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Paradoxo
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E-book399 páginas4 horas

Paradoxo

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Sobre este e-book

Este livro de ficção é uma jornada inspirada em verdades enterradas nos textos antigos dos primeiros registros do Planeta Terra, datando de uma época anterior aos documentos da Bíblia Hebraica. Essas verdades estão enraizadas na linguagem cuneiforme, que os humanos utilizaram para registrar suas experiências e compreensões há milênios. Notavelmente, as tabuletas da Mesopotâmia, descobertas somente em 1889, representam evidências robustas desse passado distante, e são meticulosamente preservadas pelo Museu de Arqueologia e Antropologia da Universidade da Pensilvânia, em particular, a tabuleta catalogada como CDS52168, intitulada “Criação do Homem”. Este artefato, escrito em barro, séculos antes dos pergaminhos do Mar Morto serem encontrados, oferece uma perspectiva única e valiosa sobre a criação da humanidade, delineando paralelos intrigantes com narrativas bíblicas posteriores. A própria universidade destaca essas correlações entre os documentos, enriquecendo nosso entendimento das origens da mitologia e da fé. Antes de adentrar a narrativa fictícia que se desdobra nestas páginas, é recomendável que os leitores explorem esses documentos fascinantes no portal do museu mencionado. Ao fazê-lo, uma conexão mais profunda com as raízes históricas da obra pode ser estabelecida, proporcionando um contexto enriquecedor para a experiência de leitura, inclusive ajudando na compreensão das perguntas e dúvidas que surgirão. A trama do livro trans-porta os leitores para 450 mil anos, nos Tempos Anteriores, quando seres de outro mundo, determinados a preservar seu próprio planeta, chegaram à Terra. Seu objetivo era extrair recursos minerais vitais, sem hesitação, e a qualquer custo. A criação da raça adâmica, por meio de engenharia genética, revela uma busca desesperada por servos leais que não apenas os auxiliem na extração de recursos, mas também os adorem como deuses supremos. Os registros dessa época, inscritos em tábuas de argila, detalham a evolução dessa raça e os eventos cruciais que moldaram o destino de KI, nossa Terra, e daquilo que somos hoje, híbridos Anunáqui-humanos. As interpretações contemporâneas desses registros, de versão em ver-são, são envoltas em controvérsias e foram passíveis de profundas modificações, deturpando o que está escrito nos documentos originais, como forma manipulação, servindo na maioria das vezes como ferramentas de controle e influência sobre as massas. Este livro desafia essas interpretações ao explorar as nuances da criação, revelando um universo de possibilidades e paradoxos que ecoam dentro de cada leitor. O livro certamente provocará reações diferentes, conforme a crença de cada um, ou mesmo o ateu. Embora as raízes deste enredo estejam ancoradas em antigas tabuletas de argila, é crucial ressaltar que este livro é uma obra de pura fantasia. Neste contexto, o desenrolar da trama brinca com os paradoxos que habitam a mente de cada indivíduo, questionando as origens, o propósito e o futuro da humanidade. Ao desvendar esse intricado enredo, os leitores são convidados a refletir sobre suas próprias crenças e a enfrentar o desafio de confrontar o desconhecido.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento25 de dez. de 2023
Paradoxo

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    Paradoxo - Marcio N Amaral

    Márcio N Amaral

    PARAdOXO

    Primeira Edição

    Outono / 2023

    Coleção Fantasia

    Copyright Marcio N Amaral 2023 e-mail: autor.mna@gmail.com

    E eles vieram do céu...

    Foi tudo registrado há mais de três mil anos...

    5

    ..., mas, não compreendido.

    Príncipe Enlil, da Dinastia Anunáqui. Ele era o deus do ar, do vento, e das tempestades, e muitas vezes considerado como o líder do panteão dos deuses sumérios. Ele desempenha um papel fundamental, incluindo aqueles relacionados à criação do mundo e à determinação dos destinos. Enlil era respeitado e temido por seu poder e seu papel c 6

    omo

    mediador entre os deuses e os humanos considerados inofensivos.

    Capítulo 1

    ANTES DE TODOS OS TEMPOS TERRESTRES

    HÁ 450 MIL ANOS

    Este livro de ficção é uma jornada inspirada em verdades enterradas nos textos antigos dos primeiros registros do Planeta Terra, datando de uma época anterior aos documentos da Bíblia Hebraica. Essas verdades estão enraizadas na linguagem cuneiforme, que os humanos utilizaram para registrar suas experiências e compreensões há milênios.

    Notavelmente, as tabuletas da Mesopotâmia, descobertas somente em 1889, representam evidências robustas desse passado distante, e são meticulosamente preservadas pelo Museu de Arqueologia e Antropologia da Universidade da Pensilvânia, em particular, a tabuleta catalogada como CDS52168, intitulada Criação do Homem. Este artefato, escrito em barro, séculos antes dos pergaminhos do Mar Morto serem encontrados, oferece uma perspectiva única e valiosa sobre a criação da humanidade, delineando parale-los intrigantes com narrativas bíblicas posteriores. A própria universidade destaca essas correlações entre os documentos, enriquecendo nosso entendimento das origens da mitologia e da fé.

    7

    Antes de adentrar a narrativa fictícia que se desdobra nestas páginas, é recomendável que os leitores explorem esses documentos fascinantes no portal do museu mencio-nado. Ao fazê-lo, uma conexão mais profunda com as raízes históricas da obra pode ser estabelecida, proporcionando um contexto enriquecedor para a experiência de leitura, inclusive ajudando na compreensão das perguntas e dúvidas que surgirão. A trama do livro transporta os leitores para 450 mil anos, nos Tempos Anteriores, quando seres de outro mundo, determinados a preservar seu próprio planeta, chegaram à Terra. Seu objetivo era extrair recursos minerais vitais, sem hesitação, e a qualquer custo. A criação da raça adâmica, por meio de engenharia genética, revela uma busca desesperada por servos leais que não apenas os auxi-liem na extração de recursos, mas também os adorem como deuses supremos. Os registros dessa época, inscritos em tábuas de argila, detalham a evolução dessa raça e os eventos cruciais que moldaram o destino de KI, nossa Terra, e daquilo que somos hoje, híbridos Anunáqui-humanos. As interpretações contemporâneas desses registros, de versão em versão, são envoltas em controvérsias e foram passíveis de profundas modificações, deturpando o que está escrito nos documentos originais, como forma manipulação, servindo na maioria das vezes como ferramentas de controle e influência sobre as massas. Este livro desafia essas interpretações ao explorar as nuances da criação, revelando um 8

    universo de possibilidades e paradoxos que ecoam dentro de cada leitor. O livro certamente provocará reações diferentes, conforme a crença de cada um, ou mesmo o ateu.

    Embora as raízes deste enredo estejam ancoradas em antigas tabuletas de argila, é crucial ressaltar que este livro é uma obra de pura fantasia. Neste contexto, o desenrolar da trama brinca com os paradoxos que habitam a mente de cada indivíduo, questionando as origens, o propósito e o futuro da humanidade. Ao desvendar esse intricado enredo, os leitores são convidados a refletir sobre suas próprias crenças e a enfrentar o desafio de confrontar o desconhecido.

    Trecho da escrita cuneiforme da tabuleta de argila catalogada sob o número CDS5216 – Criação do Homem: Enki inseriu o óvulo fertilizado no ventre de Ninmah, houve concepção! O tempo, concebido por uma mistura, quanto tempo durará? Eles perguntaram reciprocamente. Depois na Terra, antes em Nibiru. O parto veio, a um macho Ninmah deu à luz. Enki segurou o menino em suas mãos, ele era a imagem da perfeição. Agora vem o relato de como ele o chamou de Adamu. O recém-nascido não era peludo como os selvagens, seu cabelo era preto escuro, sua pele era lisa (pura, limpa, brilhante), lisa como a pele dos Anunáqui. A cor de seu sangue era vermelho-escuro, o mesmo tom da argila do Abzu.

    9

    (Traduzido da sexta tabuleta cuneiforme, escrita pelos sumérios, na Mesopotâmia 3.500 A.C.) Trecho de um pergaminho: Gênesis E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra.

    Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criaram.

    (Gênesis da Bíblia Hebraica, traduzida dos pergaminhos do Mar Morto, 1.500 A.C.)

    Charles Darwin, o brilhante cientista por trás de A Origem das Espécies, enfrentou uma lacuna crucial em sua investigação sobre a evolução humana, devido à ausência das tabuletas de argila da Mesopotâmia em seu tempo. A leitura desses antigos artefatos poderia ter proporcionado a ele o tão procurado Elo Perdido, ligando de maneira mais clara a relação entre os símios e os humanos.

    As tabuletas de argila da Mesopotâmia, descobertas tardiamente em 1889, oferecem um vislumbre único sobre os primórdios da civilização humana. O registro desses documentos, preservados com meticulosidade pelo Museu de 10

    Arqueologia e Antropologia da Universidade da Pensilvânia, lança uma luz reveladora sobre a evolução e a história.

    Para aqueles que mantêm suas convicções religiosas arraigadas nas profundezas de seus sentimentos, e para os que aderem à crença de que o inexplicável é repleto de mistérios que não devem ser questionados, este livro pode ser desafiador. Ele mergulha na ficção, mas essa ficção é intrin-secamente inspirada em fatos registrados na primeira linguagem escrita pela humanidade, a cuneiforme.

    A narrativa proposta neste livro não é convencional e exige uma disposição para explorar territórios onde a realidade histórica e a imaginação se entrelaçam. Se você está disposto a se aventurar por caminhos que desafiam concepções arraigadas e explora o intrigante limiar entre o docu-mentado e o inventado, então este livro pode ser uma jornada intelectualmente estimulante. Entretanto, se a ideia de questionar, de desvendar os mistérios do passado e de explorar uma ficção fundamentada em eventos reais não está alinhada com suas expectativas literárias, talvez seja prudente reconsiderar sua escolha de leitura. Este livro é um convite ousado para desafiar preconceitos, questionar dog-mas e mergulhar na rica interseção entre a verdade histórica e a imaginação criativa.

    11

    12

    Sempre estiveram por aqui ...

    ... na escala tempo-espaço da humanidade,

    apenas como vigilantes, pouco avistados.

    ...

    13

    Capítulo 2

    TEMPOS ANTERIORES – 300 MIL AC

    Antes do surgimento da humanidade, há aproximadamente 300 mil anos, durante uma era conhecida como Tempos Anteriores, os Igigi reinam. Essa classe inferior da raça Anunáqui obedece aos comandos dos príncipes Enlil e Enki, sob a autoridade de seus pais, o rei Anu e a rainha Antu, monarcas do distante planeta Nibiru. Esses trabalhadores, dotados de traços genéticos de seus líderes, ocasionalmente manifestam pacíficas revoltas, paralisando as minas de ouro na Terra, que chamam de KI. Hoje, poderíamos equiparar isso a uma espécie de greve planetária liderada por algum sindicato Igigi.

    Após trabalharem por 150 mil anos nas minas de ouro terrestres e em outros planetas, os Igigi, insatisfeitos com a administração de Enki, cessam suas atividades alegando exploração em condições desconfortáveis em KI. Recusam-se a realizar extrações minerais e outras tarefas essenciais para a presença Anunáqui no planeta, como a construção de estruturas e abertura de canais de irrigação.

    14

    Os Igigi, acreditando que podem rebelar-se contra o líder Enki, são surpreendidos quando o rei Anu, por meio dos exércitos de Enlil e Enki, pune-os exemplarmente, condenando-os a viverem em KI para sempre, sem poder retornar a Nibiru. Essa punição, no entanto, compromete a necessária mão de obra para continuar a extração dos minérios.

    Enki, membro da sucessão real dos Anunáqui, e sua irmã Ninmah, são responsáveis pela criação do Homo sapi-ens, um ser híbrido resultante do cruzamento entre um Anunáqui Igigi e os símios terrestres. Milhares de anos depois, quando a raça híbrida humana se espalha pela Terra, as descendências dos Igigi rebeldes são conhecidas como os Anjos Caídos nas crenças terrestres.

    Essa criação de híbridos Anunáqui-Humanos desagrada profundamente a Enlil, que prevê que uma nova raça com traços da inteligência Anunáqui pode tornar-se um inimigo formidável no futuro. Suas previsões se concretizam à medida que a nova raça habita a Terra, espalhando-se em diferentes povos.

    A nova raça, ao longo de sua trajetória no planeta, recebe várias denominações, incluindo Raça Adâmica.

    No entanto, desconhece que seus criadores os projetaram com traços genéticos para se sentirem sob a imposição do poder celestial. Essa característica no DNA humano leva-15

    os a considerar os Anunáqui como deuses que deram o sopro da vida e as dádivas do planeta.

    Enlil, quando confrontado no grande conselho de Nibiru, tem que ceder à criação do híbrido Anunáqui-símio, resultando no ser humano, com a ressalva de que sua vida terá um limite de um Shar dividido por 36, aproximadamente 100 anos terrestres. Os híbridos evoluem e se divi-dem em tribos, cada uma mantendo os traços dos Anunáqui que os criaram. Na Terra, as tribos estabelecem domínios, criam seus próprios deuses e escrevem textos convenientes às suas sociedades. Surge o conceito de Deus como ser supremo, onipotente e onipresente, mesmo que os Anunáqui já não estejam presentes.

    Essa crença dá origem a práticas sectárias que provocam guerras religiosas ao longo da história. Na passagem do próximo Shar, 3600 anos após a última vez que partiram de KI, os Anunáqui retornam, encontrando os sumérios na Mesopotâmia, seguindo os traços que foram programados pelo DNA.

    Contudo, encontram também traços belicosos, como previra Enlil, representados por líderes como Nabucodonosor. Os Anunáqui ensinam algumas invenções aos terráqueos, como a roda, canais de irrigação e zigurates. Após a partida dos Anunáqui, as tribos humanas criam suas próprias leis e deuses, ignorando sua origem comum.

    16

    Antes de retornarem à Terra para a próxima extração, Enlil envia observadores estelares para garantir que não te-rão que lidar com seres capazes de confrontá-los eficientemente. Alguns humanos, homens e mulheres, são abduzidos para aprimoramento genético, ajustando-os ao nível dese-jado de inteligência e submissão.

    17

    Com seus observadores escondidos, ...

    18

    ... monitorando o planeta para a extração mineral, no próximo periélio do planeta

    Nibiru.

    19

    Capítulo 3

    RIO QUEBAR, MESOPOTÂMIA, 597 A.C.

    — Saquem tudo! Eliminem qualquer resistência.

    Vasculhem cada recanto até encontrarem a Arca. Levem qualquer item valioso das câmaras, seja ouro, prata, bronze ou grãos. Aquele que esconde até mesmo uma moeda ou um punhado de trigo paga caro! — ordena Nabucodonosor, sua voz impregnada de autoridade, delineando as diretrizes para o saque iminente.

    O general Nebuzaradã lidera a invasão a Jerusalém, preservando o templo sagrado da destruição, mas saque-ando sem piedade seu tesouro inestimável. Colunas de bronze são despedaçadas para facilitar o transporte, o sagrado Mar de Bronze é arrancado, e cada canto do templo é minuciosamente revistado em busca de riquezas. O dia 16

    de março de 567 a.C. fica marcado pela violência, mas Nabucodonosor recua de sua decisão inicial de arrasar a cidade, optando por mantê-la de pé.

    O temido general, conhecido como o mais cruel do exército imperial, aprisiona o rei Joachim e sua família, exi-lando-os no assentamento de judeus Tel-Abib, às margens do grande canal de irrigação Naru Kabaru, a sudeste da 20

    Babilônia. Súditos proeminentes e artesãos renomados também são capturados, transformando Tel-Abib em um cár-cere ao ar livre. Aqueles considerados perigosos são execu-tados com suas famílias, sem poupar mulheres e crianças.

    Nebuzaradã, além de habilidoso em combate, mostra-se eficiente na administração das áreas tumultuadas pós-guerra. Judeus trabalhadores, considerados inofensivos, são separados para continuar suas atividades agrícolas e de extração mineral.

    — Trouxe o que mandei buscar, general!

    — Sim, Majestade, a Arca está no grande salão. Os demais tesouros já estão fechados e guardados.

    — Quanto em ouro bruto?

    — Incalculável, majestade.

    — Ótimo. Os deuses apreciarão tanto ouro.

    No entanto, a decisão de manter Jerusalém intacta é efêmera, transformando-a em um centro de trabalho escravo para acumular ouro, grãos e feno. A revolta dos judeus, dez anos depois, resulta na reconsideração de Nebuzaradã, que aniquila a cidade, transferindo todos os habitantes para Tel-Abib.

    O profeta Ezequiel, filho do sacerdote Buzi, vive entre os prisioneiros de Nabucodonosor, com o propósito de manter viva a fé do seu povo em Javé. Ezequiel acredita ser um deus, descendente dos Anunáqui, embora renegue esse 21

    nome devido aos textos religiosos controladores desenvolvidos por seus criadores. Ele prega a esperança da reconstrução do templo em Jerusalém em reuniões secretas, mas suas ideias controversas geram inimigos, até mesmo entre seus compatriotas.

    Em seus encontros com líderes do assentamento Tel-Abib, Ezequiel enfatiza a chegada do tempo da renovação, período que eliminará toda a corrupção que assola a sagrada cidade. No entanto, suas peculiaridades, como falar por simbolismos e comportamentos estranhos, afastam muitos.

    Diz-se que ele tem várias personalidades em uma só.

    Ezequiel costuma se afastar do cativeiro até os limites do deserto de Paran. Em uma dessas jornadas, avista algo incomum entre as nuvens ao norte: um Merkabah, uma nave Anunáqui que retorna mil anos depois da última vez que estiveram na Terra.

    À medida que o Merkabah se aproxima, referido como um dos Carros de Deus por Ezequiel, ele experimenta confusão e temor. A visão do Carro de Deus é registrada nos pergaminhos, conforme descrito no Velho Testamento da Bíblia.

    Diante do objeto desconhecido, Ezequiel fica perplexo e incrédulo, cobrindo os ouvidos devido ao estrondoso barulho acompanhado por relâmpagos e faíscas. Após o barulho cessar, Ezequiel ousa levantar o olhar. Vê aquela 22

    esquisita carruagem, gloriosamente suspensa a alguns cô-vados do terreno pedregoso.

    — A ventania e o fogo são mais quentes do que o mais intenso calor dos desertos — relata ele aos habitantes de Tel-Abib algum tempo depois.

    Os zumbidos cessam quando quatro reluzentes pés, semelhantes às patas gigantes de um animal ungulado, firmam-se no solo, seguidos de grandes rodas que sustentam a carruagem. Ezequiel sente os pedregulhos estilhaçados pelo pesado metal esmagando o solo. Ergue a cabeça protegendo os olhos com as mãos, percebendo sobre o estranho objeto uma abóboda de cristal com uma forma de trono.

    No interior, sentado sobre este trono, há uma figura parecida com a de um homem, recoberta de metais, portando um cinto brilhante com muitas luzes coruscantes ao redor.

    — É como se o arco-íris descesse do céu e pairasse sobre este lugar — relata exaltado aos ouvintes, que ficam assustados e temerosos.

    Sob a carruagem alada, na verdade, um Merkabah, dois Karabus, anjos imperfeitos, de asas rígidas assemelhadas ao cobre, montam guarda. Após certificada a segurança ao Merkabah, o espectro de homem deixa a abóboda que se abre, indo em direção a Ezequiel, flutuando no ar como uma leve pluma. Ezequiel se prostra novamente em terra.

    23

    — Tenha piedade! — suplica Ezequiel, mantendo-se prostrado.

    Entreabrindo os olhos, vê um calçado fechado, em cor de cobre, protegendo as pernas daquele espectro de homem, que o levanta segurando por suas vestes.

    — Levanta-te, homem! Deves voltar ao lugar onde estão os teus —

    diz aquele ser de vestes estranhas, porém com feições humanas, proferindo em linguagem desconhecida, mas que inexplicavelmente Ezequiel consegue entender.

    Ezequiel se prostra novamente, pois seus joelhos não se firmam em suas pernas.

    — Levanta-te, já disse! Não tenhas medo.

    Sem ver a boca abrir ou fechar daquele ser, Ezequiel pode escutar o linguajar que corrompe as entranhas do seu primitivo cérebro. Tenta compreender de onde emanam os sons, percebendo forte vibração na sua fronte quando o espectro se pronuncia.

    — Come! — diz o espectro de homem, entregando um recipiente em forma de pequeno rolo semelhante a uma rolha, com escritas ilegíveis. — Come, e daqui a sete dias saberás discernir tudo que te dissemos agora e o que deverás dizer aos cativos de sua natureza.

    — Senhor, quem és que me subjuga? Vieste para levar-me aos infernos, pelos meus pecados?

    24

    — Chama-me por aquele que eles enviaram do céu desde os Tempos Anteriores. Tenho vários nomes promul-gados por cada uma das tribos que na Terra habitam. Deves voltar ao assentamento.

    — Senhor, perdoa-me, mas se eu voltar lá posso ser capturado e morto por aqueles que nos aprisionaram.

    — Nada de mal te acontecerá. Eu o tornarei duro e inflexível da cabeça aos pés. Nada poderá contra você, pois levarás, além da minha mensagem, o mesmo poder das vestes dos meus guarda-costas.

    — Karabus? Anjos caídos, demônios? — pergunta Ezequiel com a voz trêmula.

    — Anjos caídos ou não, são obedientes a nós. Eles o protegerão quando for necessário.

    — E como saberão, Senhor? Por que não os envia no meu lugar?

    — Causariam o caos, o que no momento não nos interessa; precisamos de equilíbrio e preparar nossa vinda no próximo Shar. Vá e transmita a todos como profecia; aqueles que não seguirem os ensinamentos e as determinações que te incumbimos de repassar, serão punidos com nossas armas do terror. Diga-lhes, aos que não sabem, como des-truímos Sodoma e Gomorra em um simples piscar de seus primitivos olhos.

    — Estarão comigo, então? — certifica-se Ezequiel.

    25

    — Daqui a sete dias, os pensamentos deles estarão alinhados aos seus, mesmo que não estejam à sua vista. Agi-rão quando for necessário.

    — E se estiverem longe e não puderem me alcançar?

    — Alcançarão. — afirma o estranho homem.

    Ditas as palavras, o espectro de homem toma o lugar no trono do imenso Merkabah, abandonando os dois enormes Karabus. Sob estrondoso e constante barulho, eleva-se, desaparecendo rapidamente nas alturas, indo além das nuvens. Em seguida, os Karabus voam, tornando-se minúsculos pontos até desaparecerem na mesma direção.

    26

    Visão de Eze

    27

    quiel

    Herodes Antipas era controverso.

    Herdou parte do reino de seu pai,

    mas não era considerado rei. Porém, exigia ser chamado de majestade.

    28

    O Templo do Senhor, em Jerusalém, Pátio dos Gentios, onde eram entregues as oferendas.

    29

    Capítulo 4

    JERUSALÉM, OUTONO 16 A.C.

    Seis séculos se passam desde a visão de Ezequiel no deserto de Paran, quando ele presencia um Merkabah. O

    Segundo Templo é construído sob a liderança de Zorobabel, um governador judaico nomeado pelos persas, que derrota-ram os babilônios. A reconstrução é financiada e apoiada pelo rei persa Ciro, que emite um édito permitindo que os judeus retornem a Jerusalém e reconstruam seu templo.

    O trabalho de construção do Segundo Templo começa por volta de 538 a.C. e é concluído em 516 a.C. O

    novo templo é muito menor e menos grandioso em compa-ração com o Templo de Salomão, mas ainda é um centro importante para a adoração judaica. O profeta Ezequiel é apenas uma luz apagada no passado. A dele e sua visão do

    Carro de Deus são contadas e recontadas de geração em geração, registradas em letras pelos escribas. No entanto, nos séculos seguintes, ele é lembrado apenas como um an-tepassado perdido no tempo.

    Os escribas desempenham um papel crucial na estrutura da sociedade, ascendendo a uma posição privilegiada 30

    que transcende simplesmente a escrita e a documentação.

    Eles não apenas ditam leis, mas também se veem como uma elite superior, exercendo influência sobre todos os aspectos da vida. Sua escrita não é meramente uma ferramenta de registro, mas uma arma poderosa na formação da mentali-dade coletiva, visando controlar as populações por meio do medo e da submissão.

    Esses escribas, inseridos em uma alta sociedade, moldam textos de maneira a atender aos interesses de diferentes grupos sociais e nações. Suas manipulações são gui-adas pelos antigos deuses, que os influenciam conforme a conveniência de cada contexto social. Os Anunáqui, embora não sejam conscientemente reconhecidos pelos escribas, continuam suas visitas autorizadas por Enki, observando a humanidade.

    Nas mentes dos humanos, os relatos dessas intera-ções divinas são fragmentados e transformados em tabus, eventos misteriosos que conferem à ideia de Nibiru um significado transcendental. O ir para o céu e viver na eter-nidade ao lado de Deus são concepções que se originam da figura central, o rei AN, líder da dinastia. Os príncipes que controlam os interesses, na perspectiva humana, são interpretados como Arcanjos e Anjos. Essas figuras divinas, na verdade, representantes da elite dirigente, exercem uma influência poderosa na imaginação coletiva, 31

    consolidando assim a autoridade dos escribas sobre os aspectos mais profundos da sociedade.

    Tishrei é o primeiro mês do calendário judaico, que é um calendário lunar usado tradicionalmente pelos judeus para determinar as datas das festas religiosas e outros eventos importantes. O mês de Tishrei marca o início do ano judaico e inclui algumas das festividades mais significativas, como Rosh Hashaná (o Ano Novo Judaico) e Yom Kipur (o Dia do Perdão). Rosh Hashaná é celebrado como um período de reflexão, arrependimento e renovação espiritual, enquanto Yom Kipur é um dia dedicado ao jejum, oração e busca do perdão divino.

    Além disso, Tishrei também inclui a festa de Sukkot, que é uma celebração de sete dias (oito dias fora de Israel) conhecida como a Festa das Cabanas ou Tendas, durante a qual os judeus constroem e habitam temporariamente estruturas chamadas sucás como uma lembrança das cabanas usadas pelos israelitas durante sua jornada pelo deserto. Essas festividades destacam a importância do arrependimento, perdão, renovação espiritual e gratidão nas tradições judaicas.

    Joachim, abastado comerciante, vergado sob seus oi-tenta anos, em vésperas da festa, ordena a seus serviçais que transportem as oferendas para o Mizbeach, como sempre fez durante toda sua vida. Contudo, antes de pisarem o Pátio 32

    dos Gentios no templo, são impedidos pelos sacerdotes fiéis a Ruben, filho primogênito de Jacob, chefe de uma das doze tribos de Israel. Joachim faz questão de ir à frente para entregar as oferendas ao Sinédrio, onde

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