Exploração

De Özer Mumcu

O empresário Mehmet Demirsoy se casa com Elif Yılmaz, uma jovem e bela enfermeira, algum tempo após a morte de sua primeira esposa. Embora o casal pareça ter um relacionamento ideal de fora, Mehmet tem dúvidas sobre Elif. Uma noite, ele recebe uma mensagem de alerta de um velho amigo de Elif, confirmando suas suspeitas.

Pouco tempo depois, o jovem filho de Mehmet, Barış, fica gravemente ferido em um acidente de motocicleta. Barış sobrevive ao incidente, mas precisa passar por uma série de operações devido às queimaduras no rosto causadas pelo acidente. Os instintos de Mehmet o alertam novamente, desta vez sobre seu filho, que agora parece ter se recuperado. O comportamento de Barış é incomum. Uma das enfermeiras expressa o desejo de falar com Mehmet sobre isso, mas antes que possam ter a conversa, a jovem desaparece. De acordo com o médico-chefe, a enfermeira foi transferida, mas Mehmet acredita que ela foi assassinada. A polícia não leva suas preocupações a sério. Como resultado, Mehmet pede ajuda a Kemal Gürsoy, um homem apresentado a ele por um amigo advogado, para resolver o caso.

• Idioma: Português
• Editora: Özer Mumcu
• Data de lançamento: 28 de set. de 2024
• ISBN: 9798227169228

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Özer MUMCU

Copyright © 2024 Ozer Mumcu

Sobre o Autor

Özer Mumcu nasceu em Tekirdağ em 1980. Ele completou o ensino fundamental e médio na Escola Secundária Anatoliana de Tekirdağ e no Colégio de Ciências Privado de Tekirdağ com uma bolsa de estudos. Graduou-se em Tecnologia de Comunicação Eletrônica pela Universidade Trakya em 2003 e na Faculdade de Belas Artes, Departamento de Pintura, da Universidade Namık Kemal em 2020. Concluiu o mestrado no mesmo departamento.

Özer Mumcu, que foi introduzido ao xadrez durante os anos de ensino médio, começou a participar de torneios como jogador durante o ensino médio e conquistou diversos prêmios e classificações internacionais.

Desde 2006, trabalha como tradutor, treinador de xadrez e professor de artes visuais em várias instituições.

ENTRADA

O médico, que estava na casa dos cinquenta, apontou para a tela do computador e disse:

Este é o candidato mais adequado. Ele tem vinte e um anos. A última vez que visitou o hospital foi há cinco meses, para controles de rotina. Todos os seus dados médicos coincidem com ele, e continuou.

Fiz uma pequena pesquisa sobre ele antes de te avisar. Ele mora em Istambul. Graduação. O pai dele é um homem rico. Ele perdeu a mãe para o câncer há dois anos. Não acho que possamos encontrar algo melhor.

A jovem disse: Bom. Não há tempo para isso de qualquer forma, e perguntou: Você acha que vai funcionar?

Antes de responder à pergunta da mulher ao seu lado, o homem deu mais uma olhada no pedaço de papel que estava sobre a mesa para se certificar de que havia anotado todas as informações necessárias. Depois de dar os comandos para desligar o computador, ele se virou para a jovem e disse:

Se você está perguntando do ponto de vista médico, sim. Esse garoto vai servir. Claro, não acaba aí. Como você sabe, suas habilidades entram em cena aqui. Mas, pelo que te conheço, você vai conseguir fazer isso, e piscou.

Quanto tempo eu tenho para essa parte do trabalho?

Como conversamos antes, no máximo seis meses. Qualquer coisa além disso dificultaria.

A mulher não respondeu. Depois de o médico se certificar de que o computador estava desligado e de que não haviam esquecido nada por perto, ele disse:

Vamos sair daqui o mais rápido possível.

Eles saíram da sala em silêncio.

CAPÍTULO 1

Tendo completado sua curta viagem de duzentos metros, o barco finalmente chegou ao seu destino. Ele atracou na costa para que seus dois passageiros pudessem desembarcar com segurança e ancorou.

Eram oito horas da noite. Era final de dezembro. O tempo estava ventoso e frio, e o mar estava turbulento. Essa viagem marítima extremamente curta foi suficiente para revirar o estômago daqueles que não estavam acostumados.

Enquanto o capitão do barco mostrava o caminho até a terra firme para seus dois passageiros, passou por sua cabeça que essas pessoas, que haviam preferido o luxuoso restaurante na Torre de Leandro para o jantar, eram extremamente ricas.

A Torre de Leandro, uma das estruturas simbólicas de Istambul, acredita-se que tenha sido construída pelo general ateniense Alcibíades no século V a.C. para controlar os navios persas. A torre foi usada como farol durante o período bizantino. A torre, que foi usada para fins militares durante o período otomano, passou por adições desde o século XVIII. Ao longo do tempo, a torre, que passou por eventos infelizes como incêndios e terremotos, foi reparada e renovada várias vezes.

O restaurante, por outro lado, começou suas operações no ano de dois mil, após o segundo processo de restauração realizado entre 1995-1999. Desde sua inauguração, começou a atender visitantes locais e estrangeiros e se tornou uma das atrações turísticas mais importantes de Istambul.

O capitão estava certo sobre seus dois passageiros: um homem idoso e uma mulher encantadora de cerca de quarenta anos.

Mehmet Demirsoy, de cinquenta e sete anos, era o proprietário da Demirsoy Nakliyat, uma das empresas de transporte mais bem pagas de Istambul. Sua segunda esposa, Elif Yılmaz, com quem ele se casou exatamente há dois anos, em 22 de dezembro de 2020, era enfermeira e tinha apenas quarenta e quatro anos.

É isso aí, senhor.

Mehmet Demirsoy sorriu graciosamente e disse: Obrigado.

Após desembarcar do barco, o homem abraçou carinhosamente sua jovem esposa, que parecia um pouco abalada, e perguntou se ela estava bem.

A jovem deu um beijo na bochecha do marido.

Não tenho nada, não se preocupe, só estou um pouco enjoada.

Poucos segundos depois, um pequeno homem moreno de uniforme, na casa dos trinta, apareceu na frente do casal. Com um sorriso claramente forçado, ele disse:

Bem-vindos, senhor, por aqui, por favor, disse, escoltando o casal até a entrada do restaurante de luxo, como se eles não pudessem encontrá-la sozinhos.

Quando entraram no restaurante elegante e iluminado, outro jovem atendente, que não gostava tanto do seu trabalho quanto o amigo lá fora, pegou os casacos do casal e tentou mostrar-lhes a mesa, mas sem muito sucesso. O trabalho foi, então, assumido por um grupo de quatro amigos, que aparentemente os Demirsoy esperavam lá dentro há algum tempo.

Olha só quem está chegando!

Então os pombinhos finalmente chegaram...

Olá, pessoal. Desculpe, querida, estamos um pouco atrasados, como sabem, o trânsito de Istambul...

Vamos lá! Hoje é o seu dia. Além disso, acabamos de chegar também, disse Ipek Sahin, e enquanto beijava sua amiga, pensou que o trânsito de Istambul era a desculpa mais clichê de todos os tempos.

İpek Şahin, ou İpek Gürel como era conhecida naquela época, era amiga de faculdade de Elif Yılmaz. Ela e Burak Şahin se casaram cinco anos atrás.

Elif Yılmaz e Burak Şahin sorriram e apertaram as mãos.

Bem-vinda, Elif, como você está?

Estou bem, Burak, e você?

Os outros dois membros do grupo eram İsmail e Zeynep Çetin, velhos amigos de Mehmet Demirsoy. İsmail Çetin era um advogado experiente que estava se preparando para a aposentadoria. Zeynep Çetin era professora de jardim de infância que não trabalhava nos últimos anos.

İsmail Çetin abraçou seu amigo e disse: Como você está, meu amigo? Estou vendo que você está muito bem. A Elif te rejuvenesceu.

Mehmet Demirsoy disse: Não poderia estar melhor, İsmail. O que foi, está com ciúmes? Mas você também está como um garoto.

O capítulo de boas-vindas chegou ao fim quando Zeynep Çetin, uma mulher modesta e tímida, cumprimentou os recém-chegados com sua voz fina e fraca. O garçom, com cabeça careca, nariz grande, alto e levemente corcunda, veio para anotar os pedidos. Mehmet Demirsoy comparou o garçom a um urubu e mal conseguiu se conter de rir.

Junto com os aperitivos e petiscos, quando o vinho branco e o raki chegaram à mesa, a conversa do grupo de seis começou a esquentar.

A conversa continuou depois que İpek Şahin, que parecia ser sensível em relação a vinhos, deu uma leve bronca no garçom que, por engano, trouxe Borgo Sanleo em vez de Maryvale Starmont.

Depois de ajustar o garçom, İpek Şahin voltou-se para o grupo e continuou seu discurso com entusiasmo:

Quando eu estava na faculdade, eu gostava mais das aulas de fisiologia. As palestras de neurofisiologia eram interessantes. Eu teria gostado de ser neurologista ou psiquiatra, mas, infelizmente, eu não era tão inteligente.

Elif Yılmaz disse: Na verdade, o que interessava à İpek não era a aula de fisiologia, mas o professor que dava o curso. Um professor chamado Dr. Ünal Aydın dava a aula. Mas a İpek não estava errada, o Sr. Ünal era realmente um homem muito bonito.

Aaa... É verdade. O homem era bonito. Não havia uma menina na classe que não gostasse dele. Mas eu ainda gostava da aula, não do professor.

Ficava claro que Zeynep Çetin não gostava desse tipo de conversa, embora tentasse fingir que estava se divertindo. Burak Şahin, que ainda era um homem jovem, certamente não gostava que os homens de quem sua esposa gostava fosse o assunto principal.

Percebendo a situação, İpek Şahin beijou o marido exageradamente, dizendo: Mas agora estou casada com o homem mais bonito do mundo.

Elif Yılmaz também deitou a cabeça no ombro do marido.

Ao mesmo tempo, o garçom careca chegou à mesa – como os comerciais de TV que dão errado nas transmissões ao vivo na hora certa. Ele serviu os pratos principais, que consistiam em frutos do mar.

O que o Barış está fazendo? Está bem?

Ele está bem. Já se passaram mais de dois anos desde que ele terminou a escola. Mas ele está sem emprego há um ano. Ele tem quase vinte e cinco anos e só anda por aí com o dinheiro do pai.

Barış Demirsoy era filho de Mehmet Demirsoy.

Deixe-o curtir um pouco a juventude. Os jovens têm uma tarefa difícil, é uma confusão, não é como no nosso tempo. Ele sabe o que está fazendo. Contanto que tenha saúde, está tudo bem.

Bem, é assim mesmo. Algo a fazer, se Deus quiser. Estamos esperando...

A reunião de amigos da família continuou por três horas. Às vezes o assunto mudava para economia, às vezes para futebol, às vezes para política. Compras, memórias da juventude, música, cinema foram mencionados. İsmail Çetin deu uma palestra entediante sobre a história da Torre de Leandro. Houve também pequenas trocas de palavras.

Foi uma noite comum e agradável de celebração. Já era quase uma hora da manhã quando os seis amigos decidiram se levantar para voltar para casa. Depois que o grupo foi para Üsküdar com o barco que os esperava, despediram-se dizendo que tiveram uma noite muito agradável e que deveriam se encontrar com mais frequência.

Após caminhar duzentos metros, Mehmet Demirsoy tirou a chave de seu carro Audi A8, colocou-a no bolso direito do casaco, levantou levemente a mão e apertou o botão da chave. Um som foi ouvido do veículo, a cerca de dez metros de distância, o que significava que as portas estavam abertas.

Uma viagem de cerca de quinze quilômetros aguardava o casal Demirsoy, de Üsküdar até o espaçoso apartamento de Mehmet Demirsoy na Rua Büyükdere, em Beşiktaş. Pouco antes de entrar no carro, Elif Yılmaz Demirsoy fez um gesto estranho com a mão, insinuando que seu marido estava bêbado, aproximando o dedo indicador da boca e disse: Você vai conseguir dirigir, meu querido? Se quiser, podemos chamar um táxi.

Sem problema, só tomei uma bebida.

A mulher, que tinha certeza de que seu marido havia bebido dois copos e estava na metade do terceiro, disse: Como quiser, querido e entrou no veículo.

Mehmet Demirsoy ligou o carro. Ele ligou seu smartphone. Seu objetivo era olhar o Google Maps para ver a rota mais apropriada.

Enquanto olhava para a tela do telefone, seu olho captou o SMS que foi enviado a ele alguns minutos atrás. A mensagem de texto foi enviada por um número que não estava registrado na agenda de Demirsoy. Curioso, ele abriu a mensagem.

Olá, Sr. Mehmet.

Sou İpek. Amiga da Elif... Por favor, não deixe ela saber que você recebeu esta mensagem.

Tome cuidado com a Elif. Você pode estar em perigo.

Percebendo que seu