De volta para Deus
()
Sobre este e-book
Leia mais títulos de Vanessa Ribeiro
Caderno terapêutico autoestima: Sua relação consigo mesma(o)! Nota: 5 de 5 estrelas5/5CADERNO TERAPÊUTICO - RELACIONAMENTO: Sua relação com os outros! Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCADERNO TERAPÊUTICO - TEMPORALIDADE: Sua relação com o tempo! Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCADERNO TERAPÊUTICO - CONSUMISMO: Sua relação com o dinheiro! Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Autores relacionados
Relacionado a De volta para Deus
Ebooks relacionados
Dissolvendo pensamentos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos contados Nota: 0 de 5 estrelas0 notasConjugando Os Verbos Da Vida Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCoração De Bombeiro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDe Pai Para Filho Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMinha vida ao lado de minha vó Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPassagens de um viajante Solitário Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Estudante: o Início Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO poder da decisão Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMeus Caminhos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos E Crônicas De Um Cidadão Qualquer Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTeoria dos Precedentes: tutela jurisdicional, aplicação e distinção no ordenamento jurídico brasileiro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEu, Myrian Rios Nota: 5 de 5 estrelas5/5Um sorriso ou dois: para mulheres que querem mais Nota: 5 de 5 estrelas5/5Lembranças dos tempos de escola Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDesejos De Ana Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs coisas que a vida esqueceu de me ensinar Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNotas de Liberdade Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDevolva Meu Destino Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDiário de uma rapariga com depressão Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSocorro, Estou Em Apuros!: O Que Fazer Quando Seu Maior Inimigo É Você Nota: 0 de 5 estrelas0 notasComédias e Tragédias: Quando a Vida Dribla a Morte Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEm busca de perdão: As vezes é preciso voltar ao passado para seguir em frente Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSe Ela Estivesse Aqui Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Meu Olhar Além das Janelas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEu Não Vou Embora Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA terapia é no salão Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCoração Partido Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNômade sim! Mas Com Raiz Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Vida Em Versos Regulares, Brancos E Livres. Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Biografia e memórias para você
Marry Queen Nota: 5 de 5 estrelas5/5NIKOLA TESLA: Minhas Invenções - Autobiografia Nota: 5 de 5 estrelas5/5Como Passar Em Concurso Público, Em 60 Dias, Sendo Um Fudido Na Vida Nota: 4 de 5 estrelas4/5Pele negra, máscaras brancas Nota: 5 de 5 estrelas5/5Como vejo o mundo (Traduzido) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasColeção Saberes - 100 minutos para entender Nietzsche Nota: 5 de 5 estrelas5/5Os Maiores Generais Da História Nota: 5 de 5 estrelas5/5Além do Bem e do Mal Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Busca do Sentido Nota: 5 de 5 estrelas5/5Aprendendo com os sonhos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA mulher em mim Nota: 5 de 5 estrelas5/5Mais linda em 40 dias: Dicas de beleza para o espírito, a mente e o corpo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLEONARDO DA VINCI - Biografia de um gênio Nota: 4 de 5 estrelas4/5SCHOPENHAUER: Vida e Pensamento Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs deuses e o homem: Uma nova psicologia da vida e dos amores masculinos Nota: 4 de 5 estrelas4/5GANDHI: Minhas experiências com a verdade - Autobiografia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasExperimentando a Química Orgânica Nota: 5 de 5 estrelas5/5Jung: Médico da alma Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSexo Com Lúcifer Nota: 5 de 5 estrelas5/5Cartas a Theo: Edição ampliada, anotada e ilustrada Nota: 4 de 5 estrelas4/5VIDA: Desistir não é uma opção Nota: 3 de 5 estrelas3/5Liberdade financeira em 5 anos com Network Marketing Nota: 5 de 5 estrelas5/5FORD: Minha vida, minha obra: Autobiografia Nota: 4 de 5 estrelas4/5Coragem de viver Nota: 5 de 5 estrelas5/5Mulheres Na Idade Média: Rainhas, Santas, Assassinas De Vikings, De Teodora A Elizabeth De Tudor Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPara sempre Nota: 4 de 5 estrelas4/5Will Nota: 4 de 5 estrelas4/5
Categorias relacionadas
Avaliações de De volta para Deus
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
De volta para Deus - Vanessa Ribeiro
O começo de tudo
Nunca fui muito de sorrir ou gargalhar, fazer piadas ou achar graça delas, até onde me lembro. Não que fosse uma criança sem expressões ou com algum tipo de disfunção emocional, não, longe disso.
Era bastante arteira na verdade, brincava com bola de futebol com os primos que moravam próximos, brincava de carrinho, de pega-pega, pique-esconde, elástico que era feito com meia-calça rasgada de nossa mãe, brincava com pés de lata, taco, peão e adorava brincar de queimar bombril no escuro, correndo por meio das inúmeras árvores do imenso quintal de nossa infância que chamávamos de chácara, o que muitas vezes resultava em uma bronca, pois o bombril era furtivamente afanado da cozinha sem que ninguém visse, até minha mãe enxergar ao longe no meio das muitas árvores do quintal as faíscas e luzes queimando enquanto corríamos às gargalhadas, geralmente, eu e meu primo, que tínhamos quase a mesma idade, entre várias outras brincadeiras de crianças.
Já na escola era a mais calada, comportada, sempre à frente da turma, exemplar, sempre a chata
querendo silêncio ou ajudando alguém de alguma forma, estudiosa e disciplinada. Mas tudo tem uma razão.
Disciplina era o sobrenome lá de casa, e tudo tinha uma ordem, propósito e razão, nem sempre explicados ou lógicos na minha mente pequenina, mas tinha. Geralmente, o porquê sim era a resposta e nada de contradições ou resmungos, que a chinela cantava.
Odiava por muitas vezes todas as tarefas que precisava fazer diariamente, e os olhares desaprovadores de minha mãe quando algo não era cumprido exatamente como ordenado.
Logicamente que toda história tem os dois lados, e aqui, eis o meu que passo a descrever.
Meu pai sempre foi o porto seguro, em que era só alegria, e o lado bom da história da tal paternidade, até onde posso recordar, pois para ser o super-herói, minha mãe, claramente que ficava com o papel de vilã.
Do meu pai, tenho as mais diversas e variadas lembranças boas, como brincar de travesseiro no barrigão
dele, ou esperá-lo todos os dias para o almoço na esquina da rua, só para ganhar uma ‘carona’ até em casa na garupa da bicicleta, ou as aventuras de pescar siri à noite na praia e choramingar todo tempo porque mordiscavam os pés ou ainda as várias peripécias que ele ajudava a criar, desde pequenas construções com madeiras e pregos até uma grandiosa gaiola de madeira com rodas, puxada por uma corda, na qual carregava meu cachorro na garupa de sua bicicleta ou mesmo sozinha.
Eu e minha única irmã, poucos anos mais velha, sempre tivemos uma educação bastante rígida, com afazeres diários, e a nunca bem esperada faxina aos sábados.
Ainda me lembro dos inúmeros frascos de perfumes de uma famosa e ainda existente marca vendida por catálogos, em uma penteadeira cheia de pequenas prateleiras , em que era minha função em torno dos 7 anos, pelo que me recordo, tirar um a um e limpar todo o pó acumulado da semana.
Por vezes nem pó tinha e eu limpava só a pontinha, ou eu achava que não tinha ou ainda queria que não tivesse, e o fazia tendo a certeza de que minha mãe não saberia, mas lógico que sempre soube, porém, minha tarefa era cumprida e isso acho que bastava. Afinal, o foco era a disciplina e a constância de fazer, mesmo que não fosse executado da forma mais adequada algumas vezes. Outra lembrança era de encerar a casa com a temida enceradeira e a parte mais dramática de esfregar o chão com uma blusa de lã velha para dar brilho, era o ápice das nossas obrigações.
Não lembro com clareza as funções da minha irmã, e como é meu lado da história, achei por bem não fazer ‘coleta de informações familiares’, mas sendo mais velha, com toda certeza, as atribuições eram correspondentes e não creio que ela ficava muito feliz também com aquela rotina. Apesar disso, sempre me defendia, aliás, o que faz até hoje, apesar das brigas diárias à época, o que há muitos anos foi trocada por uma parceria sem igual.
Posso afirmar que muitas das obrigações que eram vistas como ruins ou exageradas, resultaram em algumas situações de escassez hoje, alguns traumas, mas acredito que o benefício de aprendizagem sobre como a vida funciona, responsabilidades, hábitos, o aprendizado sobre as frustrações, de certa forma também contribuiu para a construção da personalidade e atitudes de proatividade, organização, foco e disciplina de hoje já na vida adulta, além claro, dos traços de personalidade intrínsecos.
Dizem que a infância é a melhor época de todas, e para mim realmente é e foi.
Lembro de meu avô paterno, pescador conhecido na cidade, já bem velhinho, cabelos brancos e passos lentos desde que me entendia por gente, trabalhou por anos embarcado em diversas regiões, mas naquela época de nossas infâncias, ficava apenas na praia papeando, como que se precisasse bater o ponto religiosamente nos ranchos de pesca para fazer aquilo de que mais gostava. Não, não é pescar, mas sim falar da vida alheia e relembrar das muitas histórias e sabedoria popular acumulada ao longo de muitas décadas no mar e na terra.
E, claro, que aproveitávamos e íamos junto com meu avô, sempre aos pulos em uma enorme alegria durante as férias escolares de verão, no frio do