Intensa, Iníqua E Inócua

De Lina Lorenzini

Conjunto poético reunindo parte dos poemas compostos pela autora entre 1977 e 2017, com seu teor ardentemente feminino, ora erótico, ora errático (nas palavras da própria poeta). A obra inclui também algumas traduções suas de poetas estrangeiras pouco conhecidas no Brasil à época, como Ada Negri, Robin Hyde e Adelaide Crapsey, além de verter Florbela Espanca para o inglês e o italiano, e “brincar em versos” com Hilda Hilst e Ana Cristina César. Aos poucos o baú literário deixado por Lina Lorenzini vai sendo organizado por seus herdeiros e publicado com as devidas honras.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 30 de mai. de 2024

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INTENSA,

INÍQUA E INÓCUA

Lina Lorenzini

INTENSA,

INÍQUA E INÓCUA

– Quase tudo, 1977 a 2017 –

Copyright © 2019 by Lina Lorenzini

Todos os direitos reservados.

Proibida toda e qualquer forma de reprodução sem a permissão expressa da autora.

Apoio: Clube de Autores

(https://clubedeautores.com.br/)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Índices para catálogo sistemático:

1. Poesia : Literatura brasileira B869.1

Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129

O futuro de hoje é o passado de amanhã e, quando já não estivermos vivos para defender com unhas e dentes as nossas obras, elas terão de comparecer sozinhas diante do tribunal do mundo.

(Cecília Meireles, Escolha o seu sonho)

SUMÁRIO

A ROSA ÍGNEA

SUBJUGO

MINHA FOGUEIRA

MINHA EUFORIA

. EUFORIA

MEU JOGO

. JOGO

MEUS POROS

MINHA SEDE

MEU EFETIVO AFETO

. EFETIVO AFETO

MEU VOO

. VOO

MINHA VELA AO VENTO

. VELA AO VENTO

MEU PREÇO

MEU CANTO

. CANTO I

. CANTO II

MINHA ESCURIDÃO

. ESCURIDÃO

MINHA CULPA

. CULPA

MEU SOL

. SOL

HOMMAGE À HILDA HILST (I)

HOMMAGE À HILDA HILST (II)

PARA ANA CRISTINA CÉSAR

ORGOGLIO

. ORGULHO

LÁGRIMAS OCULTAS

. HIDDEN TEARS

. LACRIME NASCOSTE

ANGUISH

. ANGÚSTIA

TRIAD

. TRÍADE

YOUTH

. JOVEM

THE LIVING

. OS VIVOS

FLOWER OF FIRE

. FLOR DO FOGO

SILENCE

. SILÊNCIO

TABULEIRO

1789, 1848, 1871, 1917, 1949, 1959, 1979

OCASO

CHÃOS SUJOS

ESMOLER

TRECHOS ESPARSOS DE INFÂNCIAS VÁRIAS

PARLENDAS INFANTILIZADAS, MODERNIZADAS E SEMI-INÉDITAS

NÃO ERA UMA VEZ

NÃO ERA MESMO

DÚVIDA CERTA ou CERTEZA DÚBIA

DEDICATÓRIA INDELICADA

A ROSA ÍGNEA

Um silêncio perturbador adentra pela janela.

Venta na cortina e o quarto está escurecido.

Apagara-se a vela que iluminava a face pálida,

Sem vida, daquela mulher de olhos castanhos,

Olhos sem mais nenhum brilho... vidrados.

E o vento sopra agora mais forte,

Abrindo e fechando violentamente

As folhas da janela da velha cabana isolada.

Parece-se ouvir um soluçar trêmulo,

Um frêmito de asas na escuridão,

Um soluçar desesperado a léguas de distância,

Alguém a lamentar-se...

Súbito, tudo silencia: o vento, a janela, o soluçar...

Um fósforo é riscado,

Iluminando a face pálida da mulher de olhos castanhos,

Sem brilho... parados, arregalados.

Ouve-se agora um