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Por trás de seu sorriso
Por trás de seu sorriso
Por trás de seu sorriso
E-book285 páginas4 horas

Por trás de seu sorriso

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Sobre este e-book

Por trás de seu sorriso (Um suspense psicológico da Dark Minds)

O que fazer quando seu ex não aceita um "não" como resposta? Moya acha que Martyn acabará entendendo o recado, mas o ex rejeitado não tem essa intenção.

Três semanas depois, Moya encontra Evie, sua irmã mais velha, em um piquenique e descobre que ela conheceu recentemente o homem dos seus sonhos. O único problema é que ele é o ex rejeitado de Moya.

Quase ao mesmo tempo, Moya encontra-se em uma longa e terrível provação. Ela tem que lidar com um adversário que ama jogos mentais sinistros, tudo sob o disfarce de seu sorriso.

Com o passar dos meses, as batalhas mentais com Martyn continuam de forma traiçoeira e acabarão em um conflito físico. Um conflito do qual apenas uma pessoa vai escapar... com vida!…

IdiomaPortuguês
Data de lançamento16 de jun. de 2016
ISBN9781507144206
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    Por trás de seu sorriso - Faith Mortimer

    POR TRÁS DE SEU SORRISO

    Faith Mortimer

    Capítulo 1

    Eu sabia que era bobagem, mas o desejo era forte enquanto eu atravessava a estrada e corria pela meia milha para o parque e pista de corrida. As pedras foram igualmente afastadas e, por tentativa e erro, eu comprovava vez e outra que era possível completar a distância sem pisar em qualquer das fissuras. Se as pessoas soubessem o que estava passando pela minha mente no momento, eles balançariam a cabeça e murmurariam TOC. Mas eles estariam completamente enganados. Sim, eu era detalhista quanto à ordem e perfeição em muitas coisas, mas isso era simplesmente diversão, uma lembrança da minha infância, quando eu e minhas irmãs atormentávamos o bairro com nossos muitas vezes turbulentos e às vezes enlouquecedores jogos.

    Eu terminei o trabalho cedo naquela tarde e, como uma criança esperando ansiosamente por uma viagem para algum lugar emocionante, eu fui direto para casa, joguei minhas roupas de trabalho no cesto e vesti o meu traje de corrida. Eu tinha uma corrida de meia-maratona no mês seguinte, e semana a semana, eu tentava diminuir os minutos para alcançar minha meta. Até agora, eu havia participado de várias corridas amadoras nacionais e outras meias-maratonas por todo o país e eu estava melhorando. Meu melhor era pouco menos de uma hora e meia, mas eu sabia que poderia chegar a oitenta minutos.

    Eu costumo correu na grama quando treino, já que eu estava ciente de que correr por milhas de concreto e asfalto resultaria em fraturas por estresse, e em meu trabalho, seria muito estúpido permitir que isso aconteça. Um pequeno enigma na verdade: lá estava eu, uma terapeuta corporal holística e especialista em massagem, que adorava correr apesar de saber que um dia eu poderia sofrer os efeitos nocivos em longo prazo.

    Mas, como eu disse, correr era algo que eu tinha que fazer, eu não estava sofrendo de TOC – essa descrição era muito mais adequada a outra pessoa . Talvez fosse hora dele ir. A vida era muito curta para a perdermos em envolvimentos corriqueiros.

    Eu corri e corri, acelerei, desacelerei e, no fim, fui para casa, suada, mas me sentindo confiante e eufórica. Meu corpo estava cheio de endorfinas. Quem precisava de bebida ou drogas para se sentir positiva e energizada?

    Depois de um cinzento período prolongado de nuvens e garoa, aquela tarde foi linda. Um vento outonal deslizou entre as árvores, soltando folhas cor de cobre e ouro. Minha semana foi agitada, minha agenda completamente cheia, e pensar em me dar o luxo de uma noite sozinha, com uma banheira profunda luxuosa, um ou dois copos de vinho e jantar em meu roupão enquanto assisto a um bom filme parecia absolutamente maravilhoso.

    Quando eu cheguei à porta do meu apartamento térreo, olhei rapidamente ao redor. Não parecia haver ninguém à espreita nas proximidades, então eu peguei minha chave escondida debaixo de uma pedra. Dentro de casa, tirei meus tênis, fechei a porta atrás de mim e caminhei descalça ao longo do corredor até minha cozinha. Um riacho de suor escorria entre os meus seios, e como eu estava morrendo de sede, eu teria passado reto pela sala de estar se não tivesse ouvido uma risada suave. Eu verifiquei e encarei a porta fechada. Eu ouvi alguma coisa? Eu estava enganada?

    Pensei imediatamente que fossem assaltantes e olhei em volta por algo que poderia servir como uma arma. Decidi que o vaso feio da tia Edith com flores secas que ficam na mesa do hall serviria. Com o coração acelerado, girei a maçaneta, empurrei a porta alguns centímetros e lá estava ele. Em carne e osso, cabeça baixa, completamente absorto em meu notebook. Notei que havia um copo do meu vinho perto dele, ao lado do mouse. Que droga!

    Martyn deve ter percebido minha presença, já que ele olhou para cima e rapidamente tentou fechar meu notebook.

    Moya. Ele se levantou calmamente. Oi, querida. Você chegou cedo. Ele deu um passo em minha direção antes que eu tivesse tempo para responder e, com as mãos em meus ombros, beijou meus lábios.

    Ele se inclinou para trás e olhou para mim. Mmm, salgado. Muito sexy. Gostei. Gostaria de um copo de vinho? Infelizmente, comecei sem você... provavelmente vamos precisar abrir outra garrafa mais tarde.

    Eu olhei para ele. Martyn era sem dúvidas lindo: alto, magro e seus cabelos escuros caíam sob seus olhos verdes de uma maneira sedutora. Isso combinado com suas maçãs do rosto salientes poderia fazer com que ele fosse confundido com um italiano ou outro latino. Mas eu mal o conhecia... e muito menos o daria acesso a meu apartamento. E o que ele tinha a ver com a hora em que eu chegava em casa? Espere... Como foi que ele entrou?

    Eu balancei meus ombros para me desvencilhar de seus braços e dei um passo para trás. O que você está fazendo aqui?.

    Ele sorriu despreocupadamente. Pensei em passar aqui mais cedo e fazer uma surpresa. Consegui entrar - eu sei onde você guarda a chave. Você precisa ser um pouco mais cuidadosa, sabe. Você guarda a chave onde qualquer um poderia encontrar. Ainda bem que era só eu, não é?. Ele balançou o dedo em frente ao meu rosto.

    Desviei meus olhos dos dele e vi que ele não teve tempo de desligar meu notebook - a luz branca ainda brilhava. Fui até lá. Antes que eu perguntasse, já sabia o que ele havia lido e senti meu sangue ferver. Eu estava escrevendo um romance. Mas não era um romance qualquer. A história foi totalmente baseada em mim e em minhas três irmãs. Eu comecei como uma terapia, mas logo me envolvi demais com o prazer de escrever. E, embora não havia contado a ninguém, eu esperava publicá-lo um dia.

    Ei, isso é particular. Eu girei para confrontá-lo. Você leu algo confidencial. Como ousa?.

    Ele teve a coragem de dar de ombros e sorrir. Eu não sabia. Eu precisava procurar uma coisa na internet e achei esse ícone. Eu não resisti.

    Eu o encarei e ele ergueu as mãos. Ok, ok, eu entendi o recado. Desculpa, eu sinto muito. Eu não deveria ter feito isso. Mas sou só eu. Nós não deveríamos ter segredos. A leitura foi... interessante. É sobre você, não é? Estou certo?. Ele colocou a mão suavemente na minha bochecha e sugestivamente esfregou um dedo em meu lábio inferior.

    Você não deveria ter tocado no meu notebook. Eu me afastei e fechei o notebook com força.

    Mas amor, eu quero saber tudo sobre você. Eu fiquei curioso. Eu não sabia.... Ele viu o meu olhar furioso e tentou sorrir novamente.

    Eu prometo que não vou fazer isso de novo. Não sem perguntar, tá bom?.

    Eu não conseguia olhar para ele. Meus pensamentos estavam guardados em meu notebook. Meus pensamentos pessoais. Eu me contorci por dentro. Algumas coisas são melhores quando não ditas, e apesar de eu ter documentado os meus segredos, se eu for em frente com o romance, eu terei de mudar algumas coisas para que ninguém se machuque.

    De qualquer forma, ele é bom. Você deveria tentar escrever suas anotações de uma forma a ter um romance em pleno desenvolvimento. Eu sempre pensei que eu deveria escrever um. Eu tenho certeza que eu tenho um livro em mim.

    Eu me afastei da mesa e olhei para ele, ouvindo apenas metade do que ele estava dizendo. Sua voz era um som irritante em meu ouvido, como um persistente mosquito zumbindo no escuro. De repente, percebi que Martyn me irritava um pouco e nós só estávamos saindo fazia algumas semanas. Eu me decidi sem hesitar. Ninguém tinha o direito de invadir o meu espaço, invadir minha propriedade ou ler minhas coisas e ser irritante. Ele era bem chato também, se eu parasse para pensar.

    Eu sinto muito, Martyn, mas eu quero que você vá embora.

    Mas amor, eu acabei de chegar. Eu pensei que iriamos curtir uma noite agradável juntos. Olha, se é sobre o seu notebook, eu realmente sinto muito. O que mais posso dizer ou fazer?.

    Não, não é só isso. Fiz uma pausa e reprimi um suspiro. Não está dando certo... nós dois, quero dizer.

    Fiz com que meu olhar não vacilasse enquanto eu olhava para ele e, por um segundo, sua expressão não mudou. Então ele levantou a mão como se quisesse colocá-la em meu ombro e eu me afastei.

    Moya, disse ele querendo me persuadir.

    Quero dizer que, Martyn, eu não acho que devemos seguir em frente.

    Você não quer isso de verdade.

    Eu levantei minha cabeça. Sim... Eu quero.

    Moya, você está cansada. Olha, você acabou de chegar de um treino exaustivo. Eu disse outro dia que você está exagerando e com o seu trabalho também. Quem se importa com quanto tempo você leva para correr uma droga de uma meia-maratona?.

    Eu me importo. Eu não quero fazer isso de novo ou começar uma discussão. E eu não estou brincando. Por favor, vá embora antes que um de nós diga algo de que vai se arrepender.

    Moya. Sua voz mudou para um tom mais charmoso. Se você fosse mais velha, eu diria que você está sofrendo da temida menopausa. Não, isso é muito cruel. Seja sincera, você está apenas cansada e um pouco ofendida. Nós temos uma relação boa. É loucura jogá-la fora... Estamos tão felizes juntos.

    Eu o encarei e, percebendo que meu queixo havia caído, apressadamente fechei minha boca. O quê?.

    Pense naqueles fantásticos dias... e noites que tivemos.

    Estamos juntos há cerca de duas semanas, duas e meia, no máximo, e apenas dormimos juntos umas duas vezes.

    Quem está contando? Todas as vezes foram maravilhosas.

    Eu não acreditava no que estava ouvindo. De repente eu me senti cansada e vazia ao longo dessa conversa ridícula. Martyn parecia estar vivendo um sonho. Todo o relacionamento estava fora de proporção. Foi apenas um caso. Nós nos conhecemos por meio de um contato de trabalho, e ele acabou me convidando para sair. Eu não me importava tanto assim. Ele era apenas alguém com quem eu saí algumas vezes, e então, uma noite, após algumas bebidas demais, acabamos dormindo juntos. Eu não gostava nem de pensar nisso.

    Bom, continuou ele, Eu queria ver se você queria passar um fim de semana fora. Uns amigos meus têm uma casa na Cornualha e eles estão com um quarto vago. Nós podemos confirmar hoje à noite antes que alguém passe na nossa frente.

    Eu pisquei e balancei a cabeça. Ele estava se esforçando muito. Eu acabei de falar que não quero vê-lo novamente, então é pouco provável que eu aceite passar um fim de semana com você.

    Eu não acredito que você está falando sério. Um fim de semana nos dará mais tempo juntos.

    Eu ri. Não! Eu disse que não, e eu estou falando muito sério, obrigado.

    Martyn passou a língua sobre seu lábio inferior enquanto considerava minhas palavras. Sua voz soava tensa quando ele respondeu. Eu não estou vendo a graça.

    Eu fiquei séria e me senti muito tensa. Seu rosto estava contraído, os lábios para baixo em uma careta. Os pelos do meu pescoço se arrepiaram. Desta vez fui eu quem pediu desculpas.

    Desculpa. Não foi minha intenção. Eu não estou rindo de você.

    Espero que não. A propósito, sua família sabe que você dormiu com o marido da Evie? Seu cunhado? .

    O que você disse?. Eu sussurrei, as palavras raspando em minha garganta.

    Você me ouviu. Oh, não está tão explícito em seu romance, mas qualquer idiota consegue entender.

    Meu sangue correu friamente pelas minhas veias. Eu não dormi com.... Consegui me controlar e parei. O que diabos eu estava fazendo me explicando a este idiota?

    Vá. Apenas vá.

    Você não quer isso, Moya.

    Eu quero. Saia.

    Ele se inclinou em minha direção, seus olhos frios como fendas escuras, e eu podia sentir sua respiração quente em meu rosto. Quem perde é você, amor.

    Depois que ele saiu, eu bati minha porta com força, joguei o copo de vinho vazio no lixo e me servi de uma grande quantia. Mil emoções passavam por mim. Eu me senti abalada e zonza.

    Que pessoa estranha. Eu fiz uma estimativa rápida: nós nem passamos três semanas juntos, sem contar as poucas vezes que ele veio a mim para o tratamento de um ombro ruim. Muito pouco tempo para firmar um relacionamento. E nós fizemos sexo duas vezes. Estremeci. A primeira vez eu tinha bebido demais e a segunda... Bem, eu não me lembrava muito dessa vez também, apenas sabia que não foi nada surpreendente.

    Eu conheci Martyn quando eu fui mergulhar com o grupo de pessoas com quem eu tinha feito um curso de mergulho. O notei logo que estávamos colocando o equipamento de mergulho e perguntei a Patrick, um dos membros do grupo, quem ele era. Aparentemente, Martyn tinha treinado com outro grupo antes de nosso curso e queria um dia para relembrar, então ele foi junto com a gente. Conversamos durante o almoço, e quando ele perguntou o que eu fazia da vida, Patrick o contou. Lembro dele dizendo na época que Martyn e eu estávamos em uma linha de trabalho parecida, eu ajudava a curar ferimentos usando uma abordagem holística , incluindo massagem, e ele era enfermeiro. Vagamente parecido, eu deduzi, já que nós ajudávamos as pessoas a ficarem melhores.

    Poucos dias depois, recebi um telefonema, e Martyn explicou que seu ombro estava ruim e dolorido depois de um dia de mergulho. Ele disse que achava que era de levantar os tanques para colocar na van do clube.

    Em geral, eu tomava cuidado com quem atendia, e na maioria das vezes meus clientes vinham a mim a partir de referências de amigos. Como Patrick conhecia Martyn, pensei que não haveria problemas em atendê-lo. E foi assim. O ombro melhorou após quatro consultas, e um Martyn grato me levou para jantar. Depois disso, nós nos vimos algumas vezes, mas não era nada do relacionamento que ele alegava.

    Após o vinho, eu tomei um longo banho e me acalmei, agradecendo a minha estrela da sorte por ter me livrado dele.

    Capítulo 2

    Três semanas depois, eu tinha quase esquecido Martyn. Digo quase, porque eu tinha esquecido até receber uma mensagem dele. Pelo menos, eu achava que era dele. Eu não reconheci o número, mas eu estava cansada e com sono no momento. A mensagem veio tarde da noite, e eu a li sem pensar duas vezes. Sua mensagem foi curta: Eu amei fazer você sorrir. Era isso, nada mais. Nada de desculpas ou razões para voltarmos. Eu balancei a cabeça, desacreditando. Ele realmente sabia como persistir em algo que não tinha mais volta. Que idiota. Eu ignorei.

    A minha agenda estava quase lotada; meu nome estava ficando famoso, e o tempo livre que eu tinha era gasto na academia ou correndo na grama em nosso parque local. A meia-maratona estava marcada para o domingo seguinte, e eu estava confiante de que eu tinha treinado o suficiente para bater meu recorde pessoal.

    Minha amiga, Faye, voltou de Bruxelas e eu estava ansiosa para reencontrá-lo. Faye e eu crescemos juntas. Fomos para as mesmas escolas, jogávamos golfe juntas e praticamente vivíamos como irmãs até que ela foi embora para a faculdade e se tornou uma tradutora. Ela agora estava em algum trabalho chique em Bruxelas, trabalhando para a Comissão Europeia e, consequentemente, o nosso tempo juntas havia diminuído. Faye não só trabalhava no exterior a maior parte da semana, mas ela tinha um namorado em tempo integral que queria casar na primavera seguinte. Claro que eu não me importava que o Simon viesse antes de mim, mas Faye insistia que tivéssemos pelo menos uma noite das garotas na maioria das semanas em que ela estava em casa.

    Ela tinha uma irmã mais nova, Kate, que estava fora em algum trabalho em Nova York, e não tínhamos ideia de quando ela voltaria para casa. Faye disse que o Natal devia tê-la feito querer ir para longe das luzes brilhantes e lugares caros com Wi-Fi disponível de Manhattan. Eu queria que ela estivesse certa; embora nós compartilhássemos a maioria das coisas, eu sabia que Faye sentia falta de sua irmãzinha.

    Eu sabia que Faye entraria em contato comigo assim que ela chegasse na Inglaterra, e naquela noite, quando o telefone tocou, eu deduzi que era ela.

    Olhei para o meu celular; vi que na verdade era a minha irmã mais velha, Evie. Eu cheguei a gostar de não ter visto ou falado com ela por algumas semanas e culpei minha superlotada agenda. Eu esperava que sua ligação não fosse uma bronca por ignorá-la ou o resto da nossa família. Não que ela pudesse reclamar. Ela era uma cabeça-de-vento a maioria das vezes. Intrigava-me ela conseguir manter um emprego de enfermeira.

    Oi, Evie. Como você está?.

    Bem, obrigado. E você?.

    Estou bem. Achei que era a Faye, na verdade. Ela chega a qualquer momento. Você viu a mãe ultimamente?.

    Ontem, e antes que você pergunte, ela está bem. Avoada como sempre e mais tempo do que é necessário lendo The Daily Mail, mas eu suponho que não fará mal, já que ela não acredita em toda a porcaria que eles publicam.

    Nós duas rimos. Mamãe era avoada, conhecida por devorar o jornal diariamente, e muitas vezes nos alegrava com algumas das histórias mais energéticas que lia.

    Parecia que Evie estava de bom humor naquela noite. Ela e eu nos dávamos bem, apesar de ela ser alguns anos mais velha. Nós quase nunca nos víamos socialmente além de na casa da mamãe ou, mais raro ainda, na casa de Angela, nossa irmã mais nova. Evie era uma enfermeira em meio período no nosso hospital local, e eu sempre a achei um pouco mandona. Não deve ter sido fácil ser a irmã que cuida de todos, além de ser a mais velha. O telefonema de Evie me lembrou das acusações de Martyn pouco antes de eu mandá-lo ir embora, e eu senti minhas bochechas corarem. Ele não tinha o direito de dizer essas coisas, especialmente sem fundamento. Evie e seu marido se divorciaram há muito tempo, e com certeza não foi por minha culpa.

    Então, e aí? Onde você está?, perguntei. Obviamente ela não estava ligando para falar sobre a mamãe ou ela já teria dito.

    Em casa. Será que você gostaria de me encontrar neste sábado. Eu sei que está em cima da hora, mas não nos vemos há séculos.

    Verdade. Ah, eu tenho uma corrida este sábado. Na parte da manhã, às onze. O que você tinha em mente?.

    Tá. Onde vai ser? Eu poderia ir e assistir o início, dar um passeio e depois que você acabar, eu te encontro, se você quiser.

    Na verdade a corrida começa e termina no Windsor Great Park.

    Houve uma pausa, e eu pensei ter ouvido um sussurro de Evie, como se ela estivesse falando com outra pessoa. Ela falou comigo de novo após alguns segundos.

    Pode ser. Eu amo o Windsor Park. Que tal nos encontrarmos depois da corrida e fazermos um piquenique? Eu organizo tudo. Se bem me lembro, você estará faminta e terá de ingerir muitas calorias logo após correr.

    Nós concordamos, e Evie disse que iria escolher um restaurante para mais tarde naquela noite. Sugeri que nos encontrássemos no estacionamento perto do local da corrida à uma e meia, se eu não a visse antes disso.

    Vai ter um monte de gente, e se não fizermos assim, podemos nos perder, eu expliquei.

    ***

    O sábado foi bom e fresco. O clima estava bem outonal, mas nenhum sinal de chuva. Perfeitas condições para uma corrida.

    Entre as pessoas que participariam da corrida, eu reconheci alguns que correram contra mim em outras ocasiões. Alguns que eu tinha vencido, outros que foram mais experientes e rápidos do que eu. Não importava, eu não estava lá para ganhar. Eu só queria ficar tão em forma quanto possível, estar no controle de minha vida e ir melhor do que na minha última vez.

    Eu me perguntava se Evie tinha chegado a tempo de ver o início. Eu duvidava, já que minha irmã mais velha não gostava da maioria dos tipos de exercício. Eu amarrei meus cadarços de novo, ajustei a minha faixa de suor, verifiquei se o meu número de entrada ainda estava preso ao meu colete e se eu tinha água suficiente para evitar parar nas estações de alimentação. Eu me impedi de ir ao banheiro pela quinta vez... Sabendo que, na verdade, estava apenas nervosa.

    Quando olhei para a multidão perto da linha de partida, vi um homem alto de cabelos escuros antes de ele se virar e desaparecer no meio das outras pessoas reunidas para o início, foi apenas um vislumbre. Não, não podia ser. Minha mente estava

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