Ocasiões: Em Cada Estação, Traços de Uma História
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Ocasiões - Mateus Almeida
As luzes eram de Paris
Ela era uma menina linda, com os cabelos loiros, encaracolados e cheios de cachinhos. Nasceu em um jardim cheio de flores e perfumado pelo aroma suave das cerejeiras que se espalhava quando o vento suavemente balançava as pétalas das flores sob o sol opaco do outono. Seu nome era Sophie.
A história de Sophie é exatamente igualzinha a todas as outras histórias de meninas sonhadoras e encantadas, que fazem do mundo um lugar inimaginável com suas poéticas divagações. Ela gostava de brincar, sorrir e cantar, às vezes, parecia uma borboleta, com asas, deseja voar pelos campos dourados e coloridos, flutuando sem parar e fazendo firulas pelo ar. Morava em uma casinha feita de sonhos, lá no alto da colina da pequena Ilha de Jersey e de lá podia ver o carteiro quando este chegava à cidade cheio de cartas para entregar. Tinha vontade de ir a uma cidade grande, mas ainda era uma adolescente, e viagem para a cidade, só por meio do mar. Uau, na cidade deve ser muito legal. Deve ter muita luz, muita gente para conversar, muitas crianças pelas ruas, muitos brinquedos e diversão. Um dia, ainda vou visitar a cidade de Paris, conhecer a Torre Eiffel e os cafés de que tanto ouço falar
, pensava ela, meio que em delírio, sonhando acordada. Desejava escrever um romance muito bonito sobre Paris, falar das luzes e da noite, viajar pelas calçadas de uma cidade que parou no tempo com sua arquitetura do século XIX, e que, até hoje, encanta o mundo inteiro. Ela, com seu sorriso gracioso e lindo, transpirava amor e poesia por toda a pequena Ilha de Jersey e viajava sempre em seus pensamentos por todos os cafés e calçadas às margens do Rio Sena. Ficava encantada cada vez que lia alguma coisa sobre a capital francesa nas notas de rodapé de jornais ou em revistas que chegavam mensalmente do continente. Sabia que era um lugar encantador e que inspirava beleza, amor e poesia. Depois que descobriu que grandes artistas, como Picasso, Ravel, Dali, Monet..., não tinham conseguido resistir aos encantos da bela Paris, ficou ainda mais alucinada para conhecer o lugar que aprisionou o coração desses grandes ícones da arte e da literatura. Ela sabia que a Cidade Luz respirava cultura. É realmente inenarrável o trabalho de Haussman na arquitetura parisiense. As luminárias, o Arco do Triunfo, o Museu do Louvre, as margens do Sena e os cafés, é impossível deixar de citar os cafés. Lugar de encontros e lendários amores que se eternizaram junto à alma poética de Paris.
Ah, e as luminárias de Paris..., pensava, Quando escurece, deve parecer com o céu em uma noite de luar, olhando lá de cima. Provavelmente, atravessa a Via Láctea e deve ser possível ver de muito longe no universo. Os telescópios de outros mundos devem ver o clarão da cidade de Paris durante a noite, as luzes acenam para todos os lados como um farol no meio do oceano sinalizando para o marinheiro perdido o caminho de volta para o porto. E isso deve ser extraordinariamente emocionante. Ela, mesmo morando longe, em uma ilha no meio do nada, queria um dia caminhar nas ruas da cidade mais iluminada do mundo, passear às margens de seu famoso rio, caminhar na chuva durante à noite e vislumbrar os poderes da deslumbrante cidade. Enquanto seu sonho ainda dormia, ela resolvia escrever sua prosa poética, a primeira de muitas, com certeza. Sobre o amor, sobre a alegria, sobre o prazer, sobre Paris e as luzes...
Se Paris fosse um cavalheiro, chegaria montado em cavalo amarelo, cheio de flores, e sua fragrância tão olente. Notre-Dame seria seu castelo. Seu rosto seria magistral, seu olhar intensamente atraente, mas singelo. Chegaria incrivelmente imponente, mas estenderia a mão com a sutileza de um poeta, beijaria meigamente a sua mão, tocando o queixo na pele das falanges proximais e os lábios sobre a pele do metacarpo disparando todo o desejo em uma velocidade alucinante, revelado pelo aumento instantâneo das frequências dos batimentos do coração. Não seria simplesmente um prazer, seria mais que uma mera emoção, seria uma intrigante, insistente e enlouquecida paixão. E o desejo se perpetuaria entre os arrepios do sistema nervoso, que apenas constatariam não o inconsequente e precipitado gozo, mas o inevitável se faria, e se concluiria com o extraordinário amor. Então, assim, ela ia sonhando com Paris, relatando, em sua prosa, seu desejo obstinado e, ao mesmo tempo, brando, porque lá no fundo, ela sabia que um dia estaria lá, o destino certamente lhe reservava a realização de seu sonho.
Ela era meio que maluquinha no meio daquela sociedade conformista e radical, mas não deixava seus delírios se ofuscarem pelas dramáticas histórias conhecidas e vividas pelas outras moças daquela cidadezinha chamada Santo Helério. Ela queria um amor que completasse de verdade todo o seu ser — corpo e alma —, daqueles das histórias dos príncipes encantados, que vêm de longe montados em um cavalo, que já lutaram contra um dragão, passaram por um labirinto assustador, enfrentaram uma besta selvagem, cruzaram os sete mares, lutaram contra piratas, monstros marinhos e