colocar cadeiras do lado de fora. Todo mundo ia querer comer no Celebridades só imaginando encontrar um desses dois famosos. Ela segurou o queixo por um minuto. Tudo o que precisava fazer era garantir que eles voltassem mais vezes. E trouxessem outros famosos da elite de Hollywood.

─ Estou quase terminando aqui. ─ Trevor acenou para Ashleigh. ─ Existe alguma outra coisa, em particular, que você gostaria de provar?

A atriz empinou o nariz. ─ Você sabe que eu cortei os carboidratos. ─ Ela olhou novamente para Olívia, e depois se inclinou para frente dizendo, ─ Olha, acho que você deveria fazer a mesma coisa!

Olívia não estava acreditando. Ashleigh Mason, a namoradinha da América, tinha mesmo chamando ela de gorda? É claro, que administrando a padaria Olívia teria que ganhar alguns quilos em algum momento, mas ela não estava tão acima do seu peso assim. Pensando bem era algo muito normal, mas ao ficar lado a lado com Ashleigh, ela