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Desconstrução Da Mente Religiosa
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Desconstrução Da Mente Religiosa
E-book249 páginas3 horas

Desconstrução Da Mente Religiosa

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Sobre este e-book

As coisas são assim, a verdade pode não ser aceita. O engano e a ilusão apresentam-se mais atrativos para quem está dominado pelo ego e a racionalidade humana. A ciência estriba-se na constatação da verdade e o que não pode ser provado são evidências incalculáveis, ou simplesmente não é nada. Então, a verdade sobre Deus é um escândalo para quem prefere a ilusão ou a razão sem a Fé. É escândalo também para quem procura entender Deus com a mesma medida que procura entender o universo físico. Ou querem servir ao Deus do Evangelho com a mesma complexidade desnecessária e repudiável com que os deuses do ocultismo são adorados em oposição à simplicidade e pureza devidas a Cristo.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento12 de mar. de 2024
Desconstrução Da Mente Religiosa

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    Desconstrução Da Mente Religiosa - Elias Hendrikson

    DESCONSTRUÇÃO DA MENTE RELIGIOSA

    A ASCENÇÃO DA VERDADE

    Analisando as práticas cristãs na sociedade moderna.

    Assim, mantenham-se firmes, cingindo-se com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça

    Efésios 6:14

    Elias Hendrikson

    HÉTEROS – O OUTRO EVANGELHO Elias Hendrikson

    Dedicatória

    Esse livro é dedicado aos discípulos de Jesus os quais tenho o cuidado de estar com eles frequentemente para nos ajudar uns aos outros, orar uns pelos outros e edificar a vida uns dos outros: Que sempre sejam abundantes no amor de Cristo!

    2

    HÉTEROS – O OUTRO EVANGELHO Elias Hendrikson

    Índice

    Introdução ..............................................................................

    A Verdade acima das verdades .............................................

    - Raízes antigas .........................................................................

    - Há muitas respostas e poucas perguntas.................................

    - Entendendo a reforma.............................................................

    - Os Falsos Cristos.....................................................................

    Fatores Persuasivos ................................................................

    - Os fundamentos das religiões ................................................

    - Grandes contrastes ..................................................................

    - Prioridades visíveis .................................................................

    - Discípulos acima de fatores persuasivos ................................

    Influências Perigosas ..............................................................

    - Mecanismos das religiões......................................................

    - Ocultismo intransigente.........................................................

    - Fatores hierárquicos...............................................................

    - Sagacidade na persuasão........................................................

    Fatos Incríveis ........................................................................

    - Sobre as Escrituras Sagradas e o Canon Bíblico....................

    - Sobre as festas e dias sagrados ..............................................

    - Sobre os dízimos e as ofertas .................................................

    - Sobre o sacerdote e o culto.....................................................

    Bibliografia Sugerida................................................................

    3

    HÉTEROS – O OUTRO EVANGELHO Elias Hendrikson

    INTRODUÇÃO

    Quando você ouve um político fazer o discurso dele, o padre discorrer sobre o livro sagrado na homilia, o pastor fazendo a pregação dominical, a propaganda sobre o produto que você quer comprar, um jornalista transmitindo uma notícia, ou ainda um cientista explicando alguma descoberta impressionante.

    Certamente você espera que estes profissionais, no exercício da comunicação, sejam honestos o suficiente para buscar e expor aquilo que entendemos como VERDADE.

    E quando falamos em verdade estamos nos referindo a vontade em conhecer o que está escondido e oculto aos nossos olhos. O que pode nos ser revelado através das informações que recebemos.

    No entanto, a relação entre a verdade e o que se encontra nos processos midiáticos, pode parecer coerente e ainda assim não ter relação alguma com a verdade. Por isso é necessário entender melhor a relação entre a verdade e a comunicação pública que percorre a história humana desde o princípio.

    As variações entre a persuasão e dissuasão, verdade e mentira, nas formas mais complexas sempre estiveram presentes na vida dos seres vivos. Seres estes que através do mimetismo pode enganar a presa ou o predador.

    Mas nenhum outro ser vivo conhece melhor a arte do engano como os seres humanos. Assim, portanto, como os animais e plantas praticam o mimetismo, dissimulação e persuasão, com muito mais complexidade os seres humanos 4

    HÉTEROS – O OUTRO EVANGELHO Elias Hendrikson

    foram aperfeiçoando técnicas para transmitir mentiras camufladas como verdade através do que chamamos de mídia.

    A Mídia consiste no conjunto dos diversos meios de comunicação, com a finalidade de transmitir informações e conteúdos variados. O universo midiático abrange uma série de diferentes plataformas que agem como meios para disseminar as informações, como os jornais, revistas, a televisão, o rádio e a internet, por exemplo.

    A mídia está intrinsecamente relacionada com o jornalismo, mas também com outras especialidades da comunicação social, como a publicidade, a comunicação política e religiosa.

    Na língua portuguesa, o termo mídia se originou a partir do inglês media, a versão simplificada de mass media, que consiste justamente na expressão utilizada para se referir aos meios de comunicação em massa.

    Porém, principalmente após o advento da internet, a mídia passa a ser mais heterogênea, pautando assuntos que não são de interesse exclusivo das grandes empresas de comunicação ligadas ao governo e a grandes empresas, mas também ao cidadão comum.

    Percebemos claramente até aqui que os seres humanos falam muito sobre a verdade nos processos midiáticos e até as defende, mas as defende sem se preocupar com indagações do tipo: o que é a verdade? Uma pergunta que tem ocupado a mente de filósofos, cientistas e outros pensadores ao longo dos séculos, mas que não é uma preocupação da grande maioria dos seres humanos.

    5

    HÉTEROS – O OUTRO EVANGELHO Elias Hendrikson

    No diálogo entre Jesus e Pôncio Pilatos, nós temos: Então, lhe disse Pilatos: Logo tu és rei? Respondeu-lhe Jesus: Tu dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve minha voz. Perguntou-lhe Pilatos: Que é a verdade? Tendo dito voltou aos Judeus e lhe disse: Eu não acho crime algum nele (JOÃO 18: 37-38)

    Jesus não tem dúvida sobre o que seria a verdade e Pilatos tem dúvida sobre o significado desse conceito. Jesus está falando aqui em verdade como essência absoluta. A verdade a qual Jesus se refere é a própria verdade que ele traz em um sentido que somente ele a conhece e pretende ensinar aos seres humanos.

    Nota- se que a fé e a crença movem essa concepção de tal modo que devemos acreditar em uma verdade mesmo que a evidência seja contraditória. O que é considerado como concepção alienadora pela grande maioria dos filósofos.

    Se acreditamos naquilo que ouvimos ou lemos, podemos ser enganados. Se acreditamos naquilo que nossos próprios sentidos percebem, ou apreendemos através de nossa capacidade cognitiva, também podemos enganar a nós mesmos. Portanto devemos concluir que a verdade não é uma matéria fácil para entender e menos ainda, fácil de obter. Então, como podemos de fato entender o relacionamento entre a mídia e a verdade? Seja esse relacionamento político, comercial ou religioso!

    De acordo com Marcos Fabrício Lopes da Silva, jornalista, poeta, doutor em Estudos Literários e professor da 6

    HÉTEROS – O OUTRO EVANGELHO Elias Hendrikson

    Faculdade JK, no Distrito Federal, o relacionamento da mídia e a verdade pode ser definida inicialmente dessa forma:

    "A comunicação é tão fundamental para o sistema vivo –

    indivíduo ou organização – como a ingestão e o consumo de

    alimento e combustível para movimentar a maquinaria física e psicológica. E é mais do que isso: é o processo vital através do qual indivíduos e organizações se relacionam uns com os outros, influenciando-se mutuamente. Nesse âmbito, a verdade ocupa papel central como filtro crítico e fator de qualidade para uma melhor expressão dos sentidos. O material bruto a partir do qual são construídas nossas compreensões do mundo são os dados sensoriais. O mundo vem até nós sob a forma de fatos físicos que nosso equipamento sensorial traduz para fatos sensoriais. Consequentemente, o comportamento de um indivíduo baseia-se não na realidade, mas na realidade-como-é-compreendida por esse indivíduo. Por isso, é salutar compreender a verdade como pluralidade e a mentira como uniformidade, uma vez que nós falamos uns aos outros como se nos referíssemos à realidade em vez de às concepções que formamos a partir de várias realidades.

    O jornalismo mente, portanto, quando silencia divergências para produzir consensos artificiais. Bem sintetizado este parecer se encontra nas palavras de Gaudêncio Torquato:

    Bater num lado só do bumbo da comunicação é a equação da eficácia dos ditadores. Não há nada mais tirânico do que encastelar a mídia como máquina de manipulação voltada para fazer cabeças. Esta concepção arcaica remonta à maneira pela 7

    HÉTEROS – O OUTRO EVANGELHO Elias Hendrikson

    qual os gregos explicavam o fenômeno da comunicação: o deus Mercúrio, com asas nos pés, arrancaria a ideia apropriada do cérebro do orador e a encaixaria, com a ponta de uma lança, no cérebro do ouvinte. Por incrível que pareça, não fizemos tanto progresso assim, em nossa compreensão do processo de comunicação humana.

    A lavagem cerebral produzida pelos canais hegemônicos de comunicação considera os indivíduos como se fossem porcos não merecedores de pérolas, conforme reza a famosa passagem bíblica. A grande maioria das pérolas se encontra escondida nas ostras; agindo assim, os sistemas de comunicação funcionam autoritariamente como serviços secretos de inteligência e espionagem. A favor da transparência informativa e opinativa, a mídia deveria funcionar como livro aberto, promovendo leitores extraordinários a interferir na realidade de maneira cidadã e democrática. Afinal de contas, já advertia Cipriano Barata, em Sentinela da Liberdade (1823):

    Toda e qualquer sociedade onde houver imprensa livre está em liberdade; que esse povo vive feliz e deve ter alegria, segurança e fortuna; se, pelo fato contrário, aquela sociedade ou povo que tiver imprensa cortada pela censura prévia, presa e sem liberdade, seja debaixo de que pretexto for, é povo escravo que pouco a pouco há de ser desgraçado até se reduzir ao mais brutal cativeiro.

    É praticamente unânime o fato de que a mídia utiliza vários mecanismos a fim de manipular a opinião pública. Em 8

    HÉTEROS – O OUTRO EVANGELHO Elias Hendrikson

    razão disso, o francês Sylvain Timsit elaborou uma lista com as 10 principais estratégias de manipulação das massas, inspiradas no célebre linguista Noam Chomsky. Tais estratégias são usadas para criar um senso comum (acrítico em relação às origens dos problemas sociais) e fazer a população agir conforme os interesses de uma classe dominante. Veja quais são: 1) A Estratégia da Distração

    Um dos principais instrumentos de controle social é a distração. O objetivo é desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas. Tudo isso através de uma avalanche de distrações contínuas e informações desnecessárias.

    Esta estratégia é essencial para fazer com que o público não se interesse por conhecimento em áreas como ciência, economia,

    psicologia,

    neurobiologia

    e

    cibernética.

    O

    conhecimento

    e

    aprofundamento

    poderia

    acarretar

    a

    insubordinação das massas e ameaça ao sistema. Então é primordial manter a população ocupada e sem tempo para a reflexão (assim mentalidade de manada estará garantida).

    2) Criar problemas e depois oferecer soluções

    Este método é conhecido como "problema-reação-

    solução". Cria-se uma situação (que causará uma reação prevista no público) a fim de que seja o público quem exija medidas que se deseja fazer com que aceitem.

    9

    HÉTEROS – O OUTRO EVANGELHO Elias Hendrikson

    Um exemplo bem corriqueiro até no Brasil: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público demande por leis de segurança e cerceamento da liberdade (como as aclamações pelo retorno da ditadura militar). Também é comum criar uma crise econômica para fazer que aceitem como males necessários o retrocesso dos direitos sociais e desmantelamento dos serviços públicos.

    3) A Estratégia da Gradualidade

    Para fazer que se aceite uma medida inaceitável, é necessário aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa forma, as condições socioeconômicas radicalmente novas, como o neoliberalismo, foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego massivo, baixos salários, inúmeras mudanças que provocariam uma revolução se fossem aplicadas de uma única vez. Estratégia também utilizada por Hitler e por vários líderes comunistas.

    4) A Estratégia de Diferir

    Outra forma de uma decisão impopular ser aceita é apresentá-la como dolorosa e necessária, obtendo a aceitação pública para uma aplicação futura. Desse modo, é mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. A tendência é que se espere ingenuamente que "amanhã tudo irá 10

    HÉTEROS – O OUTRO EVANGELHO Elias Hendrikson

    melhorar" e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso faz com que, aos poucos, o público se acostume com a ideia de uma maneira resignada.

    5) Dirigir-se ao público como crianças

    A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação notavelmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador tivesse pouca idade ou uma debilidade mental.

    Quanto mais tenta-se enganar o espectador, mais esses recursos infantilizantes surgem.

    Por quê? Se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como as de uma pessoa de 12 anos de idade ou menos.

    6) Utilizar o aspecto emocional muito mais do que a reflexão Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e finalmente no sentido crítico dos indivíduos.

    Por outro lado, a utilização do registro emocional pode abrir portas de acesso ao inconsciente para implantar com mais facilidade ideias, desejos, medos e temores, compulsão ou induzir comportamentos.

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    HÉTEROS – O OUTRO EVANGELHO Elias Hendrikson

    7) Manter o público na ignorância e na mediocridade Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância planejada entre as classes inferiores e as classes sociais superiores seja e permaneça impossível de ser alcançada para as classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranquilas’).

    8) Estimular o público a ser complacente com a mediocridade Promover a crença do público de que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto. Introduzir a ideia de que quem argumenta demais e pensa demais é chato e mal humorado.

    Assim as pessoas vivem superficialmente, sem se aprofundar em nada e sempre têm uma piadinha para se safar do aprofundamento necessário a questões maiores. Constatamos isso facilmente no comportamento do brasileiro e nas representações midiáticas das periferias como um lugar em que as pessoas vivem

    alegremente a despeito da pobreza e exclusão social.

    9) Reforçar a auto culpabilidade

    Fazer o indivíduo crer que somente ele é culpado por sua própria desgraça devido à insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços (lógica da meritocracia e 12

    HÉTEROS – O OUTRO EVANGELHO Elias Hendrikson

    individualização de problemas sociais). Assim, em vez de se rebelar contra o sistema econômico, o indivíduo se menospreza e se culpa, o que gera um estado depressivo que causa a inibição da ação do indivíduo. E sem ação, não há questionamento.

    10) Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem

    No decorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado uma crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dominantes.

    Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o sistema tem desfrutado de um conhecimento avançado sobre a psique do ser humano, tanto na forma física como psicologicamente.

    O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele conhece a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior que dos indivíduos sobre si mesmos.

    Conhecendo tais processos midiáticos e os riscos que corremos ao ser expostos a eles, é evidente que vale a pena nos dedicar um pouco mais na tarefa de investigar nossas crenças, nossos valores e as mensagens que recebemos dia após dia e que possuem o poder de moldar exatamente essas crenças e valores.

    Um excelente exemplo dessa atitude positiva diante do poder midiático é o exemplo de um grupo de cristãos na antiguidade chamados de bereanos. Os bereanos eram os 13

    HÉTEROS – O OUTRO EVANGELHO Elias Hendrikson

    habitantes da antiga cidade de Bereia, na Macedônia. Mas popularmente o significado dos bereanos entre os cristãos passou a indicar aquelas pessoas que têm zelo pelo ensino correto da Palavra de Deus. Esse significado foi emprestado do comportamento dos bereanos diante da pregação do apóstolo Paulo em Bereia.

    "Os bereanos eram mais nobres do que os tessalonicenses, porquanto, receberam a mensagem com vívido interesse, e dedicaram-se ao estudo diário das Escrituras, com o propósito de avaliar se tudo correspondia à verdade." Atos 17.11

    Certamente os cristãos de Beréia entenderam bem a mensagem da Bíblia dizendo que o diabo é o pai da mentira (João 8.44).

    Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens que o Senhor Deus tinha feito. E ela perguntou à mulher: Foi isto mesmo que Deus disse: ‘Não comam de nenhum fruto das árvores do jardim’? "

    Respondeu a mulher à serpente: "Podemos comer do fruto das árvores do jardim,

    mas Deus disse: ‘Não comam do fruto da árvore que está no meio do jardim, nem toquem nele; do contrário vocês morrerão’ ".

    Disse a serpente à mulher: "Certamente não morrerão!

    14

    HÉTEROS – O OUTRO EVANGELHO Elias Hendrikson

    Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês serão como Deus, conhecedores do bem e do mal".

    Gênesis 3.1-5 NVI

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    HÉTEROS – O OUTRO EVANGELHO Elias Hendrikson

    VERDADE ACIMA DAS VERDADES

    Raízes antigas

    A Bíblia é o livro sagrado do Cristianismo. Em toda parte do globo terrestre onde há uma Igreja há também uma Bíblia contendo os escritos do Antigo Testamento e os livros do Novo Testamento. Mas nos primeiros séculos da era cristã o Novo Testamento ainda não tinha exatamente o formado que nós conhecemos hoje. Os escritos dos apóstolos circulavam entre as primeiras comunidades cristãs em forma de cartas. As epístolas de Paulo já estavam circulando reunidas no final do primeiro século d.C.. Justino Mártir, no segundo século, menciona as memórias dos apóstolos, que os cristãos chamam de evangelhos e que eram considerados em pé de igualdade com o Antigo Testamento. Um cânone contendo os quatro evangelhos (os Tetramorph1) já estava circulando na igreja no tempo de Ireneu em 160 d.C. No início do século III, Orígenes de Alexandria talvez já tenha usado os mesmos 27 livros que compõe o Novo Testamento moderno.

    A elaboração do cânone do Novo Testamento foi, portanto, o fruto de um processo que, até a fixação final, estendeu-se por vários séculos. Mas o fato decisivo é o surgimento da ideia do cânon. Esse momento importante 1 Um tetramorfos é um conjunto simbólico de quatro elementos distintos, ou a combinação de quatro elementos díspares, ou opostos, em unidade. O termo é derivado da letra grega tetra (quatro) e morph (forma).

    16

    HÉTEROS – O OUTRO EVANGELHO Elias Hendrikson

    aconteceu entre os anos de 140 e 150. Na época, a igreja reconheceu que ela sozinha não

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