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Iniciação aos Arcanos Maiores do Tarô
Iniciação aos Arcanos Maiores do Tarô
Iniciação aos Arcanos Maiores do Tarô
E-book218 páginas2 horas

Iniciação aos Arcanos Maiores do Tarô

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Sobre este e-book

O Tarô consiste num método divinatório, composto por cartas, cujas imagens trazem ao conhecimento, de quem as consulta, mensagens oriundas do subconsciente e que, por algum motivo, podem estar retidas no ""desconhecimento racional"" (ou restritas pelo que se possa observar por evidências limitadas), frente aos naturais entraves de assimilar todos os estímulos que alguém vive. Pode-se entender o Tarô como um exercício de reflexão, uma maneira de se expandir horizontes ao se partir de encontro ao próprio autoconhecimento, à voz interior, às fiéis vontades e oportunidades de se viver algo que ainda possa estar "escondido" no subconsciente. Esta é uma publicação preparatória para quem se interessa em aprender as leituras das cartas do Jogo de Tarô, especificamente os Arcanos Maiores (conjunto das 22 primeiras Cartas que, junto aos 56 Arcanos Menores, integram o baralho completo, constituído por 78 cartas).

Esta obra se destina aos interessados em conhecer a prática de refletir sobre a existência humana (os conflitos, esperanças, temores e consciências), bem como prever condições futuras, através da interpretação e compreensão da simbologia e imagens que compõem o jogo do Tarô.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de set. de 2023
ISBN9786525289991
Iniciação aos Arcanos Maiores do Tarô

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    Iniciação aos Arcanos Maiores do Tarô - Eros Archí

    PRIMEIRA PARTE

    APRESENTAÇÃO À COMPOSIÇÃO E AOS PROPÓSITOS DO TARÔ

    Possíveis percursos históricos

    Desde os primórdios da humanidade, consultar oráculos revela-se como um hábito tradicional às diversas civilizações. Uma das mais populares evidências que temos, sobre isso, são as obras de Sófocles, ao tramar a tragédia e a trajetória de Édipo, numa produção de dramaturgia escrita por volta do ano de 427 a.C.

    Ansiedades e angústias, dúvidas e incertezas são condições comuns de serem vividas por qualquer pessoa, independente da categoria social em que se identifique, independente do lugar onde se encontre. Todos nós, naturalmente, nos deparamos e precisamos enfrentar circunstâncias que geram inquietantes questionamentos. Essa constatação se apresenta em toda e qualquer história individual, e a qualquer instante da História de nossa existência no mundo.

    Ao compreendermos que não somos os únicos curiosos que existem sobre os oráculos e sobre as circunstâncias que a vida revela, naturalmente nos deparamos com aqueles que se identificam como pesquisadores, que se dedicam a descobrir e disseminar constatações que venham a consolidar o que conquistamos por conhecimentos. Nesta perspectiva, podemos entender, então, que o Tarô consiste num método divinatório, composto por cartas, cujas imagens trazem ao conhecimento, de quem as consulta, mensagens oriundas do subconsciente e que, por algum motivo, podem estar retidas no desconhecimento racional (ou restritas pelo o que se possa observar por evidências limitadas), frente aos naturais entraves de assimilar todos os estímulos que alguém vive. E como ocorre com todos os recursos e realizações humanas, determinar as origens do Jogo do Tarô, representativo de um dos numerosos oráculos que sabemos existir, também se delimita como um desafio para muitos pesquisadores.

    Alguns estudiosos alegam que o Tarô, conforme conhecemos hoje, decorre de interpretações e traduções do Livro de Thoth, até então considerado um dos livros mais misteriosos em toda a humanidade, desde as primeiras civilizações do Egito. Thoth, que é um personagem mítico, representa o Deus Egípcio do conhecimento, adotado como a origem da escrita por hieróglifos e a quem são atribuídas crenças de que foi destinado a transportar as almas na travessia do rio que separa os mundos dos vivos e dos mortos.

    Há historiadores que argumentam que artigos pintados em aquarela – técnica milenar adotada pelos chineses – como pequenas tábuas, nas quais foram projetadas imagens que retratavam os Arcanos do Tarô, possam ser determinadas como um dos pontos de origem deste oráculo; uma vez que tais peças de madeira evidenciavam existir há mais de dois mil anos.

    Há, ainda, pesquisadores que propõem que a fama do baralho de jogar, constituído por cartas numeradas e figuras da corte real, divididas em quatro naipes e incluindo o Coringa, tenha sido consequência de uma banalização, por parte de alguns homens, ao uso de imagens traçadas em cartas como um instrumento para revelações do futuro. Este era um exercício divinatório, conforme bruxos e místicos praticavam desde as civilizações mais primitivas, mas que foram perseguidos e condenados, sendo tratados com descrédito por aqueles que, na verdade, temiam seus poderes ocultos.

    Entretanto, outros historiadores também defendem que o baralho de cartas reveladoras do destino tenha sido criado pelos ciganos. Acreditam que, desde a Era Medieval, imagens desenhadas compunham um instrumento comumente utilizado por esses ciganos que, ao chegarem na França (precisamente na cidade de Marselha), no Período Renascentista, tornaram popular a prática de recorrer às imagens desenhadas, em cartas, como meio de se prenunciar o futuro. Deste modo, delimita-se a vertente de que as migrações dos ciganos contribuíram por popularizar o Tarô na Europa.

    Apropriando-se destas suposições, investigadores mais criteriosos propõem a hipótese de que os ciganos, em suas trajetórias nômades, tenham conhecido o Tarô ao percorrem o Egito para, posteriormente, disseminarem o exercício de consultar este oráculo na Europa, ao distribuírem-se pela Itália, França e Espanha.

    Uma das evidências mais consolidadas que temos, no entanto, é de que, no ano de 1600, o jogo conhecido como Tarô de Marselha começou a ser fabricado e comercializado, com a curiosidade de que, o delineamento das cartas se configura no uso restrito de cinco cores (preto, azul, verde, vermelho e amarelo) devido à própria restrição que as primeiras máquinas de impressão apresentavam. Ainda assim, significados foram atribuídos para o emprego destas respectivas cores. Além disso, o baralho do Tarô de Marselha foi projetado de modo que o Arcano Maior O Louco não recebeu um número de identificação, em decorrência de não existir a grafia do zero em números romanos; e a carta da Morte não recebeu título, pelo intuito de não causar imediatos espantos quando se revelasse nas leituras.

    Em decorrência destas primeiras vertentes, novos empregos e interpretações foram atribuídas ao Tarô, conforme conhecido. Novas explorações e desenhos foram desenvolvidos, assim como numerosas áreas e filosofias religiosas e místicas implementaram meios específicos de se apropriar das imagens e cartas que espelham os significados e mensagens do Tarô.

    A exemplo disso, temos publicações que associam os 22 Arcanos Maiores com as 22 letras que constituem o alfabeto hebraico. Temos, também, articulações estabelecidas com estudos cabalísticos, além de apropriações da Maçonaria e do movimento filosófico Rosacruz.

    Complementar a estas apropriações, nos dias de hoje nos deparamos com inúmeros jogos de Tarô, elaborados de modo a se preservarem os símbolos e elementos que retratam as composições originais das 78 cartas. Logicamente que determinados símbolos, gestos e posturas assumidas pelas figuras que retratam os Arcanos Maiores e os Arcanos Menores são características que devam ser mantidas para expressarem as mensagens que sejam reveladas nas leituras de Tarô, como uma forma de acesso ao seu propósito oracular.

    Portanto, reconhecemos que as contribuições deste recurso podem se estender ao infinito: do seu objetivo de prenunciar o que seja reservado ao futuro, ao desafio de se consolidar como um instrumento alternativo para promover o autoconhecimento.

    Contudo, por se basear em um recurso de acesso subjetivo, ao que possa ser constituído e revelado pelo conhecimento estritamente individual, a arte de realizar leituras de imagens, numa aleatória distribuição de cartas, não configuram processos representativos de um método científico. Recorrer a um oráculo não significa adotar uma ação que possa ser mensurada e previamente comprovada. Em razão disso, o Tarô não pode ser compreendido como uma ciência, ou prática regulada por mecanismos que ditam regras e normas comuns às condutas, realizações e produções humanas. Preserva-se, assim, o seu caráter místico, acessível apenas para aqueles que são atraídos pelo que possa ser revelado por conhecimentos ocultos.

    A palavra Arcano

    O conhecimento possível de ser alcançado, no desenvolvimento de uma leitura de Tarô, se promove através da interpretação das imagens desenhadas nas cartas e que, por preservarem conteúdos ocultos, que precisam ser compreendidos em seus símbolos, para serem transmitidos, recebem o nome de Arcanos.

    A palavra Arcano vem do latim arcanus, que significa o que se apresenta sob enigmas, tudo aquilo que se manifesta como mistério e, por isso, pode induzir e ser representativo de conhecimentos ocultos. Pela condição de se expor como oculto, o que se configure como arcano só pode ser efetivamente conhecido por quem domina capacidades místicas e compreenda o esotérico. Como nem todos se dedicam a estudar e conhecer os meios esotéricos, o conteúdo presente em um arcano, ou velado por este, se mantém como um mistério para a maioria das pessoas.

    No Tarô, cada uma de suas cartas se apresentam como um Arcano. Neste oráculo, os Arcanos são imagens formadas pela combinação de símbolos que, logicamente, são integrados por alguma razão. Um símbolo tem por propósito representar uma ideia, uma informação, uma instrução ou qualquer tipo de mensagem que, através de atribuições (isto é, o que investimos e pensamos que possa ser associado ao que vemos, numa representação), se configura em um conhecimento que proporcione algum sentido, algum esclarecimento ou orientação.

    Por apresentarem símbolos em suas composições, os Arcanos se revelam como imagens arquetípicas. Disso, convém entender por arquétipo um conceito amplamente divulgado a partir das proposições de Carl Gustav Jung, criador da Teoria Analítica (uma das abordagens para se analisar, investigar e buscar compreender as personalidades, à luz da Psicologia).

    Arquétipo significa uma maneira comum de entender algo; comum no sentido de que várias pessoas (mesmo pertencentes a diferentes culturas) poderão apresentar um mesmo entendimento a respeito de uma ideia, pessoa, objeto, conduta, ou qualquer elemento que envolva emoções para ser assim entendido. Por este motivo, um arquétipo representa, ainda que sob uma carga emocional, o que é pensado e conhecido de algo que exista no mundo. Esta maneira de se pensar e se conhecer, ou mesmo atribuir sentimentos, sobre os elementos que identificamos em nossas vidas, é transmitida e perpetuada ao longo de gerações. Um exemplo bem simples do que possa ser reconhecido como arquétipo são as alusões que estabelecemos de que o sol representa luz e energias positivas, do bem, ao passo que a lua, símbolo da noite, devido à escuridão, simbolize o que não é claro, o que é obscuro e que pode ser sinal de ilusões. Não é fácil determinar de onde surgiram tais ideias, mas reconhecemos que são atribuições estabelecidas desde os tempos de nossos ancestrais, e que se preservam nos nossos dias.

    Partindo, portanto, desta apropriação do que seja possível de projetar, em imagens de caráter arquetípico, os Arcanos apresentam cargas ilustrativas e símbolos com propósitos de transmitir mensagens. A riqueza dos detalhes viabiliza o desenvolvimento da percepção, da intuição e transmissão do que se pretende tornar conhecido por aquele que consulta o Tarô.

    Além disso, sempre que concentramos nossa atenção para interpretar o que esteja ilustrado em um Arcano, nos deparamos com detalhes desenhados em suas composições. Estes detalhes conferem símbolos; isto é, elementos que evidenciam significados.

    Através da riqueza de sua simbologia, um Arcano pode revelar mensagens que, mesmo condizentes ao que tenha sido perguntado por quem estabelece o contato com o Tarô, se estendem para outras circunstâncias vividas, que também são projetadas para o conhecimento da pessoa.

    Uma vez que reconhecemos, através da prática de leituras do Tarô, a oportunidade de se emergir num exercício de reflexão e meditação, identificamos uma maneira de se expandir horizontes ao se partir de encontro ao próprio autoconhecimento, à voz interior, às fiéis vontades e oportunidades de se viver algo que ainda possa estar escondido no subconsciente. Para tanto, através das figuras, os Arcanos do Tarô possibilitam estabelecer conexões com o que se preserva inconsciente. Entretanto, justamente porque este processo emerge das condições subjetivas de cada pessoa, a linguagem ilustrativa viabiliza a consolidação de revelações do que possa se tornar conhecido (e, assim, consciente).

    Portanto, ao permitir que uma pessoa estabeleça vínculos com as mensagens ocultas por seus Arcanos, uma leitura de Tarô proporciona conhecimentos revelados através de imagens, que possibilitam a compreensão e acesso estabelecido por diferentes públicos, por consistir em interpretar ilustrações.

    Conforme já foi dito, o jogo completo de Tarô é formado por 78 cartas que se subdividem em Arcanos Maiores e Arcanos Menores.

    Os primeiros (Maiores) sempre se mostram como ilustrações formadas por elementos de alto teor simbólico, apesar de, em alguns jogos, os Arcanos Menores se apresentam ilustrados, apenas, pelos ícones representativos dos naipes, ou dos quatro elementos, repetidos pela quantidade que o número expresso na carta. Isso dificulta a leitura para alguns tarólogos, especialmente por aqueles que se apegam aos detalhes desenhados, nas cartas, para apresentar uma leitura mais sensível e apurada.

    O Tarô de Rider-Waite é o mais famoso exemplo do jogo que apresenta os Arcanos Menores ilustrados por imagens e detalhes sugestivos para uma leitura e interpretação visual mais elaborada. Isso se deve, justamente, por ter sido o primeiro a revelar ilustrações no conjunto de cartas que compreendem os Arcanos Menores, elaboradas por Pamela Colman Smith nos anos de 1909 a 1910 e, desde então, amplamente difundidas pelo mundo.

    A leitura de imagens

    A todo momento nos deparamos com sinais, símbolos e ilustrações. Sejam os anúncios que nos chegam através de inúmeros meios, sejam as informações que nos são apresentadas quando interagimos com páginas na Internet, ou mesmo placas de trânsito distribuídas pelas cidades onde moramos e por onde circulamos diariamente. Constantemente somos bombardeados por infinitos estímulos visuais. Até mesmo neste instante, você está lendo estas palavras através da combinação dos sinais que conhecemos como letras.

    Possivelmente, em razão de estarmos tão habituados a receber estes estímulos visuais, o tempo todo, de modo intermitente, acabamos por nos acostumarmos a não investir tanta atenção ao que já esteja conhecido e familiarizado em nossas rotinas. Entretanto, pode ocorrer de, em inesperadas circunstâncias, nos defrontarmos com ilustrações, cenas – ou, até mesmo, acontecimentos – cujos detalhes revelam informações que precisamos absorver e, pela naturalidade com que convivemos com a diversidade infinita de estímulos, desconsideramos os sentido que precisava ser melhor observado do que possa ter acabado de passar por nossos olhos.

    Nos estudos da área da Psicologia, a nossa capacidade de perceber os estímulos com os quais interagimos, nos contextos em que nos inserimos, é tema central de toda uma

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