Janela Aberta para o Mundo: Intercâmbio estudantil. Uma experiência para toda vida
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Janela Aberta para o Mundo - Tarcisio Gurgel de Sousa
Uma viagem de 58 anos
O espírito dinâmico, incansável, insaciável de Tarcisio Gurgel de Sousa proporciona sempre bons momentos aos que têm a sorte de privar do seu convívio, como humanista, como amigo, como parente, como médico, como turista e como escritor, entre outras habilidades e competências que desenvolveu através de sua vida eletrizante e desbravadora.
Naquela decisão de não deixar nada para depois, ele vai assumindo os desafios e topou fazer mais este livro – já concebera para o mundo Batendo Asas – onde e como para tratar exclusivamente daquele ano que passou nos Estados Unidos como estudante e das experiências que vieram em seguida.
Mostra como conheceu outras partes daquele país, com o que traz importantes informações, orientações, vivências e fatos hilários que viveu no decorrer destes anos, que não são poucos: faz 58 anos que ele concluiu os estudos proporcionados através do American Field Service.
Trata-se de uma espécie de viagem no tempo e no espaço, que começa com a narração sobre West Chicago — Intercâmbio em Illinois, EUA (1965/1966)
; descreve em seguida como se sentiu Vivendo nos EEUU — Uma experiência ímpar, singular, exclusiva e diferente
; fala sobre "O American Field Service (AFS) — Promovendo a formação do cidadão pleno; detalha a
Convivência na Família Americana — Morando com a minha família norte-americana e estudando em West Chicago; cita:
Letras de Saudade — As cartas que enviava e recebia — palavras de parentes e amigos; e conta viagens que fez posteriormente ao ano do intercâmbio, a Denver, que descreve como
Um retorno emocionante e compensador"; Nova Iorque, e Flórida (Miami, Kennedy Space Center e Disney World).
Exímio relações públicas, embora nunca tenha exercido esta atividade como profissão, sua estada em West Chicago resultou em dezenas de publicações na imprensa americana de atividades sóciofamiliares e escolares.
Tarcisio traz aqui também um discurso emocionado e emocionante que resume todos esses anos de vida no Brasil e no Mundo.
São Belas Memórias que as retinas dos seus olhos registraram e que ele vem guardando em sua vida de chegadas, partidas, recepções e despedidas. Fala de suas experiências com dúvidas, incertezas, temores, porém também de entusiasmo, alegria e determinação.
Com uma memória privilegiada e um senso de organização raro, o autor resgata momentos, fatos, informações e fotografias, que com o passar do tempo vão se revelando preciosidades, e que vale à pena ler e ver. Cada página deste livro traz uma síntese madura e qualificada do pensamento sobre intercâmbio estudantil e os valores sociais e humanos que o autor tão bem soube adquirir e cultivar durante todas essas décadas. Trata-se de uma leitura que com certeza vai valer à pena.
Walter Medeiros
[A 58 year long trip]
Tarcisio Gurgel de Sousa’s dynamic, insatiable and never tiring spirit always brings good times to those who are lucky enough to be around him, as a friend, a parent, a doctor, a tourist or a writer, which are some of the abilities he developed during his electrifying and pioneering life.
Intent on never leaving anything for later, he takes on every challenge and agreed to write this book about the year he spent in the United States as a student and the experiences that came afterwards. (He has already written Batendo Asas — onde e como, which can be translated as Spreading Wings — where and how.)
He tells us how he got to know other parts of that country, gives us important information, advice, life experiences and hilarious facts from his life over the many years since being an American Field Service student 58 years ago.
This book is a trip though time and space, beginning with his narrative on West Chicago — Student Exchange in Illinois, USA (1965-1966)
. Next he describes how he felt about Living in the USA — A singular, exclusive and different experience
. He goes on to talk about the "American Field Service (AFS) — Promoting the training of full citizens. Next he details
Living with an American Family — Living with my American Family and studying in West Chicago. Then he brings us
Letters and Longings — The letters he sent and received — words from parents and friends. Finally, he tells about the trips after his year as an exchange student, to Denver, New York and Florida (Kennedy Space Center, Miami and Disney World) in
An emotional and compensating return".
An excellent PR-man, even though he has never worked in the profession, his stay in Chicago rendered him dozens of publications in the American press related to social, family and school activities.
Tarcisio also brings us an emotional and exciting summary of all his life in Brazil and the world. They are beautiful memories his eyes registered and have been saving through all those years of arrivals, departures, receptions and goodbyes. He speaks of his experiences with doubts, uncertainties and fear, but also with enthusiasm, joy and determination.
His privileged memory and rare sense of organization have brought us moments, facts, information and photographs that, over time, have become precious and worth reading and seeing. Every page of this book brings a mature and qualified synthesis of ideas about student exchange and the social and human values the author knew so well how to acquire and cultivate over the decades.
Walter Medeiros
West Chicago – Intercâmbio em Illinois, EUA (1965/1966)
O Programa Intercultural da American Field Service teve início no período final da II Guerra Mundial. Surgiu do vínculo criado pelos soldados americanos em campos de guerra europeus com famílias dos países onde estiveram. Muitos jovens foram morar ou estudar com essas famílias nos Estados Unidos; alguns eram órfãos de guerra. Daqueles campos de guerra germinou um programa de paz, que hoje abrange grande parte dos países do mundo em intercâmbio escolar de vários destinos. Na minha época o destino era exclusivamente Estados Unidos.
Apenas os americanos tinham acesso aos diversos países pelos quais optavam. Atualmente, frente à globalização todos têm acesso, através do Programa de Intercâmbio AFS, aos diversos países que o integram.
Trata-se de um Programa de Intercâmbio que tem crescido pela sua credibilidade, responsabilidade nos critérios de escolha e pela sua própria história enriquecedora dos participantes. Fiz parte da turma de 1965 em West Chicago e esta minha experiência que desejo contar aqui.
Embarquei na sexta-feira, 13 de agosto de 1965, como integrante da equipe, que tinha um total de 223 brasileiros do Winter Program do AFS. Em meio àquele grupo lá estava eu em noite de despedida do velho Galeão
, Rio de Janeiro. Tratava-se não apenas da minha primeira viagem internacional, mas o início de um período de enriquecimento interior que muito norteou a minha vida.
Partíamos naquela noite com o sentimento de que durante um ano seríamos como pequenos embaixadores
do nosso país, imbuídos do propósito de bem representar a nossa terra, e através deste contato o enriquecimento pessoal por cada dia vivido em solo americano.
A expectativa no aeroporto era de que estaríamos voando entusiasticamente no mais moderno avião comercial do mundo, o Boeing 707 (da Varig), sem dúvida, à época, a forma mais elegante de voar. Outro fator de singular emoção era o destino: New York. New York, ainda a eterna capital do mundo.
Os estudantes americanos tinham acesso a países europeu, latinos ou asiáticos. Atualmente o AFS cresceu acentuadamente, e nós brasileiros ou outros estrangeiros podemos ter a mesma experiência em países como Japão, Austrália, e Malásia, entre outros.
Não posso deixar de prestar uma homenagem muito especial à Sra. Maria Alice Fernandes, uma mulher inteligente, dinâmica, viajada, humanista e filantropa, responsável pela chegada do AFS ao Estado do Rio Grande do Norte. Todos nós que tivemos a experiência de viver não apenas nos Estados Unidos, mas agora em outros países, devemos a esta grande mestra a grande janela que abriu nossas mentes para o mundo.
Os estudantes que retornam dos seus cursos em vários países assumem, de uma maneira participativa e voluntária, a gestão do Projeto, e são responsáveis pelos processos seletivos, tanto dos que vão como também das famílias que se propõem a receber estudantes. As exigências burocráticas são muitas, além da responsabilidade para preencher o perfil estipulado. Tive a alegria de ser o 2º Presidente no Estado, sucedendo a Herta Queiroz, professora de inglês da URFN, aposentada e atualmente Tradutora Juramentada do Estado, na época estudante de Direito, e que foi a primeira potiguar a ir no Programa, na época em que foram também os engenheiros Lúcia Araújo e Aníbal Barbalho Rebello.
Na época em que fui ao AFS, existia uma taxa de aproximadamente US$ 100,00 (cem dólares) mês. Atualmente a permanência de um ano está orçada em aproximadamente US$ 5.000,00 (cinco mil dólares). É um valor significativo, mas por outro lado um valioso investimento para a formação integral do indivíduo. Além de se aprender inglês, o convívio com uma outra cultura é um enriquecimento que, indiscutivelmente, não tem nem peso nem medida, mas que amplia a experiência de vida com uma melhor qualidade.
Usufrui de tudo que tinha direito com o fundo deixado pelo meu antecessor, Johan (Noruega). Com aquele fundo recebi da escola todos os livros (aluguel e seguro), todos os tickets para os jogos da escola ou qualquer festa; o Livro do ano (Yearbook) um álbum com fotografias de todos os professores, alunos, pessoal administrativo e os eventos escolares importantes, além das diversas diretorias, como Coselhos, Pen Club etc., fotografia oficial para o yearbook; anel de formatura; despesas para festas de formatura roupas, sapatos, club, buffet etc.
Na minha vez de formar o fundo, a estratégia foi realizar algumas festas em residência de amigos ao preço de US$ 10,00 (dez dólares), com direito a assistir audiovisual do Brasil (em slides) e ouvir a boa música popular brasileira (em vinil) através dos discos que, de tanto ouvir nos momentos de saudade, então quase só no selo. Destacaria Dois na Bossa, com Elis Regina e Jair Rodrigues, Sérgio Mendes e The girls from Bahia (Quarteto em Cy). As festas terminavam com um show de Bossa Nova intitulado TARS 65. Claro que as músicas eram The Girl from Ipanema, Corcovado, One Note Samba e Upa neguinho, esta última em português.
A maior festa de arrecadação foi um carnaval com disco de vinil na residência de Joana Merlin, de Santos-SP que, como planejava, integra atualmente os quadros das Nações Unidas. Fiquei feliz com as promoções, que renderam tão satisfatoriamente que o AFS mandou dois estudantes no ano seguinte para a minha escola.
As despesas com alimentação na escola eram pagas pelo meu trabalho de 10 minutos antes da sirene local tocar. Tinha autorização para sair da sala de aula e prestar serviços na cafeteria
da escola. Foi o meu primeiro trabalho. Não recebia qualquer dólar, mas pagava a minha alimentação escolar. Adorava o leite achocolatado e as tortas apple pie e pineapple pie. Engordei oito quilos, mas não deu para deformar, pois quando sai do Brasil era muito magro.
Estando em um país capitalista e consumista, senti imediatamente o desejo imenso de trabalhar e começar a comprar algumas coisas que, como adolescente, tinha a maior vontade. Felizmente era proibido ter qualquer atividade remunerada nos primeiros seis meses de convívio. Quando fui liberado ganhei alguns dólares cortando a grama das casas dos vizinhos. Comprei meus discos dos Beatles, Rolling Stones, The Sound of Music, Sérgio Mendes, filmes fotográficos, postais e slides de lugares por onde passava e até projetor de slides de última geração, além da calças jeans, último lançamento, no auge da moda americana.
Nestas experiências conheci cidadãos honestos, solidários, amigos. Aprendi a dar valor ao trabalho e à pontualidade com os compromissos, que o americano põe