Exuberante Primavera
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Sobre este e-book
Assim consigo olhar para as estrelas e notar a beleza dos astros, a grandiosidade do universo, mensurar a pequenez do ser humano nesse contexto.
É na escuridão da noite, que valorizo o esplendor das alvoradas e a beleza das flores úmidas pela chuva. Quão gratificante é ouvir o canto das aves, o extasiar com os animais em seu habitat natural. Os peixes, todos minúsculos seres, as nossas fontes de água com suas sonoras cascatas são quase um sonho.
É glamoroso: o frescor do vento, as cores do arco-íris, o brilho do relâmpago, o estrondo assustador do trovão, o rugido e o azul da imensidão do mar.
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Exuberante Primavera - Orahídes Olímpio
A HARPA DO SOL
Teus olhos, morena, fulgem intensamente!
Flui da tua fronte abundante suor,
No peito bate agitado, um coração.
Sinto que para o combate, estás pronta.
Ao notar-te fiquei extasiado e dúbio,
Não importa se solteira ou casada!
Estou preparado, para nessa noite cálida,
Desbravar esse corpo lúbrico.
Libidinosa como estas,
Juro, até os astros, iremos viajar,
As estrelas vão esconjurar.
A exuberante harpa do sol,
A sinfonia da vida vai executar,
Retornaremos quando iniciar.
Lembranças de Damianópolis – GO, entre 2003 e 2013.
A BOEMIA
Por hilariante que seja,
Nem todos passamos
Por fases que, às vezes, estranhamos.
Contudo, olhem para os lados e vejam!
Luxo, extravagância,
Noitadas, esplêndidas namoradas,
Carrões, vida desregrada.
E obcecada petulância!
Em segundo plano fica a decência,
Vingando a malandragem
E vida fútil, que bobagem,
Leva tudo com imprudência!
Desdenhando a beleza
Do Mundo em que vivemos,
Tudo sublime e pequeno.
No final, só encontra a tristeza!
A velhice será infalível!
Não desfrutará o raiar do dia,
Do entardecer cheio de alegria
E do Arco-íris incrível!
Diminuta será a emoção,
Não verás as gotículas na relva,
O manto verde da selva
E não ouvirá do silêncio, a canção!
Lembranças de Goiânia – GO.
A DESTRUIÇÃO DESNECESSÁRIA
A destruição não é importante,
Na natureza constante é a renovação;
Morrem dez, nascem um milhão.
Os seres alimentam-se dos vegetais aos elefantes,
Isso leva ao equilíbrio da renovação,
Nesses vastos rincões.
Os flagelos destruidores
Tal: as tempestades e vulcões,
Também os furacões
Que trazem estragos e muitas dores,
Concomitantemente a renovação
Do espírito e do coração.
O assassínio é uma crueldade,
Instinto de destruição,
Às vezes, seguida de evolução;
Duelo, luta entre desafetos em igualdade,
Deixando o vencido no chão,
À época, não era crime então!
Para os crimes hediondos e contra o país
É humilhado o sem sorte,
Resta-lhe a pena de morte,
Aí está o destino do infeliz.
Maldição da guerra, destruição do Sul ao Norte,
Liberdade à alma, para o corpo, falta de sorte!
Lembranças de Goiânia – GO.
A DOR
Nas asas do vento
Vou, sempre, voar.
Ao teu encontro,
Onde estarás?
Pela vida ando,
Estou a te procurar,
Por aí vou, voando
Em sonho a tua voz, a escutar.
Quando será
Que conquistarei esse amor?
Parece uma doença,
Punge no peito, a dor!
Oh! doutor,
Será que sem amor
Passará essa dor?
Como maltrata o amor!
Lembranças de Goiânia – GO.
A IGREJA CATÓLICA
A Igreja pária da pobreza,
Que incita a subserviência,
Despreza o bem-estar à autossuficiência,
Prega a humildade e miséria com firmeza!
Antigamente, auxiliada pela ignorância
Do povo, os Concílios ditavam as leis,
Deliberando sobre os conflitos internacionais,
Hoje, não mais gozam dessas extravagâncias!
Outrora o Estado era dividido
Entre Nobres e Igreja,
Que sugava a Plebe ultrajada,
Para sustentá-la, dar ao Rei os impostos devidos!
Vendia indulgências na Idade Média,
Para sustentar as Cruzadas e as Inquisições,
Criminosas matanças e destruições,
Desde que rejeitassem seus dogmas, triste comédia!
Por que, na Segunda Grande Guerra Mundial, ficara ela neutra e isolada,
Assentada em cima do rabo?
Agora, de nosso País querido e amado,
Quer dar a Amazônia às Nações abastadas!
A soberania da região, conquistada a suor e sangue,
Por que não vai cuidar dos seus fiéis,
Os quais está perdendo para os evangélicos de viés?
E não quer que alguém se zangue!
Lembranças de Trindade – GO.
A LUA
A lua com seu brilho tênue, fraco, acinzentado,
Sorrateiro e atrevido desnuda a noite,
Ilumina as sombras, traz brilho aos montes,
Os nichos, as alçadas e os muros;
Seu clarão invade os aposentos, ilumina as coisas,
Viaja pelas grimpas dos telhados,
Descobre ambientes, nunca, imaginados,
Chega aos antros, palácios pelos seus vitrais;
Tal o brilho do satélite é a ideologia,
Vezes outra insuspeita, inocente,
Que à sociedade pode trazer tristeza e males,
Seduzindo o social subjugando-o à cria!
Ela sempre vem criada pela classe dominante,
No sentido e finalidade de promover,
De maneira passiva, o melhor para viver,
A aceitação das situações determinantes;
Enaltecendo o trabalho, como importante,
Dignificador no sentido de estimular
A produção e as condições aceitar.
Nos governos autoritários esse marco é frequente!
Lembranças de Anicuns – GO.
A NECESSIDADE
O ser isolado no seu canto
Mesmo com grande esforço, ao pó tudo era reduzido;
Em grupo seus valores tomaram outro sentido.
Nascia a socialização como proteção, um manto,
Assim, todos bem unidos,
Surgiram os líderes por eles escolhidos.
As famílias, indispensáveis, para os filhos cuidar,
O progresso vem os hábitos mudando:
Os filhos, ainda jovens, vão se dispersando,
A unidade o respeito estão a esfacelar,
Civilização em transformação
Criando novas legislações.
As barreiras criam as desigualdades:
Nas posses, nas aptidões,
No pensar, na educação.
É um terror, grande infelicidade,
Só temos desengano e abominação,
Será que, no pós-morte, teremos igualdade ou é ilusão?
Lembranças de Goiânia–GO.
A NOITE E O DIA
O meu teto é o céu azul e puro,
Longe de ti, luto e reluto,
Faço tudo em sigilo absoluto,
Só amo a ti, juro!
Quando juntos estamos,
Muito rimos, sem qualquer razão,
Parece que não tocamos no chão,
Do outro sabemos demais, assim, pouco falamos!
Linda veste para mim,
Ora de vermelho, azul e amarelo,
Ah! Quão te quero,
Quando juntinhos assim!
Se juntos num salão de festa,
Se assim, nos vêm, enrubesce,
Tal um anjo, que para mim vieste,
E o amor mais forte se manifesta.
Tanto o dia como a noite,
Junto de ti esqueço a profundidade
Do Mundo. Só sinto a felicidade,
E o amor fica mais forte!
Lembranças de Damianópolis – GO.
A PRUDÊNCIA
Ser prudente, na medida certa
É a máxima mais dignificante,
É detestável a arrogância dos cientistas e governantes,
Esquecendo-se das providências Divinas sobre a Terra!
Supõem seus julgamentos inabaláveis,
Recusando a existência do Mundo invisível,
Não aceitando que exista, além deles, o Insuperável,
Certos de que o reino de Deus é privilégio dos miseráveis!
O Mundo invisível para esses homens é ilusório,
Não obstante se quiserem entrar nele,
Seus Espíritos terão de reencarnar em desvalidos seres,
Sofrendo reveses neste Mundo inglório!
A simplicidade e a humildade são para os céus o passaporte.
E nunca se esqueçam dos Mandamentos de Deus,
Desfaçam-se do orgulho, confessem os pecados seus,
Desçam do fictício pedestal, abandonem o véu da incredulidade!
Lembranças de Brasília–DF.
A RAZÃO
Vós vos esqueceis de ser felizes e solidários,
Úteis à sociedade, oh, imprudentes!
Pouco tivestes feito a preservar os viventes,
Para destruir o Mundo, já tendes o necessário.
A providência vos deixa subir,
Quando vós, soberbos, atingirem o limite,
A pobre raça humana sofrerá com o ponto crítico,
Quanto maior a revolta, temeroso ser-vos-á o cair!
Não deturpeis! O homem não está evoluindo,
As necessidades básicas usurpam-vos a razão.
O egoísmo assola as nações,
Vós homens a si mesmos estão destruindo!
A vós arrogantes, poderosos, repletos de maldade,
Estais diante da finda vida aqui passageira,
Da eternidade verdade videira
Não vos esqueçais, nada levareis para a eternidade!
Lembrete para os governantes das Grandes Potências.
A REFLEXÃO
Eu, o defensor da honradez, da dignidade
E da ética, pela manhã, diante do espelho,
Não me vi, mas os esgueirar do despautério,
Todos os males e da perfeita infelicidade.
Volvi-me para tudo o que acreditava,
Que as ervas daninhas se apoderaram
Do meu pomar, as plantas,
Os frutos destroçados estavam.
Será que meu destino rebelou
Contra mim, como um furacão?
Estou sendo ferido pelo meu
Futuro, que de mim se esquivou?
O quê de errado com os meus
Amigos, que me renegaram?
Dantes eram meus ouvidos
E meus olhos. Sempre fui amigo teus!
Algo está oprimindo o meu coração,
Mas minhas palavras, que ressoarão por entre a
Floresta e as montanhas descerão
Em borbotões de amor, novamente, abraçando esses corações;
Como a flauta da esperança,
Farei ressoar por entre a floresta
E montanhas e o amar que atingirá
Os velhos amigos e crianças.
Lembranças de Piracanjuba–GO.
A RODA-GIGANTE
A vida é uma Roda-gigante,
Que gira contra o vento,
Às vezes, nos traz dor e sofrimento,
Mas o destino nos manda adiante!
A roda está fixa no chão
Vezes outras nos envaidece,
Num sem fim de sobe e desce,
Que nos faz tocar a terra com as mãos.
Enquanto brinquedo alegra nossos rebentos,
Flor e fruto do amor no coração,
Herança da impoluta gratidão,
Que nos trará o mais puro alento!
E a roda da vida é a saudade, a agonia,
É a luta, é o amor,
É o sussurro do teu hálito, é louvor,
E de Deus a bondade e alegria!
Lembranças de Anicuns – GO.
A SOMBRA
- Oi, parece não querer a minha companhia!
- Olhei para todos os lados, nada vi!
- Cansada de te acompanhar minha bagagem desci.
Estar, sempre, aos teus calcanhares é minha mania!
- Apareça, já não suporto essa brincadeira!
- Hoje, como sempre, exasperado, exigente,
Sou deformada, mas uma colega decente,
Sou a sombra que te acompanhará pela vida