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Câncer Uma Jornada De Fé
Câncer Uma Jornada De Fé
Câncer Uma Jornada De Fé
E-book122 páginas1 hora

Câncer Uma Jornada De Fé

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Sobre este e-book

Eu olhava as pessoas ao meu redor e notava, quase podia sentir, a dor estampada em seus olhares, as vezes vago, muitas vezes em pânico. Todos procuravam uma forma de encontrar forças e uma razão para enfrentar a doença. Aprendi que a dor era o foco destas pessoas e a dor é incapacitante. Eu senti compaixão por essas pessoas e através da minha dor, compreendi a dor delas. Este livro busca trazer um pouco de alívio e entendimento diante de tantas dúvidas nessa jornada que não tem hora para acabar.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento25 de out. de 2023
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    Câncer Uma Jornada De Fé - Boldan Arian

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    Voa passarinha, logo eu vou também.

    .

    Para aquela

    que me oportunizou

    amar incondicionalmente.

    Hoje sou a minha melhor versão,

    graças ao convívio com esse

    Arcanjo de Luz.

    Capítulo 1

    A difícil descoberta de um carcinoma

    .

    Capítulo 2

    A pessoa cuidadora e a pessoa doente

    .

    Capítulo 3

    Tempos de espera

    .

    Capítulo 4

    O meu processo

    Prólogo

    "Diagnóstico de câncer não é

    atestado de óbito."

    .

    .

    .

    Foi a minha resposta diante das evidências que apresentaram-se naquele mês de dezembro, para uma esposa apavorada que havia perdido o pai, 5 anos antes, para o câncer de intestino depois de 2 anos de luta contra esta criação demoníaca.

    E assim começou a nossa trajetória de fé.

    Capítulo 1

    A difícil descoberta de um carcinoma

    .

    .

    .

    Os sintomas eram variados e confusos para uma mulher de 52 anos, com diagnóstico de fibromialgia, na fase da menopausa e ainda alérgica ao leite e ao alho.

    Há 1 ano, envolta em inchaços sem causa aparente e com dores diversas, especialmente na região do abdômen. As vezes, eram os pés inchados, outras vezes, o rosto, que ao cabo de alguns dias ou semanas parecia voltar ao normal, após a ingestão de chás e complexos vitamínicos.

    Como toda mulher, ela era vaidosa, portanto eu evitava falar algo que a desagradasse, apesar de notar que seu corpo estava em transformação. Pensei, a fase da menopausa é realmente difícil para a mulher, eu devo dar-lhe todo o apoio.

    Em 2022, começaram a surgir dores inexplicáveis e o corpo inchava, especialmente o abdômen. Seria a menopausa? Fibromialgia? Vesícula? Rim? Tomava remédios para dores, aliviava e logo voltavam.

    Como eu ia dizer que ela estava inchada sem ofendê-la? Eu esperava que ela notasse. De vez em quando ela perguntava e com jeitinho eu dizia que parecia um pouco inchada sim.

    Como pedagoga, há 35 anos, havia incorporado aquele jeito infantil de tratar a vida, apesar de tão preocupada com todos ao redor. Era comum, antes de dormir, ela dizer: estou preocupada com fulano ou fulana, e eu só queria dormir, mas me esforçava para ouvi-la.

    No passado, desde a infância, ela ria com pouco, feito as tantas crianças e jovens adultos que ela ensinou a ler e escrever, entretanto o sorriso contagiante já não era o mesmo, esforçava-se para transmitir alegria e ainda sofreu um acidente em 2020. A SUV que dirigia travou a direção numa curva, subiu a encosta da estrada e capotou de volta, na pista contrária, lateralizado.

    Ela havia saído de casa as 5h50, o telefone tocou as 6h30, dei um pulo e logo atendi, era ela. Alô, alô e do outro lado eu ouvia, (…) me ajuda moço… liga para o meu marido… me ajuda… Depois, eu constatei que naquele ponto da estrada não tinha sinal de celular, muito menos internet.

    Me bateu 3 segundos de desespero, não sabia o que fazer, pois eu só tinha um Opala que foi do pai dela, a relíquia. Depois de 7 anos parado, havia muito a fazer para andar numa estrada. Era só o que eu tinha, entrei e saí do jeito que pude, cuidando para não me perder numa curva, por conta do pouco freio.

    Calculei 40 minutos até o local e assim que cheguei o SAMU havia acabado de encostar e eu disse: Estou aqui meu bem, estou com você, sai devagar, você consegue? Sim, 40 minutos dentro do carro com o corpo no asfalto, vidro do motorista quebrado, numa manhã chuvosa, aguardando o socorro e o resultado foi um cotovelo fraturado. Por um milagre, nada mais, porém foram 3 meses para recuperar os movimentos. Eu dizia que estávamos em lua de mel novamente, porque eu cuidava dela para tudo, até banho.

    Em março de 2021 pegamos covid, época que o hospital de nossa cidade fechou as portas porque não queria ter contato com a doença. Ela ficou 7 dias sem dormir, e na cabeça passou a sentir estalos de curto circuito. Quando finalmente encontrei um médico, ele receitou Rivotril, remédio controlado, sem nem vê-la pois os sintomas da COVID proibiam o contato. É claro que eu não disse que havia contraído COVID e que quase morri uma semana antes, mas tive o devido cuidado para evitar o contágio.

    Parei na primeira farmácia, comprei o frasco e ministrei 21 gotas, no carro mesmo, ela tomou e apagou 5 minutos depois. Ao chegar em casa, saiu do carro, deitou e dormiu até o dia seguinte. Estava se sentindo melhor.

    Mas as sequelas ficaram, cansaço, lapsos de memória, confusão mental e dores pelo corpo.

    Quando surgiu a vacina, ela foi obrigada a tomar 2 doses e apesar de minha insistência, ainda tomou uma 3a dose.

    Eu sempre dizia que não tinha paciência para doentes, isso confundiu ela, concluiu que eu detestava cuidar. Deixei de dizer que eu não gostava de pessoas que usavam a doença para obter vantagens, como folga no trabalho ou a atenção das pessoas. Talvez, por isso eu tenho a sensação de que ela escondia certos sintomas.

    Em outubro, as dores, o mau humor, as reclamações subiram de tom. No dia 30 de outubro, ela foi mesária do segundo turno das eleições de 2022, com bastante dificuldade, por causa das dores. No dia 31, resolvemos ir na emergência do hospital de Angelina. Lá, o médico de plantão fez uma ultrassonografia de abdômen, pois as dores intensas concentravam-se nessa região.

    O diagnóstico não foi conclusivo, apontou um pólipo vesicular e algo que ele não conseguiu identificar. Indicou uma ressonância magnética.

    Não havia tempo para mais investigações, pois o trabalho como assessora pedagógica, o assédio moral, o ódio das pessoas dentro daquela instituição, consumiam a mente e o corpo das pessoas. Faltar ao trabalho para ir ao médico era tido por muitas pessoas como desculpa.

    As dores passaram a aumentar de intensidade e duração. Na última semana de novembro, ela resolveu ir à emergência do hospital Regional, que segundo disseram, crise de vesícula seria operado imediatamente, ou seja, retiram a vesícula e seus problemas acabaram.

    Mas não foi bem isso que aconteceu. A médica que atendeu ela as 16 horas, solicitou uma tomografia de abdômen, 4 horas depois, outra médica plantonista dava o diagnóstico: câncer de fígado e de útero! Assim, sem meias palavras.

    Enquanto isso, no sítio onde morávamos a 90 km de distância deste hospital, as chuvas torrenciais haviam levado a ponte que dava acesso à estrada e fiquei ilhado. Os estragos nas estradas e nas regiões mais baixas foram enormes, mas sem uma morte.

    O desespero tomava conta de mim. Ela estava acompanhada do filho, bombeiro militar, que soube lidar muito bem com a situação. Mas eu não estava lá, como sempre estivera em todos os momentos difíceis.

    De lá, passaram em casa, ela pegou umas poucas roupas e foi para outro hospital para ser internada. Chegando nesse hospital, a médica disse que não era bem assim, era só uma tomografia e carecia de mais exames. Com certo alívio, voltou para a quitinete que morava de segunda a quinta. Na sexta-feira, eu sempre esperava ansiosamente sua chegada depois de dias conversando somente por mensagens e vídeo chamadas.

    Entrementes, eu no sítio estudando uma forma de atravessar o rio, antes bucólico, transformado em caudaloso. Somente 2 semanas depois fizeram uma pinguela e só depois surgiu um ponte provisória para passagem de carros pequenos.

    Neste período, a solução era caminhar uns mil metros, entre morros, lama e uma plantação de xuxu até chegar na ponte mais próxima. Ela já apresentava muito cansaço para fazer este trajeto, mas não tínhamos outra solução.

    Em 9 de dezembro, depois de vários telefonemas, conseguimos um agendamento para a ressonância magnética que seria com contraste e sem anestesia, tudo o que ela não queria.

    1 hora dentro de um tubo, sem se mexer, não sei como ela aguentou, eu não teria suportado e teria abortado o procedimento. Ela disse que a máscara para tapar os olhos e a presença do filho foram essenciais. Era para eu ficar com ela, mas não sei o que houve, quando dei por mim, a ordem inverteu-se e fiquei do lado de fora guardando a entrada.

    Alguns dias depois, saiu o resultado. Discreto líquido na pleura, uma massa de 3,8 cm no leito vesicular e uma massa no lado direito do útero. Os resultados do exame de sangue indicaram um CEA muito alto, 78, quando o normal é no máximo 5. Sem dúvida, estávamos diante de uma situação complexa e importante.

    Voltamos ao médico quem havia solicitado a ressonância, que leu rapidamente o laudo e imediatamente solicitou encaminhamento

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