A Barbárie de Berlim
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Sobre este e-book
Analisando os eventos iniciais da Primeira Guerra Mundial, as pretensões não somente bélicas e nacionalistas, mas civilizacionais e sanitárias do império alemão, Chesterton nos presenteia com um dos ensaios mais negligenciados, sucintos e profundos de seu largo espólio de escritos. O autor é muito conhecido por seus textos literários e polêmicos, e A Barbárie de Berlim apenas reforça isso: é uma análise política das mais agudas e proféticas sobre o que a Europa passaria pelas sanhas alemãs que logo mais se mostrariam através da ideologia nazista de Hitler.
A Barbárie de Berlim foi escrito em 1914, mas poderia muito bem ter sido em 1945, logo após a derrocada do Terceiro Reich, ou até mesmo em 2023, ante os novos modos de sanitização social e política propostos pelas ideologias contemporâneas, ante ideologias despóticas que continuam a submeter toda a experiência humana acumulada aos caprichos ideológicos de pretensos alquimistas da realidade.
Um texto que em 1814 já fazia muito sentido e que hoje ganha ares de genialidade e brilhantismo.
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Pré-visualização do livro
A Barbárie de Berlim - Gilbert Keith Chesterton
Sumário
Introdução à edição brasileira
Pedro Henrique Alves
Introdução: Os fatos do caso
Capítulo I | A guerra pela palavra
Capítulo II | A recusa da reciprocidade
Capítulo III | O apetite da tirania
Capítulo IV | O subterfúgio da insensatez
Introdução à edição brasileira
Pedro Henrique Alves¹
Muitos daqueles que gostam de G. K. Chesterton se acostumaram a ler ensaios sobre literatura, história e religião, mas poucos experimentaram um texto dele sobre política, análise histórica e social como em A Barbárie de Berlim. Entretanto, é bom preveni-los, desde já, que a barbárie de Berlim
aqui analisada por Chesterton não se trata daquele pandemônio causado por Hitler e seus seguidores — até porque Chesterton morreu apenas três anos após a ascensão do ditador sanguinário ao poder e o livro aqui introduzido foi escrito em 1914 —, e sim de uma análise das motivações, dos métodos e das consequências que gestaram as ações da então Prússia durante a 1ª Guerra Mundial.
Chesterton, sob o intuito de analisar as ações do império alemão e dos demais países que batalhavam naquela guerra, nos legou insights preciosos sobre relações internacionais, filosofia política e psique totalitária, tornando A barbárie de Berlim um dos ensaios mais fecundos do autor católico sobre as bases ideárias da Alemanha na Primeira Guerra Mundial. Não é nenhum exagero afirmar que o que ele previu das ações da Prússia se revelaria assustadoramente factual na Alemanha com o nazismo.
As ideias alavancadas e conclusões ousadas que ele deixou nesse texto hoje são verdades duras que constatamos com aquela ressaca histórica ante o que aconteceu depois de 1933. Aquela mentalidade totalitária e supremacista entre os intelectuais prussianos que Chesterton denunciou, novamente encontra o mesmo apreço nos dias atuais, só que agora em nossas universidades e sociedades civis ocidentais, sob uma roupagem ideológica ligeiramente diferente, mas igualmente autoritária e vil; ou seja, o que em 1914 Chesterton já havia rastreado como as raízes do mal político nas ações prussianas, se fez real com o nazismo alemão na Segunda Guerra.
Chesterton denunciou um problema sutil demais para mentes pouco atentas aos detalhes filosóficos que envolveram aquela guerra. No fundo, o ensaísta inglês estava analisando os pressupostos ideários que passaram batidos pelos demais analistas que cobriam a guerra naquele momento; ele encontrou nas intenções geopolíticas declaradas do império alemão, e em sua retórica oficial de avanço militar, político, científico e civilizacional, uma ideologia de barbárie
, aquilo que ele chama neste livro de Barbárie Positiva
. Isto é: a ideia de que, sob um roteiro científico bem ajustado, ordenado para um fim sanitário adequado, a política de um país fadado ao sucesso civilizacional como a Alemanha poderia tornar o mal da guerra uma obra de redenção humana. E, para isso, diz Chesterton, a Prússia estava determinada a atropelar e ignorar as heranças tradicionais que regiam a moralidade básica dos ocidentais, encontrando assim, no livre descartar do senso comum e da ética do Ocidente, o caminho para o avanço social e humano que eles definiram como meta.
Diz ele logo no primeiro capítulo:
Estamos falando de algo que está deliberadamente em guerra com os princípios que viabilizaram a sociedade humana até aqui. É claro que, até para destruir a civilização, é preciso ser parcialmente civilizado. Uma tal ruína não poderia ser provocada por selvagens pouco mais que subdesenvolvidos ou ociosos. Não poderíamos sequer ter os hunos sem cavalos; ou cavalos sem a equitação. Não poderíamos sequer ter os piratas dinamarqueses sem navios, ou os navios sem a navegação. Essa pessoa, a quem posso chamar de Bárbaro Positivo, deve ser um pouco mais superficialmente atualizada do que aquela que posso chamar de Bárbaro Negativo. Alarico (c. 370-410) era um oficial nas legiões romanas, mas isso não o deteve, e ele destruiu Roma. Ninguém supõe que os esquimós pudessem tê-lo feito com a mesma perfeição. Mas, no sentido que estamos empregando, a barbárie não é uma questão de método, mas de meta. Dizemos que esses vândalos disfarçados têm o objetivo perfeitamente definido de destruir certas ideias que, segundo lhes parece, já não servem mais para o mundo; sem as quais, como nos parece, o mundo acabará morrendo.
Nas páginas