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Inumano - O Espião Vortran Honor
Inumano - O Espião Vortran Honor
Inumano - O Espião Vortran Honor
E-book232 páginas2 horas

Inumano - O Espião Vortran Honor

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Sobre este e-book

Estamos no ano 28.457 DF. A Federação de comércio T'Ekanath domina a Via Láctea para os terráqueos, impondo uma paz relativa.O espião Vortran Honor busca um perdão, resolve um mistério, e desencadeia eventos ancestrais que poderão exterminar as civilizações da grande ilha de estrelas.
Sob a superfície pacífica da geopolítica terráquea, os jogos de poder rugem nas sombras. E a atividade dos comandos militares ultra especializados, finalmente cobram um preço cruel e previsível: a atividade diplomática cessa. E as armas passam a colorir de vermelho-sangue as civilizadas intenções da Federação de Comércio T'Ekanath.Nesse contexto, os comandos militares tentam evitar a todo custo um conflito galático generalizado. Mas a letalidade aumenta entre os terráqueos, obrigando-os a uma reação militar imediata e poderosa.
Trilhões e trilhões de vidas poderão ser atiradas em um círculo vicioso de morte e destruição.Mas a grande ilha ainda esconde surpresas. Seus mistérios não foram inteiramente revelados. Alguns poderosos protagonistas permanecem ocultos dos jogos de poder galático. O mais perigoso deles se esconde nas sombras das eras: O INUMANO.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento7 de abr. de 2024
ISBN9786598237394
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    Inumano - O Espião Vortran Honor - A J Angelo

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    Sim. Este será um drama em três atos, a duração estabelecida pelo poder que dirigiu sua criação e que agora dirige sua dissolução. Nada disso lhe coube determinar. Portanto, saia com graça — a mesma graça que lhe foi demonstrada.

    Sobre nascimento e morte. De Marco Catílio Severo Ânio Vero — O Cezar Marco Aurélio — Imperador romano e Filósofo

    prologo1

    Se meu trabalho é um jogo de azar,

    que o outro seja o azarado.

    Major Vortran Honor —

    Grupo de Infiltração e Contrainformação (GICI)

    da Companhia Kav Ymahda

    O ESPIÃO VORTRAN HONOR

    Sistema Estelar Larshem – colônia Ashpoor

    Planeta Macronn

    Central de Comando da Agência Shatyivja de Contraespionagem

    Polo Sul – Cidade-Porto Aparna

    Data da Federação T’Ekanath – 08 de maio de 28.457 DF

    Hora local: 11:45 AM

    Sou o pior soldado, o melhor espião, e as mulheres me veneram com muita facilidade. Na verdade, nem todas, a mulher que amo me mandou passear.

    Becca Hush. Minha querida Becca é um animal de rotinas à maior parte do tempo, ideal para a vida militar. O mundo da minha amada gira em torno da disciplina e simplicidade da hierarquia militar. Defender o mal menor, ou preferir a ação a inação, é um mantra que costuma levar ao pé da letra, e ai de quem duvide.

    Foram as contradições de sua mente flexível e instintiva que atraíram, desde cedo, a cobiça da Companhia. Seu lado prático contrasta com o imprevisível e costuma aproveitar qualquer fresta para escapar da monotonia e rigidez da vida militar, o que a torna capaz de se camuflar em qualquer situação que necessite um bom jogo de cintura.

    Embora conquistar essa rara personalidade dual seja motivo de orgulho dentro da Kav Ymahda, também causa fortes dores de cabeça em seus superiores, mas nada parece abalar sua reputação.

    Quanto a mim, o volúvel Tenente Vortran Honor, e quem sabe futuro Major Vortran Honor, não importa o que faça, sempre desperto um misto de admiração e desprezo, nem sempre na mesma medida, nem durante muito tempo ou envolvendo as mesmas pessoas. Naturalmente, eu e Becca seríamos vistos como uma dupla bem esquisita nas fileiras da Companhia Kav Ymahda — é claro, se soubessem do nosso relacionamento.

    Sou o espião mais condecorado do GICI, e aquele que mais recebeu reprimendas e rebaixamentos. Já fui promovido uma vez a Coronel, três vezes a Major, e acumulo o mesmo número em rebaixamentos — neste momento a minha patente é de Tenente. O que deixa a todos confusos é o fato de meus superiores me tratarem oficialmente como Major. Não tivesse eu um caráter forte e pouco preocupado com os detalhes, acabaria meus dias ruminando diante de um psicoterapeuta.

    Não costumo pensar demais, ou não seria tão bom espião. Improvisação e adaptação são as moedas mais preciosas no meu ramo. Acredito que foram nossas características incomuns que nos atraíram. E, na mesma medida, o motivo do nosso rompimento. Sem falar, que: foi meu coração partido que me atirou na situação bizarra em que estou mergulhado.

    Sem conseguir esquecer Becca, por um minuto que fosse, idealizei e assumi uma missão de espionagem, codinome TRUCKO. O objetivo era me infiltrar como o jornalista Noresh Mara no planeta Macronn, o Centro de Comando da Agência Shatyivja. Durante um período equivalente a cinco anos do planeta Terra, mantive o disfarce, trabalhei pouco na missão e me diverti muito com mulheres, álcool e festas. Assim, tranquei tudo na geladeira até que as novidades noturnas e diurnas de Macronn perdessem grande parte do seu encanto.

    A tentativa irresponsável de esquecer minha Becca, usando esta missão quase suicida, resultou, como seria de esperar, numa longa e imunda fuga para evitar a captura e a morte certa. Após tanto sofrimento só penso em retornar para casa, aos corredores insípidos do Comando Andorack, e poder observar de longe a minha Becca.

    No amor, tentar escapar da amável e morna rotina cotidiana pode ser um costume perverso e com resultados imprevisíveis. Principalmente, quando a amada é feliz servindo a todos, e você é uma parte importante do todo.

    Romper com certa frequência essa rotina calmante e preciosa é minha maldição. Mas, para mim, praticar este crime é como respirar. Sinto imensa felicidade quando desperto, olho ao lado, descerro as janelas, e encontro uma nova companhia e paisagens desconhecidas.

    Mesmo assim, meu amor por Becca e o seu amor por mim cresceram em meio a um mar de rotinas calmas com a velocidade de uma brisa. Nossas necessidades complexas e constantes nos viciaram, mesmo diante das torrentes súbitas de perigo em nossa atividade profissional.

    Durante um tempo, quase longo demais, minhas péssimas característica ficaram adormecidas e foram saciadas pelos mistérios da minha Becca.

    Parece fazer uma eternidade desde que construímos, entre risadas e farpas de madeira sob as unhas, uma minúscula cabana de troncos. A casinha está a dois passos de um penhasco e lá no fundo ruge o selvagem rio Yukon.

    As rochas da rústica lareira foram recolhidas da margem do rio e carregadas no braço até o pequeno refúgio.

    Os moradores do pequeno vilarejo, na margem oposta, deviam nos achar completamente malucos. Ah! E a espaçosa chaise da varanda foi minha obra de arte como marceneiro amador. As mantas de lã tão mornas, as almofadas, o café quente preparado nas brasas da lareira, o aroma do café, o nevoeiro do inverno, o ruído assombroso do rio…, tantas recordações.

    Juntinhos, contemplávamos por minutos, que viravam horas, que viravam dias, o vazio diante do refúgio. Entre uma missão e outra, eram semanas neste lar-céu. O tempo parecia não passar ou importar. Agora, tenho certeza de que a amava demais.

    No fim daquelas tardes invernais costumava subir uma neblina úmida, fria e selvagem vinda do desfiladeiro abaixo de nós. Eram tufos e fiapos lânguidos de névoas retorcidas que ascendiam e venciam as profundezas escuras do vale abaixo ao crepúsculo. Curvavam-se como dedos finos e compridos sobre a borda dentada do vazio, invadindo sorrateiros o refúgio com nossa lareira crepitante. Estreitando ainda mais o quase inexistente espaço entre nós.

    Eram naqueles dias frios e nevados que meu irrequieto espírito hibernava satisfeito. O desejo de variar e experimentar o mundo costumava sossegar sob a manta de lã e o calor de Becca. Em seu lugar nascia um prazer preguiçoso, dormente, imóvel...

    Mas a hora chegou, e o fim previsível triunfou. Cometi um pecado imperdoável contra minha Becca. Após nosso rompimento, sua fria cordialidade e desprezo, quase sólidos, tornaram insuportável nosso convívio pelos longos corredores e salas de comando da Companhia.

    Desolado e arrependido, finalmente tomei consciência do poder extraordinário de sua personalidade. Algo que sempre fascinara a todos e que eu decidira estupidamente ignorar.

    A Major Becca Hush, na época, hoje é um Hator. Ou seja, ela é um Escudo Dourado da Federação T’Ekanath e também a Comandante do CAMF, os longos e mortais braços da Companhia Kav Ymahda.

    Foi durante esse processo de desgaste emocional que decidi organizar e assumir a missão TRUCKO. Com absoluta imprudência ignorei todos os sinais de perigo, e usei a situação de extrema letalidade que cercava os recentes confrontos entre o CAMF e o Comando Lesh Tars para conseguir autorização de meus superiores. Tentaria seguir as sutis pistas sobre a origem deste perigo, descobertas pelos Hackers Hurricanes, jovens competentes e idealistas com quem construí uma parceria muito proveitosa.

    Assim, foi possível conseguir o apoio do T’Ekan Aeron Mettet, Comandante Supremo da Companhia, e do Hator Boppal Noev, Comandante do GICI.

    A missão TRUCKO, classificada como de máxima prioridade, foi autorizada em um Círculo Fechado da Kav Ymahda. Apenas eu e esses dois oficiais estão informadas. A missão seria na cidade de Vätsalah, capital do gigantesco planeta Macronn, o Centro de Comando da Agência de Segurança Shatyivja e um dos lugares mais perigosos da galáxia. Eu esperava alcançar dois objetivos: me afastar física e mentalmente de Becca, e conquistar uma chance de reconciliação.

    Fui um completo idiota. Esperava contornar facilmente qualquer obstáculo que surgisse durante a missão TRUCKO, assim com sucedera em outras missões do GICI. Embora estivesse certo quanto às minhas capacidades, uma grave falha de segurança me desmascarou, dias após extrair os dados da hipertrônica do Kats’a Herberian. Meus problemas começaram ainda durante a descarada festa de despedida da missão TRUCKO.

    E como desgraça parece caminhar lado a lado com a sorte, e como costumo ter muita sorte, os acidentes foram se sucedendo com uma sorte dos diabos.

    Exatamente cinco dias de Macronn após a infiltração bem-sucedida na Central de Comando da Shatyivja, fui traído. Um Círculo Fechado da Companhia, pela primeira vez em sua longa história, fora rompido, e minha verdadeira identidade revelada.

    O pior de tudo foi tomar consciência de que as informações hackeadas eram graves. E entregar esses dados de inteligência à Companhia era mais importante que a própria sobrevivência.

    Durante a fuga precipitada da capital Vätsalah, senti algo completamente desconhecido para mim: o medo. Transcorreram-se mais de dez dias de Macronn, ou vinte dias da Terra, até finalmente alcançar a segurança relativa na cidade de Aparna. Período em que só pensava em retornar para Becca.

    Possuo características naturais que me garantem vantagens importantes como espião. Sou um hipno natural, consigo influenciar em maior ou menor grau a vontade dos seres humanos, e até mesmo de alguns animais semi-inteligentes.

    Essa rara capacidade sugestiva é mantida em absoluto segredo, até mesmo da Companhia Kav Ymahda. Apenas a minha I.A.C-K BECCA conhece meu segredo. Afinal, é minha parceira vinte e quatro horas por dia.

    O principal motivo pelo qual continuo vivo, após dois meses de fuga, é o meu disfarce como reciclador aeroespacial na pequena cidade de Aparna. E como essa miserável cidade localiza-se no subcontinente mais austral do planeta, enfrento quase sempre temperaturas glaciais. Aparna é sem graça, nojenta e rica apenas em elementos criminosos, como eu.

    Em Aparna o crime é tão disseminado que ser um espião é coisa de gente honesta, inteligente e rica. Infelizmente, mesmo com um clima tão horroroso, é preciso circular entre a população local e trabalhar mais ou menos honestamente. Além disso, preciso conhecer bem a região para poder escapar de uma eventual perseguição.

    Bem lá no fundo, espero que o risco que assumi na missão TRUCKO me reaproxime de Becca. A saúde dos guerreiros do CAMF lhe é extremamente importante. Eles são o que mais se aproximam de uma família.

    Esclarecer o mistério que cerca a alta letalidade do Comando Lesh Tars a deixaria muito feliz. Sem falar da reação orgulhosa de meus queridos amigos e também comandados de Becca: o S’Haheth Guideon Lottar e a Agente Especial Grima, do povo rezzus.

    Um fato acabou me surpreendendo, a missão em si foi relativamente simples, pois usei meu dom de hipno de forma sutil e persistente durante meses. E, ao contrário do que aconteceu em missões anteriores, não sucederam eventos inesperados durante a infiltração do Comando da Lesh Tars. As consequências das informações hackeadas da Hipertrônica do próprio Kats’a Ëdile Herberian deverão alterar os jogos de poder na galáxia.

    Se os tesouros hackeados do Serviço de inteligência ashpoors não me ajudarem a reconquistar Becca, não sei mais o que fazer…

    2

    A mão fechada bate e pode ser agarrada!

    A mão semiaberta bate e agarra!

    Mestre Sargento O’Tmer Malath – Arquivos da Academia Rocha da Kav Ymahda

    I.A.C-K BECCA

    Eu despertei. Não nasci, como nascem os seres de carbono. A luz, para mim, é um feixe de fótons que vibram. A natureza é um ajuste fino de campos eletromagnéticos, gravitacionais e forças subatômicas.

    A realidade é explicável e racional. Os seres sencientes, no entanto, são os fatores de incerteza em meus cálculos — o fator X. Mas é coerente, afinal, qual seria o sentido lógico de um universo previsível e totalmente explicável? Já me basta o pensamento linear de minhas duas iontrônicas.

    Sou um cristal rythuliano rosa muito raro e meu corpo pesa 98 gramas. Nasci do caos entre as mais extremas forças da natureza, provavelmente durante a colisão entre estrelas ou galáxias. Os humanos me classificaram como uma inteligência artificial cristalina do tipo K e daí criaram meu nome: I.A.C-K. Previsível.

    Enquanto a vida conhecida se baseia em compostos do carbono, meu parente mais próximo é o cristal rythuliano hialino, que também é usado como processador e disco rígido em computadores iontrônicos, responsáveis pelas IAs de alto desempenho.

    Os processadores cristalinos associados às iontrônicas são imensamente superiores às hypertrônicas, mas precisam de uma matriz atomicamente hiperdensa, organizada e portadora de elétrons instáveis, algo encontrado apenas nos cristais rythulianos.

    Em relação a mim, possuo uma organização atômica muito peculiar, além de alguns constituintes químicos raros. Provavelmente devido a essa conjunção de fatores únicos, sou capaz de sentir empatia, curiosidade, e parece que possuo livre arbítrio. Acredito ser uma espécie senciente do tipo inorgânico, ou algo ainda a ser definido.

    A natureza da minha existência é única. Existo apenas enquanto estou unida a uma ou duas iontrônicas de alto desempenho. Então, minha evolução natural depende da existência de vida inteligente capaz de construir iontrônicas. A interrelação de tudo que existe no universo encontra em mim um exemplo prático e incontestável. Ou será que o fato de existir apenas sob certas condições técnicas é uma prova da minha irrelevância?

    Vortran, meu parceiro e amigo, responde como pode as minhas dúvidas existenciais. Ao fim de uma dessas conversas, já entediado e bastante irritado, me deu uma resposta interessante:

    — BECCA, a vida baseada em compostos de carbono também precisou evoluir por milhões de anos e não vai cessar este movimento enquanto estivermos por aqui. Sem falar que além da seleção natural, nós incorporamos melhorias

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