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Internacionalização e intercâmbio
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E-book361 páginas4 horas

Internacionalização e intercâmbio

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Sobre este e-book

A internacionalização das universidades é tão antiga quanto elas mesmas. Desde sua origem ocidental, como local de agregação e de confluência de indivíduos em busca de sistematização de estudos, foi ponto de encontro de pessoas de muitos países em busca do conhecimento.

Em nosso continente, diferenciadas em sua criação, as universidades hispânicas iniciam-se no século XVI, e as nossas somente no século XX. Ainda assim contam, também, com formas e modelos internacionais, seja na língua ou seja na importação dos docentes, principalmente.

No entanto, é no último quartil do século XX que as iniciativas, até então muito mais individuais e assistemáticas, ganham força e espaço e passam a se organizar em parcerias entre pesquisadores, em relacionamentos entre programas de pós-graduação e em associações interuniversitárias, entre outros, até que surgem as assessorias internacionais.

É nesse cenário que todo o produto aqui apresentado é gerado. De chefe da assessoria de relações internacionais de uma universidade para dirigente da principal associação de dirigentes de assessorias internacionais do Brasil, a autora observa, estuda e formula um estudo com base na mobilidade acadêmica internacional. Dessa investigação, teoriza as perspectivas de dimensões múltiplas para que sejam obtidos melhores resultados com essa mobilidade.

É uma obra que vem para preencher uma grande lacuna de conhecimento, e propicia, além da reflexão, propostas reais e concretas de atuação na comunidade universitária, que compreendem a importância da cooperação acadêmica e buscam a internacionalização.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jan. de 2017
ISBN9788547304249
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    Pré-visualização do livro

    Internacionalização e intercâmbio - Luciane Stallivieri

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE

    Dedico esta obra a todos aqueles que ousam romper suas fronteiras individuais e adentram com toda a bagagem de seus sonhos e desejos na ideia apaixonante de viver internacionalmente. Aos que entendem que viver a internacionalização é entender o polimorfismo da intercultura e respeitar diferenças, sejam elas étnicas, linguísticas, geográficas, políticas, culturais ou sociais.

    Agradecimentos

    Agradeço a todos os jovens de todas as nacionalidades, que movidos por curiosidade, interesse, paixão, ou por qualquer razão aventuram-se rumo a um universo de sensações e experiências tão desconhecidas quanto sonhadas e desejadas, mormente aqueles de todas as idades, que compreendem o valor e a importância do desenvolvimento de suas competências interculturais para que se tornem melhores seres humanos, mais solidários, mais compreensivos e mais tolerantes, além de serem protagonistas de uma sociedade que passa por rápidas e constantes mudanças e que clama por cidadãos globais.

    Agradeço a meu pai, Léo, cujo amor filial era tão grande que, mesmo sem entender direito por que eu ia, apoiou minha ida; à minha mãe, Julitta, pelo apoio e compreensão, e à minha irmã, Lauren, pelo companheirismo. Por meio deles agradeço a todos os familiares que viram ir e voltar cada um dos sujeitos ativos deste estudo.

    Agradeço, ainda, aos colegas professores e dirigentes, uns por suas parcerias acolhedoras e incentivadoras, outros, não menos importantes, por suas tentativas de desestímulo, que me fizeram mais forte e compreensiva.

    Agradeço ao meu amor, Lúcio, que, além de ter sempre acreditado e incentivado meu desenvolvimento intelectual, ainda encontra tempo para me fazer poesia.

    E se coragem eu tiver

    para ousar e viver,

    todo lugar será meu.

    Lúcio José Botelho

    Prefácio

    Nem sempre um livro é produto de uma ideia, de um momento específico de inspiração, de sentar e escrever. São múltiplas e surpreendentes algumas formas de produção, principalmente quando autor e obra confundem-se em sua trajetória.

    Poderia começar de mil formas, porém resolvi que tenho a licença poética de quem ama e, portanto, não pretendo distanciar o prefaciador da admiração, do respeito, do amor e da visão de quem acompanhou um pouco dessa trajetória.

    Por isso, o início é entender como uma linda menina, descendente de italianos, em uma família de classe média urbana de uma cidade do interior do Sul do Brasil, certamente muito propensa a seguir uma vida local, apaixona-se pela língua inglesa, rompe com tudo e sai em busca de algo que não tinha certeza do que era, em outro país, sozinha, determinada, virando uma página da vida.

    Foi nessa primeira incursão que a menina se descobre mulher, capaz de refletir sobre suas angústias de estudante internacional, de buscar suas soluções, de conhecer pessoas, de dividir euforias e frustrações, e é, com certeza, essa passagem por Londres um momento definitivo de decisão sobre sua vida, carreira e sobre esse livro.

    Volta mais internacional, no corpo e na alma, do que a grande maioria das pessoas que a cercam e, por óbvio, passa a cuidar de assuntos internacionais, como receber delegações estrangeiras e vivenciar novos desafios. Sai novamente em busca de melhor conhecer a língua inglesa e vivenciar novas culturas, agora nos Estados Unidos, aprofunda-se e, literalmente, mistura-se à cultura americana.

    O passo seguinte estava traçado. Passa a exercer função na assessoria de relações internacionais de sua universidade e cunha sua marca de competência, leveza, beleza e abertura. Projeta sua universidade e a si mesma ao topo das relações internacionais no país. Inquieta, busca consolidar sua formação e, mesmo com a sobrecarga de trabalho docente e administrativo, faz mestrado na área de relações internacionais.

    Quanto mais se internacionaliza, mais entende que a questão crucial está nas pessoas. Entende que a organização institucional é necessária, mas o diferencial é mesmo a gente. Com sobre-esforço individual, tanto intelectual como físico e financeiro, parte novamente em busca de novas respostas e, quanto mais procura respostas, mais encontra perguntas.

    A presente obra é, pois, algo muito além de uma tese doutoral. É mais que um desafio intelectual, é a resposta a si mesma de questões que pululam na mente de todos os que se envolvem em questões internacionalistas. São dirigentes, professores, familiares, estudantes. São tantos que têm suas vidas afetadas pelo deslocamento do eixo de interesse de um ou de vários indivíduos que, às vezes, tudo se confunde.

    Ao estudar esse coletivo, mas tendo o estudante que faz seu intercâmbio e que se mobiliza como unidade principal de análise, a autora contribui para o entendimento de cada um dos momentos vividos. O diferencial e referencial fica na preparação, na abordagem, no acompanhamento e no acolhimento do regresso porque, como ela própria, retornam pessoas diferentes das que foram, não necessariamente melhores ou piores.

    Talvez, o mais difícil seja produzir um trabalho que seja ao mesmo tempo integral e suficientemente didático para ser entendido em partes, em suas reais dimensões. São estudadas as dimensões interculturais, linguísticas e acadêmicas, assim divididas pela perspectiva da autora.

    Sinto-me honrado e feliz ao escrever este prefácio. Sinto-me agraciado por fazer parte dessa expressão maior da internacionalização em nosso país. Mas sinto-me ainda mais abençoado por poder amar essa mulher.

    Prof. Dr. Lúcio José Botelho

    Ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina

    APRESENTAÇÃO

    Esta é uma obra que tem uma trajetória que é simples e ao mesmo tempo complexa. Sua simplicidade é por estar intimamente relacionada com o fazer profissional de meu dia a dia como responsável pela área de relações internacionais de uma universidade e, portanto, resultado da minha convivência com cada um dos intercambistas. É complexa por envolver todas as possibilidades de relações humanas, sonhos, desejos, relações familiares e o arcabouço intercultural que envolve cada ida e cada volta, para outra realidade, familiar, acadêmica, social e na maior amplitude cultural.

    A subdivisão da obra visa uma compreensão ampliada das questões que envolvem a mobilidade de pessoas da área acadêmica na forma, hoje estabelecida, de intercâmbio, que é apresentada no primeiro capítulo.

    No segundo capítulo, trato do verdadeiro pano de fundo: os conceitos adotados de internacionalização, seu estágio atual, sua necessidade como elemento fulcral para a formação de cidadãos aptos a entenderem a condição planetária em que nos encontramos.

    No terceiro e quarto, organizo a ideia de educação internacional, seus princípios e histórico. Apresento a mobilidade acadêmica, intrinsecamente relacionada a seus elementos e componentes e, ligadas a ela, as questões interculturais, com ênfase nas questões de comunicação e língua, que compõem o âmago de minha área de formação e conhecimento.

    Nos dois últimos capítulos, trago o resultado de uma extensa pesquisa com estudantes em mobilidade e discorro sobre as mais pulsantes questões trazidas por suas respostas, começando por um perfil e analisando cada uma das perspectivas discorridas.

    A partir dessas análises, proponho, como fechamento, uma espécie de modelo de discussão para diminuir os problemas e tornar exitosa cada uma das maravilhosas oportunidades possíveis para um aluno em mobilidade acadêmica internacional.

    ABREVIATURAS E SIGLAS

    Sumário

    1 - INTRODUÇÃO

    2 - INTERNACIONALIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

    2.1 Conceitos de internacionalização

    2.2 Razões e elementos motivadores para a internacionalização

    2.3 Ganhos e benefícios obtidos com a internacionalização

    2.4 Importância dos diagnósticos para internacionalização

    2.5 Elaboração de planos de inserção internacional

    2.6 Gestão da cooperação internacional

    2.7 Tendências e perspectivas para a internacionalização

    2.8 Reflexões críticas sobre a internacionalização – avaliação

    2.9 Riscos e desafios com a internacionalização

    3 - EDUCAÇÃO INTERNACIONAL – MOBILIDADE ACADÊMICA

    3.1 História da mobilidade acadêmica internacional

    3.2 Conceitos de mobilidade acadêmica internacional

    3.3 Educação internacional no mundo: cenários e realidades

    3.4 Educação internacional no Brasil: desafios para tornar o país viável para a mobilidade acadêmica internacional

    3.4.1 O Programa Ciência sem Fronteiras

    3.4.2 Objetivos do Programa Ciência sem Fronteiras

    3.4.3 Os ganhos obtidos até agora

    3.4.4 Os novos desafios do Programa CsF

    3.5 Educação internacional e a organização das estruturas institucionais

    3.6 Impactos econômicos e sociais da mobilidade acadêmica internacional

    4 - A MOBILIDADE ACADÊMICA INTERNACIONAL

    4.1 Perfil do estudante de mobilidade acadêmica

    4.2 Motivações determinantes para a participação em um programa de mobilidade acadêmica internacional

    4.3 Mobilidade acadêmica e comunicação intercultural

    4.4 Comportamento intercultural

    4.5 Língua, cultura, comunicação intercultural e mobilidade acadêmica

    4.6 Sensibilidade cultural e programas de mobilidade acadêmica

    4.7 Ambientes culturais e internacionalização curricular

    4.8 Treinamentos interculturais para os programas de mobilidade acadêmica internacional

    5 - PROGRAMAS DE MOBILIDADE ACADÊMICA INTERNACIONAL

    5.1 Objetivos dos programas de mobilidade acadêmica internacional

    5.2 Locais de desenvolvimento dos programas

    5.3 Duração dos programas de mobilidade acadêmica internacional

    5.4 Atribuições dos coordenadores e dos orientadores de curso

    5.5 Atribuições do aluno

    5.6 Atribuições dos setores de relações internacionais

    5.7 Aproveitamento de estudos e transferência de créditos

    5.8 Créditos acadêmicos e o sistema europeu de transferência de créditos (European Credit Transfer System - ECTS)

    5.9 Requisitos gerais para participar dos programas de mobilidade acadêmica internacional

    5.10 Documentos para participação nos programas de mobilidade acadêmica internacional

    5.11 Seleção dos estudantes participantes dos programas de mobilidade acadêmica internacional

    5.12 Proficiência em línguas estrangeiras

    5.13 Termos de compromisso de boa conduta

    5.14 Atividades de preparação para o intercâmbio

    6 - DIMENSÕES RELEVANTES PARA O ÊXITO DOS PROGRAMAS DE MOBILIDADE ACADÊMICA INTERNACIONAL

    6.1 Objetivos e questionamentos do estudo

    6.2 Dimensão intercultural

    6.3 Dimensão linguística

    6.4 Dimensões acadêmicas

    6.5 Dimensão administrativa

    6.6 Síntese das dimensões e demais resultados

    7 - CONCLUSÃO

    REFERÊNCIAS

    ANEXOS

    1

    INTRODUÇÃO

    As instituições de Ensino Superior, cujos processos de internacionalização estão em desenvolvimento, investem fortemente na formação de seus docentes e discentes pela oferta de programas de capacitação ou de qualificação realizados em instituições no exterior.

    Cada vez mais, um número maior de pesquisadores, professores e alunos participam de diferentes modalidades de programas educacionais internacionais. Esses programas podem ser de longa duração, como os programas de pós-graduação, graduação sanduíche, ou de curta duração, como os programas de línguas estrangeiras. Além disso, participam de atividades internacionais como congressos, seminários etc. Isso ocorre como forma de responder às exigências do mercado que clama por um novo profissional, preparado para transitar em ambientes pluri e multiculturais. Independentemente da duração ou da periodicidade das oportunidades oferecidas, todas elas implicam situações de adaptação linguística e cultural, as quais devem ser observadas pelos que participam das atividades.

    As instituições de Ensino Superior brasileiras ou estrangeiras percebem, cada vez mais, que, se não houver um correto investimento e uma adequada preparação dos grupos de intercambistas, as atividades propostas em cada um dos programas ficam total ou parcialmente comprometidas. Isso acaba por gerar um alto índice de frustração tanto para os indivíduos que participam dos programas quanto para as instituições que apostam nos resultados do retorno de seus alunos e professores, os quais nem sempre são atingidos.

    Há, por um lado, um elevado investimento em projetar a instituição internacionalmente, e, por outro, a possibilidade de que esse investimento, especialmente com a mobilidade, apresente menor impacto do que o esperado. Independentemente do perfil ou do caráter da instituição, seja ela pública ou privada, a situação está posta e merece especial atenção, principalmente para avaliar e, se necessário, redimensionar os procedimentos linguísticos, culturais, acadêmicos, administrativos e logísticos aplicados aos programas de mobilidade acadêmica internacional.

    Diante disso, e tendo presente a constante necessidade de qualificação dos profissionais em constante formação, as instituições de Ensino Superior precisam estar atentas aos movimentos mundiais que determinam alguns rumos para a educação superior, dentre eles a necessidade de institucionalização dos programas de mobilidade acadêmica internacional.

    A formação em nível de graduação ou de pós-graduação com complementação no exterior passou a ser muito valorizada em função do novo perfil profissional que é solicitado pelo mercado. Esse profissional, para tornar-se competitivo e buscar melhores colocações no ambiente profissional, precisa qualificar seu currículo e, além de desenvolver as competências específicas de sua área de conhecimento, necessita apresentar também excelente domínio de línguas estrangeiras, fácil adaptabilidade em outros países, boa convivência com estrangeiros, além do entendimento e aceitação de outras manifestações culturais, desenvolvendo, dessa forma, sua inteligência cultural.

    Considerando essa nova demanda, é natural que as instituições de Ensino Superior busquem alternativas para melhorar constantemente a qualidade de seus cursos e dos profissionais que formam, investindo no processo de internacionalização por meio de políticas e estratégias claras, definindo planos de capacitação em línguas estrangeiras, inserindo-se em programas de intercâmbio internacional e/ou desenvolvendo programas próprios condizentes com sua realidade.

    Diante do acelerado processo de internacionalização, as instituições nem sempre conseguem organizar suas estruturas de forma adequada para atender a esses outros tipos de demanda, oriundos da participação e do retorno dos alunos dos programas de intercâmbio. Alguns dos fatores que podem comprometer os resultados esperados com a mobilidade são: dificuldades de adaptação cultural, dificuldades na comunicação e no desempenho das habilidades linguísticas, reprovação nos cursos para os quais se candidataram, cancelamento ou baixo rendimento nos resultados das disciplinas que inicialmente estavam programadas para serem desenvolvidas no exterior, baixo aproveitamento de créditos cursados e rendimento acadêmico não satisfatório.

    Um cenário com tais dificuldades gera a necessidade de compatibilizar os interesses de todas as partes, ou seja, os interesses institucionais com os interesses dos estudantes, pautados nos resultados que se espera ter após a realização de uma vivência no exterior. O investimento é alto, e, portanto, os resultados devem satisfazer as expectativas de todos os envolvidos. O que deveria ser um ganho para a instituição e para o aluno pode tornar-se uma experiência delicada, complexa e, às vezes, frustrante, uma vez que refletirá o sucesso ou o fracasso em diversas direções.

    A internacionalização institucional e, consequentemente, a mobilidade acadêmica, que é uma de suas fortalezas, deixam de ser uma opção institucional e passam a fazer parte do corpus das discussões do Ensino Superior, com alto grau de complexidade. Se não forem corrigidos os entraves para a mobilidade e se não forem organizados mecanismos adequados para os resultados esperados com os programas educacionais internacionais, ao invés de as instituições celebrarem os bons resultados com a internacionalização, poderão fomentar o inadequado desenvolvimento acadêmico, apenas com ganhos individuais de sua comunidade acadêmica, uma vez que tanto estudantes quanto professores ou pesquisadores são protagonistas da mobilidade internacional.

    O mesmo ocorre com o objeto de análise do presente estudo: uma instituição de Ensino Superior, comunitária, de caráter privado, sem fins lucrativos, localizada no Sul do Brasil e que tem uma forte inserção na comunidade. Ela comporta um contingente de aproximadamente 40.000 estudantes de extensão, graduação e pós-graduação distribuídos em mais de dez unidades. É apontada pelas avaliações do Ministério da Educação do Brasil como uma das melhores instituições de Ensino Superior privada do país.

    A instituição investiu fortemente em seu processo de internacionalização, colocando-o no Plano de Desenvolvimento Institucional. Como objetivo específico, o plano prevê ampliar nacional e internacionalmente a inserção da Universidade como uma de suas metas estruturantes (UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL. Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2007/2011. Disponível em: ). Dessa forma, organizou sua estrutura administrativa e acadêmica para dar conta dos programas internacionais de mobilidade de estudantes, além de desenvolver seu próprio programa de mobilidade acadêmica internacional.

    De acordo com pesquisas realizadas pelo Fórum das Assessorias das Universidades Brasileiras para Assuntos Internacionais (Faubai¹) no ano de 2004/2005 e publicadas nos respectivos anais, essa universidade foi uma das instituições brasileiras que mais enviou estudantes ao exterior para participação em programa de estudos de graduação equivalentes a um semestre acadêmico. A comunidade mencionada ultrapassa a soma de 500 estudantes enviados ao exterior a cada ano. Portanto, é considerada uma instituição adequada para a realização deste estudo, que avaliará a relação do rendimento e do desempenho acadêmico, linguístico e intercultural e a mobilidade internacional para estudantes de graduação.

    O presente estudo propõe-se a identificar se é possível e de que forma seria possível melhorar o desempenho e o rendimento dos estudantes que participam de programas de mobilidade acadêmica internacional, desenvolvendo disciplinas de graduação em instituições de Ensino Superior estrangeiras, por meio de uma adequada preparação linguística e cultural. Verificará, ainda, a existência ou não da relação entre os estudos preparatórios para uma experiência de um estudante de Ensino Superior e seu desempenho efetivo enquanto estiver no exterior e ao retornar ao seu país de origem.

    Os objetivos estabelecidos são bastante ambiciosos: oferecer subsídios para melhorar o desempenho e o rendimento dos estudantes de graduação que participam de programas de mobilidade acadêmica internacional, por intermédio do desenvolvimento de ferramentas e de instrumentos que possibilitem sua capacitação e qualificação para atuação em ambientes pluri e multiculturais; identificar o rendimento acadêmico apresentado pelos estudantes de graduação, que cursam disciplinas em instituições de Ensino Superior estrangeiras e a proporção de aproveitamento de créditos; identificar as causas das dificuldades de adaptação em outro país apresentadas por esses mesmos estudantes; verificar quais as possibilidades de melhoria do rendimento acadêmico e pessoal dos estudantes intercambistas pela capacitação linguística e cultural; desenvolver atividades interculturais preparatórias para os estudantes que se deslocam ao exterior – e aos estrangeiros que vêm ao Brasil – com a finalidade de amenizar o stress aculturativo; desenvolver programas de capacitação para que as instituições possam preparar suas estruturas acadêmica e administrativa, a fim de servirem de apoio

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