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Curador De Almas
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E-book224 páginas3 horas

Curador De Almas

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Sobre este e-book

Na pacata e isolada cidade de São Domingos, nos anos 70, uma sombra paira sobre a cidade, alimentando-se dos segredos mais obscuros da humanidade. O misterioso padre Beraldo, conhecido como “O Curador de Almas”, emerge como o guardião contra as forças sombrias que assolam a comunidade. No entanto, o tempo se esvai para o velho sacerdote, e ele se vê diante da iminência de sua partida deste mundo. O Curador de Almas tem uma tarefa árdua: encontrar um sucessor capaz de enfrentar as forças malignas que ameaçam consumir a cidade. Mas a jornada não é apenas uma busca por um novo líder espiritual; é uma travessia por terrenos inexplorados, onde o sobrenatural se entrelaça com o cotidiano. À medida que o padre Beraldo desvenda os enigmas das almas perdidas, ele descobre que as batalhas não ocorrem apenas nos confins da cidade, mas também nos recessos mais profundos dos corações humanos. Diversas pessoas convergem em destinos entrelaçados, carregando consigo seus fantasmas interiores, enquanto situações inimagináveis desafiam a compreensão do que é bem e mal, e o tempo se esvai inexoravelmente. Com São Domingos como pano de fundo, “O Curador de Almas” é uma narrativa envolvente que mergulha nas complexidades da fé, redenção e sacrifício. À medida que o velho padre Beraldo busca seu sucessor, a cidade é forçada a confrontar seus próprios demônios interiores. Uma história que transcende os limites da compreensão humana, onde o destino da cidade e de suas almas estão entrelaçados em uma dança intricada entre a luz e a escuridão.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento28 de nov. de 2023
Curador De Almas

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    Curador De Almas - Marcio N Amaral

    Márcio N Amaral

    Curador

    De Almas

    Primavera / 2023

    Coleção Mistério

    Copyright©Marcio N Amaral 2023

    e-mail: autor.mna@gmail.com

    Primeira Edição

    A black and white logo Description automatically generatedHomem em pé sobre gramado Descrição gerada automaticamente

    Nota do autor

    Ao longo de minha trajetória, floresceu em mim uma paixão inabalável por narrativas fantásticas, como se eu fosse um tecelão de sonhos, entrelaçando fios de magia em cada página da minha existência. Explorei esse fascínio por meio de um caleidoscópio de experiências, onde filmes se tornaram janelas para mundos desconhecidos, revistas se transformaram em portais para o inexplorado, e diversas formas de expressão foram como pincéis em minhas mãos, colorindo as telas da minha imaginação.

    Minhas jornadas, quais poesias ambulantes, deslizaram por distintas localidades do vasto território brasileiro. Como um trovador moderno, embrenhei-me em lugares encharcados de folclore e relatos intrigantes, onde a terra sussurra segredos ancestrais. Ali, em meio a essas paisagens, encontrei as tintas e pincéis necessários para dar vida a obras literárias imaginárias. Cada árvore retorcida, cada riacho escondido, tornaram-se pétalas e estrofes em meu jardim de criação.

    Como um alquimista das palavras, busquei extrair o néctar das características extraordinárias desses lugares, destilando o aroma das lendas que flutuam no ar. Incorporei indivíduos reais como personagens, misturando suas essências com as sombras da ficção, como se suas almas dançassem no palco da minha mente. Contos e causos inusitados, como borboletas efêmeras, pousaram delicadamente no vasto imaginário do povo brasileiro, tornando-se a essência que permeia minhas criações. Portanto, ao identificarem nomes de pessoas conhecidas no emaranhado desta trama, tais como meus caríssimos professores fundamentais na minha educação, pessoas amigas da minha convivência que ajudaram a moldar o meu caráter, os leitores considerem que é um convite e homenagem às suas importâncias em minha formação, como se fossem apenas atores atuantes no imaginário fictício que se desenrola.

    Aqueles que se aventuram nas páginas das minhas obras, com o coração entrelaçado com as localidades que descrevo, encontrarão pedaços de si em cada perso-nagem. Convido-os a imergirem nas intricadas teias da minha inventiva criatividade, uma dança de palavras que ecoa o ritmo das raízes brasileiras, um samba de histórias que pulsam como tambores distantes.

    Essas incursões literárias, nascidas durante uma jornada ao nordeste goiano, mais especificamente na região da Gruta de Terra Ronca, são como pílulas de nostalgia, transportando o leitor a uma época em que estradas de terra eram trilhas de aventura, e o tempo se desenrolava lentamente, como um novelo nas mãos do destino. O cenário desenhado é uma pintura em tons sépia, uma lembrança de um tempo em que as agências bancárias eram oásis raros, e a comunicação se desenrolava em cartas, como poemas escritos à luz de velas.

    Num contexto em que as películas virgens eram como pergaminhos a serem desvendados, as filmagens eram rituais mágicos sem garantia imediata de qualidade. O processo de revelação e produção demandava uma logística complexa, como se cada imagem capturada fosse uma fórmula mágica a ser decifrada. E é nesse emaranhado de nostalgia e encanto que a história que se desenrola visa cativar a imaginação do público brasileiro, como se cada palavra fosse um feitiço lançado na escuridão da noite.

    Eu, qual personagem perdido nas dobras do tempo, me misturo nesta trama sem sentido, deixando um pouco de mim em cada página, como pétalas soltas ao vento. Amigos se tornam sombras nas entrelinhas, mais como uma homenagem à essência de suas almas do que uma reprodução fiel de suas formas. É uma dança entre o real e o imaginário, uma coreografia de emoções que ecoam como risos distantes em uma noite estrelada.

    Com este convite à diversão, entrego a esperança de que esta obra seja uma poesia em prosa, promovendo momentos de entretenimento que dançam na fronteira entre o real e o irreal. Convido os leitores a se perderem nas palavras, como se estivessem sentados numa cadeira de cinema, mastigando pipocas enquanto a tela da imaginação se desenrola diante de seus olhos.

    Não se esqueçam, a natureza real que permeia essa ficção é como um fio invisível que conecta cada palavra, cada cena, como se fossem estrelas em um céu noturno, cada uma contando sua própria história. Em resumo, mesmo que pareça um pensamento desconexo, nesta história discípula dos contos da Carochinha, eu não sou exatamente eu, o ele está em pura fantasia, sendo você o convidado de honra a participar deste enredo, o qual narro no tempo presente e o traz para dentro deste palco dos acontecimentos. Divirtam-se, relaxem, extasiem-se nesta viagem encantada!

    0

    COISAS DA VIDA

    No bairro do Rosário, em Ouro Preto, a vida fervilha de meninos em 1962, no da Copa do Mundo no Chile. Pelé se contunde, e Amarildo, com Belini, Gilmar, Garrincha, Mauro, Zagalo e outras feras, trazem a taça Jules Rimet para casa. Caio, um garoto franzino, em seus dez anos de vida, mora na Rua de Cima, num belo sobrado, com o número quatorze em azul e branco pintado em uma plaquinha de ágata que nunca lhe sairá da lembrança. As três janelas do quarto que divide com seus dois irmãos, ficam em posição privilegiada na paisagem, em frente à casa onde morou o pai de Santos Dumont. Entre todas as crianças e adolescentes do bairro, Caio é, de longe, o mais levado, segundo as acusações das beatas de plantão, Dona Zezinha, Dona Lolita e Dona Mannita. A ausência do pai, que trabalha em outra localidade, retornando em casa apenas quinzenalmente, facilita a liberdade sem limites por todos os cantos da cidade e fora dela, em cotidianos movimentados quase no limiar da delinquência.

    O garoto é coroinha da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, não por vocação religiosa, mas pela comodidade de conseguir alguns trocados com as esmolas em nomes da Senhora do Rosário, e outros santos menores que habitam os altares secundários da igreja, onde ele coleta com muita competência durante as missas dominicais, segundo as palavras do próprio Padre Simão. Caio estuda no Colégio Arquidiocesano, sob a dura batuta do seu diretor Padre Nocha, dono de uma frota de táxi sempre estacionados ao lado da Casa dos Contos, e dos professores extremamente exigentes, sendo o mais carrasco deles, no bom sentido, o Padre Carmel. A aula desse temido padre é enfadonha, cansativa, resumindo apenas na leitura o livro de história de Joaquim Silva, que ele mantém um exemplar aberto em sua mesa para acompanhar o incauto leitor, e ocasionalmente ele acorda de sobressalto um aluno sonolento, desavisado e perdido em algum capítulo do grosso e maçante livro.

    Uma vez e outra, caminha entre as fileiras das carteiras, ao perceber um dorminhoco debruçado sobre os braços, a cabeça afundada, de boca aberta babando no patrimônio centenário, o padre deixa o livro cair de chapa bem perto do aluno. O estalido contra o assoalho de tábuas rigorosamente enceradas, acorda o distraído que salta na carteira, acordando e sem saber onde continuar no texto a leitura em voz alta. Há de se reconhecer que não há outra forma de se lidar com alunos em excesso nas enormes salas do prédio centenário. Quão frustrante é para um professor, principalmente de colégio tão rigoroso e tradicional, ao perceber que na caderneta de um aluno as notas vermelhas superam em muito os azuis e os carimbos de falta são frequentes em todas as páginas, repletas de observações aos pais para serem assinadas por eles, entretanto sempre fraudadas por assinaturas grotescas dos próprios alunos.

    Assim é a caderneta de Caio, que reflete seu comportamento social, mostrando que todas as pessoas que interagem com ele estão sempre acobertadas pela razão. Nadador, assíduo de um poço de água cristalina indo para as bandas do Pico do Itacolomi, ou sob as quedas geladas da subterrânea Cachoeira das Andorinhas, e em todas as outras partes onde haja água, inclusive dentro da caixa d'água do bairro Água Limpa, que fornece o precioso líquido para residências dos bairros de uma parte nobre da cidade.

    Caio é apaixonado por três coisas: cinema, arte gráfica e aeromodelismo, influenciado por pessoas próximas a ele, vizinhos de bairro. A aviação ele tem como inspiração o amigo Peret e os irmãos Ribas; a magia das publicações e das gráficas ele tem seu primeiro contato com a Tipografia Santos Maia, bem ao lado de sua casa, onde passa horas observando os tipógrafos compondo as matrizes de impressão. Quem nunca viu uma tipografia funcionando não conhece realmente o que seja a arte da impressão, otimizada pelo inventor Gutemberg, que com sua prensa manual e tipos móveis confeccionados à mão compôs as matrizes e publicou a Bíblia Sagrada há quase seiscentos anos. Em 1962 é comum ver estas pequenas gráficas que com suas impressoras semimecânicas, cujo impressor precisa de muita habilidade para colocar e tirar os papéis da área da prensa contra a matriz dos tipos. Caio passa horas observando aqueles profissionais cortando os papéis, imprimindo, encadernado e mostrando a mágica de ver os textos saltarem organizados para as páginas brancas.

    O cinema e a vontade de documentar as coisas devem-se ao patriarca da família Trópia, proprietária dos dois cinemas da cidade, Cine Vila Rica e Cine São José, os quais projetam raramente os filmes para crianças, como Marcelino Pão e Vinho, os seriados da Mulher Tigre e Flash Gordon, mostrados pelas monstruosas máquinas de projeção, com luz originária da incandescência de duas hastes de carvão opostas que se tocam, gerando o brilho de um sol emanando a luz dançante da exibição.

    Caio inventa seu próprio projetor usando uma caixa de sapatos, duas lentes de binóculos que o vizinho astrônomo, professor da Escola de Minas, lhe dera, e que bem-posicionadas, se tornam tecnicamente funcionais após centenas de erros e acertos. O filme e o foco da lanterna, ajustados à instalação de carretéis girados manualmente com tosca manivela, permite realizar sessões de cinema no alpendre de sua casa, às noites, frequentadas pelas crianças maravilhadas com o tosco e funcional aparato.

    As películas são fragmentos de filmes estragados, ou arrebentados durante as projeções, ganhados do Senhor João Trópia, que Caio cuidadosamente emenda, muitas vezes completando com desenhos em papel manteiga, e os projeto quadro a quadro, criando suas próprias histórias. O preço do ingresso é moeda diversificada; pode ser uma bola velha, um exemplar de revista, estilingue; meninas não pagam, mas têm que levar pipoca ou qualquer outra coisa para mastigar ou beber.

    O espetáculo vai começar!

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    O fantasma do trem da central

    Entre as inúmeras películas que Caio mostrava no seu Cinema de Alpendre, que por sinal era um local muito atraente, pois tal avarandado possuía grades coloniais com desenhos em rococó barroco, o piso composto por ladrilhos hidráulicos originalmente portugueses, os mesmos que cobriam o piso da Igreja do Rosário. A similaridade entre eles se deve por conta de um vigário da paróquia, no século dezenove, ter comprado grande quantidade para usar na reforma da igreja. A sobra aplicou na casa paroquial, onde atualmente mora Caio.

    Em um dos filmes montados, Caio usou películas de acetatos transparentes e nelas desenhou com um bico de pena usando restos de tinta de impressão da gráfica vizinha, finalizando sua obra original, intitulando-a O Fantasma do Trem. A plaquinha bem escrita com letras garrafais desenhadas pelo seu colega de escola, Re-nato, pendurada na grade do alpendre anuncia a sessão como se fosse uma Avant Premiere, ou o anúncio de um sucesso hollywoodiano. Foram duas semanas de muitos desenhos feitos nas extensas tiras, deslizadas sobre um vidro leitoso com uma contraluz, engenhos copiados das mesas de animação que vira em uma publicação dos Estúdios Disney; as vozes ele mesmo representa todas elas. A meninada apinha-se no alpendre para assistir. Em uma época de carência de todas as beneficies da comunicação, inclusive da televisão, o Cinema de Papel é uma atração e tanto, e a propaganda do boca em boca da meninada anuncia.

    HOJE: O FANTASMA DO TREM

    Sempre que o vento está a favor é possível escutar as badaladas do sino do relógio do Museu da Inconfidência. São cinco badaladas. Caio acorda cedo, mas não ao ponto de pegar seus pais dormindo. Eles já estão de pé. Geralmente, o garoto é acordado pelas balançadas e safanões de sua mãe, sempre atrasado para a aula no Colégio Arquidiocesano. Mas são férias, e hoje a família vai para o Morro do Gabriel. Ele nunca conseguiu compreender, nem procurou entender, a relação entre a fazenda e o trabalho de seu pai na indústria da mineração. Essa conexão nunca foi relevante para ele.

    Que reflexão estrambólica vem à mente dele a esta hora, observando com total desprezo o uniforme do colégio, de cor caqui, com um feitio horroroso, grosso e pesado. Chuva ou sol, ele é obrigado a vesti-lo sempre. No entanto, nada o aborrece hoje. Ele ficará longe dele por um mês. Que alívio! Contudo, se o uniforme pudesse falar ou reclamar do tratamento recebido todos os dias, certamente o faria com muita competência, pois ele o judiava constantemente. Livre desse traje escolar, a única coisa que continua a atormentá-lo é o sapato da marca Verlon, de borracha, que cozinha os pés de tão quente ou congela de friagem conforme o dia.

    A fazenda dista-se a trinta e cinco quilômetros de Ouro Preto, sendo o percurso feito por trem até a estação de Hargreaves. Dali até a sede, uma caminhada de três quilômetros, uma mera distração para as panturrilhas já acostumadas às íngremes ladeiras de Ouro Preto.

    — Gente, o trem parte às sete! Acelerem o passo! — avisa o pai.

    Mês de julho, durante a noite, dois cobertores de lã e um pijama de lã espesso, habilmente costurados por sua mãe, são imprescindíveis, ou melhor, pluralizando, pelo fato de a dona de casa e costureira informal ter que fazer quatro de uma só vez. A mãe de Caio é excelente costureira com diploma e isso fez dela uma pessoa muito requisitada, costurando para muita gente na cidade, o que tem ajudado consideravelmente no orçamento da casa. De orçamento Caio não entende nada, apenas sabe que do pai na mineração, que tem salário, e a mãe sempre ocupada atrás de uma máquina de costura. Esta ocupação dos pais é o seu melhor custo-benefício para poder vadiar livremente longe dos olhos deles sem ser muito lem-brado.

    As venezianas ressoam como assobios das casas assombradas ao se levantar, arrastando a preguiça, olha através das frestas. A névoa limita a visão a poucos metros, mas consegue perceber que o calçamento está coberto de orvalho. A grama espremida entre as pedras do caminho assume uma tonalidade branca, adornada pela geada.

    A melodia das venezianas indica a contínua presença do vento por todo o trajeto pelas ruas e becos, que, aliado ao frio, castiga a pele, sapecando as bochechas, deixando-as como se tivessem passado rouge. No entanto, isso pouco importa! Naquele dia, não há a terrível obrigação de frequentar a escola: está livre das aulas de história ministradas pelo severo Padre Carmel, assim como das complexas lições de matemática do professor Bené, que arremessa giz nos alunos distraídos para chamar-lhes a atenção à lousa.

    A certeza de não ser atormentado pelos registros de presença ou ausência na caderneta escolar enche seu coração de alegria e liberdade. Terá vinte e nove dias de completa transgressão, longe das preocupações escolares. Além disso, ficará livre das incômodas investidas dos fanáticos da TFP - Tradição Família e Propriedade, que, desde que participara de uma reunião, não o deixam mais em paz. Uma verdadeira tortura! Torce para que o esqueçam!

    São quatro irmãos, dois mais novos, a irmã mais velha e um a caminho dando chutes na barriga da mãe de Caio, conforme uma conversa interceptada entre ela e a vizinha. Em casa, nunca tocam nesse tipo de assunto, mas o conhecimento veio à tona ao pegar um livro no guarda-roupas da mãe, intitulado Nossa Vida Sexual. A narração é interessantíssima e esclarecedora, pois contempla uma imagem de uma mulher nua, embora jamais pudesse imaginar alguém com cabelo

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