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Nightmares 4: contos para ler na pandemia
Nightmares 4: contos para ler na pandemia
Nightmares 4: contos para ler na pandemia
E-book154 páginas2 horas

Nightmares 4: contos para ler na pandemia

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Sobre este e-book

Nightmares 4 — contos para ler na pandemia, é a sequência do projeto "Nightmares" iniciado por Fernando Lima em 2018 e publicado pelo selo Elemental Editoração até terceira edição "Nightmares 3 – 2020". Agora o projeto recebe sua quarta edição e está sendo publicado pela Obook
em seu formato digital e impresso, organizado por Donnefar Skedar
(Fernando Lima).

IdiomaPortuguês
EditoraObook
Data de lançamento31 de out. de 2021
ISBN6599625614
Nightmares 4: contos para ler na pandemia

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    Pré-visualização do livro

    Nightmares 4 - Donnefar Skedar

    Ficha do Livro

    Nightmares 4 – contos para ler na pandemia,

    Vários Autores

    Organizador: Donnefar Skedar

    Capa: Obook

    Imagem da Capa: Adobe Stock

    Diagramação e Edição: Obook

    Revisão de Texto: Feita pelos próprios participantes

    Copyright desta edição: 2021 © Obook

    Visite nosso site:

    obook.com.br

    1. Coletânea 2. Contos 3. Português 4. Nightmares

    1. Título 2. Livro Digital 3. Coleção

    Todos os direitos sobre esta obra são de exclusividade do selo independente Elemental Editoração, para qualquer tipo de informações ou reproduções sobre a mesma, é necessário a autorização antecipada pelo selo assim como pelos autores participantes deste projeto.

    Sumário

    Ficha do Livro

    Apresentação

    A Caronista

    Chamada Encerrada

    O Buraco

    Randy, El Fabuloso Hombrecito Invisible

    Uma Viagem sem volta

    O Gato Infernal

    O Sanfoneiro do Diabo

    Um Lobisomem no caminho

    Sombras na Areia

    Útero Cadavérico Incestuoso

    O Espetáculo da Morte

    Esquecidos

    Apresentação

    Neste volume de Nightmares, iremos ler contos diversificando entre o Horror e o Terror. Diferente das outras três edições, criamos neste, um singelo livro com contos para serem lidos calmamente ou tão rápidos que sua noite acabará tão logo se inicie a leitura.

    Deixamos claro que esta é uma obra de ficção e que cada escritor, usou de sua criatividade para compor cada conto aqui apresentado. Confesso que durante minha leitura que levou dois dias de muito prazer literário, não tinha a menor ideia sobre o que falar de cada conto, por este e por tantos motivos, acredito que esta edição esteja satisfatória para todos os leitores.

    É notável a mudança de alguns escritores em seus estilos de escrita e principalmente a mudança de um caso para o outro em cada um dos 12 contos apresentados.

    Não importa por qual conto você começará, mas é recomendável ler todos no seu próprio ritmo, pois, você admirará o estilo de cada escritor e perceber que no final, os pesadelos não são todos iguais.

    Desejo então, uma deliciosa leitura e peço que deixe sua opinião sobre os trabalhos apresentados respeitando a arte de cada um.

    Abraço literário de Donnefar Skedar,

    o Organizador

    A Caronista

    Ana Rosenrot

    ― Já está gravando? ― pergunta Aldo ao repórter.

    ― Ainda não.

    ― Certo! Olha, quero deixar bem claro que só aceitei dar essa declaração devido ao dinheiro que a revista está me pagando e não me sinto nem um pouco confortável com a ideia, saiba que eu nunca falei abertamente sobre isso com ninguém…Que droga…Vamos lá…Estou pronto, pode começar!

    ― Certo! Gravando em 3,2,1…

    "Nunca fui um cara medroso, muito pelo contrário, eu sempre adorei aventuras. Viajei para lugares exóticos, fiz trilhas perigosas, participei e muitas vezes venci corridas em várias partes do mundo, eu e minha adorada motocicleta não tínhamos limites, éramos inseparáveis, intrépidos e um pouco loucos… até aquela maldita noite…

    Não espero que alguém acredite na minha história, não sou ingênuo a esse ponto, mas o que vou contar é a mais pura verdade, por mais bizarro e insano que possa parecer.

    Eu voltava de um campeonato numa cidade pequena no sul de Minas Gerais, onde havia ganho o segundo lugar; estava feliz, os bolsos cheios com o dinheiro do prêmio e uma cintilante medalha no pescoço. Já era de madrugada, quase 3 horas e a Rodovia Interestadual 1 estava vazia… eu rodava tranquilo e satisfeito.

    De repente, a motocicleta simplesmente apagou, parando de funcionar; não dava mais a partida, a chave não girava, parecia emperrada; foi com bastante dificuldade que consegui empurrá-la para o acostamento. Fiquei furioso, não sabia o que fazer e meu celular não tinha sinal. Foi quando senti uma estranha presença e percebi um vulto se movendo ao meu lado, apontei a lanterna do celular, mas não consegui ver nada…

    Deve ser o cansaço, tenho que sair logo daqui ― pensei.

    Foi quando a moto acendeu o painel do nada, dando sinal de vida, dei a partida e ela pegou de primeira, fiquei tão contente que voltei para a estrada satisfeito e pronto para esquecer o acontecido; chegando em casa mandaria a moto para uma revisão e fim da história.

    Rodei normalmente por uns dois ou três quilômetros e então percebi que não estava sozinho: alguém ou algo ocupava a garupa da moto; dedos gélidos que mais pareciam galhos secos me enlaçam pela cintura e apesar do traje impermeável que eu vestia, podia sentir perfeitamente o frio congelante do corpo daquela coisa que se apoiava em minhas costas, bem como um cheiro podre, que penetrava em meu capacete, me sufocando.

    Eu tentava olhar para trás e não conseguia, no espelho a pouca claridade da noite só me permitia ver longos cabelos loiros serpenteando ao vento e o vestido branco quase em tiras que ela usava sobre o corpo putrefato.

    A motocicleta pareceu ganhar vida própria e começou a acelerar, indo cada vez mais rápido; eu não tinha nenhum controle, o cheiro de podridão invadindo minhas narinas, o ar faltando, aqueles dedos me apertando cada vez mais, unhas frias me perfurando num abraço mortal e eu não conseguia sequer gritar, porque minha voz não saía. Podia ver a morte em cada curva perigosa e chegava até a desejá-la… queria desesperadamente que tudo aquilo tivesse um fim… Porém, a moto não reduzia, não parava, nem batia ou derrapava, somente seguia numa velocidade vertiginosa e impossível, muito superior a sua capacidade. O desespero, o cansaço e a falta de ar me dominaram e finalmente senti meu corpo escorregar da moto, mergulhando num abismo de dor e inconsciência.

    Acordei muitas horas depois, deitado no acostamento com o sol queimando meu rosto, a motocicleta estacionada e meu capacete sobre o banco; tudo na mais perfeita ordem. Levantei do chão com dificuldade, meu corpo doía, parecia que eu levara uma surra, apesar de não ter nenhum ferimento visível; caminhei lentamente até a motocicleta, mas não consegui sequer tocá-la, um medo insano me invadia, fiquei trêmulo, incapaz de me mexer por um tempo; respirei fundo, tentei novamente e desisti ao sentir o pavor voltando; resignado, tirei o celular do bolso, verifiquei que havia sinal e pedi ajuda.

    Toda essa loucura aconteceu há exatos 10 anos e desde então minha vida praticamente acabou, meus dias de corredor terminaram, estou falido, virei alcoólatra, tenho medo da minha própria sombra e ninguém acredita na minha história, dizem que devo ter caído da moto, batido a cabeça e delirado, mas eu sei que aquele horror foi real e ainda me persegue todas as noites, em pesadelos intermináveis, onde sou obrigado a carregar a caronista morta em minha moto eternamente.

    Minha loira e podre caronista nunca me abandonou e talvez eu esteja condenado a conduzi-la pelas estradas do inferno. Espero não fazê-la esperar muito!"

    ― Acabou, pare de gravar! Faça o que quiser com essa história. Nunca mais me procure, não direi mais nada sobre esse assunto. Saia daqui, por favor! — disse Aldo, escancarando a porta do apartamento.

    O repórter recolheu suas coisas e saiu, seu sorriso sarcástico era puro ceticismo.

    Aldo foi encontrado morto em seu apartamento uma semana depois. Seu corpo estava em um estado lastimável: fratura craniana e de tórax, pernas, braços e punhos quebrados, fratura exposta no fêmur e outros ferimentos fatais. Todos condizentes com um acidente de motocicleta, apesar dos porteiros do prédio, dos turnos diurno e noturno, em depoimento à polícia, alegarem que Aldo jamais saía de casa.

    Causa da morte: múltiplas fraturas de origem indefinida.

    Chamada Encerrada

    Alison Silveira Morais

    Bothell, Washigton, D.C., setembro de 2020

    Shawn Nolan estava buscando no portal de notícias locais, por mortes covid-19 pela sexta vez aquele dia. Enquanto observava os números assustadores que todos os dias aumentavam, coçava os olhos que ardiam com as longas horas na frente de seu notebook. Aguardava pela chamada que teria com sua mãe na plataforma de videoconferências.

    Shawn ainda tentava se adaptar com tudo isso, sua cidade estava em estado de quarentena haviam seis meses e sua ansiedade e isolamento o fizera ter novamente o que ele identificava como episódios de crise, não sabia se era por esse motivo ou não, mas as coisas do jeito que estavam o fizeram começar a beber. Ficaria tudo bem, contanto que sua mãe não descobrisse, ela realmente ficaria arrasada e o incomodaria todos os dias com isso.

    Faltavam cinco minutos para a chamada com sua mãe, levantou-se do sofá e chutando o que encontrava pelo caminho foi até a geladeira, pegou uma cerveja quente, despejou no primeiro recipiente que viu em sua frente, uma caneca da universidade, pensando em esconder o líquido da mãe, e voltou ao sofá.

    Jogou os cabelos para trás, tentou fingir a melhor expressão de olha mãe, estou sóbrio possível e digitou novamente no navegador mortes covid-19.

    Primeira chamada

    Shawn estava com a caneca de cerveja na mão e pensou em soprá-la quando sua mãe entrasse na videoconferência, daria impressão que estava tomando café ou chá, antes de concluir o pensamento, viu o rosto redondo e de bochechas rosas de sua mãe, aquele sorriso enorme de orelha a orelha, aqueles óculos fundo de garrafa e seu eterno corte de cabelo Chanel:

    ― Meu filho! Como você tá? A mãe estava com saudades de te ver!

    ― Mãe, a senhora me vê duas vezes por semana, as vezes até três! ― dizia enquanto forçava um sorriso amarelo.

    ― Não o vejo pessoalmente faz meses! Não seja um estraga prazeres! Então, me fale como andam os estudos? Eu vivo me gabando de ter um filho fazendo medicina na Universidade A&M do Texas. O orgulho da família.

    Shawn notou seus sentidos adormecerem e a tensão de seus ombros apaziguarem enquanto bebia, era a única forma de conseguir passar por aquela chamada com sua mãe.

    ― Eu não sou nenhum super herói mãe, sou um aluno como qualquer outro, e as aulas estão indo bem, também sinto falta de você.

    ― Pois é meu filho, depois que seu pai nos deixou eu me sinto tão solitária, pensei em viajar para te visitar e quem sabe passar um tempo com você?

    ― Mãe, essa pandemia não é brincadeira! Como você pretende atravessar o país inteiro? Eu acho perigoso demais ― terminou a frase analisando-a para saber se tinha transparecido alguma falsidade ou grosseria, mas quando olhou de volta para a tela, percebeu que enganava bem, sua mãe estava em prantos.

    ― Você tem razão meu filho, assim que essa pandemia acabar, a primeira coisa que vou fazer é te visitar e preparar para você aquele risoto de cogumelos que você ama. Bem, não vou tomar mais seu tempo, você está tomando seus remédios direitinho?

    Naquele momento sua internet pareceu oscilar um pouco e sua imagem piscou e voltou para sua mãe, então ele mentiu:

    ― Estou sim mãe, estou tomando os remédios.

    A imagem de sua mãe na pequena janela à direita do monitor parecia estática. Imaginou que a internet havia caído de vez, mas não, ela só estava surpresa, e então ela indagou em um tom desconfortável:

    ― Meu filho, desculpe ter te ligado agora, eu não sabia que você tinha companhia, não vou incomodá-lo mais, espero que tenha uma boa aula e

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